quinta-feira, 4 de abril de 2019

Baleia de quatro patas descoberta no Peru nadava no mar e andava em terra

CIÊNCIAS
Peregocetus pacificus, encontrado por paleontólogos belgas no deserto peruano, viveu há cerca de 43 milhões de anos e atingia quatro metros de comprimento
Ilustração mostra como seria o Peregocetus pacificus, ancestral das baleias que tinha quatro patas e capacidade de se locomover em terra e no mar Foto: Reprodução
Cientistas belgas descobriram, numa região desértica próxima à costa peruana, fósseis de um animal parecido com uma baleia de quatro patas que viveu tanto no solo quanto no mar há cerca de 43 milhões de anos.
A descoberta é importante para se entender um período crucial na evolução dos cetáceos. O mamífero de quatro metros, batizado de Peregocetus pacificus , ilustra o momento intermediário anterior ao que as baleias se adaptaram completamente à vida marinha. O anúncio foi feito nesta quinta-feira por cientistas do Real Instituto Belga de Ciências Naturais.
Com quatro patas que lhe permitiam sustentar seu corpo em terra, o Peregocetus poderia ser capaz de sair do mar para dar à luz ou para descansar, estimam os cientistas. Mas seus membros tinham um formato que favorecia o nado e que possivelmente lhe dificultava a locomoção em terra.
Com um focinho alongado e dentes robustos, o Peregocetus era capaz de capturar presas aquáticas de tamanho médio.
"Acreditamos que ele se alimentava na água, e que sua locomoção era mais fácil nela do que fora", afirmou o paleontólogo Olivier Lambert, que liderou a pesquisa, publicada no periódico especializado "Current Biology".
Ele também explicou que algumas vértebras da região da cauda "têm muita semelhança com a de mamíferos semi-aquáticos como as lontras, o que indica que ela era usada predominantemente para deslocamento subaquático".
A evolução das baleias era pouco entendida até a década de 1990, quando os fósseis das baleias mais antigas foram encontrados.
Diversos fósseis mostraram que as baleias se desenvolveram há pouco mais de 50 milhões de anos, onde atualmente estão o Paquistão e a Índia, a partir de mamíferos que vagavam em terra, parentes distantes dos hipopótamos, mas com o tamanho de um cão de porte médio. Eles levaram milhões de anos para se espalhar pelo mundo.
O Peregocetus descoberto pelos belgas é o esqueleto de baleia quadrúpede mais completo fora da Índia e do Paquistão, e o primeiro na região do Pacífico e no hemisfério sul.
Sua presença no Peru, afirma Lambert, sugere que as baleias quadrúpedes se espalharam do Sudeste Asiático para o Norte da África, atravessando de lá o Atlântico Sul rumo às Américas.
Ao longo do tempo, os membros frontais dos cetáceos evoluíram para nadadeiras, e os traseiros tornaram-se meros vestígios. A linhagem das baleias tornou-se completamente marítima há cerca de 40 milhões de anos.

O GLOBO

Comer mal mata mais do que fumar

SAÚDE
mediaEstudo publicado pelo jornal Le Monde desta quinta-feira, 4 de abril, revela que uma em cada cinco mortes no mundo é provocada pela má alimentação.Fotomontagem RFI
Um estudo publicado pelo jornal Le Monde desta quinta-feira (4) revela que uma em cada cinco mortes no mundo é provocada pela má alimentação. A pesquisa, que avalia o impacto para a saúde de hábitos alimentares desequilibrados, foi realizada em 195 países, entre eles o Brasil.




