quinta-feira, 28 de março de 2019

Comissão aprova MP que extingue acordo com Ucrânia para uso da base de Alcântara


  
27/03/2019, 19h50
A Comissão Mista da MP 858/2018 aprovou o relatório favorável do deputado Hugo Leal (PSD-RJ), que rejeitou as emendas. A Medida Provisória extingue a empresa Alcântara Cyclone Space, fruto do acordo assinado pelo Brasil com a Ucrânia que, segundo os parlamentares, trouxe prejuízos e não promoveu qualquer lançamento de satélite a partir da base de Alcântara, no litoral maranhense. O senador Roberto Rocha (PMDB-MA) também defendeu a MP e se disse favorável ao acordo recentemente assinado entre Brasil e Estados Unidos, que prevê a utilização da base brasileira em Alcântara pelos EUA. Saiba mais na reportagem de Maria Ferreira, da Rádio Senado.

 
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Plenário aprova mudança nas regras de publicação de documentos de empresas


  
Da Redação | 27/03/2019, 20h03
Em votação simbólica, o Plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (27) o projeto que dispensa as companhias fechadas (sem ações negociadas em bolsa) com menos de 20 acionistas e patrimônio líquido de até R$ 10 milhões de publicar edital para convocar assembleia geral dos acionistas e documentos exigidos da diretoria da empresa, como os balanços. O texto segue para sanção presidencial.
Hoje, a Lei das Sociedades Anônimas (Lei 6.404, de 1976) dispensa de publicação dos documentos apenas as empresas com menos de 20 acionistas e patrimônio líquido de até R$ 1 milhão.
O autor da proposta (PLS 286/2015), o ex-senador Ronaldo Caiado, argumentou que o valor atual foi estabelecido em 2001. Com a defasagem, acrescentou, poucas companhias são favorecidas, já que a maioria possui patrimônio líquido superior a R$ 1 milhão.
Os senadores já haviam aprovado a proposta em 2017, mas durante a análise na Câmara, os deputados incluíram uma emenda que autoriza as companhias abertas (com ações negociadas em bolsa) a publicarem apenas na internet a versão completa dos documentos que são obrigadas a divulgar por força da Lei das S.A..
Entre os documentos estão convocações para assembleias, avisos aos acionistas e balanços contábeis e financeiros. A Lei das Sociedades Anônimas exige hoje que estes documentos sejam publicados integralmente em um jornal de grande circulação e no diário oficial do estado onde está a sede da companhia.
De acordo com a emenda, os atos societários dessas empresas passarão a ser publicados de forma resumida em órgão da imprensa de grande circulação na localidade da sede da companhia e de forma integral no endereço eletrônico do jornal na internet, com certificação digital de autenticidade conferido por autoridade credenciada no âmbito da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileiras (ICPBrasil).
As regras passam a valer a partir de 1º de janeiro de 2022, de forma a garantir razoável prazo de acomodação do mercado à alteração da sistemática de publicação dos atos societários.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Senado aprova limites a pagamento antecipado em contratos com o governo


  
Da Redação | 27/03/2019, 20h03
O Plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (27) projeto que limita o pagamento antecipado nos contratos com a administração pública. O Projeto de Lei da Câmara (PLC) 169/2015 foi inspirado nas investigações das Comissões Parlamentares de Inquérito dos Correios e do Mensalão.
Segundo o autor, ex-deputado Antonio Carlos Mendes Thame, empresas do publicitário Marcos Valério, condenado por desvios no Mensalão, receberam pagamentos substanciais antes mesmo da aprovação das campanhas publicitárias contratadas.
A ideia original de Thame foi proibir taxativamente a antecipação de pagamentos, mas emenda do relator na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), o ex-senador Ricardo Ferraço, passou a permitir o pagamento antecipado de forma excepcional, se houver previsão em edital e garantias efetivas da realização integral e satisfatória do objeto do contrato. Segundo Ferraço, tanto a Controladoria-Geral da União (CGU) quanto o Tribunal de Contas da União (TCU) admitem pagamento antecipado nessas hipóteses.
O projeto altera a Lei de Licitações (Lei 8.666, de 1993) na parte relativa ao edital e ao pagamento. Como houve mudanças no Senado, o projeto voltará à Câmara dos Deputados, que analisará os aperfeiçoamentos feitos pelos senadores.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

