sexta-feira, 22 de março de 2019

FMS inspeciona qualidade da água para consumo humano em Teresina

FMS - ÁGUA


Somente em 2018 foram avaliadas mais amostras de água do que o estabelecido pelo Ministério da Saúde
22/03/2019 - 16h06 Imprimir Envie por e-mail
FMS inspeciona qualidade da água para consumo humano em Teresina
Créditos: Ascom/FMS
A água própria para o consumo humano deve ser sem cor, cheiro ou gosto e, caso esteja contaminada, pode trazer inúmeras doenças. Pensando nisso, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) faz a inspeção da qualidade da água de Teresina, por meio da Gerência de Vigilância em Saúde Ambiental e do Trabalhador. Somente em 2018 foram avaliadas mais amostras de água do que o estabelecido pelo Ministério da Saúde. O dado foi divulgado em alusão ao Dia Mundial da Água, comemorado hoje, 22 de março.

O presidente da FMS, Charles Silveira, ressalta que a Fundação realiza inúmeras ações para promoção da saúde. “O trabalho do SUS passou por uma evolução gradativa e ampliou suas ações, de forma que hoje toda a população dele se beneficia de diversas formas. Quando alguém abre as torneiras de casa, por exemplo, está fazendo uso do SUS, pois essa inspeção da qualidade da água para consumo humano é uma das atividades desse Sistema complexo”, afirmou.

Raniere Carvalho, chefe do Núcleo de Vigilância e Qualidade da Água da FMS, explica sobre o trabalho desenvolvido para inspeção da água. “Uma equipe composta por técnicos sanitários e biólogos fazem inspeção em locais como saída de tratamento de ETA, poços, reservatórios de água, locais onde há grande concentração de pessoas e locais onde há predominância de pessoas doentes ou crianças, como hospitais e escolas. Além de realizar a investigação de surtos que podem ter raiz na contaminação hídrica”, informou.

Nessa inspeção, são averiguados fatores de risco que podem comprometer a qualidade da água. “No próprio local, avaliamos parâmetros como PH, cloro e temperatura da água. Outros parâmetros como turbidez (água clara ou escura), coliformes fecais e fluoreto, são coletados para avaliação bacteriológica e físico-química no nosso laboratório. Após isso, é emitido parecer técnico e entregue à instituição da qual foi realizada a coleta de água. Os resultados são enviados também para o Ministério da Saúde. Caso haja algum comprometimento da água, a instituição é comunicada e, se não resolver, pode ser penalizada”, ressaltou Raniere.

De acordo com Lina Vera, gerente da Gerência de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador da FMS, as pessoas que tiverem interesse em receber palestras sobre qualidade e economia da água, basta solicitarem formalmente a esta Gerência, que fica no bairro Matadouro. “Uma das recomendações que fazemos para população é de que mantenham a limpeza dos reservatórios de água em casa, como lavar a caixa d’água de seis em seis meses”, destacou.




Governo quer explorar Base de Alcântara comercialmente, diz Pontes

Instalações do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão.