Em 2017, onze milhões de pessoas, isto é, 20% do total de óbitos registrados em todo o mundo, morreram em consequência de uma alimentação inadequada. Comer mal mata mais do que o consumo de cigarros, responsável por oito milhões de mortes por ano no mundo.
Os primeiros fatores de risco são o excesso de sal, um consumo insuficiente de cereais integrais e uma dieta pobre em frutas, aponta a reportagem.
O estudo foi realizado por 130 pesquisadores que integram o Global Burden of Disease (GBD, ou Painel Global de Doenças), do Instituto de Métrica e Avaliação de Saúde (IHME, na sigla em inglês) de Seatle. Ele foi publicado inicialmente na quarta-feira (3) na revista médica The Lancet.
Década de ações pela nutrição
Le Monde lembra que as Nações Unidas lançaram em 2016 uma década de ações pela nutrição. A pesquisa do GBD sobre o impacto da má alimentação confirma a necessidade de ampliar os esforços em matéria de saúde pública nessa aérea. "Este estudo é um sinal de alerta. Se não adotarmos uma dieta sadia, para nossa saúde mas também para o meio ambiente, não iremos muito longe", adverte Francesco Branca, diretor do departamento de nutrição da Organização Mundial da Saúde (OMS), entrevistado pelo jornal.
A pesquisa vem corroborar a necessidade crescente de se levar em conta os problemas de alimentação em nível mundial. "Há uma conscientização cada dia mais importante sobre o impacto da nutrição no desenvolvimento de doenças crônicas", aponta Mathilde Touvier, diretora de pesquisa do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica francês, que representou a França no estudo mundial. “A nutrição não é mais um problema de segundo plano, como pensávamos há 20 anos”, salienta a pesquisadora.
Fenômeno atinge todos os países
O estudo, financiado pela fundação Bill e Melinda Gates, mostra que nenhum país escapa do impacto da má alimentação. Nenhuma das 21 grandes regiões geográficas observadas em 2017 apresentou um consumo ideal do conjunto de 15 componentes alimentares estudados.
Mas algumas delas se saem melhores do que outras em alguns quesitos. Na Ásia central, por exemplo, a quantidade consumida de legumes é considerada boa. Nos países ricos da Ásia-Pacífico, como Japão e Coreia do Sul, as pessoas consomem porções suficientes de ômega três. Já Caribe, Ásia do Sul e África subsaariana, apresentam consumo adequado de leguminosas.
Mas, sem surpresas, os países pobres são os mais atingidos pelo fenômeno. Por exemplo, a má alimentação mata dez vezes mais pessoas no Uzbequistão do que em Israel, que é o país que tem a menor taxa do número de óbitos provocados por uma dieta inadequada, 89 em cada 100 mil habitantes. Depois de Israel, vêm a França, Espanha e Japão. O Brasil integra esse pelotão do grupo de países com menos fatores de risco.

FONTE: rFi

Museu paraense estimula jovens a conhecer ciências

BRASIL
Novas turmas no Clube do Pesquisador Mirim estarão abertas a partir do dia 8 de abril
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O Clube do Pesquisador Mirim é uma ação do museu com o objetivo de estimular crianças e adolescentes a terem conhecimento sobre ciências. Os jovens desenvolvem uma pesquisa científica durante um ano e precisam apresentar um produto final quando encerrar esse período. 
Luís comentou que o material é incorporado à biblioteca do museu e pode ser utilizado por diversas crianças.

"O material não fica estático, é bem dinâmico e é utilizado em diversas programações do serviço de educação", afirmou.


As turmas do clube estão disponíveis para estudantes do 3° ano no ensino fundamental até o 1° ano do médio. É possível acessar o edital no site do museu.

Serviço
Inscrições: De 8 a 17 de abril
Local: Serviço de Educação do Museu Goeldi, localizado no Parque Zoobotânico (Av. Magalhães Barata, 376, São Brás, com entrada pelo portão da Travessa Nove de Janeiro)
Resultado: a partir do dia 28 de abril

FONTE: EBC/ NACIONAL JOVEM

Cabreúva troca óleo de cozinha usado por produtos de limpez

BRASIL
A Secretaria de Meio Ambiente de Cabreúva, em parceria com a empresa BioLirium, disponibiliza aos moradores da cidade uma forma adequada de realizar o descarte do óleo de cozinha usado, para evitar a contaminação do meio ambiente. Há seis pontos de troca espalhados pela cidade, e quem contribuir doando acima de 2 litros de óleo usado, ganha um produto de limpeza.
A troca é da seguinte maneira:
2 litros de óleo = 500 ml de detergente ou 1 sabão em pedra
6 litros de óleo = 5 litros de desinfetante ou 5 litros de água sanitária
10 litros de óleo = 5 litros de detergente
Quem escolhe os produtos que vai levar é o morador, de acordo com a disponibilidade no estoque.
O óleo de cozinha quando descartado de forma incorreta causa um impacto enorme no ecossistema, quando esse óleo chega de alguma forma aos mananciais naturais, ele tem um poder de poluição estrondoso, sendo que a cada litro de óleo descartado no sistema de esgoto pode contaminar cerca de 25 mil litros de água.
Os pontos para a eco-troca são:
Secretaria do Meio Ambiente
Praça Alberto Mesquita Camargo, S/N – Centro.
Ecoponto do Vilarejo
Rua Monsenhor André Mortari, nº 101 – Vilarejo.
Ecoponto do Vale Verde
Avenida Vale Verde, S/N – Vale Verde.
Ecoponto do Pinhal
Rua David Marcassa Lopes, nº 577– Pinhal.
Associação Comercial
Rua Maranhão, 492 – Jacaré.
Fundo Social de Solidariedade de Cabreúva
Rua Paraíba, 703 – Jacaré
Mais informações, na Secretaria de Meio Ambiente, no telefone (11) 4528-5016.

