sexta-feira, 22 de março de 2019

Ministro de C&T vai a Israel avaliar tecnologias de tratamento de água

Publicado em 25/01/2019 - 20:07
Por Jonas Valente - Repórter da Agência Brasil  Brasília
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, viaja na próxima semana a Israel com uma equipe de técnicos para conhecer experiências do país na área e discutir parcerias. Um dos interesses é mapear iniciativas de reúso e dessalinização de água para avaliar possibilidades de adoção de tais técnicas no Brasil.
O ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, chega ao ministerio da Justiça e Segurança Pública, para reunião com o ministro, Sergio Moro
O ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes - Valter Campanato/Arquivo/Agência Brasil
Pontes apresentou a jornalistas hoje (25) em Brasília a missão, que contará também com integrantes de outros ministérios, como o das Relações Exteriores. “A missão tem finalidade técnica de verificar tecnologias e processos de como trabalham com inovações que nos sejam úteis para que possamos estreitar relações e trazer benefícios para o país”, explicou o ministro.
O ministro justificou a missão pelo fato de Israel ocupar a 11ª colocação no ranking global de inovação, de ter eventos importantes na área (como a feira Cybertech) e pela experiência no reuso e dessalinização de água, fontes de 50% do consumo nacional.
Na agenda estão previstas, além de reuniões com autoridades do governo israelense, visitas a estações de tratamento de água e a empresas com atuação na área. O objetivo da missão é conhecer técnicas que possam ser avaliadas para a realidade brasileira.

Implantação

Pontes informou que os projetos de reuso e dessalinização no Brasil serão coordenados pelo Instituto Nacional do Semi-árido. Não apenas soluções israelenses, mas também de outros países e daqui serão analisadas pelo centro, disse o ministro. Serão examinadas as propriedades de cada equipamento, tais como gasto de energia, vazão da água, custos e eficiência.
“Esses equipamentos podem ser de diferentes países. A gente vai procurar identificar onde essas tecnologias estão sendo desenvolvidas no planeta e promover a tecnologia brasileira”, disse o ministro. Um cadastro será aberto no ministério para que empresas brasileiras possam inscrever suas tecnologias para o tema.
De acordo com Pontes, o processo será contínuo, mas não há previsão de quando uma tecnologia poderá ser de fato implantada. Ele não informou que outros países poderão ser visitados para conhecer experiências desta modalidade de tratamento de água.
Questionado por jornalistas sobre o porquê da ênfase em dessalinização sendo que a maior incidência da seca é no semi-árido, respondeu que as soluções serão implementadas de forma combinada, da transposição do São Francisco a projetos de dessalinização para áreas mais próximas do litoral ou envolvendo poços de pouca profundidade.
“Não se conseguiu até agora colocar sistema integrado para solucionar o problema de forma sustentável. Esse esforço com o Ministério do Desenvolvimento Regional, com a nossa participação, é para ajudar a solucionar o problema usando essas diversas fontes de água”, acrescentou.
Edição: Nádia Franco

Marcos Pontes: fusão de Embraer e Boeing preserva interesses do país

Publicado em 11/01/2019 - 16:46
Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil  Brasília
O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, disse que o acordo de fusão entre as empresas Embraer, nacional, e Boeing, dos Estados Unidos, “preserva tudo o que nos interessa em termos de país”. Após a cerimônia de troca do Comando do Exército, hoje (11) em Brasília, Pontes explicou que as condições têm sido estudadas pela equipe da Força Aérea Brasileira.
“Acredito que vai ser uma ótima oportunidade para o país, preservando tudo que precisamos preservar, os funcionários, a nossa tecnologia, as empresas daqui e melhorando as possibilidades e oportunidades para a Embraer”, disse.
Ontem (10), o acordo foi apresentado ao presidente Jair Bolsonaro, que afirmou que o governo federal não vai se opor à fusão, pois não fere a soberania nacional e os interesses do país. O governo brasileiro detém a chamada “ação de ouro” (ou “golden share”, como é conhecida), que dá poder de veto a esse tipo de negociação.
O acordo em andamento entre as duas companhias prevê a criação de uma nova companhia, uma joint venture, no termo do mercado, na qual a Boeing teria 80% e a Embraer, 20%. Caberia à Boeing a atividade comercial, não absorvendo as atividades relacionadas a aeronaves para segurança nacional e jatos executivos, que continuariam somente com a Embraer.

