terça-feira, 26 de março de 2019

Estudantes retomam atividades em escola de Suzano 13 dias após ataques

Os alunos são vistos durante um dia de reabertura da escola, após o tiroteio na escola Raul Brasil em Suzano, SP, 18 de março de 2019.

            UESLEI MARCELINO

Uma data para o retorno às aulas será definida esta semana

Publicado em 26/03/2019 - 06:33
Por Camila Maciel - Repórter da Agência Brasil  São Paulo
A partir das 7h de hoje (26), a Escola Estadual Raul Brasil estará aberta para os estudantes em horário regular, até as 18h, com atividades pedagógicas de acolhimento. Eles serão recebidos com apresentação da Orquestra Locomotiva, dinâmicas, leitura de cartas de apoio, exibição e debate de filmes. De acordo com a Secretaria Estadual de Educação, ainda não há data para o retorno das aulas. A medida será definida pela direção da escola a partir do trabalho com os alunos e professores nesta semana.
As aulas foram suspensas no dia 13 deste mês, quando dois ex-alunos, de 17 e 25 anos, entraram na escola, encapuzados e armados, e promoveram um ataque que resultou, ao todo, namorte de dez pessoas – cinco estudantes e duas professoras. Os atiradores, que antes de invadir a escola mataram um empresário, também morreram na ação.
As atividades de retorno estavam sendo planejadas por cerca de 50 professores e funcionários da escola desde a semana passada e foram finalizadas nessa segunda-feira (25). Eles contaram com o apoio da secretaria de Educação e da equipe do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral (Gepem), que reúne pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Representantes de sala e do grêmio estudantil da escola – totalizando 19 alunos – participaram de um encontro nessa segunda para alinhar com a Diretoria de Ensino de Suzano e a Escola de Formação de Professores da Secretaria Estadual de Educação as próximas ações na escola.
Alunos e professores de outras escolas da cidade também estiveram na Raul Brasil pra prestar solidariedade. A Escola Estadual Inah Jacy de Castro Aguiar, por exemplo, enviou cartas de estudantes com mensagens de apoio. Já os alunos e professores do Colégio Nossa Senhora do Sagrado Coração entregaram flores e cartazes para os professores atingidos pelo atentado.

Acompanhamento

Terão continuidade nos próximos dias, os atendimentos individuais e coletivos feitos por técnicos do Centro de Referência e Apoio à Vítima (Cravi), da Secretaria Estadual de Justiça. Os acolhimentos de saúde mental serão oferecidos em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e em quatro Centros de Apoio Psicossocial da prefeitura de Suzano. A secretaria de Educação informou que está em tramitação um convênio entre o governo estadual e a prefeitura para reforçar esse atendimento.
De acordo com a secretaria, diversas instituições se colocaram à disposição para contribuir tanto no âmbito pedagógico quanto no suporte psicológico de alunos e funcionários. Além da prefeitura, do Caps, do Cravi, da Unicamp e da Unesp, estavam a Universidade Braz Cubas, a Universidade Cruzeiro do Sul; o Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, a Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Suzano; a Neuroconecte; o Conselho Regional de Psicologia; a Defensoria Pública; e a Universidade Federal Mato Grosso do Sul (UFSM).
Edição: Talita Cavalcante

Paulo Guedes vai à Câmara para debater reforma da Previdência

O ministro da Economia, Paulo Guedes, durante Plenária de Prefeitos da 75a Reunião Geral da FNP, fala sobre a Reforma da Previdência.

             Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Dicussões do texto começam na Comissão de Constituição e Justiça

Publicado em 26/03/2019 - 06:09
Por Heloisa Cristaldo - Repórter da Agência Brasil  Brasília
Os deputados começam a discutir, na tarde de hoje (26) a proposta de emenda à Constituição da reforma da Previdência(PEC 6/19), com a presença do ministro da Economia, Paulo Guedes, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, primeira fase de tramitação do texto. Os parlamentares querem que o ministro esclareça pontos da medida, a reforma previdenciária dos militares, a reestruturação da carreira das Forças Armadas e a necessidade de mudança do sistema de Previdência Social do país.
O líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), disse que os deputados têm dúvidas sobre os impactos da proposta, apresentada pelo governo no mês passado. Segundo ele, a expectativa é que o ministro esclareça os principais pontos da emendas.
A semana passada foi marcada pelo impasse nas articulações políticas entre Poder Executivo e Câmara dos Deputados. Desta forma, o presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), decidiu adiar a indicação do relator até que o cenário político esteja mais favorável para a aprovação da reforma no âmbito da comissão.
A previsão é que o nome seja indicado até quinta-feira (28). O líder do PSL afirmou que Francischini (PSL-PR) está ouvindo partidos e governo para escolher o relator.
Além de Guedes, parlamentares devem ouvir seis constitucionalistas na CCJ da Câmara para tratar da reforma, na quinta-feira (28). Dois nomes serão indicados pelas lideranças da base do governo, outros dois nomes por lideranças da oposição, e os últimos dois por deputados ditos independentes.
Entre os convidados estão o secretário especial adjunto de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco Leal, a procuradora Elida Graziane Pinto, do Ministério Público de Contas de São Paulo, e o advogado Cezar Britto, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Articulação

Guedes reafirmou ontem (25) a confiança no presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na condução das discussões entre os deputados.
“Desde o início, ele apoia a reforma da Previdência. Quando ele foi eleito pela primeira vez [presidente da Câmara], em 2016, falou da importância da aprovação da reforma no primeiro discurso. Ele é a favor”, ressaltou.
Guedes destacou que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), também tem se manifestado a favor da reforma.
Para o ministro, o Congresso pode rever determinados pontos da proposta enviada pelo governo, mas pediu que a economia em 10 anos não fique inferior a R$ 1 trilhão. Caso contrário, não será possível implementar o regime de capitalização para os trabalhadores jovens. “Talvez tenha alguma coisa que o Parlamento não seja a favor, mas tudo tem sua explicação, sua lógica. Se algum ponto for derrubado, tudo bem, mas peço que a economia não baixe de R$ 1 trilhão.”
Edição: Talita Cavalcante

Prefeito de Mariana (MG) decreta estado de calamidade financeira


Medida vai provocar cortes em diversos setores e demissões

Publicado em 25/03/2019 - 22:13
Por Léo Rodrigues - Repórter da Agência Brasil  Rio de Janeiro
A prefeitura de Mariana (MG) decretou hoje (25) estado de calamidade financeira. A decisão levou em conta os impactos da paralisação da Mina da Alegria, da Vale, anunciada na semana passada.
A medida, segundo informações da prefeitura, vai causar cortes em diversos setores, como educação, saúde e desenvolvimento social. Cerca de 700 funcionários devem ser demitidos.
De acordo com a prefeitura, a paralisação da Mina da Alegria agrava as dificuldades que vêm desde o rompimento da barragem da mineradora Samarco, no Complexo Minerário de Germano. Na tragédia, ocorrida em novembro de 2015, dois distritos no município foram destruídos, 19 pessoas morreram e diversas outras cidades da bacia do Rio Doce sofreram impactos socioambientais. Desde então, a Samarco está com suas atividades paralisadas.
Mariana (MG) - Rompimento de duas barragens da mineradora Samarco na última quinta-feira (5). Em meio ao cenário de muita lama, barro e destruição, o que restou lembra uma cidade fantasma (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Mariana (MG) - Rompimento de barragens da mineradora Samarco - Antonio Cruz/ Agência Brasil

Antecipação

O portal da prefeitura publicou trechos do pronunciamento realizado à tarde pelo prefeito Duarte Júnior (PPS), no qual ele justificou o decreto de calamidade financeira. “A nossa arrecadação mensal será de aproximadamente R$ 12,7 milhões. Em 2014, período em que a Vale e a Samarco ainda atuavam, esse valor chegava a cerca de R$30 milhões ao mês”, disse.
Caso a situação se mantenha, o prefeito avalia que a receita de Mariana sofrerá uma queda de R$ 92 milhões em 2019. A principal perda está relacionada com a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), conhecida como royalty do minério, embora outros tributos, como o Imposto Sobre Serviços (ISS), também sejam impactados.
Para tentar contornar a situação, a prefeitura entrará com duas ações contra a Vale. Em uma delas pedirá a antecipação de uma indenização à Mariana e na outra irá requerer a manutenção de pagamentos equivalentes ao valor da CFEM, mesmo que  a mineradora não esteja operando. “Somos reféns da mineração e precisamos de socorro do Poder Judiciário para que as mineradoras mantenham os serviços essenciais que dependem desse recurso”, disse o prefeito.

