quinta-feira, 28 de março de 2019

Audiência debaterá sacrifício de animais por motivos religiosos

28/03/2019 - 08h13


A Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados realiza nesta manhã audiência pública para debater o sacrifício de animais por motivos religiosos.
A deputada Erika Kokay (PT-DF), que solicitou a reunião, lembra que está pronto para a pauta do Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) o recurso extraordinário (RE 494.601) que discute se o sacrifício de animais por motivos religiosos ofende a Constituição Federal.
“Por ser assunto de interesse nacional, entendemos como necessária a realização de audiência pública para que os principais afetados, especialmente os povos tradicionais de matriz africana, possam apresentar suas considerações sobre esse processo”, disse a deputada.
O assunto já foi discutido em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, em agosto de 2018. Na reunião, representantes dos povos tradicionais e de matriz africana caracterizaram a eventual proibição do sacrifício de animais como perseguição aos seus rituais religiosos.
Questionamento no STF
Ministério Público do Rio Grande do Sul apresentou o recurso ao STF em 2006, questionando a lei estadual que permite o sacrífico de animais em cultos e liturgias das religiões de matriz africana. Essa permissão foi introduzida no Código de Proteção aos Animais do RS pela Lei estadual 12.131/04. Uma decisão do Tribunal de Justiça do RS já negou pedido de declaração de inconstitucionalidade da lei.
Para o MP-RS, no entanto, a lei estadual trata de matéria de competência privativa da União e não deveria conceder essa permissão apenas às religiões de matriz africana.
O relator do recurso no STF, ministro Marco Aurélio, apresentou seu voto em agosto do ano passado. Ele votou pelo parcial provimento ao recurso extraordinário, considerando constitucional o sacrifício de animais em ritos religiosos de qualquer natureza, desde que vedada a prática de maus-tratos no ritual e condicionado o abate ao consumo da carne.
Já o ministro Edson Fachin, em voto apresentado também em agosto de 2018, decidiu negar provimento ao recurso e manter o texto original da lei estadual. Para ele, a menção específica às religiões de matriz africana na lei gaúcha não traz inconstitucionalidade, uma vez que a utilização de animais é “de fato intrínseca a esses cultos”.
Fachin também citou a Instrução Normativa 3/00, do Ministério da Agricultura, relativa ao abate humanitário de animais de açougue. Essa norma faculta o sacrifício de animais para fins religiosos, desde que destinados ao consumo por comunidade religiosa ou ao comércio internacional com países que façam essa exigência, atendidos os métodos de contenção dos animais.
Na ocasião, o julgamento foi suspenso por um pedido de vista do ministro Alexandre de Moraes.
Convidados
Foram convidados para o debate:
- a coordenadora-geral do Fórum Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos Tradicionais de Matriz Africana (Fonsanpotma), Regina Nogueira;
- o professor da Universidade de Brasília (UnB) Wanderson Flores do Nascimento;
- o advogado Édio Silva;
- a professora Iya Dolores, representante do Coletivo da Teia Nacional Legislativa em Defesa dos Povos Tradicionais de Matriz Africana;
- a representante da Frente Parlamentar em Defesa dos Povos Tradicionais de Matriz Africana da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Iya Vera Soares;
- o representante do Setorial de Expressões Culturais Afrobrasileiras do Conselho Nacional de Política Cultural, pai Paulo César Pereira de Oliveira;
- a professora da Universidade de Brasília (UnB) Elisabetta Recine, ex-presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea);
- a procuradora federal dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal, Deborah Duprat;
- o procurador do Ministério Público Federal Jaime Mitropoulos, integrante do Grupo de Trabalho sobre Racismo e Laicidade no âmbito do MPF.
A audiência está marcada para as 10 horas, no plenário 10.

Assista ao vivo
Da Redação
Edição – Pierre Triboli
Com informações do STF

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    MP que viabilizou privatização de distribuidoras da Eletrobras é tema de debate

    28/03/2019 - 08h10


    A comissão mista que analisa a Medida Provisória 855/18 promove audiência pública nesta manhã para discutir o texto. 