             Valter Campanato/Agência Brasil

Publicado em 22/03/2019 - 17:52
Por Akemi Nitahara - Repórter da Agência Brasil  Rio de Janeiro
O acordo assinado esta semana com os Estados Unidos para Salvaguardas Tecnológicas (AST) é um passo importante para que o Brasil transforme a base de lançamento aeroespacial de Alcântara, no Maranhão, em um centro comercial, o que “vai ser muito bom para o Estado e para a região”, disse hoje (22), o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes.
Segundo o ministro, o objetivo é fazer de Alcântara o que foi feito no Centro Espacial John F. Kennedy, no Cabo Canaveral, Ilha Merritt, nos Estados Unidos. De acordo com Pontes, a exploração comercial da base de lançamento conseguiu retomar a economia local, após as dificuldades enfrentadas com o fim do programa do ônibus espacial da Nasa.
“Ali fazia o recolhimento, manutenção e decolagem do ônibus espacial. Quando acabou aquilo, perdeu um monte de emprego lá dentro, perdeu o shopping, as cidades afundaram, quase que virou uma cidade fantasma. Quando virou um centro comercial, aquilo reergueu. O pessoal está com uma qualidade de vida excelente, tem muita riqueza no entorno”.
 O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, apresenta o novo presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), João Luiz Filgueiras de Azevedo.
Ministro Marcos Pontes: informações que estão sendo divulgadas sobre o acordo de salvaguarda estão incorretas - Arquivo/Agência Brasil
O ministro adiantou que o governo está preparando um plano para incentivar a formação de profissionais e a geração de empregos em Alcântara. A intenção é preparar profissionais “para trabalhar no centro e nas empresas que vão trabalhar no centro, ajudar no crescimento de empresas, startups locais, que podem trabalhar com o centro também. Isso tudo aumenta a riqueza local, a qualidade de vida local, e assim por diante, é a única maneira de fazer isso funcionar bem”.
Um relatório técnico sobre o uso comercial de Alcântara foi publicado no ano passado, produzido pelo Programa Espacial Brasileiro e pela Agência Espacial Brasileira. Na conclusão, o texto aponta a janela de oportunidades que pode ser aproveitada com a infraestrutura já instalada no Centro Espacial, mas destaca que a operação comercial deve ocorrer por um curto período de tempo, tendo em vista que a concorrência está crescendo com a instalação de “novos spaceports em diversas localidades do globo”. O texto destaca também a necessidade de se definir a modelagem institucional para a gestão e as questões jurídicas envolvidas.

Acordo de salvaguarda

Pontes disse que as informações que estão sendo divulgadas sobre o acordo de salvaguarda estão incorretas. Segundo o ministro, não será permitido que os Estados Unidos lancem foguetes do Brasil, muito menos mísseis. “Não é permitido, pelo acordo ou qualquer definição daqui, lançar qualquer tipo de míssil, isso não existe. Ali o uso é civil, pacífico”.
“Não é ‘o Brasil está autorizando os Estados Unidos a lançar foguete aqui’. Não tem nada disso. É ‘os Estados Unidos estão autorizando o Brasil a lançar foguetes ou satélites de qualquer empresa e qualquer país que tenham componentes americanos’. Em troca, a gente garante que vai preservar essa tecnologia, para não deixar roubar”, afirmou o ministro, adiantando que o Brasil deve firmar acordos semelhantes com o Japão e Israel, entre outros países.
Na próxima semana, o ministro participa de uma audiência pública na Câmara dos Deputados para dar mais detalhes sobre o acordo, que ainda precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional.

Coppe

O ministro Marcos Pontes ministrou a aula inaugural no Coppe-UFRJ e conheceu alguns projetos desenvolvidos pelo instituto, como o trem de levitação magnética Maglev-Cobra, desenvolvido pelo Laboratório de Aplicações de Supercondutores; o ônibus híbrido elétrico-hidrogênio; a parceria com a Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern); o Laboratório Oceânico, que tem o maior tanque para pesquisa oceânica do mundo; e a tecnologia de dessalinização por membranas, desenvolvida pelo Laboratório de Processos de Separação com Membranas e Polímeros.
Edição: Fernando Fraga

