domingo, 31 de março de 2019

Supremo Tribunal das Ilhas Cayman aprova casamento civil homossexual

MUNDO
Justiça do arquipélago caribenho declarou inconstitucional as restrições a uniões do tipo.
Ilhas Cayman, no Caribe — Foto: Renault Philippe / Hemis.Fr/AFP
As Ilhas Cayman aprovaram na sexta-feira (29) o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. O Supremo Tribunal do arquipélago, que fica no caribe, declarou inconstitucional a proibição desse tipo de união no país.
De acordo com a agência EFE, Anthony Smellie, presidente da Corte, proferiu a sentença depois de analisar o caso da advogada caimanesa Chantelle Day. Ela entrou no ano passado após ter negado o pedido de união com a britânica Vickie Bodden Bush.
Segundo reportagem do jornal "The Independent", elas poderiam se casar na Grã-Bretanha. Afinal, casamentos civis entre pessoas do mesmo sexo são legalizados no Reino Unido, com exceção da Irlanda do Norte. Entretanto, a união celebrada lá não teria efeito nas Ilhas Cayman, onde as duas vivem.
As Ilhas Cayman, inclusive, pertencem à coroa britânica. Há a expectativa de que, com a decisão, outros territórios britânicos passem a aprovar o casamento civil homossexual. Ilhas Virgens BritânicasMontserratAnguila Ilhas Turks e Caicos, também no Caribe, ainda não permitem uniões do tipo.
As Bermudas, outro território britânico, voltaram a autorizar o casamento homoafetivo no fim de 2018 após longa batalha judicial. Meses antes, o governador local proibiu esse tipo de união, mas a Corte do arquipélago reverteu a decisão em novembro. À época, o governo anunciou que vai recorrer da medida.

'O amor vence'

Bandeira gay tremula em frente ao prédio do Parlamento, em Londres — Foto: Andrew Cowie/AFPBandeira gay tremula em frente ao prédio do Parlamento, em Londres — Foto: Andrew Cowie/AFPBandeira gay tremula em frente ao prédio do Parlamento, em Londres — Foto: Andrew Cowie/AFP
Chantelle Day celebrou a vitória nos tribunais. "A decisão prova que o amor vence. Estou muito feliz que o resultado correto finalmente tenha saído", afirmou.
Neste sábado, o procurador-geral das Ilhas Cayman, Samuel Bulgin, descreveu a decisão como "incomum", mas "muito interessante". Ele disse que a sua instituição analisará a deliberação e como aplicá-la.
"A decisão de Smellie demonstra, em termos inequívocos, que o Estado de Direito e os valores democráticos da dignidade humana, igualdade e liberdade estão vivos nas Ilhas Cayman", acrescentou.
Com a resolução de Smellie, as Ilhas Cayman se unem a outros territórios britânicos, como as Bermudas, que reconhecem o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Entre os que ainda não permitem estão as Ilhas Virgens Britânicas, Montserrat, Anguilla e Ilhas Turcas e Caicos.

G1

Moçambique confirma novos casos de cólera após passagem do ciclone Idai

MUNDO
Segundo o governo do país, 271 pessoas foram diagnosticadas com a doença, que se espalha com a contaminação de água e alimentos.

Equipe médica prepara solução a pacientes com doenças transmitidas pela água em Beira, Moçambique — Foto: Mike Hutchings/Reuters
O governo de Moçambique confirmou neste sábado (30) o registro de 271 casos de cólera após a passagem do ciclone Idai. As equipes médicas diagnosticaram os novos casos na cidade portuária de Beira, a segunda maior do país e a mais afetada pela tempestade, que deixou mais de 700 mortos em três países africanos.
O cólera se espalha pela água ou comida contaminada por fezes que contenham a bactéria causadora da doença. Pacientes diagnosticados apresentam diarreias fortes e taquicardia, e podem morrer em poucas horas caso não haja tratamento.
No entanto, segundo o governo local, não houve mortes relacionadas à doença até a tarde deste sábado. As autoridades moçambicanas registram a morte de duas pessoas fora dos hospitais na sexta-feira. As vítimas apresentavam sintomas de desidratação e diarreia, mas até o momento não há a confirmação de que elas morreram por causa do cólera.
(CORREÇÃO: na publicação desta reportagem, o G1 informou incorretamente que o número de mortes por cólera em Moçambique era de 5, mas o governo não confirma o motivo das mortes. A informação foi corrigida às 17h.)
O Idai chegou a Moçambique em 14 de março com ventos de mais de 170 km/h e fortes chuvas. A tempestade danificou casas, provocou inundações e destruiu a cidade de Beira, além de causar estragos em Zimbábue e no Malaui. O número de mortos nos três países atingidos pelo ciclone chegou a 746 neste sábado.

