segunda-feira, 17 de julho de 2017

Itapetinga

Menor viciado em crack acorrentado pela mãe diz que atitude o salvou: 'Estava me matando sozinho'

Adolescente de 17 anos está internado em uma clínica de Bady Bassitt. Mulher de 35 anos ficou três dias acorrentada com o filho em Itapetininga.
Adolescente de 17 anos foi  acorrentado pela mãe para não usar drogas em Itapetininga (Foto: Arquivo Pessoal)

“A droga, o crack, só causa destruição. Eu estava me matando sozinho até que minha mãe resolveu me salvar ao me deixar acorrentado com ela para evitar uma tragédia. O vício me fez furtar e deixar minha família preocupada. Eu preciso de ajuda e quero melhorar. Quero me libertar do crack.” O relato é do adolescente de 17 anos, que ficou acorrentado à mãe por três dias devido ao vício em crack, em Itapetininga (SP).
Internado há mais de uma semana em uma clínica de reabilitação na região de São José do Rio Preto, o menor afirmou ao G1 que agradece a atitude da mãe e o desejo é voltar recuperado.
“No início eu fiquei bravo porque não queria ir para a clínica. Mas após essa semana aqui, percebi o quanto foi importante a atitude da minha mãe de me acorrentar e me impedir que me destruísse ainda mais. Ela me salvou e sei disso. Ela me ama. Então, eu quero voltar curado, ficar liberto. Sair dessa vida. Estou gostando daqui, fiz amigos. Está sendo bom”, diz.

Adolescente com coordenador e enfermeiras da clínica em Bady Bassitt (Foto: Arquivo Pessoal)

Vício e furtos

O adolescente contou que há dois anos não consumia droga e já chegou a ser internado em São Paulo. Porém, ele afirma que teve uma recaída ao fumar uma pedra de crack.
“Comecei a usar ainda na infância, mas eu estava tranquilo há dois anos. Foi aí que me ofereceram e o vício voltou. Tinha R$ 300 que consegui trabalhando e gastei tudo em droga. Depois, comecei a furtar objetos”, diz.
O garoto revelou que chegou a “limpar” a casa da avó e invadiu casas da vizinhança. Com isso, passou a ser ameaçado pelos moradores.
“Eu fiz isso para comprar a droga, pois não tinha dinheiro. Invadi várias casas e pegava diversos objetos para continuar com o vício. Quando você está viciado, você sabe que está fazendo errado, mas não se importa porque o que mais quer é usar droga”, afirma.
Janela da casa da avó chegou a ser furtada pelo adolescente em Itapetininga (Foto: Reprodução/TV TEM)

Sonho

Para o menor, o grande sonho é voltar a estudar, já que parou no ensino fundamental, e ser bombeiro.
“Já pensei em ser advogado, médico. Mas quero mesmo ser bombeiro e ajudar a salvar vidas. Quem sabe quando eu sair daqui eu consiga. Quero poder trabalhar e ajudar minha avó e minha mãe. Eu as amo muito e quero compensar tudo que fiz”, ressalta.
Adolescente com outro interno em clínica na região de São José do Rio Preto (Foto: Arquivo pessoal)

Alívio

“Eu posso dizer que a sensação é de alívio e de paz após uma semana de internação. Não estava conseguindo dormir direito por pensar que meu filho podia morrer a qualquer momento, seja por causa das drogas ou pelas ameaças que vinha sofrendo. Agora estou dormindo mais tranquila por saber que ele está na clínica sendo tratado. Eu acredito que dessa vez dará certo e ele vai se recuperar. Valeu muito a pena ter acorrentado ele para tentar salvá-lo. Eu não me arrependo e faria de novo.”
Mulher fica acorrentada três dias com o filho que é viciado em crack (Foto: Arquivo pessoal) A dona de casa, de 35 anos, conta que conversa todos os dias com o dono da clínica, o qual envia fotos do adolescente e informações sobre o tratamento.
“Ele me mandou uma foto em que o meu filho está tão mais sereno e com um semblante diferente. Um rosto mais tranquilo. Eu fiquei tão feliz em ver. Além disso, ele me falou que o meu filho fala que ama muito eu e minha mãe, e que quer se recuperar. Isso não tem preço”, afirma.
As visitas são autorizadas apenas no segundo domingo do mês. Para a mãe, será um momento emocionante o reencontro.
"Eu já estou com muita saudade dele e sei que vou me emocionar muito quando vê-lo. Minha mãe também está com saudade. Queremos apenas o bem dele. Não vejo a hora de encontrá-lo e ver ele melhor. Sei que não estará bravo pelo que fiz porque sabe que foi para o bem dele", diz.
A moradora também afirma que guardou a corrente usada para prender o adolescente na casa da sua mãe e espera não usá-la.
“Eu guardei ela e espero nunca mais precisar. Mas ela foi muito útil e fez com que eu conseguisse uma clínica. Claro que se precisar de novo, eu faço. Mas tenho fé que ele não vai mais usar droga e que tudo dará certo”, ressalta.

