terça-feira, 26 de março de 2019

Pesquisa mostra que vítimas de feminicídio não haviam feito BO


Estudo da Secretaria de Segurança Pública traça raio-X da violência contra a mulher no DF

Maioria das mulheres vítimas de violência teme denunciar os agressores / Foto: Acácio Pinheiro/Agência Brasília
Divulgado na noite desta segunda-feira (25), um estudo feito pela Câmara Técnica de Monitoramento de Homicídios e Feminicídios da Secretaria de Segurança Pública do DF traça um raio-X da violência doméstica na capital do país. A maioria das vítimas de feminicídio no Distrito Federal nunca registrou um Boletim de Ocorrência sobre a violência que sofrida por parte de seus companheiros ou ex-companheiros antes de serem assassinadas. Apesar dos índices crescentes de violência contra a mulher em todo o Brasil, os autores não são denunciados e casos de agressões não chegam a ser levados às autoridades policiais.
De março de 2015 (quando foi implementada a Lei do Feminicídio) a 18 de março deste ano, foram registrados 68 casos de feminicídio no DF. O medo de prestar queixa contra o companheiro ainda é um obstáculo para a maioria das mulheres que sofrem violência doméstica. Até perderem a vida, 72,1% dessas vítimas assassinadas nunca haviam denunciado seus companheiros por maus tratos verbais ou psicológicos.
De acordo com o secretário-executivo de Segurança Pública do DF, Alessandro Moretti, é preciso que a Polícia Civil aprofunde os trabalhos de prevenção para chegar às mulheres agredidas que não fazem boletim de ocorrência. “Vamos ter que estudar esses casos [de feminicídio, em que as vítimas não denunciaram seus agressores], ouvir testemunhas e saber por que essas testemunhas não denunciaram nada antes”, disse, referindo-se aos episódios de violência em que as vítimas foram assassinadas.
Femicídios x homicídios
Desde 2018, o DF tem contabilizado mais feminicídios do que homicídios de mulheres. Dos 46 assassinatos de mulheres registrados no ano passado, 26 tiveram como causa o fato de a vítima ser do sexo feminino  configuração do conceito de feminicídio. Em 2019, das nove mulheres mortas até o último dia 18, cinco foram por crime de feminicídio.
Sobre os agressores, 54,4% tinham antecedentes criminais. Em 58,8%, havia entre a vítima e o agressor um casamento ou uma união estável, ainda que em 51% das mortes não tenham constado informações de agressões recorrentes. As agressões não registradas em boletins de ocorrência superam o percentual de casos que chegam às delegacias: 60% das mulheres sofrem a violência caladas e se mantêm longe das autoridades policiais.
O feminicídio é um termo de crime de ódio baseado no gênero, ou seja, a perseguição e morte intencional de pessoas do sexo feminino simplesmente por serem mulheres. Alguns estudos afirmam que a expressão é originária de genocídio, que significa o assassinato massivo de um determinado tipo de grupo étnico, racial ou religioso. O assassinato de mulheres é classificado no Brasil como crime hediondo.
Ceilândia
Região administrativa mais populosa do Distrito Federal, Ceilândia lidera o número de casos de violência doméstica e assassinato de mulheres: foram 7.448 registrados da primeira modalidade e nove da segunda. Em seguida, vêm Samambaia, com 3.912 agressões e sete feminicídios, e Planaltina, com 3.549 ocorrências e três mortes.
É dentro de casa que a violência contra a mulher mais acontece. Dados mostram que 91,2% das agressões tiveram a própria residência da vítima como palco da violência. Brigas conjugais e ciúmes são as causas de 58,8% das agressões fatais a mulheres. Armas brancas, como facas, foram as mais utilizadas contra as vítimas e aparecem como responsáveis por 48,5% dos homicídios, enquanto as armas de fogo são determinantes de 26,5% dos casos.
Perfil
Donas de casa, com ensino médio completo, pardas e entre 19 e 29 anos de idade, são a maioria das vítimas. A idade média de mulheres assassinadas por homens com quem tinham ou tiveram um relacionamento é de 36 anos. Não há registro de menores de idade mortas por companheiros. A vítima mais velha tinha 61 anos.
Apesar dos sinais de agressões ocorridos durante os relacionamentos, 79,4% das mulheres assassinadas pelos companheiros não se encontravam sob medida protetiva. A maioria, 54,7%, também não estava em processo de separação.
É entre sábado e a madrugada de segunda-feira o período de maior incidência de homicídios: 47% dos casos registrados pela Secretaria de Segurança Pública acontecem nos finais de semana. O anoitecer dá mais coragem ao agressor: das 18h às 6h da manhã seguinte, são registrados 63,3% dos homicídios contra a mulher.
Ciúmes e crime
A assistente social K (nome fictício), de 41 anos, moradora do Guará, tinha o que considerava um “casamento perfeito”. No início da relação, o companheiro, pai e marido exemplar, proporcionava à família uma vida confortável e feliz. Até que ela decidiu estudar e trabalhar fora. As crises veladas de ciúme começam a surgir, bem como perseguições e comparações salariais. A relação durou 16 anos, até que, em 20 de abril de 2017, após uma discussão, o marido, embriagado, a feriu com vários golpes de faca na frente de dois dos quatro filhos.
“Eu não tive um quadro de violência durante meu casamento”, relata K. “Construímos muitas coisas juntos, nunca nos agredimos fisicamente. Tudo aconteceu depois que voltei a estudar. Por ciúmes, ele me vigiava na porta da faculdade e eu não sabia”.
Ela conta que não entendia como agressões as perseguições e os pedidos do marido para largar os estudos. “Eu fiquei desacreditada até que caiu a ficha de que ele estava querendo me matar na frente dos meus filhos”, afirma. “Muitas vezes eles falam que houve agressão porque estava bêbado, não sabia o que estava fazendo, e não é isso. Ele tinha total consciência de tudo que fazia”, lembra.
Mesmo ferida, K. conseguiu se trancar no quarto. A filha saiu para pedir ajuda, e logo os vizinhos vieram em seu socorro. O agressor foi preso em flagrante e ficou detido por oito meses. Atualmente, responde ao processo em liberdade. Apesar de ter contato com todos os filhos, ele é proibido de se aproximar da ex-mulher.
*Colaborou Daniela Brito