    A MP determinou que a Amazonas Energia e a Companhia Energética de Alagoas (Ceal) poderão receber até R$ 3 bilhões para cobrir despesas com combustíveis usados na geração de energia elétrica entre 1º de julho de 2017 e a data da transferência do controle acionário para o novo operador (o leilão de privatização ocorreu em dezembro de 2018).
    Apesar do texto tratar das duas distribuidoras, a medida beneficia sobretudo a Amazonas Energia, que opera centrais de geração em locais isolados da Amazônia, que usam combustível para produzir eletricidade. A empresa possui hoje uma dívida com a Petrobras, que fornece os combustíveis.
    Os recursos virão da Reserva Global de Reversão (RGR), uma conta financeira administrada pela Eletrobras e abastecida por depósitos das concessionárias de energia elétrica. Em caso de insuficiência da RGR, o valor poderá ser complementado pela Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). A CDE é uma espécie de “fundo” formado pelas distribuidoras e pelo Tesouro Nacional para financiar uma série de atividades do setor elétrico.
    O pagamento dos R$ 3 bilhões será feito em 60 parcelas mensais a partir da data de assinatura do novo contrato de concessão – ou seja, o novo concessionário é que receberá os valores. 
    Além do recebimento dos valores para cobrir os custos com combustível, a MP 855 traz outro dispositivo que tornou a privatização das duas empresas mais atraentes: uma carência de cinco anos para cumprir os requisitos de eficiência econômica e energética estabelecidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
    Convidados
    Foram convidados para o debate representantes do Ministério de Minas e Energia; da Aneel; do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese); e da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU); além do ex-ministro de Minas e Energia Nelson José Hubner Moreira.
    A comissão mista, que foi instalada na semana passada, é presidida pelo senador Wellington Fagundes (PR- MT); a relatoria está sob responsabilidade do deputado Edio Lopes (PR-RR).
    A audiência será realizada no plenário 2 da ala Nilo Coelho, no Senado. Os internautas poderão participar da discussão por meio do e-Cidadania.

    ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

    Da Redação – MO

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    Comissão de Educação promove debate sobre violência nas escolas

    28/03/2019 - 08h05


    Atentado ocorrido recentemente em Suzano motivou deputados a discutirem medidas preventivas para evitar novos episódios de violência
    A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados promove audiência pública nesta manhã para debater a violência nas escolas e medidas preventivas. Os autores do pedido para o debate são os deputados Professor Israel Batista (PV-DF) e Roberto de Lucena (Pode-SP).
    Preocupados com o recente atentado a estudantes e professores em uma escola no município de Suzano (SP), os deputados querem discutir medidas urgentes para conter o que chamam de “epidemia de violência nas escolas”.
    “Infelizmente, não foi um evento isolado, há registros de outros ataques semelhantes já realizados, no Brasil e no exterior”, destacou Lucena.
    Foram convidados para a audiência pública o secretário municipal de Educação de Suzano (SP), Leandro Bassini; representante do Movimento Todos pela Educação, João Marcelo Borges; professora, escritora e mestre em Educação, Tânia Zagury; e representante do Instituto Sou da Paz, Felippe Angeli.
    A reunião ocorre às 9h30, no plenário 8, com transmissão interativa pelo portal e-democracia.
    Da Redação - GM

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    Comissões debatem fim de benefício tributário para produtores rurais

    28/03/2019 - 08h03


    Convênio do Confaz que reduz em 60% ICMS sobre insumos agrícolas perde a validade em 30 de abril
    As comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural e de Finanças e Tributação da Câmara promovem audiência pública conjunta nesta manhã para discutir os impactos da não prorrogação pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) de convênio de ICMS que beneficia produtores rurais.
    Autor do pedido para o debate, o deputado Jose Mario Schreiner (DEM-GO) lembra que o Convênio ICMS 100/97 reduz em 60% a base de cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nas saídas interestaduais de diversos insumos utilizados na agricultura e pecuária, como pesticidas; rações para animais; embriões e sêmen; calcário e gesso utilizados como corretivos; sementes básicas; mudas de plantas; esterco animal; condicionadores de solo, entre outros.
    A norma tem vigência até 30 de abril. Para Schreiner, é preciso avaliar o impacto da não renovação no custo de produção do produtor rural brasileiro.
    Foram convidados para a audiência pública:
    - secretário-executivo do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), Bruno Pessanha Negris;
    - presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freiras;
    - presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins da Silva Júnior;
    - gerente de Políticas Fiscal e Tributária da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Mário Sérgio Carraro Telles.
    O debate ocorre às 9 horas, no plenário 6.

