terça-feira, 18 de abril de 2017

CRÔNICA DA SEMANA COM MARIA EMÍLIA BOTTINI

QUANDO A DOR DE FICAR É


 MAIOR QUE A DOR DE PARTIR






O homem bicentenário (1999) é dirigido por Chris Columbus e narra a história de uma família que compra um novo objeto doméstico, um robô ao qual lhe dão o nome de Andrew. Aos poucos o robô apresenta traços característicos de um humano como curiosidade, aprendizagem, inteligência, humor e personalidade própria ao se relacionar com a família com quem convive.
O filme é baseado em uma história de Isaac Asimov, escritor e bioquímico americano, nascido na Rússia, autor de obras científicas, considerado o pai da ficção científica. Sem dúvida, o filme é uma aula de humanidade.
Após longo tempo servindo e sendo útil à família que o comprou e sendo propriedade deles, Andrew deseja sua liberdade, não quer mais trabalhar para a família e deseja ser reconhecido como um humano. Após a morte de seu dono ele inicia a jornada em busca de sua origem e de sua liberdade. Muitas conquistas vão ocorrendo e Andrew vai se transformando de robô autômato em um corpo de humano, porém sua longevidade não é humana; ele vive e todos que ama partem e ele permanece ano após ano. Ao se transformar em humano também perderá a condição de imortal.
O cinema tem a capacidade de nos emocionar, mas igualmente proporciona reflexão que ampliam nossos horizontes e percepções de mundo. O que seria de nós sem essa capacidade de nos emocionarmos? Nós estamos nos filmes e é por isso que nos identificamos e nos projetamos neles.
O homem bicentenário nos questiona sobre o que realmente nos torna humanos?
É a condição de sentir o gosto dos alimentos, é a sexualidade, é o trabalho, é o ganhar dinheiro, é ter uma casa? Tudo isso nos torna seres humanos, porém sentir emoções e ter a consciência da finitude é da natureza do homem. Ao mesmo tempo somos questionados sobre qual é o sentido da liberdade? O que significa ter livre arbítrio e fazer escolhas?
Para mim, esse filme é uma das obras-primas do cinema mundial e a atuação do Robin Willians é primorosa, lamentei por ele ter desistido da vida, mas carregava dentro si uma alma devotada na tristeza e na dor, que suas atuações permitiam mascarar, mas a vida real não.
Andrew tem uma parceira de nome Porchea, ele tenta transparecer que não está percebendo o envelhecimento dela, pois aparenta menos idade do que realmente tem. Porchea reforça que não se sente com cinquenta anos e que existe uma ordem natural na vida, que os seres humanos estão destinados a permanecer um tempo e depois partem.
Andrew faz menção ao elixir que desenvolveu para ela como possibilidade para a manutenção e prolongamento da sua vida, mas a vida tem limites que ele desconhece, pois é imortal.
Nas cenas finais do filme Andrew morre, minutos antes de ser declarado humano. A nossa vida está na impermanência, em sermos mortais, podemos negar, mas não fomos feitos para durar uma eternidade e mais seis meses. Nosso tempo é curto, é pequeno. É o tempo de vir contar uma história e partir.
O que fazemos com o tempo que temos? Quais são nossas escolhas? Que jornadas interiores fazemos? Que descobertas são necessárias?
É um filme belíssimo para pensar a vida e o viver; ele nos ajuda a aprimorar nossa condição de não robôs, mas vivendo por vezes como se fossemos. Acorda, come, trabalha, almoça, estuda, faz sexo, dorme, acorda e tudo se repete de novo e de novo até os botões biológicos se desligarem. Nossa sorte é que não somos avisados de quando eles param, mas podemos contar com isso, pois não somos robôs, somos humanos e a finitude está em nós, em nosso DNA.


