sexta-feira, 29 de março de 2019

Motorista de sindicato é contratado por chefe para coordenar combate à corrupção no DF

DF
Nomeação partiu do atual subcontrolador do GDF; ele também é vice-presidente da entidade que representa servidores do Legislativo e do TCU. Controladoria nega irregularidade.


Palácio do Buriti, sede do governo do DF — Foto: Reprodução/TV Globo
Responsável pela área de transparência do governo do Distrito Federal, o subcontrolador-geral Paulo Wanderson Martins nomeou como coordenador de Combate à Corrupção um colega que trabalhava com ele em uma entidade sindical de Brasília. O ex-motorista Daniel Alves Lima agora recebe como assessor especial de Paulo Wanderson na Controladoria-Geral do DF (CGDF).
De 2017 até este ano, Lima dirigia para o Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do TCU (Sindilegis). Já Paulo Wanderson é vice-presidente da entidade desde 2017, em um mandato de quatro anos – e, mesmo com o cargo no GDF, ele continua à frente do sindicato.
O ex-motorista começou a trabalhar na Controladoria no dia 24 de janeiro, em um cargo que prevê salário de R$ 5.855,82 por mês.
Procurado, o Sindilegis não quis revelar quanto o ex-funcionário ganhava alegando questões legais. Informou apenas que Lima ocupou a função de motorista por um ano e meio e o trabalho dele envolvia “prestar suporte nas demandas logísticas administrativas e de apoio institucional à diretoria e à vice-presidência”.
“O referido ex-empregado era detentor de CNH categoria AD, adequada ao exercício da função para a qual foi contratado.”
Este tipo de habilitação permite dirigir carro e também autoriza a transportar mais de oito passageiros em veículos como ônibus ou vans.
Na função atual, Daniel Alves Lima é pago para “examinar, desenvolver e elaborar estudos, projetos e atos normativos” e “emitir despachos, pareceres, notas técnicas ou informações para instrução de processos”.

Outro lado

G1 tentou falar com Daniel Lima, mas a assessoria da CGDF respondeu por ele. Informou que o ex-motorista é formado em direito, bilíngue e “possui experiência como auxiliar de consultoria legislativa, conteudista, supervisor e responsável por atendimento a corpo diplomático”.
Segundo o subcontrolador-geral Paulo Wanderson, o ex-motorista foi nomeado “porque apresenta competência técnica ao exercício do cargo” e se formou em direito em 2005.

“Não há nenhuma ligação quanto ao fato de ele ter sido motorista do Sindicato, se é que isso pode estar sendo cogitado. O fato de ele ser ter sido motorista o desqualifica? Há alguma irregularidade na nomeação dele que não identificamos?”, questionou Paulo Wanderson.
Trecho do currículo de Daniel Alves Lima — Foto: ReproduçãoTrecho do currículo de Daniel Alves Lima — Foto: Reprodução
Trecho do currículo de Daniel Alves Lima — Foto: Reprodução

Palavra de especialista

Para o especialista em transparência Gil Castello Branco, da ONG Contas Abertas, este não é o tipo ideal de nomeação. “Mesmo para uma pessoa formada em direito ou administração, ainda que possa ter requisito técnico, o desejável é que tenha competência. Porque os assuntos, como a Lei de Acesso à Informação ou a Lei de Responsabilidade Fiscal, são áridos e há uma cobrança cada vez maior dos brasileiros”, explicou.
“O desejável é que sejam indicadas pessoas que já lidem com esse tema, que tenham algum tipo de especialização para que desenvolvam um bom trabalho.”
Para Gil Castello Branco, "uma pessoa que não tem experiência vai ter ali um cargo comissionado e até aprender com os subordinados". Mas para o especialista, a grande questão é a descontinuidade das ações desenvolvidas.
"Esse é o problema do setor público: pessoas que não têm nenhuma afinidade com o cargo e caem de paraquedas sem deixar nenhum legado para a administração pública.”