Tratamento

Segundo o responsável pelo local, Pedro Henrique Ribeiro Araújo, o grau de dependência do jovem é forte, mas que ele está bem e medicado.
"Geralmente, o tratamento dura de seis a nove meses, mas ele chegou com um grau de dependência química muito forte. Por isso, a previsão é de pelo menos nove meses. Em três meses o adolescente se recupera da dependência física, mas a dependência emocional e mental demora mais. A recuperação do trauma, o pesadelo e a obsessão demoram cerca de seis meses. A gente conversou e ele já se diz arrependido de ter deixado a avó cheia de contas e sem nada, o que é um bom sinal", afirma.

Adolescente em conversa com o dono da clínica de recuperação, Pedro Henrique Ribeiro Araújo (Foto: Arquivo pessoal)

Araújo diz que a abstinência só deve aparecer daqui a uma semana. "A abstinência não virá com o pedido da droga, mas com a vontade de ir embora. Ele irá dizer que está com saudade da mãe e deve chorar bastante, mas o remédio tira a ansiedade", explica.
Para o dono da clínica o adolescente tem chance de se recuperar. "A gente trabalha com a trilogia: igreja, conscientização (grupos de autoajuda) e laborterapia. No nosso caso, o trabalho será ajudar durante 50 minutos com os afazeres de casa. Se ele praticar o que aprendeu ao sair da clínica, com certeza não terá recaída", diz.
Antes de sair da clínica o menor passará por um trabalho de reinserção social, em que trabalhará e estudará de forma monitorada. Araújo diz que a mãe do adolescente só poderá visitá-lo no segundo domingo do próximo mês.

‘Melhor acorrentar do que ver ele morto’

“Eu fiz de tudo e nada funcionou. Procurei a polícia, procurei o Caps, mas ele não melhorou. Não adiantou. Foi então que, depois de saber que ele era ameaçado por vizinhos por furtar objetos para comprar droga que resolvi acorrentá-lo e não deixá-lo sair. Melhor acorrentar do que ver ele morto. Eu faria de novo se fosse preciso”, afirma.
Mulhe ficou acorrentada com o filho por três dias em Itapetininga (Foto: Reprodução/TV TEM)
A mulher contou que morava com o adolescente e outros quatro filhos em Itapetininga, quando há três meses o marido conseguiu um emprego no interior de Mato Grosso do Sul, para onde mudaram. O garoto chegou a ir junto, mas, segundo a mãe, por apresentar problemas com drogas e bebidas, voltou a morar com a avó em Itapetininga. De acordo com a mãe, o filho teria passado a furtar vizinhos e até a própria avó para comprar crack.

Mulher e filho ficaram acorrentados dentro de casa por três dias (Foto: Cláudio Nascimento/TV TEM)
                  G1

ACIDENTE DA TAM

Após 10 anos, ninguém foi punido 

por acidente da TAM em SP


Acidente com avião da TAM no aeroporto de Congonhas completa 10 anos
Acidente com avião da TAM no aeroporto de Congonhas completa 10 anos Foto: Agência Brasil


Passados dez anos, ninguém foi condenado pelo acidente com o Airbus A320 da TAM, ocorrido em 17 de julho de 2007. Nesses anos, o caso foi julgado pela primeira e segunda instâncias da Justiça Federal e todos os denunciados pelo Ministério Público Federal foram absolvidos. Nesses dez anos, a TAM se juntou à empresa aérea chilena LAN, fusão que ocorreu no dia 5 de maio de 2016, e virou Latam Airlines, ou somente Latam como está estampado em suas aeronaves.

O acidente foi investigado por três órgãos. Um deles, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Aeronáutica, que concluiu que uma série de fatores contribuíram para o acidente. O relatório do Cenipa constatou, entre vários pontos, que os pilotos movimentaram, sem perceber, um dos manetes para a posição idle (ponto morto) e deixaram o outro em posição climb (subir). O sistema de computadores da aeronave entendeu que os pilotos queriam arremeter (subir).