FONTE: PORTAL NOVO DIA

Jacaré e jiboia são resgatados pela Adema em Aracaju

BRASIL

Casos foram registrados na Zona Norte e de Expansão da capital sergipana.
Jacaré e jiboia são resgatados pela Adema em Aracaju — Foto: Adema/Divulgação
Um jacaré-do-papo-amarelo e uma jiboia foram resgatados nesta quinta-feira (4) pela Administração Estadual de Meio Ambiente (Adema) em Aracaju.
O jacaré foi encontrado em um condomínio residencial, no Bairro Aruana, na Zona de Expansão da capital. O animal media aproximadamente 1,20m de comprimento e estava em um lago. Após a avaliação clínica dos veterinários do órgão foi possível constatar que o animal estava arisco, mas sem enfermidades e não apresentava problemas locomotores.
Os veterinários ressaltam ainda que o aparecimento de jacarés na região da Grande Aracaju é mais constante em períodos chuvosos e alerta a população para os cuidados na hora que um animal desses for encontrado.
A jiboia foi encontrada nas imediações de uma residência, no Loteamento Nova Liberdade 3, no Bairro Olaria, Zona Norte de Aracaju. “O réptil media aproximadamente dois metros e após análise clínica veterinária, foi constatado que o espécime estava isento de enfermidades, estando apto à soltura. O animal foi solto em área de reserva ambiental”, disse a veterinária Camila Dantas.
Ocorrências como essas podem ser direcionadas à Adema, de segunda à sexta-feira, das 10 às 13h, através do telefone 79 3198-7190.

FONTE: G1 SERGIPE

SP concede Parque Capivari e Horto Florestal à iniciativa privada

BRASIL
Com medida, equipamentos de Campos de Jordão terão melhor infraestrutura e serviços prestados à população local e aos turistas