Ministro de C&T vai a Israel avaliar tecnologias de tratamento de água

Publicado em 25/01/2019 - 20:07
Por Jonas Valente - Repórter da Agência Brasil  Brasília
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, viaja na próxima semana a Israel com uma equipe de técnicos para conhecer experiências do país na área e discutir parcerias. Um dos interesses é mapear iniciativas de reúso e dessalinização de água para avaliar possibilidades de adoção de tais técnicas no Brasil.
O ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, chega ao ministerio da Justiça e Segurança Pública, para reunião com o ministro, Sergio Moro
O ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes - Valter Campanato/Arquivo/Agência Brasil
Pontes apresentou a jornalistas hoje (25) em Brasília a missão, que contará também com integrantes de outros ministérios, como o das Relações Exteriores. “A missão tem finalidade técnica de verificar tecnologias e processos de como trabalham com inovações que nos sejam úteis para que possamos estreitar relações e trazer benefícios para o país”, explicou o ministro.
O ministro justificou a missão pelo fato de Israel ocupar a 11ª colocação no ranking global de inovação, de ter eventos importantes na área (como a feira Cybertech) e pela experiência no reuso e dessalinização de água, fontes de 50% do consumo nacional.
Na agenda estão previstas, além de reuniões com autoridades do governo israelense, visitas a estações de tratamento de água e a empresas com atuação na área. O objetivo da missão é conhecer técnicas que possam ser avaliadas para a realidade brasileira.

Implantação

Pontes informou que os projetos de reuso e dessalinização no Brasil serão coordenados pelo Instituto Nacional do Semi-árido. Não apenas soluções israelenses, mas também de outros países e daqui serão analisadas pelo centro, disse o ministro. Serão examinadas as propriedades de cada equipamento, tais como gasto de energia, vazão da água, custos e eficiência.
“Esses equipamentos podem ser de diferentes países. A gente vai procurar identificar onde essas tecnologias estão sendo desenvolvidas no planeta e promover a tecnologia brasileira”, disse o ministro. Um cadastro será aberto no ministério para que empresas brasileiras possam inscrever suas tecnologias para o tema.
De acordo com Pontes, o processo será contínuo, mas não há previsão de quando uma tecnologia poderá ser de fato implantada. Ele não informou que outros países poderão ser visitados para conhecer experiências desta modalidade de tratamento de água.
Questionado por jornalistas sobre o porquê da ênfase em dessalinização sendo que a maior incidência da seca é no semi-árido, respondeu que as soluções serão implementadas de forma combinada, da transposição do São Francisco a projetos de dessalinização para áreas mais próximas do litoral ou envolvendo poços de pouca profundidade.
“Não se conseguiu até agora colocar sistema integrado para solucionar o problema de forma sustentável. Esse esforço com o Ministério do Desenvolvimento Regional, com a nossa participação, é para ajudar a solucionar o problema usando essas diversas fontes de água”, acrescentou.
Edição: Nádia Franco

Marcos Pontes: fusão de Embraer e Boeing preserva interesses do país

Publicado em 11/01/2019 - 16:46
Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil  Brasília
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, disse que o acordo de fusão entre as empresas Embraer, nacional, e Boeing, dos Estados Unidos, “preserva tudo o que nos interessa em termos de país”. Após a cerimônia de troca do Comando do Exército, hoje (11) em Brasília, Pontes explicou que as condições têm sido estudadas pela equipe da Força Aérea Brasileira.
“Acredito que vai ser uma ótima oportunidade para o país, preservando tudo que precisamos preservar, os funcionários, a nossa tecnologia, as empresas daqui e melhorando as possibilidades e oportunidades para a Embraer”, disse.
Ontem (10), o acordo foi apresentado ao presidente Jair Bolsonaro, que afirmou que o governo federal não vai se opor à fusão, pois não fere a soberania nacional e os interesses do país. O governo brasileiro detém a chamada “ação de ouro” (ou “golden share”, como é conhecida), que dá poder de veto a esse tipo de negociação.
O acordo em andamento entre as duas companhias prevê a criação de uma nova companhia, uma joint venture, no termo do mercado, na qual a Boeing teria 80% e a Embraer, 20%. Caberia à Boeing a atividade comercial, não absorvendo as atividades relacionadas a aeronaves para segurança nacional e jatos executivos, que continuariam somente com a Embraer.