Responsabilidade

Duarte Júnior responsabilizou a Vale pela crise financeira do município e lembrou ainda que a mineradora é uma das acionistas da Samarco, ao lado da anglo-australiana BHP Billiton.
“A Vale é responsável por tudo que esta acontecendo em Mariana, por toda essa crise. Sendo assim, ela tem que arcar com os prejuízos do seu dano. Quem sofre com tudo isso é a população e não vou permitir que ela pague por irresponsabilidade de empresa alguma”, afirmou.
Em nota, a mineradora afirmou que recolhe todos os tributos incidentes em suas operações de acordo com a legislação vigente. "A Vale vem mantendo diálogo permanente com os municípios de Minas Gerais. Isso inclui a comunicação sobre as paralisações das operações", informa o texto.

Acordo

Medidas similares às que Mariana irá pleitear na Justiça fazem parte de um acordo obtido pela prefeitura de Brumadinho (MG), após tragédia ocorrida há dois meses, quando uma barragem da Vale na Mina do Feijão se rompeu causando centenas de mortes.
Há cerca de duas semanas, o prefeito de Brumadinho, Avimar Barcelos, anunciou um acordo com a mineradora. Segundo ele, mesmo que ela não esteja operando no município, por pelo menos dois anos, estão assegurados os pagamentos equivalentes ao valor da ISS e da CFEM.
Mina de Alegria teve suas operações paralisadas conforme anúncio feito pela Vale na última quarta-feira (20). Na ocasião, a mineradora afirmou em nota que adoção da medida se deu em caráter preventivo.
"Sob condição de estresse, os resultados obtidos nas análises preliminares de suas estruturas foram inconclusivos, não sendo possível garantir sua estabilidade sob tais condições", diz o texto divulgado. De acordo com a Vale, tão logo os estudos dessem garantias de segurança, as operações seriam retomadas.
Edição: Luiza Damé

Ex-presidente Temer volta para a capital paulista

O ex-presidente Michel Temer deixa a sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro, após o desembargador federal Antonio Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2a Região (TRF2), determinar a soltura do ex-presidente.

             Reuters/Ricardo Moraes/Direitos Reservados

Publicado em 25/03/2019 - 22:08
Por Bruno Bocchini - Repórter da Agência Brasil  São Paulo
O ex-presidente da República, Michel Temer, chegou a cidade de São Paulo hoje (25) por volta das 21h15, no aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital paulista, vindo do Rio de Janeiro em um avião bimotor. Ele deixou, mais cedo, a sede da Superintendência da Polícia Federal no Rio, onde estava preso desde a última quinta-feira (21).
O ex-presidente foi beneficiado por um habeas corpus concedido pelo desembargador Ivan Athié. Temer havia sido preso preventivamente na última quinta-feira (21), durante a Operação Descontaminação, que investiga desvio de verbas nas obras da usina nuclear Angra 3.
Depois de pousar no aeroporto de Congonhas, Temer foi para sua residência, no bairro Alto de Pinheiros, na zona oeste da capital. Ele chegou em casa por volta das 21h45.

Histórico

O ex-presidente foi preso preventivamente junto com o ex-ministro Moreira Franco e quatro acusados de integrar uma quadrilha que cometeu crimes de corrupção relacionados à construção da Usina Nuclear Angra 3. A pedido da defesa, após ser preso, Temer foi levado para a sede da Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro. O ex-ministro Moreira Franco estava preso no Batalhão Especial Prisional (BEP), em Niterói.
As prisões foram determinadas pelo juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, que julga os processos relacionados à Lava Jato no Rio de Janeiro.