 


Maria Emília Bottinii
i Psicóloga da Clínica Ser
Mestre em Educação pela Universidade de Passo Fundo (UPF)
Doutora em Educação pela Universidade de Brasília (UnB)
Autora do livro No cinema e na vida: a difícil arte de aprender a morrer.
E-mail: emilia.bottini@gmail.com


MUNDO

Suprema Corte dos EUA rejeita demanda do Arkansas para permitir execução

Resultado de imagem para injeção letal eua
As drogas usadas nas injeções letais em vários estados americanos - 19 de 50 não executam réus - são cada vez mais difíceis de obter. Foto: Reprodução

 

A Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitou na segunda-feira um pedido de última hora das autoridades do Arkansas para permitir a primeira execução no estado em mais de uma década.A decisão representa um novo revés para o estado do sul do país, onde oito execuções estavam planejadas para acontecer entre 17 e 27 de abril, uma sequência sem precedentes.O tribunal rejeitou um recurso da procuradora-geral do estado, Leslie Rutledge, que tinha como objetivo obter permissão para o procedimento de execução de Don Davis, o primeiro condenado que seria morto este mês.

 

A Suprema Corte do Arkansas já havia bloqueado na segunda-feira as execuções de Don Davis e de outro condenado, programadas para a noite, após um recurso dos advogados de defesa que solicitava o adiamento.A procuradora-geral estadual apresentou rapidamente um recurso à Suprema Corte dos Estados Unidos para solicitar permissão à execução de Davis.


As decisões de segunda-feira foram anunciadas após uma série de derrotas nos tribunais do estado, que pretendia acelerar as execuções porque um dos medicamentos usados na injeção letal, o midazolam, está a ponto de ter a validade expirada.

 Enquanto as autoridades aguardavam a decisão da Suprema Corte, Davis teve direito a um jantar na segunda-feira à noite que, caso o principal tribunal americano tomasse outra decisão, poderia ter sido a sua última refeição na unidade penitenciária em que fica a câmara de execuções, informou o Departamento Correcional do Arkansas.

 

A série de impedimentos legais representa um grande retrocesso para o governador republicano do Arkansas, Asa Hutchinson, que fez pressão para acelerar as execuções com a aproximação do fim da validade do midazolam.As drogas usadas nas injeções letais em vários estados americanos - 19 de 50 não executam réus - são cada vez mais difíceis de obter. Muitas empresas farmacêuticas, particularmente da Europa, proíbem a venda para execuções.As injeções letais são indolores, mas os grupos de oposição à pena de morte afirmam que aumentam o risco para as execuções, com a possibilidade de que os condenados agonizem durante vários minutos, o que é inaceitável.

 Fonte: AFP


MÚSICA

Paul McCartney deve se apresentar no Brasil em outubro

Resultado de imagem para Paul McCartney
De acordo com nota de O Globo, o ex-Beatle vem com a turnê comemorativa dos 50 anos de Sgt Peppers Foto: Reprodução

Paul McCartney  deve trazer para o Brasil, já em outubro, a turnê comemorativa dos 50 anos do disco Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band. De acordo com nota publicada por Ancelmo Gois, em O Globo, o músico tem agendada até mesmo uma apresentação na Bahia, estado no qual nunca se apresentou.

Recentemente, Macca já havia anunciado uma reedição especial para o disco - saiba mais.

Fonte: Omelete Box

 

MUNDO

Deputado venezuelano pede que 


Brasil pare de vender armas à 


Venezuela

Deputado da oposição venezuelana, Luis Florido faz discurso na OEA em março - FEDERICO PARRA / AFP         

O deputado venezuelano Luis Florido pediu ao governo brasileiro que suspenda a venda de armas para a Venezuela, e disse esperar uma resposta nesse sentido "nas próximas horas". O pleito foi reforçado em relação a munições tóxicas vendidas pelo governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Florido esteve nesta segunda-feira com os ministros Raul Jungmann (Defesa) e Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional), além de ter ido ao Itamaraty.

— O governo Maduro usa violência nas manifestações populares, com bombas e materiais tóxicos. Há um gás tóxico comprado do Brasil, vencido há dois anos, de cor vermelha. Estamos muito preocupados. Não queremos que o governo brasileiro venda arma alguma para a Venezuela — disse ao GLOBO o deputado, que preside a Comissão de Relações Exteriores da Assembleia Nacional.