Hospital de Base reativa sétimo andar e abre 25 leitos


O sétimo andar, inoperante desde novembro de 2018, foi reformado e recebeu novos equipamentos para abrigar pacientes da Urologia

O Hospital de Base reativou o sétimo andar e abriu 25 leitos, nesta segunda-feira (25). O sétimo andar, inoperante desde novembro de 2018, foi reformado e recebeu novos equipamentos para abrigar pacientes da Urologia. A especialidade funcionava no 8º andar e passará a ter 25 leitos, em vez de 24.
Com a transferência da Urologia, foi possível reorganizar outras enfermarias, permitindo aumentar de 24 para 39 as vagas de internação para pacientes oncológicos, além da criação de mais nove para outras cinco especialidades, que são pneumologia, gastro, reumatologia, endocrinologia e infectologia.
Ao todo, o número de leitos de enfermaria passará de 494 para 519.  O Hospital de Base também possui 68 leitos de UTI, 88 leitos no pronto-socorro e oito na Unidade de Suporte ao Trauma Avançado (USAT) Pediátrica, totalizando 683 leitos. Para fazer as mudanças, foram contratados 39 profissionais, entre eles, dois fisioterapeutas, dois nutricionistas, um psicólogo, um assistente social, uma farmacêutica clínica, seis enfermeiro e 26 técnicos.
O sétimo andar estava inoperante desde a saída da pediatria para o Hospital da Criança de Brasília, em 19 de novembro de 2018. A ampliação de leitos é mais uma ação do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF), que tem como objetivo melhorar a saúde pública para a população.
*Com informações da Secretaria de Saúde