Cólera em Moçambique

Desabrigados chegam a campo após passagem do ciclone Idai em Moçambique — Foto: Zohra Bensemra/ReutersDesabrigados chegam a campo após passagem do ciclone Idai em Moçambique — Foto: Zohra Bensemra/ReutersDesabrigados chegam a campo após passagem do ciclone Idai em Moçambique — Foto: Zohra Bensemra/Reuters
Casos de cólera não são incomuns em Moçambique, mas, segundo autoridades de saúde do país, a crise gerada pelo ciclone Idai espalhou a doença com maior rapidez. Em crises humanitárias como a vivida em Beira, surtos podem se desenvolver rapidamente com o colapso nos sistemas de saneamento e alagamentos.
Há o temor de que novos registros de cólera se espalhem em Beira. O jornal moçambicano "O País" relata que as ruas e os mercados da cidade ainda estão cheios de lixo e sem proteção para as moscas – inclusive onde há comércio de alimento.

Ajuda humanitária

Menino recebe comida de um centro de distribuição de um supermercado em Dondo, a cerca de 35km de Beira, em Moçambique. — Foto: Yasuyoshi Chiba/AFPMenino recebe comida de um centro de distribuição de um supermercado em Dondo, a cerca de 35km de Beira, em Moçambique. — Foto: Yasuyoshi Chiba/AFPMenino recebe comida de um centro de distribuição de um supermercado em Dondo, a cerca de 35km de Beira, em Moçambique. — Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP
Com o desastre humanitário causado pela passagem do ciclone Idai, governos e fundações de diversos países anunciaram esforços para oferecer ajuda às populações afetadas – especialmente em Beira, onde o estrago foi maior.
Uma efetivo de 20 bombeiros de Minas Gerais que atuaram nos trabalhos de busca da tragédia de Brumadinho embarcou na noite de sexta-feira do Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, para Moçambique. Eles devem chegar à cidade de Beira na tarde de domingo, e devem participar das operações por 15 dias.
Mães esperam com os filhos para receber comida em frente a um centro distribuição em Dondo, a cerca de 35km de Beira, em Moçambique, nesta quarta (27). — Foto: Yasuyoshi Chiba/AFPMães esperam com os filhos para receber comida em frente a um centro distribuição em Dondo, a cerca de 35km de Beira, em Moçambique, nesta quarta (27). — Foto: Yasuyoshi Chiba/AFPMães esperam com os filhos para receber comida em frente a um centro distribuição em Dondo, a cerca de 35km de Beira, em Moçambique, nesta quarta (27). — Foto: Yasuyoshi Chiba/AFP
O governo brasileiro também anunciou o envio de 100 mil euros "para apoiar o governo de Moçambique" com ajuda humanitária. Em entrevista ao G1, o escritor moçambicano Mia Couto agradeceu o Brasil pela doação, mas afirmou que a quantia "não corresponde à relação histórica e afetiva entre os dois países e ao desejo dos brasileiros de contribuir".

A Unicef, fundo das Nações Unidas para operações relacionadas à infância, também lançou campanha na quarta-feira para arrecadar US$ 122 milhões – equivalente a cerca de R$ 488 milhões – em ajuda humanitária aos três países.
Ciclone Idai atinge Moçambique e afeta outros dois países da África — Foto: Rodrigo Sanches/G1


FONTE: G1





















No Marrocos, Papa diz que barreiras físicas não resolvem a imigração

MUNDO
Em encontro com o rei Mohamed VI, Francisco disse que esperava que o Marrocos continuasse sendo um modelo de humanidade
FOTO: REPRODUÇÃO GAZETA ONLINE