    Assista ao vivo
    Da Redação - GM

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    Agenda do dia

    28/03/2019 - 07h54


    9 horas
    Votações em Plenário

    Análise de acordos internacionais e de proposições remanescentes do dia anterior.
    Plenário Ulysses Guimarães
    9h05
    Sessão Solene
     
    Homenagem aos trabalhos realizados pela Polícia Federal.
    Plenário Ulysses Guimarães
    9 horasComissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; e Comissão de Finanças e Tributação
    Audiência pública para debater os impactos da não prorrogação do Convênio ICMS 100/97.
    Foram convidados, entre outros, o secretário-executivo do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), Bruno Pessanha Negris; os presidentes da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas; e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins da Silva Júnior. 
    Plenário 6
    9 horas 
    Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher

    Apresentação do planejamento estratégico; discussão do acordo de procedimento; e votação de requerimento. 
    Plenário 12
    9 horas
    Comissão Mista sobre a MP 855/18

    Medida provisória que determina que duas distribuidoras da Eletrobras poderão receber até R$ 3 bilhões para cobrir despesas com combustíveis usados na geração de energia elétrica.
    Audiência pública para debater a medida. 
    Foram convidados, entre outros, representantes do Ministério de Minas e Energia e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel); e o ex-ministro de Minas e Energia Nelson Hubner.
    Evento interativo pelo e-Cidadania
    Plenário 2 da ala Nilo Coelho, no Senado
    9h30Comissão de Educação
    Audiência pública sobre a violência nas escolas e medidas preventivas. 
    Foram convidados, entre outros, o secretário municipal de Educação de Suzano (SP), Leandro Bassini; o representante do Movimento Todos pela Educação, João Marcelo Borges; e a professora e escritora Tânia Zagury.
    Evento interativo pelo e-Democracia
    Plenário 8
    10 horas
    Comissão de Cultura

    Audiência pública para discutir sobre a Tradição Alimenta Não Violenta.
    Foram convidados, entre outros, a coordenadora-geral do Fórum Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos Tradicionais de Matriz Africana (Fonsanpotma), Regina Nogueira; o professor Wanderson Flores do Nascimento, da Universidade de Brasília (UnB); e o advogado Édio Silva.. 
    Plenário 10
    10 horas
    Comissão Mista sobre a MP 862/18

    Medida provisória que autoriza o DF a instituir uma região metropolitana com municípios limítrofes ao seu território.
    Audiência pública para debater a medida. 
    Foram convidados o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha; o governador de Goiás, Ronaldo Caiado; e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema.
    Evento interativo pelo e-Cidadania
    Plenário 3 da ala Alexandre Costa, no Senado
    10 horas
    Grupo Parlamentar Brasil-China

    Reativação do Grupo Parlamentar, filiação de seus membros, eleição e posse da Diretoria; e votação do Estatuto.
    Plenário 7 da ala Alexandre Costa, no Senado
    14 horas
    Comissão Mista sobre a MP 861/18

    Medida provisória que cria região metropolitana do Distrito Federal.
    Debate sobre a medida.
    Foram convidados representantes da secretaria de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal; da secretaria de Gestão Corporativa do Ministério da Economia; do departamento de Registro Empresarial e Integração do Ministério da Economia; e da junta Comercial do Distrito Federal.
    Evento interativo pelo e-Cidadania
    Plenário 2 da ala Nilo Coelho, no Senado
    16 horasVotações em Plenário
    Análise de propostas remanescentes da sessão anterior.
    Plenário Ulysses Guimarães

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    Câmara aprova projeto que facilita pedido de divórcio de vítima de violência