O Governador João Doria assinou nesta quinta-feira (4), em Campos do Jordão, os contratos de concessão do Parque Capivari e do Parque Estadual de Campos do Jordão (Horto Florestal) à iniciativa privada. A medida visa aprimorar a infraestrutura e os serviços prestados à população e aos turistas.
Para a concessão do Parque Capivari, a concessionária Eco Jordão S.A. pagou ao Governo do Estado outorga fixa de R$ 1,5 milhão e pagará ao longo dos 30 anos do período de concessão outorga variável de R$ 80,1 milhões, o que representa ágio de 391% sobre o valor mínimo de R$ 16,3 milhões previsto no edital. Durante concorrência realizada em maio do ano passado, na sede da Secretaria de Transportes Metropolitanos (STM), quatro empresas apresentaram propostas.
“Já havia desde o governo de Geraldo Alckmin a intenção da revitalização desta área central de Campos do Jordão, denominado Parque do Capivari, e a intenção de fazer a concessão também do Parque do Horto Florestal. O que fizemos ao assumir o Governo de São Paulo foi acelerar os processos para que ambas as concessões pudessem avançar. Hoje estamos celebrando a assinatura das duas outorgas para empresas privadas que farão a administração dos dois parques”, disse o Governador.
A empresa será responsável por obras de reforma e modernização, manutenção e administração do espaço. Os investimentos previstos somente em infraestrutura somam R$ 35,3 milhões. Em contrapartida, a concessionária poderá explorar comercialmente equipamentos turísticos no parque. A entrada no local continuará sendo gratuita.
Com área total de 40 mil m², o Parque Capivari, hoje administrado pela Estrada de Ferro Campos do Jordão (EFCJ), é um dos principais polos turísticos da cidade. Entre as melhorias previstas no local estão um moderno teleférico, um equipamento chamado trenó sobre trilhos, uma concha acústica, novas áreas comerciais, sanitários e estacionamentos. O projeto inclui ainda remodelação do pedalinho, recomposição de áreas verdes, preservação dos equipamentos e reurbanização do Morro do Elefante.
No ano passado, mais de 300 mil pessoas visitaram o parque. A expectativa é que após a reforma, o local passe a receber aproximadamente meio milhão de turistas por ano. “A modernização do Parque Capivari vai ajudar a fomentar o turismo local e contribuir para geração de emprego e renda”, afirmou o Secretário de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy.
Horto Florestal
A empresa Urbanes Empreendimentos será a responsável pelo Parque Estadual de Campos do Jordão, mais conhecido como Horto Florestal.
“Por meio das concessões das áreas de ecoturismo conseguimos aumentar os investimentos e melhorar a experiência dos visitantes. Serviços como restaurante, bilheteria e centro de aventuras poderão ser renovados e ampliados. É importante deixar claro que a área de preservação ambiental continuará sob responsabilidade do Estado”, explica o Secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido.
Vencedora da concorrência realizada em janeiro, a Urbanes é responsável pela administração do parque Aldeia do Imigrante localizado em Nova Petrópolis, no Rio Grande do Sul.
De acordo com o edital, a concessionária deverá realizar o investimento mínimo obrigatório de R$ 8,3 milhões na manutenção da área e instalação de equipamentos para Ecoturismo. O documento prevê ainda o congelamento da tarifa nos primeiros 18 meses. Após o período, o valor poderá ser reajustado em até R$ 4 reais (atualmente a entrada custa R$ 15). A contrapartida será a exploração comercial do espaço. A concessão é válida por 20 anos.
Os trabalhos no parque Estadual de Campos do Jordão serão monitorados e fiscalizados por uma comissão composta por membros da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente e da Fundação Florestal.

FONTE: GOVERNO DO ESTADO DE S. PAULO

Mãe de autista obtém decisão atípica na Justiça do Trabalho

BRASIL
TRT decidiu pela redução da carga horária e transferência da trabalhadora para local próximo à residência
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FOTO: REPRODUÇÃO
Em decisão atípica na Justiça do Trabalho, os magistrados da 1ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região (TRT-ES) acataram, por unanimidade, pedido de uma funcionária da Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan), mãe de uma criança autista, e concederam-lhe redução da carga horária, sem alteração no salário, e transferência do local de trabalho para mais próximo de sua casa.

Relatado pelo desembargador Armando Couce de Menezes, o acórdão (processo nº 0000678-17.2018.5.17.0121) foi presidido pelo desembargador Gerson Fernando da Sylveira Novais, com a participação dos desembargadores Cláudio Armando Couce de Menezes e Mário Ribeiro Cantarino Neto, e da procuradora do Trabalho, Maria de Lourdes Hora Rocha.
A decisão ainda cabe recurso, mas Vanderleia Hilgert já está trabalhando com carga horária de vinte horas semanais (metade da original, de 40 horas) e, em breve, será transferida para uma unidade da Cesan em Santa Teresa (região serrana), onde reside.


A redução da jornada de trabalho “melhorou profundamente sua vida e a de sua família, permitindo o tratamento efetivo da criança com autismo”, afirma o advogado Ygor Buge Tironi, que defendeu a causa de Vanderleia por meio do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Espírito Santo (Sindaema-ES).


O tratamento, explica, “requer contato permanente da mãe para estimulação do menor (...) e realizar os procedimentos necessários requisitados pelos inúmeros laudos médicos anexados ao processo”.


Ygor ressalta que a decisão do TRT-ES é atípica na Justiça do Trabalho em relação a empregados de Sociedades de Economia Mista, como a Cesan, ou de empresas privadas, ambas regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). “Isso porque não há lei que garanta tal direito aos empregados que são regidos pela CLT. Há tão somente a Lei 8.112/91, que versa sobre os servidores públicos federais, o que não é o caso”, esclarece.

Os desembargadores se basearam em princípios previstos na Constituição Federal de 1988, informa o advogado, tais como o princípio da dignidade humana (art. 1.º, III, da CF/88) e da proteção à maternidade e à infância (art. 6.º da CF/88). “Ademais, aplicou-se, por analogia, os termos do art. 98, §§2.º e 3.º da Lei 8.112/91”, disse.