Viagem a Israel

Pontes afirmou ainda que sua viagem a Israel deve ocorrer até o final deste mês. De acordo com o ministro, além de dessalinização, a equipe brasileira vai tratar de outras pautas na área de espaço e inovações. “Vai ser uma viagem bem aproveitada”, disse.
Durante a visita ao país, dia 29 de janeiro, Pontes participará da homenagem ao astronauta Ilan Ramon. Os dois foram colegas de turma no período em que Pontes passou na Nasa. Ramon foi o primeiro astronauta israelense e morreu no acidente da nave Columbia, que se desintegrou na atmosfera, em fevereiro de 2003.
Edição: Sabrina Craide

China quer participar de programa de privatização brasileira

embaixador da China no Brasil, Yang Wanming

        Embaixada da China/Divulgação

Embaixador chinês diz que há interesse em investimentos

Publicado em 22/01/2019 - 21:19
Por José Romildo – Repórter da Agência Brasil  Rio de Janeiro
A China está disposta motivar suas empresas a participar dos programas de privatizações e de parcerias de investimentos que venham a ser propostas pelo governo brasileiro, disse hoje (22) o embaixador chinês no Brasil  Yang Wanming.
“Pelo trabalho conjunto, acredito que o nosso relacionamento com o novo governo brasileiro, do presidente Jair Bolsonaro, vai beneficiar o desenvolvimento dos dois povos”, disse o embaixador chinês
O embaixador visitou nesta terça-feira o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes. “Damos muita importância à cooperação com o Brasil. Temos pressa de fazer a cooperação em todas as áreas. Nas áreas de científica e tecnológica, e na área de defesa, e os intercâmbios na área de defesa, têm obtido um desenvolvimento fluido e saudável, atendendo aos interesses comuns dos dois países”, disse.
Wanming disse que, durante o encontro, Pontes propôs que os dois países realizem cooperação em ciência e tecnologia para utilização civil e militar. O embaixador acrescentou que a parte brasileira ainda não colocou na mesa os projetos específicos para a futura cooperação. “Temos pressa em ver e discutir as propostas que venham a ser feitas pela parte brasileira”, disse.
O embaixador chinês, que na semana passada visitou o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que, no que se refere ao desenvolvimento econômico, o interesse da China é “fortalecer a cooperação econômica, comercial, de investimentos em infraestrutura e até de cooperação financeira”.
De acordo com o embaixador Yang Wanming, os campos de cooperação são amplos, como, por exemplo, as áreas digital, de novas energias, de biotecnologia, espacial, de mudanças climáticas e de novos materiais.
“A China e o Brasil são grandes economias do mundo. Temos responsabilidade de promover a economia mundial. Não só o desenvolvimento conjunto dos dois países, mas pode contribuir para a prosperidade mundial”, disse Wanming.
Edição: Fábio Massalli

Novo Ministério da C&T mantém parte da estrutura, mas renova equipe

Publicado em 02/01/2019 - 16:55
Por Jonas Valente - Repórter da Agência Brasil  Brasília
O novo ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, assumiu hoje (2) o comando da pasta. Na cerimônia, o ministro anunciou a nova estrutura do órgão e a equipe responsável pela gestão do setor a partir desta quarta-feira. Pontes substituiu na pasta Gilberto Kassab, que foi indicado pelo governador João Doria para a Casa Civil do governo de São Paulo.
O ex-ministro Gilberto Kassab transmite o cargo ao novo ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes.
Gilberto Kassab transmite a Marcos Pontes o cargo de ministro da Ciência e Tecnologia - Bruno Peres/MCTIC
O ministério foi formado na gestão de Kassab, com a unificação das antigas pastas da Ciência e Tecnologia e das Comunicações, mantidas como estruturas separadas nos governos de Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Anteriormente, durante o governo de Fernando Collor, a pasta das Comunicações já tinha sido integrada ao Ministério da Infraestrutura, que foi retomado agora, mas com outra configuração.
Conforme informou hoje na cerimônia de transmissão de cargo, Marcos Pontes manteve boa parte da estrutura anterior, mas com renovação total da equipe. O secretário executivo é o ex-deputado federal Júlio Semeghini, que presidiu a Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara. O coronel da Força Aérea Carlos Baptistucci vai para a Secretaria Executiva Adjunta e o brigadeiro do ar Celestino Todesco, para a chefia de gabinete.
A Secretaria de Pesquisa, que ganhou nova atribuição, agora é de Pesquisa e Formação e será responsável por duas prioridades do novo ministro: a divulgação da C&T nas escolas e fortalecimento das carreiras. O secretário é o ex-vice-presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) Marcelo Morales. Na Secretaria de Empreendedorismo e Inovação, o comando é de Paulo César Alvim. 
A Secretaria de Planejamento também teve funções estendidas, ao abarcar processos de controle e cooperação e, de acordo com Pontes, funcionará como um “escritório de projetos”, monitorando o desempenho das ações da pasta, estabelecendo indicadores de andamento e ajustando o que for necessário. O objetivo é dar “eficiência” ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), atuando para monitorar “retornos de investimento” das iniciativas. Para ela foi escolhido Antônio Franciscangelis Neto.