PEC que permite a militares atuar como professores é discutida em Plenário


  
Da Redação | 27/03/2019, 20h15
Passou pela quarta sessão de discussão em primeiro turno nesta quarta-feira (27) a proposta de emenda à Constituição (PEC 141/2015) que permite a militares a acumulação do cargo com as funções de professor ou profissional da saúde. A mudança vale para integrantes das polícias e dos corpos de bombeiros militares dos estados e do Distrito Federal. O texto ainda precisa passar por mais uma sessão de debates antes de ser votado em primeiro turno.
Uma regra geral da Constituição proíbe a acumulação remunerada de cargos e empregos públicos. No entanto, prevê algumas exceções: se houver compatibilidade de horários, servidores civis podem desempenhar dois cargos de professor; um cargo de professor com outro técnico ou científico; ou dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde. A PEC estende esse benefício aos militares estaduais.
Relator da matéria na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), explicou que, pela Constituição, o princípio em geral é da inacumulabilidade, em que não se podem acumular cargos públicos.
— Mas a própria Constituição abre uma exceção para os servidores civis acumularem seu cargo de natureza técnica com o cargo do magistério ou na área médica, mas não estende essa possibilidade aos policiais militares e bombeiros militares. Então, a proposta, que me parece justa, é de estender a mesma regra de exceção a esses servidores — declarou.
A senadora Eliziane Gama (PPS-MA) acrescentou que a proposta é uma regularização de uma atividade muitas vezes feita pelo militar na clandestinidade para melhorar os rendimentos ao final do mês.
— Os militares, de uma forma geral, acabam tendo salários muito baixos, têm a insalubridade, têm uma série de situações, adicional noturno, e eles acabam sendo barbaramente prejudicados. Salários baixos, têm uma dedicação exclusiva e não conseguem sustentar as suas próprias famílias. São situações que precisam ser corrigidas — afirmou Eliziane.
Para o senador Major Olímpio (PSL-SP), a PEC vai reparar “grave injustiça” com os militares e ainda reforçar a aproximação da instituição policial e do bombeiro militar com a população.
— Essa PEC permite um duplo vínculo ao policial militar e ao bombeiro militar de exercerem atividades também como educadores e também na área da saúde. Nós temos só na Polícia Militar de São Paulo mais de 8 mil policiais militares que são professores e que têm o impeditivo de terem o vínculo como militar e também como um professor do estado. Nós temos, nos quadros médicos da Polícia Militar e do Bombeiro Militar, profissionais altamente capacitados, tão capacitados que podem ser professores nas universidades públicas. Podem tecnicamente, mas têm a restrição legal — argumentou.
Em todos os casos, todos os profissionais que acumulam cargos devem respeitar o teto de renumeração no serviço público. No caso dos estados e do Distrito Federal, o limite é o salário do governador.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Guedes propõe pacto federativo com mais recursos para estados e municípios


  
Augusto Castro | 27/03/2019, 20h17
Convidado da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) nesta quarta-feira (27), o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu o controle dos gastos públicos, disse que a reforma da previdência precisa ser aprovada com urgência e prometeu um pacto federativo com descentralização de recursos a favor de estados e municípios. A audiência pública interativa foi comandada pelo presidente da CAE, senador Omar Aziz (PSD-AM) e contou com a participação de dezenas de senadores e senadoras, inclusive o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, que garantiu ao ministro que os senadores querem ajudar o Brasil e colaborar com as iniciativas do Executivo.
Paulo Guedes afirmou que o governo Jair Bolsonaro pretende destinar, para estados e municípios, algo em torno de 70% dos recursos da venda de petróleo do pré-sal, invertendo a lógica atual, em que a União fica com 65% desse dinheiro. O ministro prometeu ainda programas para ajudar esses entes federados. A primeira ação seria emergencial e será lançada em até 30 dias para socorrer de imediato os estados e municípios que já estão quebrados. Em seguida, o governo quer promover um redesenho das finanças estaduais, com ajuste fiscal, controle de gastos e previsibilidade orçamentária.
Tudo isso servirá para redistribuição dos recursos públicos entre todos os membros da Federação, para resolver o superendividamento dos estados e dar sustentabilidade orçamentária a todos. Há ainda a ideia de haver uma reforma fiscal com a instituição de um imposto único federal que seria compartilhado com estados e municípios. No final, segundo o ministro, o pacto federativo servirá para “desentortar o Brasil”, recolocar os orçamentos na mão dos parlamentares e “redesenhar o futuro”.
O ministro da Economia disse que o Brasil foi governado nos últimos 30 anos pela centro-esquerda e por um modelo econômico centralizador que inchou o Estado, acarretando descontrole de gastos e desequilíbrio financeiro. Agora, segundo opinou Paulo Guedes, o Brasil é governado pela centro-direita, uma aliança entre conservadores e liberais que defende um estado menor, controle de gastos públicos e alianças políticas em prol do que entende ser bom para o país.
Ele afirmou também ter “plena convicção de que o Brasil é uma democracia virtuosa”, traçou um panorama político-econômico do país nos últimos 50 anos e alertou que o governo Bolsonaro está promovendo uma ruptura no tradicional sistema de alianças entre Executivo e Legislativo. Também avisou aos senadores presentes que, sem a aprovação da reforma da previdência nos próximos meses, todos esses planos a favor de municípios, estados e Distrito Federal ficarão muito mais difíceis de serem implementados.
Ao afirmar que a média de crescimento econômico do Brasil nos últimos 30 anos ficou abaixo de 2% ao ano, Paulo Guedes avaliou que “o modelo econômico está errado”. Para ele, o Estado brasileiro tem de ser menor e gastar menos.
— Acredito nos nossos poderes independentes. Acredito plenamente no vigor de nossa democracia, tenho certeza que cada um vai fazer o seu papel. Temos poderes independentes que precisam convergir para o bem público — disse Paulo Guedes antes de afirmar que a principal fonte de desequilíbrio das contas do país é a Previdência e que a reforma está nas mãos dos parlamentares agora.
O ministro defendeu a aprovação da chamada "nova Previdência", com a qual ele pretende economizar R$ 1 trilhão em 10 anos. Se a reforma for aprovada com uma economia menor, Paulo Guedes afirmou que “a armadilha será empurrada para filhos e netos”. Para o ministro, o redesenho federativo é importante e vai ajudar a melhorar o país, mas a reforma da Previdência é “questão de sobrevivência e para este ano ainda”.