Coincidentemente, a vitória de Vanderleia e seu filho aconteceu na semana em que se comemora o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, 2 de abril.

SÉCULO DIÁRIO 

Alta da demanda levanta dilemas da industrialização da agricultura orgânica

BRASIL
Alta da demanda levanta dilemas da industrialização da agricultura orgânica

 

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Industrialização de orgânicos pode afetar técnicas de criação de galinhas e produção de ovos.
 Kèoprasith Souvannavong / RFI

    Preocupados com a saúde e o meio ambiente, a cada ano, mais consumidores europeus passam a consumir produtos orgânicos. O aumento da demanda leva o setor a se questionar: a industrialização é incompatível com os valores de uma agricultura que almeja ser mais sustentável?

    Na França, esse mercado sobe na altura de € 1 bilhão a mais em vendas de 2017 para 2018, quando as receitas chegaram a € 9 bilhões. De um lado, supermercados correm para atender a clientela crescente e pressionam por preços mais baixos – o que só é viável se a produção sem agrotóxicos passar a ser massiva, mas com técnicas semelhantes às da agricultura tradicional.
    De outro, defensores de uma agricultura local e de proximidade alegam que renunciar a esses princípios é trair a confiança dos consumidores e colocar em xeque um modelo mais sustentável, que respeite os solos e se preocupe com o bem-estar animal.
    Para David Leger, da Federação Nacional da Agricultura Orgânica da França, o dilema se concentra sobretudo no futuro da produção de carnes e ovos, ou seja, quando impacta na vida de aves, porcos ou gado. “É incompatível, sim, no sentido que o mercado orgânico existe graças aos consumidores. E o risco é que os nossos clientes não são a favor da industrialização do setor. Estamos assumindo o grande risco de enganá-los”, afirma Leger.
    Novas regras europeias devem definir quantidade de galinhas por granja
    As novas regras da agricultura orgânica estão sendo finalizadas em nível europeu e passarão a valer em 2021. Estão sobre a mesa decisões como a autorização de aquecimento de estufas para a produção de ervas e saladas e a quantidade máxima de aves por galinheiro, em especial nas granjas de ovos.
    Hoje, os ovos orgânicos são o carro-chefe do setor e já atingem 12% do mercado na França. A federação francesa briga para que o limite autorizado não ultrapasse 9 mil galinhas.
    Mas na Itália, por exemplo, já existem granjas de ovos orgânicos com até 100 mil aves. A regulamentação atual estipula apenas o espaço mínimo por galinha dentro e fora da granja e determina o que elas podem comer.
    “Talvez seja apenas necessário que o mercado seja paciente e espere que os produtores construam mais galinheiros, não necessariamente maiores. Precisamos de mais galinheiros, em mais produtores”, observa Leger. “Foi assim que funcionou até agora.”
    Industrialização não é difícil – mas é ética?
    O jornalista ambientalista Frédéric Denhez, autor de diversos livros sobre o tema, entre eles “Acheter Bio? (Comprar Orgânico?, em português), avalia que, tecnicamente, a industrialização dos orgânicos não é difícil de ser implementada, já que a principal regra consiste em não utilizar agrotóxicos e adubos industriais, nem produtos transgênicos. Outros pontos, como o excesso de embalagens e a importação, são importantes no trabalho de conscientização dos consumidores, mas não fazem parte das normas em vigor.
    “É preciso decidir as nossas prioridades. Não queremos mais galinhas em gaiolas? Ótimo, teremos galinhas ao ar livre e ovos orgânicos. O problema é que o consumo de ovos continua a aumentar”, pontua o jornalista. “Não vamos poder fornecer tantos ovos produzidos dessa forma, em especial aqui na França, onde tantos produtores agora fazem orgânico. Isso significaria termos propriedades gigantescas onde as galinhas pudessem passear – e isso me parece ser bem difícil de implementar.”
    Selo de produtos orgânicos na França, onde consumo aumenta a cada ano.MYCHELE DANIAU / AFP
    Porém, para Denhez, é impossível dissociar a questão do debate sobre o consumo excessivo de proteína animal, nocivo ao meio ambiente. “Se queremos uma agricultura orgânica como eu imagino, ou seja, próxima da natureza e do homem, será uma agricultura que terá de exigir que as pessoas consumam menos carne, menos ovos. Isso é inevitável”, constata.
    Menos polêmica sobre frutas e legumes
    O consenso sobre a industrialização parece ser mais fácil a respeito de frutas e legumes. A própria federação francesa reconhece que será “positivo para a sociedade” se a população puder dispor de cada vez mais vegetais orgânicos na mesa, embora isso implique que a produção seja mais mecanizada e menos local do que atualmente.
    “Há um grande futuro nessa área. A industrialização de frutas e legumes choca menos porque não vamos mexer com animais”, destaca Leger. “Em legumes, são grandes estruturas existentes que se convertem em orgânicos, ou seja, temos menos agrotóxicos, mais biodiversidade e bem mais mão de obra, mesmo se são produções mecanizadas.”
    Apenas no ano passado, 6.200 agricultores franceses passaram a produzir alimentos orgânicos, um recorde.