O Papa Francisco elogiou o Marrocos como um modelo religioso e de boas-vindas a imigrantes durante sua viagem ao país, alertando que barreiras físicas, como muros, e o medo não impedem as pessoas de exercerem seu legítimo direito de buscar uma vida melhor em outro lugar.Em encontro com o rei Mohamed VI, Francisco disse que esperava que o Marrocos continuasse sendo um modelo de humanidade, de acolhimento e proteção aos imigrantes."A questão da migração nunca será resolvida aumentando as barreiras, fomentandomedo dos outros ou negar assistência àqueles que legitimamente aspiram a uma vida melhor para si e para suas famílias", disse Francisco.Segundo o papa, "a grave crise de imigração atualmente representa uma convocação urgente para ações concretas destinadas a eliminar as causas que obrigam muitas pessoas a deixar seu país e família, muitas vezes apenas para se encontrarem marginalizados e rejeitados", disse ele. 

Fonte: Associated Press

Protesto contra Israel reúne milhares de palestinos na Faixa de Gaza

MUNDO
Resultado de imagem para Protesto contra Israel reúne milhares de palestinos na Faixa de Gaza
Foto: Reprodução

Dezenas de milhares de palestinos marcharam no sábado, 30, em vários pontos próximo à divisa com Israel para recordar o primeiro aniversário dos protestos semanais na Faixa de Gaza. O ato foi recebido com gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral quando pequenos grupos se aproximavam da cerca na fronteira. Ao menos uma pessoa morreu e 46 ficaram feridas, segundo autoridades médicas palestinas.
Dezenas de voluntários com coletes fluorescentes foram direcionados para conter os manifestantes, em um acordo entre o Hamas e o governo de Israel, mediado pelo Egito, para evitar que as pessoas se aproximassem da cerca que divide os dois territórios. Os ânimos se acirraram quando o número de pessoas no ato aumentou e alguns grupos começaram a jogar pedras e soltar foguetes contra soldados israelenses.
O Ministério da Saúde de Gaza informou que um manifestante de 17 anos morreu no ato, após levar um tiro no rosto.
O protesto deste sábado ocorre em um momento delicado tanto para Israel. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, busca o quarto mandato consecutivo nas eleições de 9 de abril, mas enfrenta críticas de ex-militares em relação à política para a Faixa de Gaza.

 Fonte: Associated Press.

Durante visita, Bolsonaro promete fortalecer parceria com Israel

MUNDO
Líderes dos dois países falam em aliança, mas não citam transferência da embaixada para Jerusalém

O presidente Jair Bolsonaro ao lado do primeiro ministro de Israel Binyamin Netanyahu, nas proximidades de Tel Aviv - Jack Guez/AFP

Sob chuva intensa, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro desembarcou neste domingo (31) no Aeroporto Internacional de Tel Aviv para uma visita de quatro dias a Israel.O avião do presidente pousou por volta das 9h45 (3h45, horário de Brasília). Em cerimônia que durou cerca de 15 minutos, ele discursou, bem como o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu. Mas nenhum dos dois tocou em assuntos polêmicos, como a transferência da embaixada do Brasil para Jerusalém.
“Eu amo Israel”, disse Bolsonaro, em hebraico, ao lado do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu –que raramente se desloca para o aeroporto para se encontrar com chefes de Estado.Na verdade, essa foi apenas a 5ª vez em dez anos que Netanyahu fez essa honraria. Antes de Bolsonaro, ele recebeu no aeroporto apenas dois presidentes americanos, Barack Obama e Donald Trump, o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e o papa Bento 16.

“Há dois anos estive em Israel e visitei o Rio Jordão”, continuou Bolsonaro, apesar de ter visitado Israel em 2016. “Por coincidência, meu nome é Messias. Me senti emocionado naquele momento. Uma emoção, um compromisso, uma fé verdadeira que me acompanhará o resto da minha vida”.Bolsonaro também afirmou que espera levar ensinamentos de Israel para o Brasil: “Sabemos que Israel não é tão rico como o Brasil em recursos naturais e outras coisas. Mas eu dizia: olha o que eles não têm e veja o que eles são. E falava: olha o que nós temos e veja o que não temos. 

