quinta-feira, 28 de março de 2019

Senado aprova limites a pagamento antecipado em contratos com o governo


  
Da Redação | 27/03/2019, 20h03
O Plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (27) projeto que limita o pagamento antecipado nos contratos com a administração pública. O Projeto de Lei da Câmara (PLC) 169/2015 foi inspirado nas investigações das Comissões Parlamentares de Inquérito dos Correios e do Mensalão.
Segundo o autor, ex-deputado Antonio Carlos Mendes Thame, empresas do publicitário Marcos Valério, condenado por desvios no Mensalão, receberam pagamentos substanciais antes mesmo da aprovação das campanhas publicitárias contratadas.
A ideia original de Thame foi proibir taxativamente a antecipação de pagamentos, mas emenda do relator na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), o ex-senador Ricardo Ferraço, passou a permitir o pagamento antecipado de forma excepcional, se houver previsão em edital e garantias efetivas da realização integral e satisfatória do objeto do contrato. Segundo Ferraço, tanto a Controladoria-Geral da União (CGU) quanto o Tribunal de Contas da União (TCU) admitem pagamento antecipado nessas hipóteses.
O projeto altera a Lei de Licitações (Lei 8.666, de 1993) na parte relativa ao edital e ao pagamento. Como houve mudanças no Senado, o projeto voltará à Câmara dos Deputados, que analisará os aperfeiçoamentos feitos pelos senadores.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

PEC que permite a militares atuar como professores é discutida em Plenário


  
Da Redação | 27/03/2019, 20h15
Passou pela quarta sessão de discussão em primeiro turno nesta quarta-feira (27) a proposta de emenda à Constituição (PEC 141/2015) que permite a militares a acumulação do cargo com as funções de professor ou profissional da saúde. A mudança vale para integrantes das polícias e dos corpos de bombeiros militares dos estados e do Distrito Federal. O texto ainda precisa passar por mais uma sessão de debates antes de ser votado em primeiro turno.
Uma regra geral da Constituição proíbe a acumulação remunerada de cargos e empregos públicos. No entanto, prevê algumas exceções: se houver compatibilidade de horários, servidores civis podem desempenhar dois cargos de professor; um cargo de professor com outro técnico ou científico; ou dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde. A PEC estende esse benefício aos militares estaduais.
Relator da matéria na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), explicou que, pela Constituição, o princípio em geral é da inacumulabilidade, em que não se podem acumular cargos públicos.
— Mas a própria Constituição abre uma exceção para os servidores civis acumularem seu cargo de natureza técnica com o cargo do magistério ou na área médica, mas não estende essa possibilidade aos policiais militares e bombeiros militares. Então, a proposta, que me parece justa, é de estender a mesma regra de exceção a esses servidores — declarou.
A senadora Eliziane Gama (PPS-MA) acrescentou que a proposta é uma regularização de uma atividade muitas vezes feita pelo militar na clandestinidade para melhorar os rendimentos ao final do mês.
— Os militares, de uma forma geral, acabam tendo salários muito baixos, têm a insalubridade, têm uma série de situações, adicional noturno, e eles acabam sendo barbaramente prejudicados. Salários baixos, têm uma dedicação exclusiva e não conseguem sustentar as suas próprias famílias. São situações que precisam ser corrigidas — afirmou Eliziane.
Para o senador Major Olímpio (PSL-SP), a PEC vai reparar “grave injustiça” com os militares e ainda reforçar a aproximação da instituição policial e do bombeiro militar com a população.
— Essa PEC permite um duplo vínculo ao policial militar e ao bombeiro militar de exercerem atividades também como educadores e também na área da saúde. Nós temos só na Polícia Militar de São Paulo mais de 8 mil policiais militares que são professores e que têm o impeditivo de terem o vínculo como militar e também como um professor do estado. Nós temos, nos quadros médicos da Polícia Militar e do Bombeiro Militar, profissionais altamente capacitados, tão capacitados que podem ser professores nas universidades públicas. Podem tecnicamente, mas têm a restrição legal — argumentou.
Em todos os casos, todos os profissionais que acumulam cargos devem respeitar o teto de renumeração no serviço público. No caso dos estados e do Distrito Federal, o limite é o salário do governador.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Guedes propõe pacto federativo com mais recursos para estados e municípios