Viagem a Israel

Pontes afirmou ainda que sua viagem a Israel deve ocorrer até o final deste mês. De acordo com o ministro, além de dessalinização, a equipe brasileira vai tratar de outras pautas na área de espaço e inovações. “Vai ser uma viagem bem aproveitada”, disse.
Durante a visita ao país, dia 29 de janeiro, Pontes participará da homenagem ao astronauta Ilan Ramon. Os dois foram colegas de turma no período em que Pontes passou na Nasa. Ramon foi o primeiro astronauta israelense e morreu no acidente da nave Columbia, que se desintegrou na atmosfera, em fevereiro de 2003.
Edição: Sabrina Craide

China quer participar de programa de privatização brasileira

embaixador da China no Brasil, Yang Wanming

        Embaixada da China/Divulgação

Embaixador chinês diz que há interesse em investimentos

Publicado em 22/01/2019 - 21:19
Por José Romildo – Repórter da Agência Brasil  Rio de Janeiro
A China está disposta motivar suas empresas a participar dos programas de privatizações e de parcerias de investimentos que venham a ser propostas pelo governo brasileiro, disse hoje (22) o embaixador chinês no Brasil  Yang Wanming.
“Pelo trabalho conjunto, acredito que o nosso relacionamento com o novo governo brasileiro, do presidente Jair Bolsonaro, vai beneficiar o desenvolvimento dos dois povos”, disse o embaixador chinês
O embaixador visitou nesta terça-feira o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes. “Damos muita importância à cooperação com o Brasil. Temos pressa de fazer a cooperação em todas as áreas. Nas áreas de científica e tecnológica, e na área de defesa, e os intercâmbios na área de defesa, têm obtido um desenvolvimento fluido e saudável, atendendo aos interesses comuns dos dois países”, disse.
Wanming disse que, durante o encontro, Pontes propôs que os dois países realizem cooperação em ciência e tecnologia para utilização civil e militar. O embaixador acrescentou que a parte brasileira ainda não colocou na mesa os projetos específicos para a futura cooperação. “Temos pressa em ver e discutir as propostas que venham a ser feitas pela parte brasileira”, disse.
O embaixador chinês, que na semana passada visitou o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que, no que se refere ao desenvolvimento econômico, o interesse da China é “fortalecer a cooperação econômica, comercial, de investimentos em infraestrutura e até de cooperação financeira”.
De acordo com o embaixador Yang Wanming, os campos de cooperação são amplos, como, por exemplo, as áreas digital, de novas energias, de biotecnologia, espacial, de mudanças climáticas e de novos materiais.
“A China e o Brasil são grandes economias do mundo. Temos responsabilidade de promover a economia mundial. Não só o desenvolvimento conjunto dos dois países, mas pode contribuir para a prosperidade mundial”, disse Wanming.
Edição: Fábio Massalli