O ex-presidente Michel Temer deixa a sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro, após o desembargador federal Antonio Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2a Região (TRF2), determinar a soltura do ex-presidente.
O ex-presidente Michel Temer deixa a sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro, após o desembargador federal Antonio Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2a Região (TRF2), determinar a soltura do ex-presidente. - Reuters/Ricardo Moraes/Direitos Reservados
Edição: Renata Giraldi

Moro diz que há "receio exagerado" sobre penitenciária no DF

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, participa de coletiva de imprensa para apresentação de plataforma digital com estatísticas oficiais de segurança pública.

             Marcelo Camargo/Agência Brasil

Governador Ibaneis pede o fechamento do presídio por temer riscos

Publicado em 25/03/2019 - 21:49
Por Marcelo Brandão - Repórter da Agência Brasil  Brasília
O ministro da Justiça, Sergio Moro, disse hoje (25) que há “receio exagerado” do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), a respeito dos riscos do presídio federal existente na região. Após a transferência de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), e mais três integrantes do grupo para o presídio federal no DF, Ibaneis afirmou que buscaria o fechamento do presídio.
“Acho que há um receio um pouco exagerado porque a liderança criminosa vem para um presídio federal de segurança máxima, onde ela fica em um sistema carcerário muito rígido, sem condições de controlar a atividade criminal fora. Talvez haja uma certa incompreensão da posição dessa pessoa aqui do DF, mas posso assegurar aos moradores que eles estão absolutamente seguros”, disse Moro, após evento em Brasília.
Inaugurada em outubro de 2018, a Penitenciária Federal de Brasília é uma das cinco unidades de segurança máxima federais destinadas a isolar presos condenados e provisórios sujeitos ao Regime Disciplinar Diferenciado, líderes de organizações criminosas e réus colaboradores presos ou que delatores premiados que correm risco de vida no sistema estadual.
Em sua reclamação, Ibaneis havia manifestado seu desejo de ser ouvido por Moro e pelo presidente Jair Bolsonaro. O ministro disse ter conversado com o governador e acrescentou que o presídio não será desativado.
O governador eleito do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), fala à imprensa após encontro com o presidente Michel Temer, no Palácio do Planalto.
O governador eleito do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), manifestou-se pela primeira vez no sábado e hoje formalizou o pedido - Valter Campanato/Agência Brasil
“O presídio de segurança máxima foi feito exatamente para isolar e absorver essas lideranças criminosas. Nós não podemos simplesmente não utilizar o presídio de segurança máxima. Existem [presídios federais] em outras comunidades e não existe essa reclamação.”
Além da unidade no DF, existem outras quatro em funcionamento no país: Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, Catanduvas, no Paraná, Mossoró, no Rio Grande do Norte, e Porto Velho (RO).
Edição: Renata Giraldi

Secretária de Educação Básica do MEC pede demissão


Ministério confirmou pedido de Tânia Leme de Almeida

Publicado em 25/03/2019 - 21:24
Por Agência Brasil  Brasília
A secretária de Educação Básica, Tânia Leme de Almeida, pediu demissão hoje (25) do cargo. Em uma breve nota, o Ministério da Educação confirmou “o pedido de demissão”.
A Secretaria de Educação Básica é responsável pela educação infantil, pelo ensino fundamental e pelo ensino médio.
Com mestrado e doutorado em engenharia civil-hidráulica, Tânia de Almeida pesquisa gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, solos contaminados, metais pesados e aterro sanitário.
A professora do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, em São Paulo, Tânia de Almeida desenvolve experiências profissionais também no Laboratório de Química Ambiental da Universidade de São Paulo (USP).