GDF vai aderir à Hora do Planeta


No próximo sábado (30), às 20h30, o Palácio do Buriti, a Torre de TV e o Estádio Nacional de Brasília terão as luzes apagadas por uma hora

O Governo do Distrito Federal (GDF) vai aderir à Hora do Planeta, movimento criado em 2007 pela WWF Austrália e adotado em todo o mundo desde então. No próximo sábado (30), às 20h30, o Palácio do Buriti, a Torre de TV e o Estádio Nacional de Brasília terão as luzes apagadas por uma hora como forma de mostrar apoio ao combate ao aquecimento global e à preservação do planeta.
O Termo de Adesão foi assinado na tarde desta segunda-feira (25) pelo governador Ibaneis Rocha, o secretário de Meio Ambiente, Sarney Filho, e representantes da ONG em Brasília. O GDF também estuda a adesão de outros monumentos, como a Ponte JK e o Memorial JK, à iniciativa. “Precisamos refletir que nossos hábitos têm interferência direta na natureza e cabe ao governo dar o exemplo”, disse o governador.
A Hora do Planeta, conhecida globalmente como Earth Hour, é um ato simbólico e voluntário no qual pessoas, empresas, comunidades e governo são convidados a apagar suas luzes pelo período de uma hora para mostrar a preocupação com o aquecimento global. É uma iniciativa mundial da Rede WWF para enfrentar as mudanças climáticas e conta com a participação de mais de 100 cidades brasileiras e 1,5 mil monumentos.
Durante a reunião, o governador Ibaneis foi elogiado por ter sancionado a lei que proíbe canudos e copos de plástico em estabelecimentos comerciais da cidade em 30 de janeiro. A regra exige que eles sejam substituídos por descartáveis feitos a partir de material biodegradável, como amido e fibras de origem vegetal. O projeto tramitava na Câmara Legislativa desde 2016.

Saúde supera 14 mil cirurgias realizadas pelo SOS DF


Hospitais da rede pública têm registrado atuação estratégica e eficiente no atendimento ao público



Daniel da Costa comemora: “Com tanta gente precisando, é muito bom saber que podemos ter um atendimento de qualidade” / Foto: Breno Esaki/Secretaria de Saúde do DF
O número de cirurgias realizadas pela Secretaria de Saúde, por meio da força-tarefa criada pelo Governo do Distrito Federal, chegou a 14.682. O quantitativo é referente à produção de 14 hospitais da rede pública de saúde, que atuam de forma estratégica para aumentar o número de procedimentos realizados e beneficiar a população, em especial os pacientes que esperam há anos pelas intervenções.
Os dados, relativos aos 81 dias de governo, situam o Hospital de Base, com 2.520 cirurgias, como o primeiro colocado no ranking das unidades que mais operaram. Em seguida, com 1.329 procedimentos, vem o Hospital Regional do Gama e, em terceiro, o Hospital Regional de Taguatinga, com 1.289.
14.682Total de cirurgias realizadas após a força-tarefa criada pelo GDF
Equipe atenciosa
Uma das mais recentes beneficiadas pelo SOS DF Saúde é a comerciante Sandra Duarte, 49 anos, moradora de Samambaia. Depois de escorregar em casa e quebrar o pé, ela foi levada ao pronto-socorro do Hospital Regional de Taguatinga (HRT) e atendida poucos instantes depois no centro cirúrgico. “Na situação em que eu estava, me falaram que era caso de urgência”, conta. “Fui atendida muito bem. Os médicos e enfermeiras foram muito atenciosos. Agora, estou me recuperando muito bem. ”
Na avaliação da comerciante, as ações adotadas no SOS DF Saúde são importantes para dar vazão à quantidade de pacientes que esperam na fila dos hospitais pelos procedimentos. “Achei muito boa essa ideia de fazer uma força-tarefa de cirurgias, porque são muitos na fila e as pessoas estavam precisando”, destaca.
Daniel da Costa, 30 anos, sentiu segurança ao saber que mais profissionais de saúde estavam disponíveis para atendê-lo quando fraturou o braço. Vítima de um acidente de carro na madrugada de 9 de março, Costa sofreu uma fratura exposta no cotovelo esquerdo. Apesar da situação, ainda encontrou forças para acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, que o levou ao HRT.
“Com tanta gente precisando, é muito bom saber que podemos ter um atendimento de qualidade”, analisa. “Fui muito bem atendido, graças a Deus. ”  A previsão é de que ele talvez precise passar por uma nova cirurgia, em abril, pois o corte que sofreu no acidente foi profundo. “Estou me recuperando bem, e torcendo para me recuperar rápido depois da nova cirurgia”, ressalta.
* Com informações da Secretaria de Saúde
Confira o relatório com as ações diárias do SOS DF na áreas de obras.