Novo Ministério da C&T mantém parte da estrutura, mas renova equipe

Publicado em 02/01/2019 - 16:55
Por Jonas Valente - Repórter da Agência Brasil  Brasília
O novo ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, assumiu hoje (2) o comando da pasta. Na cerimônia, o ministro anunciou a nova estrutura do órgão e a equipe responsável pela gestão do setor a partir desta quarta-feira. Pontes substituiu na pasta Gilberto Kassab, que foi indicado pelo governador João Doria para a Casa Civil do governo de São Paulo.
O ex-ministro Gilberto Kassab transmite o cargo ao novo ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes.
Gilberto Kassab transmite a Marcos Pontes o cargo de ministro da Ciência e Tecnologia - Bruno Peres/MCTIC
O ministério foi formado na gestão de Kassab, com a unificação das antigas pastas da Ciência e Tecnologia e das Comunicações, mantidas como estruturas separadas nos governos de Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Anteriormente, durante o governo de Fernando Collor, a pasta das Comunicações já tinha sido integrada ao Ministério da Infraestrutura, que foi retomado agora, mas com outra configuração.
Conforme informou hoje na cerimônia de transmissão de cargo, Marcos Pontes manteve boa parte da estrutura anterior, mas com renovação total da equipe. O secretário executivo é o ex-deputado federal Júlio Semeghini, que presidiu a Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara. O coronel da Força Aérea Carlos Baptistucci vai para a Secretaria Executiva Adjunta e o brigadeiro do ar Celestino Todesco, para a chefia de gabinete.
A Secretaria de Pesquisa, que ganhou nova atribuição, agora é de Pesquisa e Formação e será responsável por duas prioridades do novo ministro: a divulgação da C&T nas escolas e fortalecimento das carreiras. O secretário é o ex-vice-presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) Marcelo Morales. Na Secretaria de Empreendedorismo e Inovação, o comando é de Paulo César Alvim. 
A Secretaria de Planejamento também teve funções estendidas, ao abarcar processos de controle e cooperação e, de acordo com Pontes, funcionará como um “escritório de projetos”, monitorando o desempenho das ações da pasta, estabelecendo indicadores de andamento e ajustando o que for necessário. O objetivo é dar “eficiência” ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), atuando para monitorar “retornos de investimento” das iniciativas. Para ela foi escolhido Antônio Franciscangelis Neto.

Órgãos de pesquisa

Permanecem na estrutura do MCTIC diversos órgãos, como o CNPq; os conselhos nacionais de C&T, Informática e Automação, e Controle de Experimentação Animal; os institutos Nacional de Águas, da Mata Atlântica, de Pesquisa do Pantanal, de Pesquisas Espaciais, de Pesquisas da Amazônia, de Tecnologia e de Informação em Ciência e Tecnologia.

Estão incluídos ainda na pasta centros de pesquisa, o Observatório Nacional, laboratórios e dois museus (de Astronomia e Ciências Afins, no Rio de Janeiro, e Emílio Goeldi, em Belém).

Comunicações

As políticas da área das comunicações continuarão organizadas em torno de duas secretarias: Radiodifusão e Telecomunicações, para as quais foram nomeados o engenheiro Elifas Gurgel do Amaral, ex-presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), e Vitor de Menezes, que ocupava uma superintendência na agência até dezembro.
Permanecem vinculados ao MCTIC a Anatel, os Correios e a Telebrás.

Sobre as estatais, Pontes afirmou hoje, em entrevista a jornalistas, que vai “avaliar problemas” das empresas, em diálogo com a equipe econômica.
Edição: Nádia Franco

Pontes defende divulgação da C&T e ampliação do acesso à internet

O futuro ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, durante entrevista coletiva no CCBB.