Órgãos de pesquisa

Permanecem na estrutura do MCTIC diversos órgãos, como o CNPq; os conselhos nacionais de C&T, Informática e Automação, e Controle de Experimentação Animal; os institutos Nacional de Águas, da Mata Atlântica, de Pesquisa do Pantanal, de Pesquisas Espaciais, de Pesquisas da Amazônia, de Tecnologia e de Informação em Ciência e Tecnologia.

Estão incluídos ainda na pasta centros de pesquisa, o Observatório Nacional, laboratórios e dois museus (de Astronomia e Ciências Afins, no Rio de Janeiro, e Emílio Goeldi, em Belém).

Comunicações

As políticas da área das comunicações continuarão organizadas em torno de duas secretarias: Radiodifusão e Telecomunicações, para as quais foram nomeados o engenheiro Elifas Gurgel do Amaral, ex-presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), e Vitor de Menezes, que ocupava uma superintendência na agência até dezembro.
Permanecem vinculados ao MCTIC a Anatel, os Correios e a Telebrás.

Sobre as estatais, Pontes afirmou hoje, em entrevista a jornalistas, que vai “avaliar problemas” das empresas, em diálogo com a equipe econômica.
Edição: Nádia Franco

Pontes defende divulgação da C&T e ampliação do acesso à internet

O futuro ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, durante entrevista coletiva no CCBB.

         Marcelo Camargo/Agência Brasil

Publicado em 02/01/2019 - 11:45
Por Jonas Valente – Repórter Agência Brasil  Brasília
O novo ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Marcos Pontes, defendeu hoje (2) como prioridade de sua pasta a divulgação de iniciativas de ciência e tecnologia no país. Ele explicou que uma das secretarias do ministério terá como foco a formação, com vistas a pautar nas instituições de ensino públicas de todo o país a temática e o interesse pela produção de conhecimento.
“Pretendemos levar ciência e tecnologia junto com o Ministério da Educação e tentar promover a carreira de pesquisador, motivar jovens para as profissões de pesquisa. Também vamos promover maior divulgação científica”, afirmou Pontes na cerimônia de transmissão do cargo.
Pontes substitui Gilberto Kassab, liderança do PSD e ex-prefeito de São Paulo, que comandava a pasta.
O novo ministro aproveitou o evento para apresentar as diretrizes da nova gestão e os desafios que preocupam mais a equipe. Ele disse que tem discutido com entidades da área formas de valorizar as carreiras de produção de conhecimento e de como motivar os pesquisadores brasileiros a ficarem no país. Entre os desafios estão a garantia de infraestrutura e a promoção do desenvolvimento profissional.
O futuro ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, durante entrevista coletiva no CCBB.
O ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes - Marcelo Camargo/Arquivo Agência Brasil
Para além do MEC, Pontes ressaltou que vai buscar parcerias com outros ministérios para promover “tecnologias aplicadas” estratégicas, como as relacionadas ao espaço, nuclear, cibersegurança, inteligência artificial, de apoio ao desenvolvimento sustentável e de suporte à produção agrícola. Políticas já formuladas ou lançadas para determinadas tecnologias, como a de Internet das Coisas, estão sob análise para avaliar possíveis revisões.
Para ter uma pesquisa básica “forte” no país, outro desafio é o financiamento. Neste tema, ele reconheceu as restrições orçamentárias e destacou a necessidade de ampliar os recursos a essa atividade. “Nós temos no CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico] um problema atual de investimentos, de orçamento, que a gente vai ter que trabalhar ao longo do ano com o Congresso Nacional ou com outras possibilidades para que a gente complete este orçamento, como foi feito no passado”, disse.

