quinta-feira, 28 de março de 2019

Guedes diz que reforma da Previdência é urgente e ‘bola está com o Congresso’


  
Da Redação | 27/03/2019, 20h31
O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu em audiência pública no Senado a aprovação da proposta de reforma da Previdência Social enviada pelo governo (PEC 6/2019). Ouvido nesta quarta-feira (27) pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), Guedes afirmou que a situação da Previdência pode “implodir” a máquina pública do país. E exaltou o papel do Congresso na construção de uma solução.
— Nosso sistema previdenciário está quebrando antes de a população envelhecer. O déficit aumenta em golfadas de R$ 40 bilhões por ano. O Brasil vai explodir muito rapidamente do ponto de vista fiscal. Não é uma ameaça, é uma projeção. Esta bola está com o Congresso.
Guedes destacou que os parlamentares devem buscar protagonismo no debate da Previdência. Ao ouvir as ressalvas que alguns senadores fazem à proposta, ele disse que o seu papel é apresentar o quadro geral, mas cabe aos representantes eleitos fazerem as alterações que considerarem justas. No entanto, ele fez menção ao valor que espera economizar com a reforma e defendeu que ele seja preservado.
— Todos têm que participar do esforço. O técnico fala que precisa de R$ 1 trilhão, mas é o Congresso que decide. Se o Congresso quiser que as mulheres se aposentem antes, que peça mais de outros setores. Vocês têm essa capacidade. O Congresso tem que fazer essas opções, não nós — afirmou o ministro.
Os senadores criticaram o ministro por ser pouco acessível para audiências e conversas. Em resposta, ele se comprometeu a deixar uma equipe de assessores do ministério “acampada” no Congresso durante a tramitação da reforma da Previdência.

Capitalização

Para Guedes, o escopo da reforma precisa ser mantido para que haja “potência fiscal” capaz de permitir uma transição futura para um regime de capitalização, no qual cada trabalhador pouparia para a sua própria aposentadoria. Atualmente, a Previdência funciona num regime de repartição: os trabalhadores em atividade financiam os aposentados do presente, e terão as suas aposentadorias financiadas pelos trabalhadores do futuro.
Crítico do sistema, que classifica como uma “armadilha” e uma “bomba-relógio”, ele explicou que a capitalização seria uma fase posterior da reforma, garantida pelos ajustes iniciais. O ministro acrescentou que, dentro do eventual regime de capitalização, seria possível inserir dispositivos que garantam mais renda a quem não conseguir acumular o suficiente durante a vida.
— A fraternidade exige a eficiência, senão o dinheiro acaba. Uma coisa não dispensa a outra. Nós não somos inimigos. Em qualquer sistema de capitalização cabe uma camada de fraternidade. O que não cabe é o inverso: num sistema de repartição que quebrou não tem como ir para a capitalização.
Guedes advertiu que uma reforma com impacto menor do proposto por sua pasta não permitiria a transição para a capitalização. Nesse caso, avaliou, o problema atual seria apenas postergado por mais alguns anos.
— Nossa responsabilidade com as futuras gerações é não deixa-las caírem na mesma armadilha. Se não fizermos [a reforma], vamos condenar nossos filhos e netos por egoísmo, por nossa incapacidade de fazer um sacrifício entre nós mesmos.

Saída do Ministério

Ainda no início da audiência, Paulo Guedes foi questionado pela senadora Eliziane Gama (PPS-MA) sobre o que faria caso a reforma da Previdência não fosse aprovada, ou fosse aprovada com um impacto menor do que o pretendido. Guedes garantiu acreditar na “dinâmica virtuosa” da democracia, e sinalizou que pode deixar o posto de ministro da Economia se for derrotado na empreitada.
— Eu venho para ajudar, acho que tenho algumas ideias interessantes, mas se o presidente não quiser e o Congresso não quiser, eu não vou obstaculizar o trabalho dos senhores. Voltarei para onde sempre estive. Eu tenho uma vida fora daqui. Vai ser um prazer ter tentado, mas não tenho apego ao cargo — declarou o ministro.
O ministro, apesar disso, destacou que não cometeria a “irresponsabilidade” de abandonar o governo na primeira derrota. Ele disse que seu papel é “servir” e que, “se ninguém quiser o serviço”, ele não vai “brigar para ficar”.