         Marcelo Camargo/Agência Brasil

Publicado em 02/01/2019 - 11:45
Por Jonas Valente – Repórter Agência Brasil  Brasília
O novo ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Marcos Pontes, defendeu hoje (2) como prioridade de sua pasta a divulgação de iniciativas de ciência e tecnologia no país. Ele explicou que uma das secretarias do ministério terá como foco a formação, com vistas a pautar nas instituições de ensino públicas de todo o país a temática e o interesse pela produção de conhecimento.
“Pretendemos levar ciência e tecnologia junto com o Ministério da Educação e tentar promover a carreira de pesquisador, motivar jovens para as profissões de pesquisa. Também vamos promover maior divulgação científica”, afirmou Pontes na cerimônia de transmissão do cargo.
Pontes substitui Gilberto Kassab, liderança do PSD e ex-prefeito de São Paulo, que comandava a pasta.
O novo ministro aproveitou o evento para apresentar as diretrizes da nova gestão e os desafios que preocupam mais a equipe. Ele disse que tem discutido com entidades da área formas de valorizar as carreiras de produção de conhecimento e de como motivar os pesquisadores brasileiros a ficarem no país. Entre os desafios estão a garantia de infraestrutura e a promoção do desenvolvimento profissional.
O futuro ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, durante entrevista coletiva no CCBB.
O ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes - Marcelo Camargo/Arquivo Agência Brasil
Para além do MEC, Pontes ressaltou que vai buscar parcerias com outros ministérios para promover “tecnologias aplicadas” estratégicas, como as relacionadas ao espaço, nuclear, cibersegurança, inteligência artificial, de apoio ao desenvolvimento sustentável e de suporte à produção agrícola. Políticas já formuladas ou lançadas para determinadas tecnologias, como a de Internet das Coisas, estão sob análise para avaliar possíveis revisões.
Para ter uma pesquisa básica “forte” no país, outro desafio é o financiamento. Neste tema, ele reconheceu as restrições orçamentárias e destacou a necessidade de ampliar os recursos a essa atividade. “Nós temos no CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico] um problema atual de investimentos, de orçamento, que a gente vai ter que trabalhar ao longo do ano com o Congresso Nacional ou com outras possibilidades para que a gente complete este orçamento, como foi feito no passado”, disse.

Inovação

Mais do que ampliar a produção de conhecimento, Pontes registrou como necessidade o fortalecimento dos processos de transformação das pesquisas em inovações, com aplicações no setor produtivo e em outras atividades sociais. Para isso, ele destacou a importância de atrair investimentos privados para a constituição de parcerias com vistas ao desenvolvimento de soluções tecnológicas.
“A gente tem coletado vários modelos, como centros de inovação, parques tecnológicos, incubadoras. Vamos trazer isso para um modelo estruturante que a gente possa replicar em vários locais do país e que possam ser adaptados segundo a vocação local de cada lugar. O Brasil é país muito grande e precisamos adaptar a inovação”, defendeu. Ele adiantou que esses projetos devem ganhar o nome de Centros de Formações de Inovações.
As maiores empresas devem contribuir também com o estímulo às menores, as chamadas startups. Segundo Pontes, isso gera benefícios às duas pois desenvolve soluções que são interessantes às maiores firmas. Além disso, argumentou que é preciso articular outros órgãos, como Sebrae, governos estaduais e prefeituras.

Banda larga

Na área de comunicações, Marcos Pontes destacou como desafio a ampliação do acesso à banda larga no país. “Nós temos um país muito grande. Este é um dos esforços que a gente tem que fazer. Sabemos que tem regiões mais remotas, mais difíceis de se levar banda larga. Mas é muito importante para as escolas, para as famílias como um todo para trazer para a realidade atual”, destacou.
Segundo a edição mais recente da pesquisa TIC Domicílios, do Comitê Gestor da Internet, 74% dos brasileiros afirmaram já ter acessado a internet, índice abaixo dos de nações mais desenvolvidas. Essa penetração é marcada por desigualdades, já que a conectividade é de 77% na área urbana e de 54% na rural, de 79% na região Sudeste e de 66% na Nordeste e de 96% entre os que ganham mais de 10 salários mínimos e 60% entre aqueles com renda de até 1 salário mínimo.
Marcos Pontes afirmou que vai manter programas de inclusão digital, mas que está avaliando junto com as operadoras do setor como levar a conexão a mais pessoas. Ele não detalhou, entretanto, se serão criados novos programas para esse intuito.
Em relação ao Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), utilizado em um programa para dar suporte à oferta de conexão à Internet a áreas remotas, ele afirmou que é preciso "destravar a questão". O satélite foi lançado em 2017 mas passou por polêmicas jurídicas em razão da contratação de uma empresa dos Estados Unidos, Viasat, para a operação de serviços. A operação sem licitação foi questionada na Justiça.
Sem dar detalhes, o ministro disse que sua equipe e a área econômica estão avaliando os problemas de modo a dar maior eficiência à Telebrás, empresa estatal de apoio à política de inclusão digital e fornecimento de infraestrutura de conexão. Neste exame, ele incluiu os Correios, outra estatal vinculada ao órgão. Perguntado, ele não quis adiantar quais alterações pretende fazer.
Edição: Lílian Beraldo