Inovação

Mais do que ampliar a produção de conhecimento, Pontes registrou como necessidade o fortalecimento dos processos de transformação das pesquisas em inovações, com aplicações no setor produtivo e em outras atividades sociais. Para isso, ele destacou a importância de atrair investimentos privados para a constituição de parcerias com vistas ao desenvolvimento de soluções tecnológicas.
“A gente tem coletado vários modelos, como centros de inovação, parques tecnológicos, incubadoras. Vamos trazer isso para um modelo estruturante que a gente possa replicar em vários locais do país e que possam ser adaptados segundo a vocação local de cada lugar. O Brasil é país muito grande e precisamos adaptar a inovação”, defendeu. Ele adiantou que esses projetos devem ganhar o nome de Centros de Formações de Inovações.
As maiores empresas devem contribuir também com o estímulo às menores, as chamadas startups. Segundo Pontes, isso gera benefícios às duas pois desenvolve soluções que são interessantes às maiores firmas. Além disso, argumentou que é preciso articular outros órgãos, como Sebrae, governos estaduais e prefeituras.

Banda larga

Na área de comunicações, Marcos Pontes destacou como desafio a ampliação do acesso à banda larga no país. “Nós temos um país muito grande. Este é um dos esforços que a gente tem que fazer. Sabemos que tem regiões mais remotas, mais difíceis de se levar banda larga. Mas é muito importante para as escolas, para as famílias como um todo para trazer para a realidade atual”, destacou.
Segundo a edição mais recente da pesquisa TIC Domicílios, do Comitê Gestor da Internet, 74% dos brasileiros afirmaram já ter acessado a internet, índice abaixo dos de nações mais desenvolvidas. Essa penetração é marcada por desigualdades, já que a conectividade é de 77% na área urbana e de 54% na rural, de 79% na região Sudeste e de 66% na Nordeste e de 96% entre os que ganham mais de 10 salários mínimos e 60% entre aqueles com renda de até 1 salário mínimo.
Marcos Pontes afirmou que vai manter programas de inclusão digital, mas que está avaliando junto com as operadoras do setor como levar a conexão a mais pessoas. Ele não detalhou, entretanto, se serão criados novos programas para esse intuito.
Em relação ao Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), utilizado em um programa para dar suporte à oferta de conexão à Internet a áreas remotas, ele afirmou que é preciso "destravar a questão". O satélite foi lançado em 2017 mas passou por polêmicas jurídicas em razão da contratação de uma empresa dos Estados Unidos, Viasat, para a operação de serviços. A operação sem licitação foi questionada na Justiça.
Sem dar detalhes, o ministro disse que sua equipe e a área econômica estão avaliando os problemas de modo a dar maior eficiência à Telebrás, empresa estatal de apoio à política de inclusão digital e fornecimento de infraestrutura de conexão. Neste exame, ele incluiu os Correios, outra estatal vinculada ao órgão. Perguntado, ele não quis adiantar quais alterações pretende fazer.
Edição: Lílian Beraldo