Jovens que aprendem a dar a volta por cima



Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil resgata autoestima em crianças e adolescentes com histórico depressivo



Grupos de crianças e adolescentes encontram acolhimento e motivação no trabalho desenvolvido pela Caps i / Foto: Breno Esaki/Secretaria de Saúde
Nos últimos anos, desafios expostos na internet e nas redes sociais têm estimulado o aumento do número de crianças e adolescentes que se automutilam e até tentam suicídio. Jogos como Baleia Azul e a Boneca Momo, além da série 13 reasons why, vêm gerando grande influência nesse público. No mesmo período em que surgiram essas perigosas “distrações”, o Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (Capsi) de Taguatinga registrou aumento de procura por atendimento.
De acordo com a gerente do Capsi de Taguatinga, Kelly Cristina Vieira Silva, o centro acolhe, hoje, 526 crianças e adolescentes com idade entre 2 e 18 anos. Desses, 79 já tentaram suicídio e 83 fizeram automutilação, incluindo casos de indivíduos que passaram pelas duas situações. Em 2017, o Capsi acolheu 84 crianças e adolescentes com ideia ou tentativa de suicídio e mutilação. Em 2018, foram acolhidos outros 150 e, neste ano, já somam 15 menores com essas características.
526Número de crianças e adolescentes assistidos pelo Capsi de Taguatinga
“Os comportamentos autodestrutivos envolvem vários fatores, como relacionamentos familiares e escolares, bullying e histórico de violência sofrida, entre tantos outros aspectos que podem levar ao suicídio e à automutilação”, explica Kelly. “Os jogos e séries são fatores que podem se somar e influenciar esses pensamentos e comportamentos, resultando nesse aumento de casos. E nós estamos de portas abertas para ajudar”.
Reconhecimento
No trabalho realizado pelo centro, os menores são divididos em grupos de até 15 meninos e meninas em idades similares. “No grupo estão, também, adolescentes com diagnóstico de depressão, que sofreram bullying, têm baixa autoestima e outros transtornos que geram sofrimentos”, relata a gerente do Caps i. “O nosso trabalho, além da orientação, também procura estimular a autonomia, a autoconfiança dessas pessoas para que elas sejam capazes de fazer as próprias escolhas, e [que sejam] escolhas conscientes.”
No último ano, o grupo Ressignificar, do Capsi, ganhou o selo Chega Mais – Selo de Qualidade de Serviços para Adolescentes, certificação concedida por meio de parceria entre o Fundo de População das Nações Unidas, a Secretaria de Políticas para Crianças e Adolescentes e a Escola de Aperfeiçoamento do SUS.
Comemoração
Uma das características do grupo é a forte personalidade dos adolescentes e o protagonismo. Como sujeitos propositivos e questionadores, os menores criaram a sua própria data: o Dia do Adolescente, a ser comemorado na próxima quinta-feira (28). Para esse dia, a programação começa de manhã, com uma oficina de hip hop, e prossegue à tarde, com exibição de filmes, oficina de pipas e sarau.
 “O Dia do Adolescente é comemorado em setembro, mas, como sempre fazemos atividades de prevenção ao suicídio, eles escolheram a melhor data”, informa Kelly. “A ideia surgiu durante uma assembleia da qual os adolescentes participaram. Eles argumentaram que, se existe o Dia da Criança, deveria ter, também, o Dia do Adolescente. Então, sugeriram uma data e as atividades”.
* Com informações da Secretaria de Saúde do GDF