De acordo com Florido, houve "grande solidariedade" dos ministros brasileiros, e ele espera que o veto do governo a vendas bélicas aos venezuelanos venha ainda nesta segunda-feira. Ele foi ao Ministério da Defesa, ao Palácio do Planalto e ao Palácio do Itamaraty, onde foi recebido por Marcos Galvão, secretário-geral das Relações Exteriores. Jungmann e Etchegoyen, chefes da Defesa e do Gabinete de Segurança Institucional, teriam dito, segundo Florido, que Temer está "muito preocupado" com a situação na Venezuela.

— Não queremos armas para que o governo nos reprima. Especialmente armas tóxicas e de vizinhos da América Latina. O Brasil, no governo Dilma, vendeu armas tóxicas e estamos sofrendo muito com isso — afirmou Luis Florido.

O deputado de oposição ao chavismo disse ter medo de ser preso quando voltar ao país na próxima sexta-feira, já que teve passaporte anulado pelo governo Maduro. Ele deixou a Venezuela em direção à Colômbia por via terrestre, com carteira de identidade, e voltará pelo mesmo caminho.

— Sou o único presidente de Comissão de Relação Exteriores do mundo que está fora de seu país sem passaporte. Eu temo ser preso na volta à Venezuela. Eu tenho imunidade parlamentar, mas o governo Maduro é autoritário, e você pode esperar tudo dele. Mas tenho que transformar o medo em força para os venezuelanos, que todos os dias morrem por falta de remédios básicos.
Nesta segunda-feira, o presidente da Venezuela anunciou a expansão do corpo de milícia do país, composto por civis armados, para 500 mil agentes. No último dia 31, depois que o tribunal máximo venezuelano assumiu as funções do Parlamento, chanceleres de Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai fizeram uma reunião de emergência em Buenos Aires para avaliar que ações tomariam.
O ministro brasileiro Aloysio Nunes havia dito ao GLOBO que a Venezuela vivia uma "escalada de autoritarismo" e poderia ser expulsa do Mercosul. Em dezembro do ano passado, o país foi suspenso do bloco, por não cumprir obrigações assumidas no protocolo de adesão. 

Fonte: O Globo

DF

Durante este mês de abril, o


Palácio do Buriti está todo


iluminado na  cor verde 

Até o fim de abril, o Palácio do Buriti recebe iluminação na cor verde, em alusão à campanha nacional Abril Verde, que foca na necessidade de prevenção dos acidentes de trabalho.

Campanha volta a atenção para a segurança e a saúde do servidor, com o objetivo de reduzir acidentes de trabalho
Campanha Abril Verde volta a atenção para a segurança e a saúde do servidor, com o objetivo de reduzir acidentes de trabalho. Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília
O mês foi escolhido por causa do Dia Mundial da Saúde (7) e do Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho (28). Esta última data foi instituída por iniciativa de sindicatos canadenses e escolhida após uma explosão que matou 78 trabalhadores em uma mina no estado da Virgínia, nos Estados Unidos, em 1969.
No Brasil, a Lei nº 11.121, que criou o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, foi promulgada em maio de 2005.

Fonte: Agência Brasil
 

segunda-feira, 17 de abril de 2017

ALIMENTAÇÃO

Os benefícios da atemoia

Resultado de imagem para atemoia
A polpa de uma atemoia tem 65% da cota de cobre que deveríamos ingerir todos os dias Foto: Divulgação
A engenheira agrônoma Maria Rosa Moraes submeteu a atemoia a um raio X em seu trabalho de doutorado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “A casca dessa fruta tem dez vezes mais compostos fenólicos do que a polpa”, desvenda a pesquisadora. Esses elementos são famosos por combater radicais livres e, assim, dar uma força na prevenção de várias doenças – de males cardíacos a câncer. Já as sementes exibem alto teor de gorduras boas. 

