quarta-feira, 27 de março de 2019

Governador do DF empresta avião para Temer deixar prisão: 'Dinheiro é meu e faço dele o que quero'

Por Beatriz Pataro e Marília Marques, TV Globo e G1 DF

King Air, modelo semelhante ao comprado por Ibaneis Rocha — Foto: Divulgação/BeechcraftKing Air, modelo semelhante ao comprado por Ibaneis Rocha — Foto: Divulgação/BeechcraftKing Air, modelo semelhante ao comprado por Ibaneis Rocha — Foto: Divulgação/Beechcraft
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), emprestou o próprio avião para o ex-presidente Michel Temer deixar a corregedoria da Policia Federal no Rio de Janeiro nesta segunda-feira (25).
Temer, que pertence ao mesmo partido de Ibaneis, é um dos alvos da operação Lava Jato (entenda abaixo) e estava preso desde quinta-feira (21). O avião decolou do Aeroporto Santos Dumont rumo a São Paulopor volta das 20h de segunda.
Nesta terça (26), após repercussão sobre o empréstimo da aeronave, o governador do DF disse acreditar que o gesto "não pegue mal".
"O dinheiro é meu e faço dele o que quero... Foi um gesto. Na política, se vive de gestos."
A aeronave – um modelo executivo King Air – foi comprada por Ibaneis em fevereiro por US$ 2 milhões. Convertendo para reais, essa quantia equivale hoje a R$ 7,47 milhões (veja detalhes abaixo).
Michel Temer (MDB) embarca em avião cedido por Ibaneis Rocha (MDB) — Foto: TV Globo/ReproduçãoMichel Temer (MDB) embarca em avião cedido por Ibaneis Rocha (MDB) — Foto: TV Globo/ReproduçãoMichel Temer (MDB) embarca em avião cedido por Ibaneis Rocha (MDB) — Foto: TV Globo/Reprodução

Gesto político

Segundo Ibaneis, a saída de Temer da PF e o retorno do ex-presidente para casa, em São Paulo, "deveria ser custeado pelo Poder Judiciário e pela União porque foi ela [União] que errou". Mas, como isso não aconteceu, ele decidiu emprestar a aeronave ao correligionário.
"Eu não deixei um senhor de 78 anos, presidente do meu partido, ter que pegar um avião de carreira para voltar para casa depois de uma prisão que já se viu ilegal".
Ex-presidente Michel Temer — Foto: Marcelo Camargo/Agência BrasilEx-presidente Michel Temer — Foto: Marcelo Camargo/Agência BrasilEx-presidente Michel Temer — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

King Air de U$ 2 milhões

Para adquirir o avião do modelo King Air, Ibaneis fez um contrato chamado de "leasing" – uma espécie de consórcio em que a pessoa paga pelo produto por um período e depois disso se torna proprietário.
Na mesma semana em que fechou o negócio milionário, o chefe do Palácio do Buriti viajou com a família para São Paulo, no novo avião particular, para assistir o show do cantor Ed Sheeran.
À Justiça Eleitoral, o governador declarou o patrimônio de R$ 94,1 milhões. Além disso, ele disse ser dono de duas embarcações, sendo uma delas avaliada em R$ 430 mil. Ibaneis também declarou outros 17 veículos: o mais caro deles vale R$ 687 mil.

Prisão de Temer

O ex-presidente Michel Temer é um dos alvos da Lava Jato. Ele foi preso na última quinta-feira (21). A detenção teve como base a delação de José Antunes Sobrinho, dono da Engevix.
O empresário disse à Polícia Federal que pagou R$ 1 milhão em propina a pedido do coronel João Baptista Lima Filho (amigo de Temer), do ex-ministro Moreira Franco e com o conhecimento do ex-presidente. A Engevix fechou um contrato em um projeto da usina de Angra 3, que ainda teve as obras concluídas.
Essa ação foi um desdobramento das operações Radioatividade, Pripyat e Irmandade. Após ficar quatro noites preso na sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro, a Justiça determinou, na segunda-feira (25), a soltura do ex-presidente.

Desembargador manda soltar Temer e mais 7 presos por ordem de Bretas
Jornal Nacional
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Desembargador manda soltar Temer e mais 7 presos por ordem de Bretas
A decisão de libertar o ex-presidente e outros sete presos pela força-tarefa da Lava Jato foi assinada pelo desembargador Antonio Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. O Ministério Público Federal informou que vai recorrer.
Temer ficou detido em uma sala da corregedoria, no terceiro andar do prédio da PF. O local, com cerca de 20 m², é uma das poucas salas no edifício com banheiro privativo. O espaço tinha também frigobar e ar-condicionado, além da previsão da instalação de uma TV.
Depois de fazer exame de corpo de delito, Temer saiu da superintendência sob protesto de alguns manifestantes.
 G1 DF.