Avião de Keanu Reeves faz pouso de emergência nos EUA



No caminho, ator contou histórias e colocou músicas para tocar

Avião de Keanu Reeves faz pouso de emergência nos EUA
Notícias ao Minuto Brasil
HÁ 29 MINS POR FOLHAPRESS
FAMA LOS ANGELES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ator Keanu Reeves, 54, passou por um susto no último fim de semana. O avião em que ele estava, e que fazia o trajeto entre as cidades de São Francisco e Burbank, em Los Angeles, nos Estados Unidos, foi obrigado a fazer um pouso de emergência no pequeno aeroporto de Bakersfield, no interior da Califórnia, segundo a imprensa americana.
Ninguém ficou ferido na aterrissagem e o incidente acabou rendendo uma ótima história para passageiros que também estavam no voo. Isso porque, alguns deles seguiram viagem até o destino final, Los Angeles, em uma van, tendo a companhia do astro de filmes como "Velocidade Máxima" (1994) e "Matrix" (1999).
Durante o trajeto de duas horas, vídeos publicados pelos passageiros mostram Reeves contando curiosidades sobre Bakersfield e colocando música country, típica da cidade americana, para tocar.
"A população (de Bakersfield) é de aproximadamente 380.000 pessoas", diz o ator em um dos vídeos.
Em outro, um dos passageiros mostra que Reeves tem banana, gatorade e água. Há outras diversas passagens que mostram um pouco de como foi a viagem com o ator e sobre o que eles conversaram.
Em certo momento, o grupo parou para comer em uma rede de lanchonetes americana. "Foi um longo dia para todos nós", escreveu um dos passageiros.
Amir Blum, outro passageiro que estava no avião, publicou uma foto ao lado de Reeves em seu Twitter e escreveu: "Quando seu voo quase cai e você tem que aterrissar em um aeroporto remoto, mas pelo menos Keanu Reeves está tendo um dia tão ruim quanto você."
Segundo a SkyWest Airlines Corporate, o avião da United foi desviado para Bakersfield devido a indicação de um problema mecânico. "O avião posou com segurança e sem incidentes em Bakersfield. Os passageiros desembarcaram normalmente no portão e foram transportados via transporte terrestre para Burbank ", disse a empresa em nota.


Ministro de Minas e Energia defende melhoria da governança no setor

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, participa de audiência pública na Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado.

         Marcelo Camargo/Agência Brasil

Para ele, medida garante estabilidade jurídica e atrai investimentos

Publicado em 26/03/2019 - 15:05
Por Karine Melo - Repórter da Agência Brasil  Brasília
Baratear os custos da energia por meio do aperfeiçoamento da governança está entre as prioridades do Ministério de Minas e Energia, afirmou hoje (26) o ministro Bento Albuquerque. Segundo o ministro a medida é fundamental para garantir melhor estabilidade jurídica e regulatória. “Ninguém vai investir aqui se não tiver garantia e retorno sobre o investimento”, disse Albuquerque durante audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado.
Para o ministro, se o leilão de venda do direito de explorar o excedente de óleo do contrato de cessão onerosa não sair este ano, o Brasil terá um prejuízo relacionado “ao custo de oportunidade”, com empresas buscando outros destinos para investir. O custo de oportunidade associado ao leilão está estimado em US$ 7 bilhões por ano, afirmou.
O leilão do excedente da cessão onerosa está previsto para o dia 28 de outubro."Quem é investidor, se não tem uma oportunidade, vai procurar outras oportunidades, porque não vai ficar com o dinheiro dele parado", disse Albuquerque.

Gás

Ao falar sobre gás, o ministro reconheceu que o Brasil precisa “investir muito” para melhorar a infraestrutura para a produção nesse setor. Ele lembrou que a Petrobras é a maior consumidora do combustível, sócia de 20 das 27 produtoras que operam no país, mas ressaltou que, apesar disso, tem estrutura inferior à de países como Argentina e Estados Unidos. “Não adianta descobrir gás no pré-sal. Não há competitividade e interesse do investidor porque existe um monopólio da União e dos estados”, afirmou.