Edição: Renata Giraldi

Para Moro, Brasil está mais perto de ingressar na OCDE após relatório

Publicado em 25/03/2019 - 21:18
Por Marcelo Brandão - Repórter da Agência Brasil  Brasília
O ministro da Justiça, Sergio Moro, afirmou hoje (25) que o Brasil está mais próximo de ser tornar um membro da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) após um relatório feito pelo Comitê de Concorrência da instituição sobre as práticas do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O resultado do relatório subsidiou a adesão do Brasil como membro permanente do Comitê de Concorrência da OCDE. 
“O relatório traz vários elogios ao Brasil, Tanto traz que o Brasil é aprovado membro do comitê de concorrência [da OCDE], passa a ser um membro associado. É um grande passo no sentido de se tornar um membro pleno da OCDE”. O lançamento do relatório ocorreu na noite de hoje (25), no Cade, em Brasília. O documento apresenta uma análise do sistema brasileiro de defesa da concorrência e a adequação da política e da legislação antitruste do país aos padrões definidos pela OCDE.

Recomendações

O relatório também traz recomendações de aprimoramento de práticas, interpretadas como normal por Moro. Dentre elas, a organização citou a questão dos cartéis. “O Cade tem que se atentar para o problema da posição dominante no mercado. Ouvimos com atenção as recomendações, são muito pontuais, e vamos trabalhar para que sejam preenchidas. Isso é bom porque nos força a melhorar”, completou Moro.
De acordo com Gabriel Petrus, diretor da Câmara de Comércio Internacional no Brasil, o Brasil está próximo de integrar a OCDE após a divulgação do relatório sobre concorrência. “O Brasil já cumpre 84% das regras da OCDE, e a concorrência engloba boa parte das regras. […] O restante das regras que o Brasil ainda não cumpre dizem respeito ao sistema tributário e ao sistema de comércio internacional”. Petrus afirmou que o Brasil ainda é “muito fechado” para o comércio exterior e isso pode mudar com o ingresso do país na organização.
A entrada do Brasil na OCDE foi tratada durante a visita do presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos, na semana passada, quando o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que intercederia pelo Brasil junto à organização. Para entrar na OCDE, o Brasil abrirá mão de direitos reservados a países em desenvolvimento na Organização Mundial de Comércio (OMC).

AGÊNCIA BRASIL 

Porta-voz diz que Bolsonaro sabe que é parte "da solução" para reforma


Segundo Rêgo Barros, presidente está aberto ao diálogo

Publicado em 25/03/2019 - 21:08
Por Pedro Rafael Vilela - Repórter da Agência Brasil  Brasília
O porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, afirmou hoje (25) que o presidente Jair Bolsonaro está disposto a conversar com parlamentares sobre a necessidade da reforma da Previdência. Segundo ele, há duas opções no momento: aprovar a Nova Previdência ou mergulhar o país em "um buraco sem fundo." A afirmação foi durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto.  
"É muito importante também qualificar que o nosso presidente se coloca ao lado do Congresso para, juntos, caminhar em prol da aprovação da Nova Previdência. O presidente entende, como percebe por parte do Congresso, a perene necessidade que isso venha a ocorrer. Nós temos duas opções, aprovar a Nova Previdência ou mergulharmos em um buraco sem fundo, e esse buraco sem fundo que pode nos levar à desconstrução da sociedade", afirmou.
Segundo Rêgo Barros, "o presidente fará todos os esforços necessários para que a proposta da Previdência avance, sob a batuta agora do Congresso Nacional", e que ele sabe "que é parte da solução" para essa aprovação.

Reunião 

Pela manhã, Bolsonaro comandou reunião com ministros, incluindo Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Santos Cruz (Secretaria de Governo) e Paulo Guedes (Economia) em que apontou, segundo o porta-voz, a necessidade de fortalecer duas frentes de comunicação do governo sobre a reforma da Previdência, uma voltada especificamente para parlamentares e outra para a opinião pública em geral. Amanhã (26), o presidente comanda mais uma reunião ministerial, onde o assunto deverá ser novamente tratado.
Na quarta-feira (27), Bolsonaro viaja para São Paulo, onde terá uma consulta no Hospital Albert Einstein, para avaliação de seu quadro de saúde. Em janeiro, o presidente realizou a cirurgia de reconstrução do aparelho intestinal e retirada da bolsa de colostomia, usada por ele desde setembro do ano passado, quando ele foi esfaqueado no abdômen, durante um ato de campanha eleitoral em Juiz de Fora.
No mesmo dia, o presidente participará de uma atividade na Universidade Mackenzie, também na capital paulista, para prestigiar um projeto científico que investiga o uso do grafeno, material derivado do grafite, que é considerado mais resistente, mais leve e mais fino que o aço, e que pode ter aplicação industrial e na área de tecnologia. 