Senadores

O presidente da CAE, senador Omar Aziz (PSD-AM), assegurou que todos os parlamentares têm ciência da importância da reforma, mas ponderou ser preciso submetê-la ao diálogo, em busca de entendimento. Aziz advertiu que o Brasil tem “peculiaridades regionais” que não podem ser ignoradas na elaboração da proposta.
Senadores de oposição criticaram diversos pontos da proposta, como as mudanças nas regras para o Benefício de Prestação Continuada (BPC) — concedido a idosos que não puderam contribuir o mínimo necessário — e na aposentadoria dos trabalhadores rurais, além do fim de regimes especiais para categorias como professores e policiais.
Uma das críticas, Eliziane Gama inquiriu se a estimativa de R$ 1 trilhão de economia era realmente necessária, visto que o impacto dos ajustes seria “terrível”. Outro que manifestou insatisfação foi o senador Rogério Carvalho (PT-SE), que apontou ataques à estrutura de Seguridade Social estabelecida pela Constituição.
A senadora Kátia Abreu (PDT-TO) teve um breve bate-boca com Guedes,  quando ele apontou que os parlamentares têm direito a uma aposentadoria maior do que os demais trabalhadores. Ela interrompeu o ministro para questionar a afirmação, e Guedes reagiu dizendo à senadora que esperasse sua vez de falar. O presidente Omar Aziz precisou intervir, pedindo respeito aos senadores.

Debates

O senador Paulo Paim (PT-RS) reclamou da falta de disponibilidade do Ministério da Economia para esclarecer a proposta. Ele disse que têm convidado representantes do governo, mas que “ninguém quer defender” a reforma da Previdência. Paim se comprometeu a fazer um ciclo de debates na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), da qual é presidente, com igual participação assegurada para os dois lados, tanto os contrários, quanto os favoráveis à reforma.
Uma defesa contundente da reforma foi feita pelo senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), que repetidamente se referiu a Guedes como “professor”. Para ele, a aprovação da PEC encaminhada pelo governo levará à recuperação fiscal, à retomada dos investimentos e à geração de empregos no país. O senador pediu aos colegas que evitem “radicalizar” a questão para não comprometer os efeitos positivos da reforma.
Também o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) se mostrou favorável à medida, e acrescentou que nunca houve “uma boa vontade tão grande” do Congresso para reformar a Previdência Social, mas se mostrou desconfortável com o tom beligerante de Paulo Guedes. Para Tasso, o ministro demonstra “certa disposição para criar uma oposição que não existe”, e ponderou que derrotas sempre acontecerão no Parlamento.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Guedes aponta urgência da reforma da Previdência e diz que plano para ajudar estados sai em 30 dias


  
27/03/2019, 20h42
O ministro da Economia Paulo Guedes defendeu a urgência da reforma da Previdência — que tramita na Câmara na forma da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019 — e afirmou que, sem ela, estados, municípios e União não terão como pagar os salários dos servidores públicos. Guedes também disse que em 30 dias será apresentado um plano para aliviar os estados que estão endividados.
Ele participou nesta quarta-feira (27) de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
As informações na reportagem de Maurício de Santi, da Rádio Senado.

 
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Prioridade do Ministério do Meio Ambiente é gestão ambiental urbana, afirma titular da pasta


  
27/03/2019, 20h43
Em audiência pública, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles afirmou que a prioridade da pasta será a gestão urbana. Questionado pelos senadores que integram a Comissão de Meio Ambiente (CMA), o ministro declarou ainda que Brasil vai continuar no Acordo do Clima, mas aguarda recebimento de recursos estrangeiros para novas medidas de combate ao aquecimento global.
Ouça mais detalhes na reportagem de Paula Groba, da Rádio Senado.