Marcos Pontes quer elevar prestígio da C&T para garantir mais recursos

Publicado em 06/12/2018 - 15:08
Por Andreia Verdélio - Repórter da Agência Brasil *  Brasília
O astronauta Marcos Pontes, indicado para o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, disse hoje (6) que pretende recuperar o prestígio da ciência e tecnologia neste momento de transição e ao longo do ano que vem, para aumentar os recursos do setor durante o governo de Jair Bolsonaro.
O futuro ministro se reuniu esta manhã com representantes de várias entidades para iniciar “contato direto entre as pessoas que estão no dia a dia da ciência com as estruturas políticas”. Entre os participantes estavam representantes da Academia Brasileira de Ciências e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
“[Ciência e tecnologia] é estratégico para o desenvolvimento do país, assim como educação, e nós precisamos ter esse prestígio para dar esse retorno para a sociedade”, disse Pontes. De acordo com o futuro ministro, esse contato com os representantes do setor é extremamente valioso para que a nova pasta trabalhe de forma consensual.
A missão do ministério, segundo Pontes, é produzir conhecimento e riquezas para o país, para o desenvolvimento de novas empresas e startups, e a melhoria de produtos e serviços para a população. Para isso, ele explicou que a relação com outros ministérios é primordial, como é com o Ministério da Educação (MEC).
De acordo com Marcos Pontes, serão desenvolvidos projetos para inserir ciência e tecnologia no ensino fundamental e médio, para motivar jovens para as carreiras da área. Havia uma discussão para se transferir a gestão do ensino superior para o Ministério da Ciência e Tecnologia, mas Pontes confirmou que permanecerá no MEC. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) também continuam em pastas separadas, respectivamente na Ciência e Tecnologia e Educação.
A estrutura e os secretários que vão compor o ministério ainda estão sendo definidos. Os Correios continuam subordinados à pasta e, de acordo com Pontes, a privatização da empresa ainda não está na pauta de discussão.

Acordo de Paris

O futuro ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, durante entrevista coletiva no CCBB.
O futuro ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, durante entrevista coletiva no CCBB. - Marcelo Camargo/Agência Brasil
O astronauta disse que assim como o Acordo de Paris, de combate às mudanças climáticas, outros acordos internacionais serão estudados e levados ao conhecimento de Bolsonaro para que tome as decisões sobre a participação do Brasil nessas instâncias.
"Nós temos dentro da comunidade científica uma participação muito grande em estudos e análises de clima e a importância do desenvolvimento sustentável como um todo. Essas informações todas vão ser levadas ao presidente. Logicamente quem tem poder de decisão é o presidente, mas nós temos a obrigação, vamos dizer assim, trabalhando com ciência, informar tudo sobre esses assuntos, inclusive", disse. 
O Acordo de Paris foi aprovado por 195 países em 2015 e tem como uma de suas principais metas reduzir a emissão de gases do efeito estufa, de forma a evitar o aquecimento global. Em junho deste ano, os Estados Unidos saíram do acordo por decisão do presidente Donald Trump, que havia prometido retirar o país do pacto internacional durante sua campanha presidencial.
Marcos Pontes também comentou sobre a decisão do governo brasileiro de retirar sua candidatura para sediar a COP-25 (Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas), destinada a negociar a implementação do Acordo de Paris, que ocorrerá de 11 a 22 de novembro de 2019. A retirada da candidatura contou com o apoio explícito do presidente eleito. Para o astronauta, há pontos favoráveis para a realização do evento no Brasil, mas ele disse respeitar a posição de Bolsonaro. 
"Existem, do nosso ponto de vista, da ciência e tecnologia, pontos favoráveis para que a gente faça isso [realização da COP-25], mas logicamente a decisão é sempre do presidente, e a gente respeita as decisões", afirmou.