Subcontrolador investigado

O subcontrolador Paulo Wanderson com o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB) — Foto: Reprodução/FacebookO subcontrolador Paulo Wanderson com o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB) — Foto: Reprodução/Facebook
O subcontrolador Paulo Wanderson com o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB) — Foto: Reprodução/Facebook
G1 mostrou em fevereiro que o subcontrolador-geral Paulo Wanderson Martins é investigado pelo Tribunal de Contas da União(TCU) e pelo Ministério Público Federal porque teria omitido que era réu na Justiça por peculato – desvio de dinheiro – para conseguir tomar posse como auditor de carreira.
Segundo a denúncia, Paulo Wanderson sonegou, em 2014, a informação de que tinha pendências judiciais, fato que pode colocar em xeque o cargo dele no TCU. Ao G1, o subcontrolador negou irregularidades (veja o que ele diz ao fim deste texto).

Relembre

Paulo Wanderson foi acusado de fazer compras pessoais para ele e a mulher usando dados do cartão de crédito de clientes do Banco do Brasil. As aquisições foram feitas pela internet entre dezembro de 2008 e fevereiro de 2009 – época em que ele era funcionário do banco em Cáceres, interior de Mato Grosso.
Em meio aos itens adquiridos estão passagens de avião, ingresso para evento, máquina de lavar, geladeira, televisão e aparelho de ar-condicionado. O episódio foi investigado pela Polícia Federal e virou uma denúncia formal do Ministério Público do estado.
Apurações contra o subcontrolador Paulo Wanderson — Foto: Reprodução/TV GloboApurações contra o subcontrolador Paulo Wanderson — Foto: Reprodução/TV Globo
Apurações contra o subcontrolador Paulo Wanderson — Foto: Reprodução/TV Globo
As investigações apontaram que ele fez três vítimas: um policial federal, uma servidora do Tribunal Regional do Trabalho e uma advogada. No total, o prejuízo financeiro chega a R$ 10.595.
Uma dessas vítimas relatou ter deixado o cartão cair na agência por engano e que só depois do réveillon percebeu na fatura as compras feitas em nome dela.
O processo contra ele na Justiça não chegou ao fim porque prescreveu. Segundo o Ministério Público, "houve manobras protelatórias para adiar um desfecho".

Saída da CGDF

Após a reportagem do G1, o ministro-substituto André Luis de Carvalho, do TCU, pediu para que Paulo Wanderson saia da CGDF e volte ao tribunal para que possa responder ao processo administrativo movido contra ele.
A Corte tinha cedido o servidor para o governo do DF para que assumisse o cargo de subcontrolador.
Segundo o TCU, o pedido do ministro André Luis de Carvalho ainda está em análise pela Presidência da Corte. Não há prazo para decisão.

O que diz Paulo Wanderson?

“Depois da reportagem, provoquei formalmente o Tribunal, e a Comissão de Ética do TCU se decidiu, na semana passada (19/3), na mesma linha da decisão do Presidente, concluindo, de forma unânime, que ‘não se vislumbra conflito de interesse, desvio ético ou qualquer outra situação que possa atrair a competência desta Comissão’.”
A Comissão de Ética, no entanto, tinha dito que não tinha competência para julgar o caso porque não envolve algum ato de Paulo Wanderson no exercício da função, e sim algo anterior – a nomeação dele. Por isso, o assunto foi remetido para a Presidência do TCU, que ainda não tem prazo para dar a palavra final.
Sobre a denúncia de peculato, Paulo Wanderson afirmou que o processo que tramitou na Justiça de Mato Grosso, há 10 anos, foi encerrado e arquivado definitivamente em 2017, após parecer favorável do próprio Ministério Público do estado, sem ocasionar qualquer tipo de condenação.