    27/03/2019 - 22h54


    Proposta garante à vítima de violência doméstica e familiar assistência judiciária para o pedido de divórcio
    Najara Araújo/Câmara dos Deputados
    Ordem do dia para discussão e votação de diversos projetos
    Plenário aprovou permissão para mulher propor ação de divórcio no juizado específico de violência doméstica e familiar
    O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (27) proposta que garante à vítima de violência doméstica e familiar assistência judiciária para o pedido de divórcio. A matéria será enviada ao Senado.
    O texto aprovado é um substitutivo da deputada Erika Kokay (PT-DF) ao Projeto de Lei 510/19, do deputado Luiz Lima (PSL-RJ). O texto determina que caberá ao juiz assegurar à mulher vítima de violência o encaminhamento para a assistência se ela desejar pedir o divórcio ou dissolução da união estável.
    O prazo será o mesmo para outros procedimentos, de 48 horas após recebido o pedido de medidas protetivas.
    O texto também prevê que caberá à delegacia na qual ocorrer o atendimento da mulher informá-la sobre esse serviço disponível. “O projeto é simbólico em um momento de tanta polarização na política nacional, pois prova que esta Casa pode ter convergência”, ressaltou Lima, agradecendo à relatoria de Erika Kokay.
    Mesmo juizado
    O substitutivo dá a opção à mulher de propor a ação de divórcio ou de dissolução de união estável no próprio juizado específico de violência doméstica e familiar contra a mulher.
    Entretanto, por se tratar de assunto cujo tratamento jurídico demanda mais tempo, a relatora excluiu da competência desse tipo de juizado a partilha de bens.
    Caso a situação de violência doméstica e familiar contra a mulher tenha se iniciado após o ajuizamento da ação de divórcio ou de dissolução de união estável, esta ação terá preferência no juízo onde estiver.
    Prioridade de tramitação
    De igual forma, o texto muda o Código de Processo Civil (Lei 13.105/15) para garantir prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, aos procedimentos judiciais em que figure como parte a vítima de violência doméstica e familiar nos termos da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06).
    Para a relatora, o juizado especializado possui atendimento mais humanizado para situações que também são comuns a muitas ações de divórcio. “Assim, os fatos serão conexos, sendo interessante e também eficiente que o mesmo magistrado já possa determinar o divórcio”, afirmou.

    ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

    Reportagem – Eduardo Piovesan
    Edição – Pierre Triboli

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    Câmara aprova projeto que dá autonomia a partidos sobre mandato de dirigentes

    27/03/2019 - 21h59


    Deputados ainda votarão destaques que podem alterar pontos da proposta
    Luis Macedo/Câmara dos Deputados
    Ordem do dia para discussão e votação de diversos projetos
    Plenário aprovou autonomia dos partidos para definir prazo de duração dos mandatos de dirigentes partidários
    O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (27) o Projeto de Lei 1321/19, do deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), que garante a autonomia dos partidos políticos para definir o prazo de duração dos mandatos dos membros dos seus órgãos partidários permanentes ou provisórios.
    Na próxima semana, os deputados começarão a votar os destaquesapresentados ao substitutivo do deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), que também trata de recursos do Fundo Partidáriorecebidos pelos partidos para serem aplicados na promoção da participação feminina na política.
    O texto aprovado disciplina questões que vinham sendo tratadas em resoluções do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No caso dos órgãos partidários provisórios, o TSE decidiu, por meio da Resolução 23.571/18, que esse tipo de órgão, a partir de 1º de janeiro de 2019, teria 180 dias para ser convertido em definitivo.
    Com o substitutivo, o prazo de vigência dos órgãos provisórios será de até oito anos. Um dos destaques pendentes de votação propõe dois anos.
    Entretanto, o texto aprovado prevê que, após o fim desses oito anos, não haverá a extinção automática e o cancelamento de seu CNPJ.
    Prestação de contas
    Quanto aos órgãos municipais que não tenham movimentado recursos ou arrecadado bens estimáveis em dinheiro, o substitutivo os dispensa de enviar declarações de isenção, de débitos e créditos tributários federais e demonstrativos contáveis à Receita Federal.
    A comprovação da inexistência de movimentação financeira poderá ser por certidão de órgão superior ou do próprio órgão regional e municipal.
    Para aqueles que já estejam com seu CNPJ inativado pela Receita, o texto permite o envio de declaração simplificada de que não houve movimentação financeira para requerer a reativação da inscrição sem taxas, multas ou demais encargos.
    Outra mudança na Lei dos Partidos Políticos (9.096/95) permite à legenda participar de pleitos eleitorais se não enviar à Justiça eleitoral, anualmente, o balanço contábil do exercício anterior.
    Em todas as decisões da Justiça eleitoral sobre prestações de contas, mesmo aquelas rejeitadas, os dirigentes partidários não poderão ser inscritos no Cadastro Informativo dos Créditos não Quitados de Órgãos e Entidades Federais (Cadin).
    Responsabilidade civil e criminal
    Em relação à responsabilidade civil e criminal dos dirigentes partidários, o texto as define como subjetivas e que somente deverão atingir o dirigente responsável pelo órgão à época do fato, não impedindo os atuais dirigentes de receber recursos do Fundo Partidário.
    Atualmente, a lei prevê responsabilização apenas se for verificada irregularidade grave e insanável por meio de conduta dolosa que implique enriquecimento ilícito e lesão ao patrimônio do partido.
    Participação feminina
    O texto também trata de recursos que os partidos deveriam ter destinado, em anos anteriores, à promoção e difusão da participação feminina na política. Segundo o substitutivo, os partidos que, antes de decisão final do Supremo Tribunal Federal (STF) em ação direta de inconstitucionalidade (ADI), tinham acumulado recursos de repasses do Fundo Partidário a serem destinados ao estímulo da participação das mulheres na política, poderão usá-los para essa finalidade até o exercício de 2020, como forma de compensação.
    A lei dos partidos determina a aplicação anual nessa finalidade de um mínimo de 5% do dinheiro recebido do Fundo Partidário. Em 2015, a Lei 13.165/15 permitia o acúmulo desse dinheiro, se não usado nessa finalidade em anos anteriores, para aplicação em campanhas eleitorais de candidatas, sem aplicação de penalidade de aumento dos gastos em 12,5% desse repasse.
    Após o julgamento da ADI 5.617, considerando inconstitucional esse acúmulo, o Supremo demorou para regulamentar os efeitos passados desse trecho. Ao fazer isso, determinou que o passivo acumulado deveria ser transferido para as campanhas eleitorais das mulheres em 2018. Entretanto, essa decisão foi tomada às vésperas das eleições (3 de outubro).
    Nesse sentido, o projeto permite aos partidos que ainda tenham recursos de anos anteriores em contas específicas para participação das mulheres na política usarem o dinheiro para essa finalidade até o ano de 2020.
    Para aqueles que tenham usado os recursos nas campanhas eleitorais, conforme permitido pelo Supremo, o substitutivo concede uma anistia de penalidades como a rejeição das contas ou qualquer outra penalidade, como o aumento de 12,5% dos recursos não gastos. No entanto, esse trecho ainda está pendente de votação por causa de um destaque.
    A anistia vale também para aqueles que não aplicaram no incentivo à participação feminina e não repassaram os recursos para campanhas eleitorais de mulheres.
    Comissionados
    Por fim, o projeto anistia as devoluções, cobranças e transferências ao Tesouro Nacional de doações feitas em anos anteriores por servidores públicos que exerçam função ou cargo público de livre nomeação e exoneração, desde que filiados a partido político.

    ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

    Reportagem – Eduardo Piovesan
    Edição – Pierre Triboli

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    CPI do BNDES é instalada

    27/03/2019 - 21h34


    Deputados querem esclarecer se houve privilégio nos empréstimos a empresas em contratos firmados no exterior
    Cleia Viana/Câmara dos Deputados
    Instalação da Comissão e eleição do presidente e dos vice-presidentes
    Vanderlei Macris (C) é o presidente da CPI e Altineu Côrtes (D), o relator
    Uma Comissão Parlamentar de Inquérito irá investigar se houve irregularidades em atos praticados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) entre os anos de 2003 e 2015.
    A CPI foi instalada nesta quarta-feira (27). O presidente do colegiado, deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), explicou que o colegiado vai investigar se o banco privilegiou um grupo de empresas nos investimentos.
    Para Macris, é preciso esclarecer se houve benefício para o Brasil em transações com outros países.
    Uma mudança no estatuto social do BNDES permitiu que a entidade financiasse a aquisição de ativos e investimentos realizados por empresas brasileiras no exterior, desde que contribuíssem para o desenvolvimento econômico e social do País.
    Segundo Macris, essas operações envolveram bilhões de dólares e nunca foram esclarecidas. "São contratos internacionais feitos com Cuba, Venezuela e vários países africanos e que não foram muito bem explicados”, alertou.
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    O presidente da CPI avalia que esses empréstimos internacionais foram feitos quando o próprio Brasil precisava de recursos para promover economicamente o seu desenvolvimento. “Nós tivemos esses recursos desviados e os contratos foram considerados sigilosos pelo governo. Ninguém teve acesso", criticou.
    Vanderlei Macris acrescentou que será solicitada toda a documentação das CPI que investigou o BNDES na legislatura passada. A comissão votou relatório final em fevereiro de 2016 e fez diversas recomendações

    O relator da CPI será o deputado Altineu Côrtes (PR-RJ). Ele destacou que a sociedade precisa saber se foram desviados recursos do banco que deveriam ter sido empregados em obras e geração de empregos dentro do Brasil. "A gente pretende fazer um trabalho dedicado, sem coloração partidária, mas nós não podemos deixar que esse prejuízo que foi causado à população brasileira passe em branco”, prometeu.
    A CPI será composta por 34 membros titulares e 34 suplentes e tem prazo de 120 dias para concluir seus trabalhos. O roteiro de trabalho deverá ser apresentado pelo relator na próxima terça-feira (02 abril).
    Reportagem – Mônica Thaty
    Edição – Geórgia Moraes