Como poderemos ser iguais a eles? Ter a mesma fé que eles têm”, continuou, citando uma passagem bíblica (João 8:32).O presidente também agradeceu a ajuda israelense em Brumadinho e afirmou que seu governo “está firmemente decidido em fortalecer a parceria Brasil-Israel: “A amizade entre os nossos povos é histórica. Tivemos um momento de afastamento, mas Deus sabe o que faz”, declarou, se referindo aos anos de governo PT, quando houve distanciamento diplomático.No final de seu discurso, Bolsonaro cometeu um erro em hebraico. Ao invés de repetir “Ani ohev Israel” (Eu amo Israel), ele olhou para uma “colinha” e disse: “Ana ohev Israel”. “Ana” significa “eu” em árabe, não em hebraico.Bolsonaro foi recebido ainda dentro do avião por Binyamin Netanyahu, e, ao desembarcar, passou em revista às tropas, colocadas sob tendas brancas improvisadas por causa do mau tempo. O hino nacional foi tocado pela banda oficial do aeroporto, bem como o Hatikva, o hino de Israel.

“Meu amigo, estamos fazendo história”, disse Netanyahu. “Fico feliz que apenas três meses depois de sua posse, em sua primeira viagem fora do continente americano, você vem a Israel para levar nosso relacionamento a um novo auge. É a maior delegação brasileira que já veio a Israel. Vamos assinar contratos em nossa cidade eterna, Jerusalém”.Ele afirmou que Bolsonaro —que chamou de Yair, nome de seu filho mais velho— vai encontrar, em Israel, um povo que ama o Brasil: “Os israelenses amam o Brasil. A cultura latente, a música, a dança e, acima de tudo, o calor e a alegria do povo brasileiro. Brasil é um país enorme com um potencial enorme. Acredito que, sob sua direção, esse potencial vai ser realizado”.

A nove dias das eleições gerais em Israel e sob ameaças de indiciamento por corrupção, Netanyahu pareceu animado em receber o apoio do presidente brasileiro —o que, para seus eleitores, seria um sinal de sua força diplomática mundial. Certamente, ele espera algum tipo de sinalização do líder brasileiro sobre uma possível transferência da embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém.Mas esse anúncio pode se restringir apenas à abertura de um escritório econômico em Jerusalém— assim como fez o governo da Hungria, recentemente.Independentemente disso, o primeiro-ministro já pode registrar uma vitória: ele deve acompanhar Bolsonaro ao Muro das Lamentações, algo que está sendo destacado pela imprensa israelense.Grande parte dos líderes mundiais não aceita ir com o premiê ao local. Motivo: o muro é localizado em Jerusalém Oriental, área exigida pelos palestinos como sua capital.

A soberania israelense sobre a parte oriental de Jerusalém não é reconhecida pela comunidade internacional. Ao ir oficialmente com o premiê israelense ao muro, Bolsonaro estaria sinalizando com esse reconhecimento.“Apoio brasileiro”, foi o título da matéria sobre a visita de Bolsonaro no maior jornal do país, o Yedioth Aharonoth (Últimas Notícias). A matéria destacou a visita conjunto de Bolsonaro e Netanyahu ao Muro das Lamentações.O jornal também destacou o que chamou de “pressão do mundo árabe” para que o presidente brasileiro não transfira a embaixada para Jerusalém, uma promessa de campanha.Ainda hoje, Bolsonaro, que estará hospedado no hotel mais tradicional e luxuoso de Jerusalém, o King David, cumprirá uma agenda intensa em Jerusalém. Ele assinará acordos de cooperação com Israel e terá um encontro privado com Netanyahu.

Bolsonaro e Netanyahu farão também uma declaração conjunta. À noite, será recebido para um coquetel na residência oficial do primeiro-ministro.Nesta segunda-feira (1º), Bolsonaro terá agenda ainda mais intensa, visitando a Brigada de Resgate e Salvamento do Comando da Frente Interna de Israel.Depois, irá à Unidade de contra-terrorismo da Polícia Israelense e vai condecorar a Brigada de Busca e Salvamento que ajudou no resgate em Brumadinho.De tarde, Bolsonaro irá à Cidade Velha de Jerusalém, onde visitará a Igreja do Santo Sepulcro e o Muro das Lamentações.

FOLHA DE S.PAULO