FONTE: G1

Carrefour Brasil espera 2º tri melhor que 1º tri com impulso da Páscoa

ECONOMIA
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© Reuters. Carrinho de compras em hipermercado do Carrefour
O Carrefour Brasil espera um segundo trimestre mais positivo que o primeiro em função do efeito calendário positivo da Páscoa, disseram nesta sexta-feira executivos do grupo varejista."Vemos uma recuperação gradual desde julho e essa tendência deve continuar", afirmou a jornalistas o presidente do Carrefour Brasil, Noël Prioux, após encontro com analistas e investidores na capital paulista.Apesar do otimismo, o diretor financeiro do grupo, Sébastien Durchon, ponderou que o nível ainda elevado de desemprego no país continua pressionando o poder de compra dos clientes."Não somos obcecados com o desempenho trimestral... vemos melhora gradual da economia, mas ainda não dá para falar em aceleração (de vendas) nesse começo de ano", afirmou Durchon.


(Por Gabriela Mello)

FONTE: REUTERS

Zika e dengue podem atingir 1 bi no mundo com aquecimento global

SAÚDE

Doenças transmitidas por mosquitos podem afetar até 1 bilhão de pessoas até 2080 se as temperaturas no mundo continuarem subindo, diz estudo

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foto: Reprodução

Até um bilhão de pessoas podem ser expostas a vírus transmitidos por mosquitos, como a dengue e a Zika, até 2080 se as temperaturas continuarem a subir nas taxas atuais, disseram pesquisadores nesta quinta-feira (28).

Prevenir essa expansão de doenças potencialmente fatais exigirá não apenas a vigilância de autoridades de saúde, mas ações rápidas para reduzir a mudança climática e limitar o aquecimento global, alertaram.
A expansão de vírus transmitidos por mosquitos pode "causar perda de produtividade no trabalho, coisas do tipo. Isso levará a declínio econômico nas áreas em que acontecer", disse Sadie Ryan, autora principal do estudo, publicado nesta quinta-feira na revista científica PLOS Neglected Tropical Diseases.
A análise monitorou o movimento previsto de dois dos mais comuns mosquitos transmissores de doenças, o Aedes aegypti e o Aedes albopictus, ao analisar previsões de temperaturas futuras para estimar os riscos até 2050 e até 2080.
Os mosquitos podem carregar vírus incluindo o da dengue, chikungunya e Zika, que podem ser fatais ou causar outros tipos de consequencias debilitantes.
Ainda não existem vacinas para Zika ou chikungunya, e apenas algumas estão em teste para dengue, disse Colin Carlson, outro autor principal da análise.
"No geral, é muito mais fácil para nós impedir que os mosquitos ou os vírus apareçam em algum lugar do que impedir uma epidemia, uma vez que ela já tenha começado", afirmou.


FONTE: REUTERS

Um mundo de plataformas e ecossistemas digitais começa a emergir

TENDÊNCIAS

Se você ainda não está construindo uma plataforma ou ecossistema digital, é provável que seus concorrentes estejam, alerta o Fórum Econômico Mundial


Foto: Shutterstock
Pesquisas mostram que os ecossistemas digitais emergentes poderiam representar mais de US $ 60 trilhões em receita até 2025 (ou mais de 30% da receita corporativa global). Mas apenas 3% das empresas estabelecidas já adotaram uma estratégia de plataforma, segundo o Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês).

Para o setor público, plataformas digitais e ecossistemas são projetados como elementos estratégicos centrais para cidades inteligentes e nações inteligentes.As políticas futuras podem ter um impacto significativo na rapidez com que as plataformas podem crescer e começar a criar valor econômico e social em escala.