Energia elétrica

Albuquerque destacou ainda a eficiência do sistema elétrico brasileiro que, apesar dos recordes de consumo nos primeiros meses do ano, teve “capacidade de corresponder à demanda”. Ele destacou que, entre 2019 e 2022, a expectativa é de crescimento médio de 2,7%, com investimentos de R$ 1,5 trilhão em petróleo, gás e energia. O ministro elogiou o fato de o Brasil ter 44% das matrizes energéticas renováveis, enquanto a média mundial fica abaixo de 20%.
O contrato de Itaipu com o Paraguai também é prioridade para o ministério. “O acordo vence em 2023, mas montamos um grupo de trabalho para traçar os critérios para uma possível renovação. Atualmente, o Brasil consome 80% de toda a eletricidade produzida na hidrelétrica. Temos que observar o que vamos consumir, quanto podemos dispor e quanto pagaremos por isso”, afirmou.

Mineração

De acordo com Bento Albuquerque, um dos setores mais promissores no país é o da exploração mineral. Nesse sentido, destacou o ministro, enquanto o Brasil tem 50 commodities (bens primários com cotação internacional), o Chile tem apenas três. “O mineral é fundamental para, por exemplo, a energia solar, a eólica, e por aí vai. Tudo é mineral. Diferentemente da agricultura, só não é pop, espero que ainda, porque a gente vai tornar a mineração poptambém”, brincou.
Edição: Nádia Franco

Witzel pede a Bolsonaro para melhorar condições de negócio do Rio

Publicado em 26/03/2019 - 14:54
Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil  Brasília
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, se reuniu hoje (26) com o presidente Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto, para apresentar propostas que melhorem as condições de negócio do estado.
As concessões de portos e aeroportos, segundo Witzel, são medidas estratégicas. “Fiz um pedido, ou que o porto seja entrega para a administração do estado ou que possamos ter maior parceria na gestão”, disse.
O governador também destacou a importância do planejamento da licitação do Aeroporto Santos Dumont para evitar conflito com o Aeroporto do Galeão. Segundo ele, há uma preocupação muito grande entre os empresários do Galeão.
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, fala à imprensa após reunião com o presidente da República, Jair Bolsonaro, no  Palácio do Planalto.
Governador Wilson Witzel: “As concessões de portos e aeroportos são medidas estratégicas”      (Antonio Cruz/Agência Brasil)
“[Corre o risco] de acabarmos ou sucatearmos o Aeroporto do Galeão. Pedi que nosso secretário de Transporte tivesse maior proximidade com o ministro Tarcísio [Gomes Freire, da Infraestrutura]”, disse.
O governador do Rio de Janeiro explicou ainda que o governo investiu na segurança e em vias de acesso ao aeroporto, com o patrulhamento da Polícia Militar nas linhas vermelha e amarela. “É fundamental que tenhamos um aeroporto fortalecido”, argumentou.

Previdência em debate

Wilson Witzel esteve no Palácio do Planalto após participar de encontro com governadores, em Brasília, para debater a reforma da Previdência com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo Witzel, todos estão empenhados na aprovação da proposta e se comprometerem a atuar junto aos parlamentares de seus estados.
“Não há um governador que pense diferente, evidente que há discussões sobre o conteúdo da reforma, mas todos estamos empenhados em fazer e fazer logo no primeiro semestre para que tenhamos tempo de fazer ainda a reforma tributária e poder dar ao Brasil novamente condições de se desenvolver”, disse.
Witzel também conversou com o presidente da República sobre o socorro fiscal aos estados. O pedido  havia sido reiterado ao ministro Paulo Guedes durante o encontro com governadores.
“O Rio está em recuperação fiscal, mas infelizmente não é suficiente. A crise foi profunda e os estados precisam de recursos. A cessão onerosa [recursos do pré-sal] é uma possibilidade, mas ainda temos outras possibilidades de financiamento para os estados visando fechar os compromissos até o fim do ano, principalmente Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais”, finalizou.
Edição: Kleber Sampaio