  
Augusto Castro | 27/03/2019, 20h17
Convidado da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) nesta quarta-feira (27), o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu o controle dos gastos públicos, disse que a reforma da previdência precisa ser aprovada com urgência e prometeu um pacto federativo com descentralização de recursos a favor de estados e municípios. A audiência pública interativa foi comandada pelo presidente da CAE, senador Omar Aziz (PSD-AM) e contou com a participação de dezenas de senadores e senadoras, inclusive o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, que garantiu ao ministro que os senadores querem ajudar o Brasil e colaborar com as iniciativas do Executivo.
Paulo Guedes afirmou que o governo Jair Bolsonaro pretende destinar, para estados e municípios, algo em torno de 70% dos recursos da venda de petróleo do pré-sal, invertendo a lógica atual, em que a União fica com 65% desse dinheiro. O ministro prometeu ainda programas para ajudar esses entes federados. A primeira ação seria emergencial e será lançada em até 30 dias para socorrer de imediato os estados e municípios que já estão quebrados. Em seguida, o governo quer promover um redesenho das finanças estaduais, com ajuste fiscal, controle de gastos e previsibilidade orçamentária.
Tudo isso servirá para redistribuição dos recursos públicos entre todos os membros da Federação, para resolver o superendividamento dos estados e dar sustentabilidade orçamentária a todos. Há ainda a ideia de haver uma reforma fiscal com a instituição de um imposto único federal que seria compartilhado com estados e municípios. No final, segundo o ministro, o pacto federativo servirá para “desentortar o Brasil”, recolocar os orçamentos na mão dos parlamentares e “redesenhar o futuro”.
O ministro da Economia disse que o Brasil foi governado nos últimos 30 anos pela centro-esquerda e por um modelo econômico centralizador que inchou o Estado, acarretando descontrole de gastos e desequilíbrio financeiro. Agora, segundo opinou Paulo Guedes, o Brasil é governado pela centro-direita, uma aliança entre conservadores e liberais que defende um estado menor, controle de gastos públicos e alianças políticas em prol do que entende ser bom para o país.
Ele afirmou também ter “plena convicção de que o Brasil é uma democracia virtuosa”, traçou um panorama político-econômico do país nos últimos 50 anos e alertou que o governo Bolsonaro está promovendo uma ruptura no tradicional sistema de alianças entre Executivo e Legislativo. Também avisou aos senadores presentes que, sem a aprovação da reforma da previdência nos próximos meses, todos esses planos a favor de municípios, estados e Distrito Federal ficarão muito mais difíceis de serem implementados.
Ao afirmar que a média de crescimento econômico do Brasil nos últimos 30 anos ficou abaixo de 2% ao ano, Paulo Guedes avaliou que “o modelo econômico está errado”. Para ele, o Estado brasileiro tem de ser menor e gastar menos.
— Acredito nos nossos poderes independentes. Acredito plenamente no vigor de nossa democracia, tenho certeza que cada um vai fazer o seu papel. Temos poderes independentes que precisam convergir para o bem público — disse Paulo Guedes antes de afirmar que a principal fonte de desequilíbrio das contas do país é a Previdência e que a reforma está nas mãos dos parlamentares agora.
O ministro defendeu a aprovação da chamada "nova Previdência", com a qual ele pretende economizar R$ 1 trilhão em 10 anos. Se a reforma for aprovada com uma economia menor, Paulo Guedes afirmou que “a armadilha será empurrada para filhos e netos”. Para o ministro, o redesenho federativo é importante e vai ajudar a melhorar o país, mas a reforma da Previdência é “questão de sobrevivência e para este ano ainda”.