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    Novo quer rever posição do STF sobre julgamento de crimes relacionados a caixa dois

    27/03/2019 - 20h42


    Luis Macedo/Câmara dos Deputados
    Ordem do dia para discussão e votação de diversos projetos. Dep. Marcel Van Hattem (NOVO - RS)
    Marcel Van Hattem: emenda garantiria competência da Justiça comum sobre crimes conexos ao caixa dois
    O líder do Novo, deputado Marcel Van Hattem (RS), tentou incluir no projeto de autonomia dos partidos sobre mandatos de dirigentes partidários (PL 1321/19) a revisão da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que garantiu à Justiça Eleitoral a competência sobre crimes conexos com o financiamento ilegal de campanhas, como corrupção e lavagem de dinheiro. A decisão foi considerada uma derrota da Operação Lava Jato.
    Van Hattem apresentou emenda para alterar a Lei dos Partidos Políticos (9.096/95) e o Código de Processo Penal (Decreto-Lei 3.689/41) para garantir a competência da Justiça comum – Justiça federal ou estadual – sobre os crimes conexos ao financiamento ilegal de campanhas.

    A emenda, no entanto, foi considerada inconstitucional e o partido não conseguiu apoio para aprovar recurso no Plenário da Câmara dos Deputados. Van Hattem disse que a medida é uma reivindicação popular. “Precisamos determinar quem é a favor da Lava Jato e que a Justiça comum prevaleça nos crimes ligados ao financiamento eleitoral”, disse.

    Críticas
    A medida foi criticada pelo líder do PP, deputado Arthur Lira (PP-AL). “Decisão judicial do Supremo Tribunal Federal a gente cumpre, a decisão foi correta ao interpretar a Constituição do Brasil e em nada atrapalhou a Operação Lava Jato”, disse.

    A oposição também criticou a medida. “O Parlamento não pode ser usado para que setores do Judiciário afrontem o Supremo Tribunal Federal”, disse a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA).
    O deputado Luiz Flávio Gomes (PSB-SP) destacou que a competência de julgamento dos crimes conexos aos eleitorais não pode ser alterada por lei ordinária, como pretendeu o líder do Novo. Ele sugeriu que os líderes partidários apoiem colocar em regime de urgência o projeto enviado ao Congresso pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro, para resguardar a competência da Justiça comum sobre os crimes conexos (PLP 38/19).

    ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

    Reportagem – Carol Siqueira
    Edição – Pierre Triboli

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    Direitos Humanos ouve entidades sobre sua agenda deste ano

    27/03/2019 - 20h28


    Michel Jesus/Câmara dos Deputados
    Audiência pública aberta com representações da sociedade civil, movimentos sociais e agentes públicos com atuação em direitos humanos
    Comissão ouviu as demandas de entidades da sociedade civil
    A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados realizou audiência pública para ouvir as demandas de entidades representativas da sociedade civil. O presidente da comissão, deputado Helder Salomão (PT-ES) destacou que a reunião vai pautar as ações da comissão durante todo o ano.
    "Essa comissão continuará a ser um espaço de acolhimento para as demandas da sociedade, para a proteção dos direitos humanos sob a ótica da proteção da vida, o bem mais precioso de qualquer pessoa. Vamos juntos resistir e reagir a todos os ataques aos direitos humanos no nosso país", disse.
    A representante da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, Sônia Guajajara, afirmou que a comissão vai ter muito trabalho, “porque a pauta do governo é o desmonte dos mecanismos de defesa dos direitos humanos”.
    A procuradora federal dos direitos do cidadão, Deborah Duprat, criticou a extinção do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea), o que, segundo ela, deve recolocar o país no mapa do fome.
    "A extinção do Consea não é só a extinção de um órgão, é a desorganização de um sistema de segurança alimentar e nutricional que permitiu que o Brasil saísse do mapa da fome em 2014, e que está voltando. O sistema está totalmente desorganizado, ele está desorganizado no plano federal, mas ele tem as suas implicações em estados e municípios", afirmou.
    Reportagem - Karla Alessandra
    Edição – Wilson Silveira

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