Israel

No próximo sábado (30), o presidente da República embarca para Israel, na sua quarta viagem internacional desde que assumiu o governo. Em janeiro, ele participou do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, e na semana passada esteve em visita oficial aos Estados Unidos e ao Chile.
Questionado se Bolsonaro anunciará a transferência da Embaixada do Brasil de Telaviv para Jerusalém, uma promessa de campanha do presidente, o porta-voz disse que o assunto segue em estudo. "Sobre [a transferência da] embaixada, nosso presidente vem advogando que [o assunto] merece um estudo um pouco aprofundado e ele fará ao longo do tempo e no tempo necessário", afirmou.  
O porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, fala à imprensa, no Palácio do Planalto.
O porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, fala à imprensa, no Palácio do Planalto. - Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

  
Edição: Renata Giraldi

MPF pede informações sobre combate à dengue no noroeste paulista

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              Arquivo Agência Brasil

Região tem 22 cidades com alto índice de infestação do Aedes aegypti

Publicado em 25/03/2019 - 20:48
Por Camila Boehm - Repórter da Agência Brasil  São Paulo
O Ministério Público Federal (MPF) cobrou informações das prefeituras de 22 municípios na região de Jales, noroeste do estado de São Paulo, sobre medidas adotadas para o combate à dengue. Segundo o MPF, cidades da região vêm registrando altos índices de infestação do mosquito Aedes aegypti, que transmite a doença – algumas áreas, inclusive, enfrentam epidemias. No município de Fernandópolis, uma idosa infectada morreu há duas semanas.
As prefeituras têm prazo de 10 dias para indicar quais providências estão tomando neste ano com o objetivo de reduzir os riscos de transmissão da dengue. O MPF pede também um levantamento sobre os casos registrados da doença e a aplicação de multas a moradores que mantenham focos de proliferação do mosquito, como recipientes descobertos que acumulem água parada.
Ofícios foram enviadosàs prefeituras de Aparecida d' Oeste; Aspásia; Estrela d' Oeste; Fernandópolis; General Salgado; Guzolândia; Jales; Macedônia; Mesópolis; Ouroeste; Palmeira d' Oeste; Paranapuã; Pontalinda; Populina; Rubineia; São João das Duas Pontes; São João do Iracema; Suzanápolis; Três Fronteiras; Turmalina; Urânia e Vitória Brasil.
O estado de São Paulo registrou, do início deste ano até o último dia 15, 36.791 mil casos de dengue. A preocupação com a doença aumenta durante o verão, estação que terminou quarta-feira (20). No verão deste ano, o volume de chuvas aumentou 22% na capital paulista, o que aumenta a proliferação do Aedes aegypti, vetor da doença. Com 54 dias chuvosos e total de chuva de 884,5 milímetros, este foi o nono verão com maior volume de precipitação.

Bauru

A prefeitura de Bauru, cidade do centro-oeste paulista, informou na última semana que foram registrados 6.008 casos de dengue no município desde o início deste ano. A Divisão de Vigilância Epidemiológica confirmou 10 mortes pela doença, além de nove óbitos que ainda são investigados pelo Instituto Adolfo Lutz.
Os números são elevados, se for considerado que, durante todo o ano passado, foram notificadas 23 mortes por dengue no Brasil inteiro, conforme informações do Ministério da Saúde.
Dez cidades do interior paulista concentram 56,9% dos registros da doença. Além de Bauru, estão em estado de atenção as cidades de Araraquara (3.275); São José do Rio Preto (3.239); Andradina (2.401); Barretos (1.900); Fernandópolis (1.260); São Joaquim da Barra (1.251); São Paulo (665); Agudos (660) e Palestina (636).
Edição: Nádia Franco