Debate

Quando os senadores começaram a fazer seus questionamentos ao ministro da Economia já haviam 26 inscritos para falar, a maioria preferiu tratar sobre a reforma previdenciária. O primeiro deles foi o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que garantiu ao convidado que há, no Parlamento, boa vontade suprapartidária em relação à necessidade de aprovação da reforma da Previdência, mas avisou que existem discordâncias pontuais.
Os senadores Luis Carlos Heinze (PP-RS) e Eliziane Gama (PPS-MA) disseram que os estados deixaram de arrecadar cerca de R$ 630 bilhões em repasses da Lei Kandir desde 2003 e que as dívidas estaduais já somam R$ 680 bilhões. Só o estado do Maranhão, disse Eliziane, tem perdas acumuladas de R$ 11 bilhões. Para Heinze, a situação da maioria dos estados está insustentável. Em resposta, Paulo Guedes afirmou que, se for obrigada a pagar esses R$ 630 bilhões, a União quebra.
Em resposta ao senador Lasier Martins (Pode-RS), Paulo Guedes disse que a ideia do governo é substituir os repasses da Lei Kandir e do Fundo de Exportações por um programa de repasses mais volumoso e mais vantajoso para os estados já a partir de 2020.
Por sua vez, o líder do PSL no Senado, senador Major Olimpio (SP) disse que o orçamento brasileiro não pode ficar engessado e cobrou da equipe econômica que alimente os parlamentares da base governista com informações para defesa e sustentação das iniciativas do governo federal.
O senador José Serra (PSDB-SP) criticou a intenção do governo Bolsonaro de abrir mão dos benefícios da Organização Mundial do Comércio (OMC) em troca do ingresso do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Para Serra, seria uma troca desvantajosa. Ele também afirmou que o gasto público já é descentralizado no Brasil e sugeriu a criação do Conselho de Gestão Fiscal para ajudar os estados a reequilibrarem as contas e controlarem a aplicação dos recursos públicos.
O senador Weverton (PDT-MA) pediu ao ministro a revisão da fórmula de cálculo da classificação fiscal dos estados, que leva em conta a capacidade de investimento, a liquidez e a poupança do respectivo estado. Como a maioria dos estados não têm recursos poupados, acabam ficando com notas baixas, o que impede a contratação de novos empréstimos externos, por exemplo.
Também participaram dos debates os senadores Rogério Carvalho (PT-SE), Jean Paul Prates (PT-RN), Kátia Abreu (PDT-TO), Alessandro Vieira (PPS-SE), Paulo Paim (PT-RS), Luiz do Carmo (MDB-GO), Oriovisto Guimarães (Pode-PR), Esperidião Amim (PP-SC), Plínio Valério (PSDB-AM), Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), Rose de Freitas (Pode-ES), Zequinha Marinho (PSC-PA), Carlos Viana (PSD-MG), Cid Gomes (PDT-CE), Irajá (PSD-TO) e outros. A reunião durou mais de cinco horas ininterruptas.

Lei Kandir

A Lei Kandir regulamentou a aplicação do ICMS. Feita pelo então ministro do Planejamento Antonio Kandir, transformou-se na Lei Complementar 87, de 1996, que já foi alterada por várias outras leis complementares.
Uma das normas da Lei Kandir é a isenção do pagamento de ICMS sobre as exportações de produtos primários e semielaborados ou serviços. Por esse motivo, a lei sempre provocou polêmica entre os governadores de estados exportadores, que alegam perda de arrecadação devido à isenção do imposto nesses produtos.
Até 2003, a Lei Kandir garantiu aos estados o repasse de valores a título de compensação pelas perdas decorrentes da isenção de ICMS, mas, a partir de 2004, a Lei Complementar 115 — uma das que alterou essa legislação —, embora mantendo o direito de repasse, deixou de fixar o valor. Com isso, os governadores precisam negociar a cada ano com o Executivo o montante a ser repassado, mediante recursos alocados no Orçamento Geral da União.
O ICMS é um imposto estadual, ou seja, somente os governos dos estados e o Distrito Federal têm competência para instituí-lo, conforme determinou a Constituição federal de 1988. A Constituição atribuiu competência tributária à União para criar uma lei geral sobre o ICMS, o que foi feito por meio da Lei Kandir, que elenca em quais operações deve incidir ou não o imposto.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Senado aprova título de Patrono da Tecnologia da Informação da Aeronáutica a Tércio Pacitti