O documento também relata que não havia um aviso sonoro para advertir os pilotos sobre a falha no posicionamento dos manetes e que o treinamento dos pilotos era falho: a formação teórica dos pilotos, pelo que se apurou na época, usava apenas cursos interativos em computador. Outro problema apontado é que o co-piloto, embora tivesse grande experiência, tinha poucas horas de voo em aviões do modelo A320, e que não foi normatizada, na época, a proibição em Congonhas de pousos com o reverso (freio aerodinâmico) inoperante, o que impediria o pouso do avião nessas condições em situação de pista molhada.
A Latam Airlines negou que houvesse falhas no treinamento dos pilotos. "O programa de treinamento da companhia já se encontrava dentro do previsto e conforme regulamentações do setor, inclusive com conteúdo e carga horária conforme padrões mundiais", informou. Segundo a Latam, tanto o treinamento quanto os procedimentos dos pilotos são feitos conforme padrões mundiais de segurança e norteados pelos manuais do fabricante e aprovados pelas autoridades do país de origem e órgãos reguladores.
O Cenipa, no entanto, não é um órgão de punição, mas de prevenção. Ele não aponta culpados, mas as causas do acidente. O relatório sobre o acidente, portanto, dá informações e 83 recomendações para que tragédias como essa não se repitam. O relatório feito pela Aeronáutica contribuiu para outras duas investigações, feitas pela Polícia Civil e pela Polícia Federal, que levaram, no entanto, a conclusões bem diferentes sobre os culpados.
O caso foi investigado inicialmente pela Polícia Civil, que decidiu indiciar dez pessoas pelo acidente, entre elas funcionários da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e da companhia aérea TAM. Após o indiciamento policial, o processo foi levado ao promotor Mário Luiz Sarrubbo, do Ministério Público Estadual, que incluiu mais um nome e denunciou 11 pessoas pelo acidente.
 "O acidente poderia e deveria ter sido evitado. A aeronave, com o reverso inoperante, não poderia pousar naquela pista naquela circunstância", disse o promotor.O processo em âmbito estadual agradou às famílias das vítimas. "O processo, como foi feito pelo Dr. Sarrubbo, achei que foi muito bem feito. Apontou gente da Anac, Infraero e TAM. Se não me engano, ele fez uma menção contra a Airbus por não colocar como mandatório aquele dispositivo de segurança [o aviso sonoro sobre o posicionamento dos manetes]", disse Dario Scott, pai de Thais, que morreu no acidente.
Por meio de nota, a Infraero informou que "não falhou". "Restou comprovado, pelo Cenipa, que não houve falha do administrador na liberação da pista. O acidente envolvendo o A320 da TAM foi rigorosamente investigado, conforme Relatório Final da Investigação. As conclusões dispostas no referido documento não apontam a pista como fator contribuinte ao acidente", diz o órgão. A empresa disse ainda que chegou a prestar esclarecimentos à Justiça e que, no decorrer da ação, a empresa foi excluída do processo.
A denúncia do promotor não foi levada à Justiça estadual. O processo foi remetido ao Ministério Público Federal porque, no entendimento do promotor, o caso se tratava de crime de atentado contra a segurança do transporte aéreo, competência federal.
"Em dado momento, na nossa investigação, detectamos que havia muitas questões envolvendo a empresa aérea, o nível de segurança, erros em cadeia que resultaram nos erros fatais cometidos na cabine e, evidentemente, uma sequência anterior envolvendo a empresa, a Anac, a Infraero. Havia também problemas na pista, da falta de grooving. Então era muito mais uma questão sistêmica do que isolada. Quando concluímos a investigação estadual, me manifestei que havia indícios de crime de atentado contra a segurança do transporte aéreo e pedi a remessa dos autos para a Justiça Federal, ou seja, para o Ministério Público Federal", disse Sarrubbo.
Por se tratar de um acidente aéreo, o caso também foi investigado pela Polícia Federal, que finalizou sua investigação decidindo culpar apenas os dois pilotos, Kleyber Lima e Henrique Stefanini Di Sacco, pela tragédia. O inquérito da Polícia Federal se transformou em denúncia e, nesse documento, que foi aceito pela Justiça, o procurador Rodrigo de Grandis decidiu, ao contrário do indiciamento da Polícia Federal, denunciar três pessoas pelo acidente.
"Obviamente os pilotos não conseguiram parar a aeronave e têm responsabilidade. Foram mal treinados ou o que for, não sei, mas infelizmente eles não estão aqui para se defender. Mas é muito simplista eu falar na responsabilidade deles. Isso é cômodo para a TAM, a Anac, a Airbus, a Infraero e não satisfaz os familiares", disse Dario Scott.
Justiça Federal
A ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu, o então vice-presidente de operações da TAM, Alberto Farjeman, e o diretor de Segurança de Voo da empresa na época, Marco Aurélio dos Santos de Miranda e Castro foram denunciados pelo Ministério Público por "atentado contra a segurança de transporte aéreo", na modalidade culposa. Eles foram absolvidos pela Justiça de primeira instância e também pelo Tribunal Regional Federal.
Os três viraram réus e foram julgados pelo juiz Márcio Assad Guardia, da 8ª Vara Federal Criminal de São Paulo que, em 2015, absolveu-os. Para o juiz, eles não agiram com dolo (intenção).
"[Eles] não praticaram o crime de exposição de aeronave a perigo previsto no Artigo 261 e do Código Penal, seja porque as condutas a eles atribuídas não correspondem à figura típica abstratamente prevista na norma [ausência de subsunção do fato ao tipo], seja porque não se encontram no desdobramento causal - normativo ou naturalístico - do resultado", diz o juiz na sentença. "De acordo com as premissas apresentadas pelo órgão acusatório [MPF], seria possível imputar a responsabilidade penal pelo sinistro ocorrido em 17 de julho de 2007 a um contingente imensurável de indivíduos, notadamente pela quantidade e pelo grau de desvirtuamento apresentados no curso do processo". No mês passado, o TRF manteve a decisão de primeira instância e a absolvição dos réus.
Apesar da demora e da absolvição dos réus nas instâncias iniciais, as famílias ainda acreditam em condenação. "A esperança é que esse quadro seja revertido. Para nós, familiares, essas três pessoas que são réus no processo criminal, tem responsabilidade por expor a aeronave a risco. O que a gente espera é que isso [a absolvição] se reverta e tenha uma punição. Tem que ter", ressaltou Dario Scott.
"Essa questão, eu digo para as famílias, não terminou. Tenho convicção de que a Justiça ainda dará uma resposta ao recurso pendente de apreciação. Tenho a firme convicção de que nós teremos uma resposta positiva da Justiça com a responsabilização penal daqueles que atuaram, eu insisto, não dolosamente, mas daqueles que colaboraram para esse tipo de evento", disse Sarrubbo.
"Continuo entendendo que, na realidade, quando o avião se chocou com o prédio da TAM, ali não foi o início da tragédia. Ali foi o fim da tragédia. O início da tragédia foi a autorização do pouso [no aeroporto de Congonhas]. Essa autorização, nas circunstâncias da pista, nas circunstâncias do avião, naquele momento chuvoso, com pista escorregadia, o avião com o reverso pinado, voo lotadíssimo, não deveria ocorrer. Algumas pessoas deveriam garantir que isso não ocorresse e terminaram não cumprindo com seus deveres", disse o advogado da família, Ronaldo Augusto Bretas Marzagão, que era Secretário de Segurança Pública de São Paulo na época do acidente.
De acordo com o advogado, "a luta continua". "Se ainda tivermos recursos para as cortes superiores, o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal, continuaremos lutando porque estamos lutando em nome da memória de 199 pessoas mortas. E também estamos lutando para que o Brasil, alertado por essa tragédia, trabalhe incessantemente para que ela não mais ocorra."
Histórico
Eram aproximadamente 18h48 do dia 17 de julho de 2007 quando o Airbus A 320 da TAM, que vinha do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, tentou pousar no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. A pista estava molhada e, por causa de uma reforma recente, não tinha grooving (ranhuras, que facilitam a frenagem do avião). De acordo com as investigações, por um erro no posicionamento dos manetes, que determinam a aceleração ou reduzem a potência do motor, a aeronave não parou. Um dos manetes estava na posição de ponto morto (idle), mas o outro em posição de aceleração.
O airbus atravessou a pista, passou sobre a Avenida Washington Luís e bateu num prédio de cargas da própria companhia, provocando a morte de 199 pessoas.
A situação da pista gerava, segundo investigação do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea, uma certa preocupação e desconforto para os pilotos que tinham que pousar em Congonhas, principalmente quando chovia, como era o caso do dia do acidente.
Além disso, segundo o relatório do Cenipa, que investigou todas as causas do acidente e apontou uma série de recomendações para prevenir futuros acidentes, outro problema foi que o avião operava com um reverso (sistema de freio aerodinâmico do motor) desativado (pinado), o que exigiria mais pista para parar a aeronave.O advogado que defende as famílias também espera pela reforma da sentença nas instâncias superiores e na punição aos culpados pelo acidente.
Fonte: Terra