Clima político para Previdência não é o adequado, dizem governadores

POLÍTICA DF
Por Mateus Maia
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17/04/2016 REUTERS/Paulo Whitaker


Foto: Reuters





BRASÍLIA (Reuters) - Governadores mostraram preocupação com a relação entre o governo e o Congresso para aprovação da reforma da Previdência, durante fórum nesta terça-feira com a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, que prometeu plano de recuperação para os Estados em 30 dias.Para o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), o ambiente político criado nas últimas semanas não é o adequado para a tramitação do projeto, considerado prioridade para o equilíbrio das contas públicas pela equipe econômica."O confronto entre instituições e entre Poderes tem atrapalhado e isso foi dito ao ministro Paulo Guedes, que fez questão de não entrar nesse debate", relatou Casagrande a jornalistas ao final do encontro.Nas últimas semanas a articulação política em torno da reforma passou por algumas turbulências, com troca de farpas entre o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o presidente Jair Bolsonaro.Na visão do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB-DF), falta definição da pauta política do Executivo, o que não é o caso, para ele, da área econômica."O que está faltando ao governo federal, a partir do presidente Bolsonaro, é definir sua pauta política, essa que está sendo mau tratada na visão de todos os governadores", avaliou.O clima entre o Executivo e o Legislativo se acirrou um pouco mais nesta terça-feira quando o ministro Paulo Guedes cancelou ida à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, onde tramita a reforma da Previdência.O ministério alegou que a falta de um relator na comissão para o projeto motivou o cancelamento. No final, no entanto, houve um acordo entre os partidos para que Guedes seja ouvido na CCJ na quarta-feira da próxima semana.Mas se a questão Guedes-CCJ foi pacificada, por ora pelo menos, a resistência a pontos da reforma da Previdência ficou ainda mais explícita.Líderes do centrão e de outros partidos anunciaram que trabalharão para retirar da reforma mudanças na aposentadoria rural e no Benefício de Prestação Continuada (BPC), que atende uma camada mais pobre de aposentados.

SOCORRO AOS ESTADOS


O encontro de governadores tratou também de uma série de medidas para aliviar as contas dos Estados, em sua maioria em situação crítica, como a partilha de ganhos com a exploração de petróleo e um plano de recuperação fiscal.Sobre este segundo, Guedes teria dado um prazo de 30 dias para sua apresentação, afirmou Ibaneis."(Guedes) se comprometeu a apresentar em 30 dias esse plano de recuperação fiscal, um prazo para nós razoável, não chega a ser tão ruim", disse.Na semana passada, o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, falou em dividir recursos do fundo social do pré-sal para ajudar as contas estaduais.No final de fevereiro, o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, mostrou que o governo estava estruturando, em conjunto com o Banco Mundial, um novo programa de socorro a Estados para liberação gradual de garantias do Tesouro para empréstimos privados, mediante o cumprimento de medidas de ajuste fiscal.

Classe política do DF se une contra a Penitenciária Federal

POLÍTICA DF

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CREDITO: ANA RAYSSA/ESP. CB/D.A. PRESS.


Se existe um tema em que todos os políticos do Distrito Federal são unânimes é a rejeição à transferência de líderes criminosos para Brasília. A classe política da capital se uniu em torno dos brados do governador Ibaneis Rocha contra a Penitenciária Federal. O chefe do Executivo ficou indignado com a transferência de Marcola e vai acionar a Justiça para impedir a permanência de presos perigosos na capital federal. Integrantes da bancada do DF prometem se unir ao protesto.

“Decisão absurda”

Ontem, o senador Reguffe (sem partido) discursou contra a chegada das facções a Brasília. Disse que essa é uma decisão “absurda e burra, sem paralelo em lugar nenhum do mundo”. A bancada do DF no Senado vai fazer um manifesto em repúdio à decisão do governo federal. Na semana passada, a deputada federal Paula Belmonte (PPS) mandou um ofício ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, pedindo a reavaliação da transferência, por conta da proximidade com o centro do poder. A parlamentar pede ainda a transferência do complexo ao GDF, para abrigar os presos da Papuda e amenizar a superlotação carcerária na cidade.

CB. PODER

Governador impetrará ação contra presídio no Distrito Federal

 POLÍTICA DF
Foto: Valter Campanato/Agência Brasi
Foto: Valter Campanato/Agência Brasi
O governador do Distrito Federal (DF), Ibaneis Rocha, entrará nesta terça-feira (26) com uma ação judicial pedindo o fechamento do presídio federal em Brasília. Segundo ele, relatórios de inteligência apontam a presença de integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) na cidade. Alguns deles, inclusive, já foram presos.

"Insisto que é uma medida jabuticaba. Não existe um presídio federal a 6 km de um palácio presidencial em lugar nenhum do mundo. Não é o que está preso, que estão controlados. O problema é os que estão´soltos, que vêm aí”.

Segundo o governador, na semana passada 8 membros do PCC foram presos no DF. “Quero saber quem vai dar segurança ao próprio ministro Moro [da Justiça]. Daqui a pouco teremos meus filhos estudando com os filhos desses presos, porque eles têm dinheiro”.

O governador disse ter encaminhado hoje um ofício ao ministro da Justiça e ao presidente Jair Bolsonaro, mostrando todos os relatórios de inteligência do DF, segundo os quais dos líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) já estariam aqui na região. “Espero contar com a sensibilidade dos dois, e que o presídio seja desativado. Hoje pretendo entrar com ação judicial com base na Lei de Segurança Nacional para arrancar uma decisão judicial junto ao poder judicial, afastando essa jabuticaba”.