Orçamento

Para 2019, o total de recursos da pasta para o setor é de R$ 3,75 bilhões, cerca de 10% menor do que o deste ano. O orçamento do ministério, que chegou a contar com quase R$ 10 bilhões em 2013, vem caindo nos últimos 5 anos. Em 2019, os recursos previstos para o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), principal agência de fomento à pesquisa no país, só poderiam garantir o pagamento de bolsas até o mês de setembro, segundo técnicos do órgão.

* Colaborou Pedro Rafael Vilela
Edição: Fernando Fraga

Marcos Pontes inspirou milhares de jovens, diz cientista brasileiro na Nasa


Publicado em 29/03/2016 - 21:54
Por Leyberson Pedrosa - Do Portal EBC  Brasília
Responsável por mapear a presença de cientistas brasileiros nas unidades da agência espacial norte-americana (Nasa), o pesquisador visitante da Nasa Ivan Paulino Lima avaliou a ida do astronauta brasileiro Marcos Pontes ao espaço como um feito histórico para o país.  Às vésperas do dia em que se completam dez anos que Pontes partiu rumo à Estação Espacial Internacional, Lima disse que o astronauta é um “genuíno herói nacional”.
Biólogo de formação, Lima pesquisa a vida biológica no espaço, no Centro Ames, localizado em Moffett Field, na Califórnia. “Eu estudo micro-organismos e suas relações com fatores ambientais extraterrestres, micro-gravidade, radiação espacial e diferentes tipos de atmosferas”, explica o pesquisador brasileiro. A parceria dele com a Nasa é fruto de seu trabalho de pós-doutorado na área.
O astronauta brasileiro Marcos Pontes, quando foi ao espaço em 2006
O astronauta brasileiro Marcos Pontes, quando foi ao espaço em 2006Nasa/Divulgação
Em entrevista ao Portal EBC, Lima avaliou a importância de Marcos Pontes para a história da astronáutica no Brasil e falou sobre seu trabalho de mapear brasileiros que atuam na Nasa. “O astronauta Marcos Pontes é genuinamente um herói nacional, que continua a sua luta independente em prol da educação, ciência e tecnologia. Nós, brasileiros, que conseguimos nosso espaço na Nasa, temos a responsabilidade de contribuir para melhorar essa perspectiva, através da divulgação científica, influenciando a opinião pública e as políticas públicas”, afirmou.
O pesquisador visitante da Nasa Ivan Paulino Lima estuda microorganismos e suas relações com fatores ambientais extraterrestres
O pesquisador visitante da Nasa Ivan Paulino Lima estuda micro-organismos e suas relações com fatores ambientais extraterrestre. Paralelamente a seus experimentos, ele pretende mapear todos os brasileiros que trabalham atualmente em diferentes centros da NasNasa/Divulgação
O pesquisador também explicou como é o comportamento de micro-organismos no espaço. Até o momento, Lima já identificou 14 brasileiros, incluindo Ramon Perez de Paula, que trabalha no quartel-general da Nasa, em Washington, e Jacqueline Lyra, envolvida no controle térmico de várias sondas espaciais desde a missão Galileo, que visitou o sistema do planeta Júpiter no início da década de 1990.  
Apesar de estar hoje na Nasa, Lima se considera uma exceção. “A exploração espacial ainda é percebida como algo distante para os brasileiros em geral”. Para ampliar o interesse brasileiro, o pesquisador atua na divulgação de um concurso anual da Nasa sobre colonização espacial que recebe inscrições de alunos de todo o mundo com até 18 anos.