Marcos Pontes quer elevar prestígio da C&T para garantir mais recursos

Publicado em 06/12/2018 - 15:08
Por Andreia Verdélio - Repórter da Agência Brasil *  Brasília
O astronauta Marcos Pontes, indicado para o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, disse hoje (6) que pretende recuperar o prestígio da ciência e tecnologia neste momento de transição e ao longo do ano que vem, para aumentar os recursos do setor durante o governo de Jair Bolsonaro.
O futuro ministro se reuniu esta manhã com representantes de várias entidades para iniciar “contato direto entre as pessoas que estão no dia a dia da ciência com as estruturas políticas”. Entre os participantes estavam representantes da Academia Brasileira de Ciências e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
“[Ciência e tecnologia] é estratégico para o desenvolvimento do país, assim como educação, e nós precisamos ter esse prestígio para dar esse retorno para a sociedade”, disse Pontes. De acordo com o futuro ministro, esse contato com os representantes do setor é extremamente valioso para que a nova pasta trabalhe de forma consensual.
A missão do ministério, segundo Pontes, é produzir conhecimento e riquezas para o país, para o desenvolvimento de novas empresas e startups, e a melhoria de produtos e serviços para a população. Para isso, ele explicou que a relação com outros ministérios é primordial, como é com o Ministério da Educação (MEC).
De acordo com Marcos Pontes, serão desenvolvidos projetos para inserir ciência e tecnologia no ensino fundamental e médio, para motivar jovens para as carreiras da área. Havia uma discussão para se transferir a gestão do ensino superior para o Ministério da Ciência e Tecnologia, mas Pontes confirmou que permanecerá no MEC. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) também continuam em pastas separadas, respectivamente na Ciência e Tecnologia e Educação.
A estrutura e os secretários que vão compor o ministério ainda estão sendo definidos. Os Correios continuam subordinados à pasta e, de acordo com Pontes, a privatização da empresa ainda não está na pauta de discussão.

Acordo de Paris

O futuro ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, durante entrevista coletiva no CCBB.
O futuro ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, durante entrevista coletiva no CCBB. - Marcelo Camargo/Agência Brasil
O astronauta disse que assim como o Acordo de Paris, de combate às mudanças climáticas, outros acordos internacionais serão estudados e levados ao conhecimento de Bolsonaro para que tome as decisões sobre a participação do Brasil nessas instâncias.
"Nós temos dentro da comunidade científica uma participação muito grande em estudos e análises de clima e a importância do desenvolvimento sustentável como um todo. Essas informações todas vão ser levadas ao presidente. Logicamente quem tem poder de decisão é o presidente, mas nós temos a obrigação, vamos dizer assim, trabalhando com ciência, informar tudo sobre esses assuntos, inclusive", disse. 
O Acordo de Paris foi aprovado por 195 países em 2015 e tem como uma de suas principais metas reduzir a emissão de gases do efeito estufa, de forma a evitar o aquecimento global. Em junho deste ano, os Estados Unidos saíram do acordo por decisão do presidente Donald Trump, que havia prometido retirar o país do pacto internacional durante sua campanha presidencial.
Marcos Pontes também comentou sobre a decisão do governo brasileiro de retirar sua candidatura para sediar a COP-25 (Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas), destinada a negociar a implementação do Acordo de Paris, que ocorrerá de 11 a 22 de novembro de 2019. A retirada da candidatura contou com o apoio explícito do presidente eleito. Para o astronauta, há pontos favoráveis para a realização do evento no Brasil, mas ele disse respeitar a posição de Bolsonaro. 
"Existem, do nosso ponto de vista, da ciência e tecnologia, pontos favoráveis para que a gente faça isso [realização da COP-25], mas logicamente a decisão é sempre do presidente, e a gente respeita as decisões", afirmou.

Orçamento

Para 2019, o total de recursos da pasta para o setor é de R$ 3,75 bilhões, cerca de 10% menor do que o deste ano. O orçamento do ministério, que chegou a contar com quase R$ 10 bilhões em 2013, vem caindo nos últimos 5 anos. Em 2019, os recursos previstos para o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), principal agência de fomento à pesquisa no país, só poderiam garantir o pagamento de bolsas até o mês de setembro, segundo técnicos do órgão.

* Colaborou Pedro Rafael Vilela
Edição: Fernando Fraga