    FONTE: rFi

    Paraná comemora os 62 anos do Batalhão de Polícia Ambiental

    BRASIL


    O Batalhão de Polícia Ambiental - Força Verde, unidade da Polícia Militar do Paraná especializada em combate ao crime contra a natureza, completa 62 anos. Na solenidade de comemoração, realizada nesta quinta-feira (4), no Palácio Iguaçu, em Curitiba, foi entregue a Medalha do Mérito Ambiental, maior honraria da unidade. Foram agraciados o vice-governador Darci Piana e 71 militares estaduais e civis que se destacam por ações em prol do meio ambiente ou colaboram com o desenvolvimento do batalhão Força Verde.
    Piana destacou a atuação da Força Verde e sua contribuição para que o Paraná tenha desenvolvimento sustentável, com respeito à natureza. “É uma unidade que faz um trabalho importante, atuando 24 horas por dia em fiscalização e combate ao crime ambiental, na preservação das florestas, de recursos hídricos, da funa e da flora e de ambientes essenciais para a vida”, disse ele.
    Serviços prestados à comunidade e à natureza são marcas da história do Batalhão de Polícia Ambiental - Força Verde, segundo seu comandante, tenente-coronel Adilson Luiz Correa dos Santos. “São centenas de profissionais que trabalham diariamente, em diversas modalidades, combatendo os crimes ambientais, em especial aqueles contra a fauna, a flora e os recursos hídricos”, afirmou.
    PARCERIAS – Em fevereiro último, o Batalhão de Polícia Ambiental e a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e Turismo renovaram a parceria para intensificar a fiscalização de crimes ambientais no Paraná. Com isso, são reforçadas ações, especialmente na fiscalização de clandestinos, aqueles que não procuram o Estado para um licenciamento ambiental, causando danos significativos ao setor.
    O Batalhão também tem parceria com a Itaipu Binacional. Para Fabricio Baron Mussi, gestor do departamento de reservatório e áreas protegidas da Itaipu, a parceria com o batalhão Força-Verde é essencial para a área de preservação da região, que vai de Foz do Iguaçu ao município de Guaíra, no Oeste do Estado.
    “É um vasto espaço, com cerca de 250 quilômetros, que não seria possível fiscalizar sem o trabalho em conjunto feito com a unidade Força Verde. Os policiais atuam na fiscalização e fechamento de portos ilegais, no combate ao contrabando de madeira, em recuperação de animais”.
    HISTÓRICO – O Batalhão de Polícia Ambiental – Força Verde foi criado em 1957 para proteger os parques estaduais de Vila Velha, em Ponta Grossa; Campinhos, em Tunas do Paraná, e a Gruta do Monge da Lapa, na Lapa. Com o tempo, passou a combater infrações relacionadas à caça ilegal, pesca, extração vegetal e mineração, poluição. Hoje, a unidade conta com cinco companhias espalhadas pelo Estado, localizadas em Paranaguá, Londrina, Maringá, Guarapuava e Foz do Iguaçu.
    PRESENÇAS - Participaram da solenidade o chefe da Casa Militar, major Welby Pereira Sales; o chefe da Diretoria de Tecnologia e Qualidade da Polícia Militar, coronel Antônio Zanatta Neto; o deputado estadual coronel Washington Lee Abe; policiais e oficiais militares agraciados com a medalha.


    Saiba mais sobre o trabalho do Governo do Estado em:
    http:///www.facebook.com/governoparana e www.pr.gov.br

    FONTE: GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