Há, portanto, importantes escolhas de governança que exigem uma forte colaboração público-privada, a fim de maximizar o impacto positivo das plataformas digitais tanto para a indústria quanto para a sociedade.
Esta semana, o Fórum Econômico Mundial lançou a iniciativa Plataformas Digitais e Ecossistemas não apenas por serem tópicos em quase todas as agendas do conselho de administração, mas também porque os modelos de plataforma digital já dominam nosso dia a dia e nossas experiências como consumidores, funcionários e cidadãos.Considerando as implicações dos modelos de plataforma e ecossistema para a sociedade, bem como as oportunidades e os riscos que poderiam apresentar no futuro, parece óbvio procurar colaboração entre os setores público e privado, entre gigantes corporativos e startups, e grupos de defesa dos direitos dos consumidores e da sociedade civil, para viabilizar a economia digital e a Quarta Revolução Industrial.Materializado em um documento divulgado no dia 25 de março, o projeto do Fórum, em parceria com a Deloitte, examina como plataformas e ecossistemas digitais são criados, gerenciados e governados. Para isso, foram realizadas entrevistas com executivos seniores das 15 principais plataformas digitais e empresas do ecossistema em várias indústrias. Embora cada história seja única e rica nos insights de sua jornada, algumas lições foram destacadas pelo WEF.
A iniciativa está relacionada à outra do Fórum Econômico Mundial - Indústrias de Transformação Digital - e é uma continuação do trabalho de 2017, intitulado ‘Unlocking Value in the Platform Economy’. A primeira etapa do projeto tem como objetivo capturar a paisagem e as prioridades para a colaboração público-privada em modelos de negócios de plataforma digital, ecossistemas e parcerias, bem como os importantes ângulos de responsabilidade, confiança e governança.Vale ler.

FONTE: CIO

Brasil deixou de ganhar R$ 15,8 bi com base, diz ministro a Trad

BRASIL

Senador de MS discutiu sobre o acordo sobre Alcântara entre Brasil e EUA


O presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, senador Nelsinho Trad (PSD-MS), recebeu nesta quinta-feira (28) o ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, em audiência feita em conjunto com a Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) do Senado Federal, para detalhar o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST), que permite o uso comercial do Centro Especial de Alcântara, no Maranhão, por parte de instituições dos EUA, como as forças armadas e o programa espacial. Nesse período de quase 20 anos, a agência estima que o País tenha perdido cerca de US$ 4 bilhões (cerca de R$ 15,8 bi) por lançamentos não realizados. 
No último dia 18, o documento foi assinado entre os dois países durante a visita do presidente Jair Bolsonaro (PSL) aos EUA.
“O acordo que destrava o uso comercial do Centro de Alcântara precisa da confirmação do Congresso Nacional como condição imprescindível para que seja possível realizar lançamentos espaciais. Por isso, a importância da reunião conjunta”, explicou Nelsinho, que presidiu a audiência.  
De acordo com o Ministério da Defesa, o AST permite que veículos lançadores e cargas úteis comerciais de qualquer nacionalidade contendo equipamentos ou tecnologias norte-americanas sejam lançados de Alcântara. A questão gera dúvidas sobre a soberania do País. Em resposta, o ministro Pontes disse que não existe esse risco. “Vi muita coisa, muita desinformação”, afirmou o ministro.
Segundo a Agência Espacial Brasileira, o primeiro AST foi assinado em 2000 e submetido à aprovação do Congresso no ano seguinte, mas foi devolvido ao Executivo em 2016 sem ratificação. 
O ministro ressaltou que o Brasil manterá o controle da base e destacou que o acordo não permite atividades militares de outros países ou empresas estrangeiras, como o lançamento de mísseis. “O acordo não permite o lançamento de mísseis, não tem nada a ver com a parte militar. É proibido”, disse.  
Pelas regras, o acordo permite que o Brasil lance, a partir da base, foguetes e satélites que contém com material fabricado por americanos e determina, em troca, a proteção dessa propriedade intelectual.
“Os EUA permitem que o Brasil lance foguetes e satélites, de qualquer nacionalidade, que possuam componentes americanos. Em troca, nós garantimos que vamos proteger essa tecnologia americana”, explicou o ministro. 
Conforme o discurso do senador Nelsinho Trad, a audiência pública foi excelente para tornar público o compromisso do ministro Pontes que, mesmo sem citar sobre restrições no acordo, afirmou que equipes brasileiras terão acesso a tudo.
“A gente aprende muito com os detalhes, o que a gente observou aqui, ministro.  É que o Governo Federal tem um homem que veio do espaço que pode ajudar muito, principalmente em pautas polêmicas. Primeira vez que vejo nesta Casa quatro parlamentares da oposição, elogiando a postura do ministro”, comentou Trad.