Oportunidades



Mais de 100 concursos abertos reúnem 17,9 mil vagas no país

Salários chegam a R$ 27,5 mil no TST. Cargos são em todos os níveis de escolaridade.

Pelo menos 103 concursos públicos no país estão com inscrições abertas nesta segunda-feira (17) e reúnem 17.900 vagas em cargos de todos os níveis de escolaridade. Os salários chegam a R$ 27.500,17 no Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Além das vagas abertas, há concursos para formação de cadastro de reserva – ou seja, os candidatos aprovados são chamados conforme a abertura de vagas durante a validade do concurso.
Entre os destaques estão os concursos da Defensoria Pública da União, com 25 vagas para defensor público federal, e do Tribunal Superior do Trabalho, com 132 vagas.
Veja os órgãos que abrem inscrições para mais de 2 mil vagas nesta segunda:
Câmara Municipal de Valinhos (SP)
A Câmara Municipal de Valinhos (SP) vai abrir as inscrições de concurso público para 18 vagas em cargos de níveis médio/técnico e superior. Os salários vão de R$ 2,1 mil a R$ 5,9 mil. As inscrições devem ser feitas de 17 de julho a 15 de agosto pelo site www.vunesp.com.br. As provas objetivas serão aplicadas em 1º de outubro (veja a reportagem completa).
Defensoria Pública do Rio Grande do Sul
A Defensoria Pública do Rio Grande do Sul divulgou edital de concurso público para 107 vagas em cargos de nível médio e superior. Também há oportunidades para cadastro reserva. Os salários variam de R$ 3.243,90 a R$ 5.947,15. As inscrições devem ser feitas de 17 de julho até 11 de agosto pelo site www.concursosfcc.com.br. Os candidatos serão avaliados por meio de provas objetivas e discursivas. A prova será aplicada em 17 de setembro (veja a reportagem completa).
Polícia Civil e Polícia Técnico-Científica do Amapá
A Polícia Civil e Polícia Técnico-Científica do Amapá vão abrir concursos públicos para 980 vagas, sendo 225 imediatas e 755 para cadastro de reserva, em cargos de nível superior. Os salários chegam a R$ 13,280,01 para o cargo de delegado. As inscrições podem ser feitas pelo site www.concursos.fcc.com.br entre os dias 17 de julho e 7 de agosto (veja a reportagem completa).
Prefeitura de Cafelândia (PR)
A Prefeitura de Cafelândia (PR) vai realizar um processo seletivo para 18 vagas para professores de níveis médio e superior. Os salários vão de R$ 1.150,03 a R$ 2.008,03. As inscrições devem ser feitas de 17 a 19 de julho na sede da secretaria de educação, localizada na Rua Vereador Luiz Pícolli, 299, das 8h às 11h30 e das 13h30 às 17h. A seleção será feita por meio de análise de títulos (veja o edital no site do Diário Oficial do Municípios do Paraná).
Prefeitura de Colniza (MT)
A Prefeitura de Colniza (MT) divulgou edital de concurso público com 368 vagas para profissionais de níveis fundamental, médio e superior. De acordo com a prefeitura, os salários variam entre R$ 1,1 mil e R$ 12,5 mil. As inscrições podem ser feitas entre 17 de julho e 9 de agosto pelo site www.klcconcursos.com.br. A prova será aplicada na data provável de 1º de outubro (veja a reportagem completa).
Prefeitura de Guanhães (MG)
A Prefeitura de Guanhães (MG) vai abrir processo seletivo para 330 vagas em cargos de todos os níveis de escolaridade. As remunerações vão de R$ 937 a R$ 9 mil. As inscrições podem ser feitas pelo site www.maximaauditores.com.br no período de 17 a 30 de julho. A prova objetiva será aplicada em 13 de agosto (veja o edital no site da organizadora).
Prefeitura de Ivaiporã (PR)
A Prefeitura de Ivaiporã (PR) fará um processo seletivo para 23 vagas em cargos de níveis médio/técnico e superior. Os salários variam de R$ 1,2 mil a R$ 2,6 mil. As inscrições serão recebidas pelo site www.concursosfau.com.br entre os dias 17 e 30 de julho. A prova objetiva está prevista para 20 de agosto (veja o edital no site da organizadora).
Secretaria de Segurança Pública do Maranhão
A Secretaria de Segurança Pública do Maranhão vai abrir concurso público para 150 vagas em cargos de níveis médio e superior na Superintendência de Polícia Técnico-Científica. As remunerações vão de R$ 1.274 a R$ 3 mil. As inscrições podem ser feitas pelo site www.ssp.ma.gov.br entre os dias 17 e 19 de julho. Para efetivar a inscrição é necessário ir até o Auditório da secretaria, localizado na Avenida dos Franceses, s/nº, no período de 17 a 20 de julho de 2017, para entregar os documentos comprobatórios, das 9h às 13h. A seleção será feita por meio de avaliação de títulos e entrevista (veja o edital no site da secretaria).
Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Marechal Cândido Rondon (PR)
O Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Marechal Cândido Rondon (PR) divulgou edital de concurso público para 12 vagas em cargos de níveis fundamental, médio e superior. As remunerações vão de R$ 1.560,39 a R$ 4.772,93. Os candidatos podem se inscrever de 17 de julho a 1º de agosto pelo site www.fauel.org.br. A prova objetiva está prevista para 27 de agosto (veja o edital no site da organizadora).