Enquanto não se encontra uma forma de aproveitar essas partes na cozinha, o recado é apostar na polpa, doce, saborosa e nutritiva. “Além de apresentar uma quantidade significativa de compostos fenólicos, ela possui quase tanto potássio quanto a banana”, afirma Maria Rosa. Está aí um mineral que auxilia na contração muscular e no controle da pressão arterial. Sem falar no cobre, também ostentado pela polpa, que participa da formação de enzimas envolvidas na manutenção do corpo.

Perfil completo

Origem: Flórida (Estados Unidos)
Ano de nascimento: 1907
Pai e mãe: a atemoia é resultado de um cruzamento entre a fruta-do-conde e a cherimoia
Clima preferido: ameno. Nem frio nem quente
Quando chegou ao Brasil: 1950
Maior produtor por aqui: estado de São Paulo

Fonte: Saúde Abril 
 

BEM ESTAR

Obesidade atinge 1 em cada 5 brasileiros, aponta pesquisa do Ministério da Saúde
Resultado de imagem para O ministro Ricardo Barros em entrevista coletiva no ministério
O ministro Ricardo Barros em entrevista coletiva no ministério (Foto: Gabriel Luiz / G1)
 
A obesidade atinge um em cada cinco brasileiros, apontam dados divulgados nesta segunda-feira (17) pelo Ministério de Saúde. Em dez anos, a população obesa no país passou de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016, informou o ministério.
O excesso de peso também cresceu 26,3% no mesmo período. Em 2006, 42,6% dos entrevistados foram considerados com excesso de peso. No ano passado, esse índice foi de 53,8%.
A obesidade e o excesso de peso são calculados a partir do Índice de Massa Corporal que divide o peso pela altura ao quadrado do entrevistado. Índices iguais ou maiores que 25 são considerados como excesso de peso e maiores de 30 kg/m2, obesidade.
“Estamos buscando eliminar o crescimento dessa curva da obesidade”, afirmou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.
A Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) entrevistou, de fevereiro a dezembro de 2016, 53.210 pessoas maiores de 18 anos nas capitais do país.

Cardápio

Ainda sobre hábitos da população entrevistada, o estudo mostrou que o consumo de feijão diminuiu de 67,5% em 2012 para 61,3% em 2016, e que um em cada três adultos consomem frutas e hortaliças nos cinco dias da semana.
De acordo com a pesquisa, esses dados informam que o país “passa por uma transição nutricional, que antes era de desnutrição e agora estamos entre os países que apresentam altas prevalências de obesidade”. 
Imagem relacionada

Em 10 anos, população obesa no Brasil passou de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016. Pesquisa Vigitel entrevistou 53,2 mil maiores de 18 anos nas capitais do país.  Foto: Divulgação

“A causa da obesidade é multifatorial. Nenhum país do mundo conseguiu reduzir ou deter a obesidade. É uma meta ousada a gente conseguir segurar esse indicador até pelo menos 2019. Isso porque, a obesidade envolve vários fatores e nem todos podem ser administrados pelo Ministério da Saúde”, afirmou a coordenadora-geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde Michele Lessa.
Entre as mudanças relacionadas na pesquisa, durante a última década, está a redução do consumo regular de refrigerante ou suco artificial que passou de 30,9% em 2007, para 16,5% no ano de 2016.
A prática de atividade física no tempo livre aumentou. De acordo com o ministério, 30,3% da população fazia pelo menos 150 minutos de exercícios por semana em 2009. No ano passado, esse número cresceu para 37,6%. A faixa etária com maior tempo para prática de atividades físicas, segundo a pesquisa foi a população entre 18 e 24 anos.