Será que há micróbios no espaço?

A Nasa desenvolve projeto de colonização do planeta Marte para as próximas décadas, tendo como meta levar tripulantes em uma viagem somente de ida
A Nasa desenvolve projeto de colonização do planeta Marte para as próximas décadas, tendo como meta levar tripulantes em uma viagem somente de idaNasa/Divulgação
Além da falta de evidências da presença de micro-organismos no espaço, o cientista explica que o ambiente espacial é extremamente inóspito para qualquer forma de vida conhecida. “Além disso, o nível de isolamento térmico e de pressão, tanto dos trajes que os astronautas usam em suas atividades extra-veiculares, quanto da própria ISS, já representa uma grande barreira física para troca inadvertida de qualquer tipo de material [gases ou partículas]", relatou. 
Lima disse que os cientistas não conseguiram encontrar relatos convincentes sobre qualquer ocorrência do tipo até o momento. “Os relatos ufológicos são tratados pela comunidade científica como pseudociência, pois não sobrevivem ao crivo científico da avaliação minuciosa”, complementa. Ele lembra também que todos os astronautas que vão à estação espacial carregam consigo trilhões de micro-organismos "como parte da microbiota natural do corpo de qualquer ser humano”. 

Depois do espaço, colonizaremos Marte?

A Nasa desenvolve um projeto de colonização do planeta Marte para as próximas décadas. A audaciosa missão pretende levar tripulantes em uma viagem somente de ida. Caso ocorra, os passageiros terão que enfrentar um ambiente de gravidade reduzida e radiação aumentada.
“A gravidade do planeta Marte é cerca de 38% da gravidade da Terra, ou seja, qualquer material lá [incluindo o corpo humano] pesa apenas 38% do peso aqui na Terra”, acrescenta Lima.  Se, por um lado, sentir-se mais leve pode ser uma vantagem para o deslocamento, por outro, o risco de câncer aumenta com a radiação cósmica. O pesquisador cita que essas doenças podem surgir após alterações genéticas causadas pela radiação.
Edição: Líria Jade e Lana Cristina

Bolsonaro confirma o astronauta Marcos Pontes na Ciência e Tecnologia

Publicado em 31/10/2018 - 11:45
Por Luiza Damé - Repórter da Agência Brasil  Brasília
O presidente eleito Jair Bolsonaro confirmou a indicação do astronauta Marcos Pontes para o Ministério da Ciência e Tecnologia. Pontes, militar da reserva e engenheiro formado no Instituto de Tecnologia da Aeronáutica (ITA), é o quarto ministro confirmado por Bolsonaro. O presidente eleito usou sua conta no Twitter para fazer o anúncio na manhã desta quarta-feira.
O astronauta brasileiro Marcos Pontes, quando foi ao espaço em 2006
O astronauta brasileiro Marcos Pontes é anunciado como ministro da Ciência e Tecnologia  - Nasa/Divulgação
Além de Pontes estão confirmados: o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) para a Casa Civil, o general Augusto Heleno para a Defesa e o economista Paulo Guedes para o futuro Ministério da Economia (resultado da fusão das pastas da Fazenda, do Planejamento e da Indústria, Comércio Exterior e Serviços).
O nome de Pontes já vinha sendo ventilado desde a campanha eleitoral. Logo após eleito, Bolsonaro disse que faltavam apenas alguns detalhes para anunciar a escolha de Pontes. Em suas mídias sociais, o astronauta postou ontem um vídeo sinalizando que aceitaria o convite do presidente eleito.
Edição: Lílian Beraldo

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