G1

Paraná

'É uma luta diária', diz advogado negro que foi barrado em bar de Curitiba

Juliano Trevisan, 27 anos, foi barrado por funcionários porque eles acharam que o jovem poderia ser confundido com segurança. Bar publicou retratação e diz ter demitido colaboradores.
Juliano Trevisam considera que desabafo assumiu função social (Foto: Arquivo pessoal )
Se por um lado o advogado Juliano Trevisan, que foi barrado em um bar de Curitiba,ficou assustado com a dimensão que o seu relato alcançou nas redes sociais, por outro, ele se sentiu encorajado – mais uma vez – a dar continuidade ao debate sobre discriminação. "É uma luta diária", disse Juliano.
Juliano Trevisan é negro, tem 27 anos e foi a uma casa noturna com amigos. Vestido com camisa preta, calça social, sapato marrom e gravata preta, ele foi informado por funcionários que não poderia entrar porque seria confundido com um segurança. Ele simplesmente foi embora.
No dia seguinte, em uma carta aberta no Facebook, dividiu o constrangimento. Inicialmente, o desabafo era apenas para amigos, mas cada compartilhamento demonstra que esta pode ser a realidade de muitos.
“Quando eu publiquei, não sabia que ia ter uma repercussão tão grande. Eu fiquei assustado. Na verdade, eu ainda estou meio assustado, mas surgiu uma função social por trás disso tudo”, disse Juliano.
Desde o desabafo, o advogado tem recebido inúmeras mensagens de pessoas que passaram por situações semelhantes.
“Se esses casos não forem levados para frente, vão acabar acontecendo sempre. Muita gente não chega nem a denunciar publicamente. Eu estou recebendo muitas mensagens de pessoas falando que passaram pela mesma situação, mas não tiveram a coragem que eu tive. Disseram que se sentiram representados, então, eu vejo que teve uma função social grande”.
O cenário da história de Juliano é o James Bar. Os responsáveis pelo local divulgaram uma retratação pública, dizendo que a atitude dos funcionários não condiz com que acreditam. Os dois colaboradores, de acordo com o bar, foram demitidos.
Mesmo com a retratação, os responsáveis pela casa noturna chamaram Juliano Trevisan para uma conversa nesta semana. O caso aconteceu na quinta-feira (13).
Ele disse que ainda não sabe qual atitude vai tomar a partir de agora, mas acha essencial que a história não tenha um ponto final neste momento.
“A discriminação tem que ser repudiada independentemente pela cor, pela roupa, pela orientação sexual...”
Há também a repercussão negativa. Segundo Trevisan, ele recebeu mensagens de pessoas incitando a violência, falando em destruir o bar. Surgiram ainda generalizações que incomodam o advogado.
“Muita gente generalizando, falando que Curitiba é preconceituosa, que o Brasil é uma merda. Eu acho errado generalizar desta forma. Quando você fala em discriminação, não é a parede, uma estrutura, não é um prédio que comete a discriminação contra você. Não é uma região geográfica que comete discriminação. São as pessoas. Então, se elas estão em cargo de gerência em uma casa ou trabalhando em qualquer função, se elas não mudarem a cabeça, vão continuar reproduzindo discriminação.”
Advogado relata ter sido barrado em entrada de bar por estar “parecendo um segurança”  (Foto: Reprodução/ Facebook)
G1