 
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Senado aprova inclusão do nome de Ulysses Guimarães no Livro dos Heróis da Pátria


  
Da Redação | 27/03/2019, 21h00
O nome de Ulysses Guimarães (1916-1992), ex-presidente da Assembleia Nacional Constituinte, será incluído no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. A proposta consta do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 39/2018, aprovado em Plenário nesta quarta-feira (27). De iniciativa do Ministério da Cultura, a proposta vai à sanção presidencial.
Colega de Ulysses na Assembleia Constituinte, o senador Paulo Paim (PT-RS) afirmou que Ulysses Guimarães foi o “grande líder da Constituição Cidadã”
— Essa Constituição cidadã foi o grande pacto que o país fez naquele momento tão importante da história. Ulysses Guimarães estará sempre na nossa memória. Me lembro que ele dizia, no exercício da Presidência: ‘Srs. Constituintes, não há acordo, vamos a voto’. E assim votamos e construímos a Constituição.

Liberdades civis

Ulysses Guimarães elegeu-se pela primeira vez deputado federal por São Paulo em 1951, conseguindo depois 10 reeleições sucessivas, exercendo mandatos até sua morte, em 1992. Em sua trajetória política, destacou-se no combate à ditadura militar e na luta em defesa das liberdades civis e políticas. Foi uma das principais vozes na campanha das Diretas Já, que em 1984 levou milhões de cidadãos às ruas pelo fim do regime e pelas eleições diretas para presidente da República. Ulysses é apontado como um dos responsáveis pela transição pacífica para a democracia, em 1985.
Reeleito deputado pelo PMDB de São Paulo em 1986, Ulysses foi o presidente da Assembleia Nacional Constituinte, instalada em 1987. No ano seguinte, a veio à luz a Constituição de 1988, a Constituição Cidadã, fruto de ampla participação da sociedade. O político morreu no dia 12 de outubro de 1992, aos 76 anos, devido à queda do helicóptero em que viajava no mar de Paraty (RJ). Também estavam no helicóptero o ex-deputado Severo Gomes e as esposas dos dois políticos. De todos, o corpo de Ulysses foi o único que jamais foi encontrado.
Na mensagem do Ministério da Cultura que encaminhou o projeto ao Congresso, a pasta destacou a participação de Ulysses na Assembleia Nacional Constituinte, que resultou num texto marcado por “avanço dos direitos sociais e pela garantia dos direitos individuais”. Ulysses “foi um político honesto, marcado pela retidão e pela firmeza de propósitos, austeridade e caráter”, conclui o documento do ministério.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Davi e Onyx acertam encontros mensais entre governo e senadores


  
Da Redação | 27/03/2019, 21h14
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, receberá mensalmente o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, para encontros com os líderes partidários e os demais parlamentares. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (27) após uma reunião entre os dois.
Davi explicou que a visita foi uma iniciativa do ministro, num ato de “grandeza”. Para ele, todas as partes estão comprometidas com um estreitamento das relações.
— Considero um gesto do governo para buscar a pacificação entre as instituições. O momento carece desse fortalecimento — afirmou.
Onyx enfatizou que o Executivo e o Legislativo precisam estar juntos para dar respostas adequadas aos problemas da sociedade. Ele afirmou que o Senado tem contribuições “valiosíssimas" para fazer.
— O Legislativo representa legitimamente a sociedade e cabe a ele dar o comando para que o Executivo concentre mais esforços na área A, B ou C.
O ministro falou dos recentes desentendimentos entre os presidentes da República, jair Bolsonaro, e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Onyx comparou o clima entre as autoridades a uma “febre”, que exige um período de recuperação, mas destacou que já estão na fase do “apaziguamento”.
Davi minimizou a briga e reforçou a necessidade de se “aparar as arestas” entre os poderes.
— Na política, é natural divergir. O presidente da Câmara tem uma pauta, ele dialoga com os deputados, é legítimo — observou.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)