Dívidas com a União passam de R$ 2 trilhões; 44% são irrecuperáveis

dinheiro

           Agencia Brasil

Publicado em 26/03/2019 - 14:19
Por Kelly Oliveira – Repórter da Agência Brasil  Brasília
A quantidade de devedores da União chegou a 4,6 milhões, em 2018. A dívida total é de R$ 2,196 trilhões, sendo que 44,8% desse valor é considerado irrecuperável, segundo dados da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), divulgados hoje (26).
Os grandes devedores, considerados aqueles com débitos acima de R$ 15 milhões, chegaram a 28.339, mas eles representam somente 1% do total de quem deve à União. Apesar de serem em menor número, eles são responsáveis por 62% da dívida ativa da União e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), no valor total de R$ 1,368 trilhão.
De acordo com os dados do relatório PFGN em Números, do total da dívida ativa, 71% são débitos tributários, 22% são previdenciários, 6% não tributários (como multas) e 1% são referentes ao FGTS.
Segundo o procurador-geral da Fazenda Nacional, José Levi Mello do Amaral Júnior, cerca de 33% da dívida é mais fácil de recuperar por envolver empresas com patrimônio, receita e ainda atuantes, além de os débitos serem mais recentes. Já nos casos de empresas falidas, em recuperação judicial, com dívidas antigas ou que foram usadas como fachada para cometer fraudes, fica mais difícil a recuperação. “A abordagem segmentada da dívida ativa é que vai nos levar a um sucesso maior na busca da recuperação do estoque”, afirmou.

Devedores contumazes

O procurador-geral defendeu que é preciso “se concentrar nos devedores contumazes” como estratégia para recuperar mais créditos para a União. “Temos que ter estratégias qualificadas e esses números nos mostram atrás de quem devemos ir”, disse.
Segundo Levi Júnior, os devedores contumazes de tributos deixam de pagar cerca de R$ 30 bilhões a R$ 40 bilhões por ano. O governo elaborou um projeto de lei, enviado ao Congresso, para melhorar a cobrança desses devedores. A expectativa da PGFN é recuperar 10% dessa dívida dos devedores contumazes, o que seria entre R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões, por ano.
A Procuradoria-Geral classifica como devedores contumazes os contribuintes com inadimplência reiterada de pelo menos R$ 15 milhões e sem buscar regularizar o passivo há mais de um ano. Eles também terão de se enquadrar em pelo menos um dos seguintes critérios: indícios de fraudes estruturadas, utilização de laranjas (dívidas em nome de terceiros) e artifícios destinados a burlar mecanismos de cobrança.
Em 2018, a PGFN conseguiu recuperar R$ 23,88 bilhões para os cofres públicos e o FGTS. Em 2017, esse valor chegou a R$ 26 bilhões e em 2016, a R$ 14,5 bilhões.
A maior parte do valor recuperado no ano passado foi por meio de programas de parcelamento de dívidas, conhecido como Refis: 47%. A execução forçada, com penhora e leilão de bens, por exemplo, foi responsável por 25% do total recuperado.

Reforma da Previdência

Levi Júnior também afirmou que a PGFN está preparada para defender a reforma da Previdência, caso sejam feitos questionamentos na Justiça. “Já passamos por algumas reformas previdenciárias. Todas elas bastante discutidas, todas levadas a juízo, todas produziram jurisprudências no Supremo Tribunal Federal. Nós avaliamos a minuta da PEC [Proposta de Emenda à Constituição] e temos absoluta convicção da higidez jurídica e da correção constitucional”, disse.
Segundo ele, a regra de transição é um dos itens que costumam ser questionados na Justiça. Questionado se um dos temas que devem ser discutidos na Justiça é o fim da multa do FGTS para trabalhadores já aposentados que forem demitidos, Levi Júnior também disse que a Procuradoria-Geral está preparada para defender esse tema.
Edição: Sabrina Craide