FONTE: CORREIO DO ESTADO

Netflix começa a avisar assinantes sobre aumento de preço no Brasil

FILMES & SÉRIES

Em e-mail a consumidores, empresa está avisando sobre reajuste

A Netflix começou a notificar assinantes do seu serviço de streaming no Brasil sobre o aumento de preço anunciado no último dia 14 de abril. Todas as categorias vão ficar mais caras já a partir da próxima fatura dos usuários, em maio.
Os novos preços ficaram assim:
  • Plano básico (uma tela, SD): de R$ 19,90 para R$ 21,90
  • Plano padrão (duas telas, HD): de R$ 27,90 para R$ 32,90
  • Plano premium (quatro telas, Ultra HD): de R$ 37,90 para R$ 45,90
Esta é a primeira vez desde 2017 que a Netflix reajusta preços no Brasil. Na ocasião, a empresa deixou mais caros os planos padrão e premium, mas deixou inalterado o plano básico, além de oferecer promoções para usuários mais antigos.
No e-mail encaminhado aos assinantes, a Netflix diz que o aumento acima da inflação foi decidido para que o serviço "continue cada vez melhor". Em comunicado, a empresa disse: "mudamos nossos preços de tempos em tempos para continuar investindo no melhor do entretenimento, além de melhorar a experiência da Netflix para nossos membros no Brasil".
Nos últimos três meses de 2018, a Netflix ganhou 9 milhões de assinantes no mundo todo. Atualmente, o serviço de streaming tem 139 milhões de contas ativas em todo o planeta. Estima-se que, em 2019, a empresa deva gastar US$ 15 bilhões só na produção de séries e filmes originais.

OLHAR DIGITAL

Novo Volvo S60 é exibido pela 1ª vez no Brasil e chega no 2° semestre

AUTO

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Nova geração chega em julho, com aspecto mais esportivo, refino e tecnologias semi-autônomas; resta saber o preçoDepois de apostar toda sua reestruturação em veículos mais lucrativos, com SUVs feitos para todos os segmentos de atuação (o compacto XC40, o médio XC60 e o grande XC90, todos com visual arrojado e tecnologia semi-autônoma a bordo), chegou a vez da sueca Volvo voltar a olha com carinho para um de seus segmentos originais, o de sedãs médios.Assim, a marca está fazendo nesta semana a apresentação global á imprensa especializada da nova geração de um de seus principais modelos, historicamente falando, mas com uma mudança de caráter crucial: o novo S60 promete ser mais esportivo, mas ao mesmo tempo mais econômico e tecnológico.[ x ]Está certo que o novo sedã chega ao Brasil apenas em julho de 2019 -- a perua derivada V60 já é vendida, mas atua num segmento pouco representativo, infelizmente. Como a Volvo não participa do Salão do Automóvel de São Paulo, contato inicial o público brasileiro ficará restrito a eventos próprios da marca a partir do segundo trimestre do próximo ano. Também é certo que, inicialmente, apenas as versões topo de gama estarão disponíveis: R-Design e Polestar (subgrife esportiva da marca).


Como encarar os alemães

Apesar de chegar apenas com versões mais equipadas -- e portanto mais caras -- do S60, a Volvo já avisou que apostará na relação custo-benefício para tentar se destacar no segmento premium -- mas não terá vida fácil contra os alemães.Tecnologia, desempenho dos motores e design serão chamariz, segundo a marca, para vender entre 1.000 e 1.500 unidades anuais do S60 no Brasil. Desta forma, quer saltar do tímido 1,5% de participação que a antiga geração tinha no segmento de sedãs médios de marcas premium, para 15%.A Mercedes-Benz acaba de renovar seu Classe C, que agora conta até com versão "mild-hybrid" (baterias reforçadas dando uma espécie de boost elétrico, além de permitir maior economia de combustível), enquanto a BMW definiu a chegada da nova geração do Série 3, altamente tecnológica e com visual agressivo, para o primeiro semestre de 2019. Há ainda o Audi A4 com boa dose de equipamentos e que também terá mudança visual em breve.Contra este tipo de concorrência, a Volvo iniciará a importação do S60 com as versões de topo: R-Design, com motor T6, 2 litros, com turbo e compressor, 320 cavalos, 40,7 kgfm, tração integral; e Polestar: T8, híbrido, com o mesmo motor 2.0 acoplado a um gerador elétrico, que despeja sua força sobre o eixo traseiro e amplia a potência a 420 cv totais, para fazer o 0-100 km/h em 4,3 segundos, além de detalhes da grade em preto brilhante, rodas de 19 ou 20 exclusivas, suspensão esportiva Ohlins, freios Brembo com pinças amarelas, entre outros itens. Em qualquer configuração, a transmissão é automática de oito marchas.