Debate

Quando os senadores começaram a fazer seus questionamentos ao ministro da Economia já haviam 26 inscritos para falar, a maioria preferiu tratar sobre a reforma previdenciária. O primeiro deles foi o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que garantiu ao convidado que há, no Parlamento, boa vontade suprapartidária em relação à necessidade de aprovação da reforma da Previdência, mas avisou que existem discordâncias pontuais.
Os senadores Luis Carlos Heinze (PP-RS) e Eliziane Gama (PPS-MA) disseram que os estados deixaram de arrecadar cerca de R$ 630 bilhões em repasses da Lei Kandir desde 2003 e que as dívidas estaduais já somam R$ 680 bilhões. Só o estado do Maranhão, disse Eliziane, tem perdas acumuladas de R$ 11 bilhões. Para Heinze, a situação da maioria dos estados está insustentável. Em resposta, Paulo Guedes afirmou que, se for obrigada a pagar esses R$ 630 bilhões, a União quebra.
Em resposta ao senador Lasier Martins (Pode-RS), Paulo Guedes disse que a ideia do governo é substituir os repasses da Lei Kandir e do Fundo de Exportações por um programa de repasses mais volumoso e mais vantajoso para os estados já a partir de 2020.
Por sua vez, o líder do PSL no Senado, senador Major Olimpio (SP) disse que o orçamento brasileiro não pode ficar engessado e cobrou da equipe econômica que alimente os parlamentares da base governista com informações para defesa e sustentação das iniciativas do governo federal.
O senador José Serra (PSDB-SP) criticou a intenção do governo Bolsonaro de abrir mão dos benefícios da Organização Mundial do Comércio (OMC) em troca do ingresso do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Para Serra, seria uma troca desvantajosa. Ele também afirmou que o gasto público já é descentralizado no Brasil e sugeriu a criação do Conselho de Gestão Fiscal para ajudar os estados a reequilibrarem as contas e controlarem a aplicação dos recursos públicos.
O senador Weverton (PDT-MA) pediu ao ministro a revisão da fórmula de cálculo da classificação fiscal dos estados, que leva em conta a capacidade de investimento, a liquidez e a poupança do respectivo estado. Como a maioria dos estados não têm recursos poupados, acabam ficando com notas baixas, o que impede a contratação de novos empréstimos externos, por exemplo.
Também participaram dos debates os senadores Rogério Carvalho (PT-SE), Jean Paul Prates (PT-RN), Kátia Abreu (PDT-TO), Alessandro Vieira (PPS-SE), Paulo Paim (PT-RS), Luiz do Carmo (MDB-GO), Oriovisto Guimarães (Pode-PR), Esperidião Amim (PP-SC), Plínio Valério (PSDB-AM), Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), Rose de Freitas (Pode-ES), Zequinha Marinho (PSC-PA), Carlos Viana (PSD-MG), Cid Gomes (PDT-CE), Irajá (PSD-TO) e outros. A reunião durou mais de cinco horas ininterruptas.

Lei Kandir

A Lei Kandir regulamentou a aplicação do ICMS. Feita pelo então ministro do Planejamento Antonio Kandir, transformou-se na Lei Complementar 87, de 1996, que já foi alterada por várias outras leis complementares.
Uma das normas da Lei Kandir é a isenção do pagamento de ICMS sobre as exportações de produtos primários e semielaborados ou serviços. Por esse motivo, a lei sempre provocou polêmica entre os governadores de estados exportadores, que alegam perda de arrecadação devido à isenção do imposto nesses produtos.
Até 2003, a Lei Kandir garantiu aos estados o repasse de valores a título de compensação pelas perdas decorrentes da isenção de ICMS, mas, a partir de 2004, a Lei Complementar 115 — uma das que alterou essa legislação —, embora mantendo o direito de repasse, deixou de fixar o valor. Com isso, os governadores precisam negociar a cada ano com o Executivo o montante a ser repassado, mediante recursos alocados no Orçamento Geral da União.
O ICMS é um imposto estadual, ou seja, somente os governos dos estados e o Distrito Federal têm competência para instituí-lo, conforme determinou a Constituição federal de 1988. A Constituição atribuiu competência tributária à União para criar uma lei geral sobre o ICMS, o que foi feito por meio da Lei Kandir, que elenca em quais operações deve incidir ou não o imposto.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)