  
Da Redação | 27/03/2019, 20h20
O Plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (27) o projeto que outorga o título de Patrono da Tecnologia da Informação da Aeronáutica ao major-brigadeiro engenheiro Tércio Pacitti, responsável pela concepção e pela implementação da tecnologia da informação no Comando da Aeronáutica nacional. O projeto (PLC 66/2018) segue agora para a sanção da Presidência da República.
De iniciativa do Executivo, o projeto elenca as realizações do homenageado na área de informática, com destaque para sua atuação pioneira na estruturação da tecnologia da informação na Aeronáutica, na elaboração de importantes obras sobre o assunto, além do papel de relevo no campo acadêmico.
O ex-senador Pedro Chaves (PRB-MS) foi o relator da matéria na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) no ano passado. Para o relator, não há dúvida de que foi grande a relevância de Tércio Pacitti como pioneiro da informática no país, tanto no que se refere a seu estudo e suas concepções teóricas, como na criação de cursos e de instituições, juntamente com a aplicação da respectiva tecnologia, especialmente no âmbito da Aeronáutica.
Para Pedro Chaves, sua dimensão é ainda mais significativa e incontestável na área da tecnologia militar, “razão pela qual mostra-se apropriado seu reconhecimento como figura tutelar da Tecnologia da Informação da Aeronáutica”.

Biografia

Tércio Pacitti nasceu em 1928 em Atibaia (SP). Graduou-se engenheiro aeronáutico pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), em 1952, cursando o mestrado e o doutorado na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Ele participou da criação do primeiro Centro de Computação da Aeronáutica, em meados dos anos 1960, no Rio de Janeiro (RJ).
Também foi o primeiro reitor militar do ITA, entre 1982 e 1984, quando criou o Curso de Engenharia da Computação. Tércio Pacitti também chefiou a Diretoria de Engenharia da Aeronáutica e trabalhou na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), onde fundou o Departamento e o Curso de Informática Aplicada. Ele morreu em junho de 2014, aos 85 anos de idade.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Nomes de Dandara dos Palmares e Luiza Mahin vão para Livro dos Heróis da Pátria


  
Da Redação | 27/03/2019, 20h27
O Plenário aprovou nesta quarta-feira (27) o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 55/2017, que inscreve no Livro dos Heróis da Pátria os nomes de Dandara dos Palmares e Luiza Mahin. A matéria será encaminhada à sanção presidencial.
Na avaliação do senador Humberto Costa (PT-PE), a aprovação do projeto, de autoria da ex-deputada e atual secretária nacional de Política para Mulheres, Tia Eron, faz justiça a duas heroínas negras que atuaram na libertação dos escravos no Brasil. O Livro dos Heróis da Pátria encontra-se depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília.
Dandara, explicou Humberto Costa, foi conselheira e parceira de Zumbi de Palmares na luta pela libertação do quilombo e pela superação da escravidão no Brasil. Luiza Mahin, por sua vez, liderou os escravos malês na Bahia, tendo participação decisiva na Sabinada, revolta de caráter separatista ocorrida naquela província à época do Brasil Imperial.
A aprovação do projeto (PL 3088/2015, na Câmara) também foi saudada pelos senadores Jacques Wagner (PT-BA) e Paulo Paim (PT-RS). A proposta tramitava em conjunto com o PLC 119/2018, com teor semelhante.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)