Assim como acontece com o XC60 e com a perua V60, o S60 deve vir com generoso pacote de itens de série. Destaque para o sistema de condução semiautônoma "Pilot Assist", com Munido de sensores, radares e câmera de 360 graus permitindo modo semi-autônomo de condução em velocidades de até 130 km/h. Visualmente, capô longo, frente robusta, vincos bem discretos e traseira arrebitada são adendos arrojados ao desenho clássico e bem definido de sedã. O carro também está maior. Feito sobre a plataforma SPA, tem 9,6 cm a mais no entre-eixos e 12,6 cm a adicionais no comprimento. Ao mesmo tempo, ficou mais baixo, para ter melhor centro de gravidade (e estabilidade): menos 5,3 cm."Sedã é a praia dos alemães, mas estamos tão bem em outros segmentos que apostamos em um bom desempenho do S60 nas vendas", afirmou Leandro Teixeira, diretor de marketing e de produtos da Volvo Cars Brasil. "Confiamos no nosso carro", completou.

Preços para o Brasil ainda não estão definidos. Nos Estados Unidos, o S60 R-Design parte de US$ 42.545 (R$ 160.300 diretos) -- este valor é promocional e, curiosamente, US$ 5 mil mais em conta do que a mesma versão da geração atual por lá. Nas versões de entrada, o novo S60 acaba sendo US$ 1.500 mais caro, na média. Não há previsão de preço do S60 Polestar nos EUA, ainda.No Brasil, UOL Carros espera algo entre R$ 180 mil e pouco acima dos R$ 200 mil para a primeira versão disponível -- isso considerando que a perua V60, que é fabricada na Europa, chega por R$ 200 mil. Para o Polestar, nada muito abaixo dos R$ 300 mil, infelizmente.

Mudança de passaporte


Fábrica em Charleston (no estado americano da Carolina do Sul), onde o novo S60 é feito, acaba sendo "estratégica", nas palavras de executivos da Volvo, para os planos da marca no Brasil, ainda que seu objetivo inicial não tenha sido este. Aliás, num primeiro pensamento, parece estranho apostar que um carro de origem norte-americana possa ser economicamente viável no Brasil. Mas o motivo para esta nova visão empresarial está nos constantes ataques do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com ameaças infindáveis de sobretaxação e instalação de barreiras alfandegárias, aos produtos produzidos não apenas na China, mas também na Europa.

Como isso traz impactos ao Brasil? Uma possível barreira americana a produtos europeus pode deixar toda a linha de carros produzidos pela Volvo em Gotembrugo (Suécia) e Gent (Bélgica), inviáveis -- a marca ainda tem fábricas na China (em Chengdu e Daqing). E isso até mesmo para outros mercados, como o Brasil.

A solução, então, seria transferir boa parte, senão toda a linha, para os EUA.Além do S60, a instalação pode fabricar também o sedã grande S90 (e sua configuração perua), bem como os SUVs de luxo XC60 e XC90, todos construídos sobre a mesma plataforma modular (a SPA). Destes, apenas o S90 ainda não é vendido no Brasil, embora já esteja em exibição. Ou seja, se a situação político-econômica apertar, mais modelos poderão chegar ao Brasil da América do Norte -- e algo que parecia um mau negócio pode se converter em salvação da lavoura.