Álcool

Outro dado apontado pela pesquisa foi o consumo abusivo de álcool: em 2006, era de 15,7%; dez anos depois, passou para 19,1%. Segundo o ministro, o crescimento se deu principalmente pela alta na ingestão de álcool por parte das mulheres. Nos últimos dez anos, o consumo abusivo de bebida alcoólica pelo público feminino atingia 7,8% da população. Em 2016, o índice foi de 12,1%.
“As mulheres estão mais na cervejinha. O índice cresceu mais de 50% para consumo abusivo de bebida alcóolica para as mulheres”, disse Ricardo Barros.

Fonte: G1


DF

Lei obriga farmácias do DF a divulgarem estoques de remédios gratuitos

GDF tem 180 dias para definir como vai ser fiscalização. Outra lei, também aprovada nesta 2ª, manda hospitais deixarem código de ética da saúde para consulta.


Resultado de imagem para farmacias populares df
Remédios dispostos em estantes de farmácia Foto: Reprodução
O governo do Distrito Federal publicou uma lei nesta segunda-feira (17) que obriga farmácias populares a divulgar uma lista atualizada com o estoque dos medicamentos gratuitos distribuídos à população. Unidades de saúde do DF que distribuem remédios também são obrigadas a disponibilizar o mural.

De acordo com a lei, o GDF tem prazo de 180 dias para regulamentar e definir como vai ser a fiscalização. O texto é de autoria do deputado distrital Juarezão (PSB). A Secretaria de Saúde disse que já é possível consultar toda a lista de medicamentos padronizados pela internet.

"Para cumprimento da lei, será disponibilizada no site a lista com os itens disponíveis, medicamentos em falta e provável data de reabastecimento", informou a pasta.

Uma outra lei, também publicada nesta segunda, manda todo estabelecimento de saúde no DF – públicos ou particulares – a manter disponível para consulta o código de ética de médicos e de outros profissionais.

Os locais também devem afixar cartazes para divulgar que todo cidadão tem direito a atendimento humanizado sem discriminação, sob risco de multa. A lei é de autoria da deputada Luzia de Paula (PSB) e passa a valer de imediato. 


Fonte:G1 DF e TV Globo












SAÚDE

Maior oferta de exame de sífilis eleva número de casos

Resultado de imagem para Maior oferta de exame de sífilis eleva número de casos
Em 2016, foram notificadas 1.288 novas ocorrências Foto: Divulgação


Com a maior oferta de testes para diagnóstico precoce de sífilis nas unidades de saúde da rede, a detecção da doença na população do Distrito Federal aumentou desde o ano passado. De acordo o Boletim Epidemiológico de Sífilis, em 2016 foram notificados 1.288 novos casos. Destes, 937 ocorrências foram em homens e 351 em mulheres, o que faz a doença ter sido mais prevalente no sexo masculino. Em ambos os gêneros, a faixa etária que mais apresenta notificações é a de 20 a 29 anos.

Segundo Sérgio D'Ávila, da Gerência de Doenças Sexualmente Transmissíveis da pasta, desde 2016 a unidade tem focado na ampliação do diagnóstico precoce dessa DST nas sete Regiões de Saúde da capital. "Mesmo sendo uma doença de transmissão sexual antiga, a sífilis ainda é considerada um tabu. Por isso, muitas pessoas ainda não sabem identificar os sintomas e, como consequência, não buscam ajuda", explica.

A realização do exame é essencial para que o paciente receba o tratamento adequado o mais rápido possível. A contaminação da Doença Sexualmente Transmissível (DST) ocorre pela bactéria Treponema pallidum. D'Ávila ressalta que o objetivo da rede é promover o crescimento da capacidade de acolher a demanda do usuário da saúde pública, respeitando as diferenças e as diversidades de cada um.

TRATAMENTO – A Secretaria de Saúde oferece o tratamento completo com penicilina às pessoas diagnosticadas com a doença. Desta forma, os pacientes fazem uso do medicamento pelo período de 30 dias e recebem acompanhamento médico ininterrupto.

Sérgio destaca que o método é simples, mas que os resultados positivos da terapia estão diretamente ligados à procura pelo diagnóstico. A detecção é feita nas unidades de Atenção Primária da rede.


Fonte: Agência de Notícias


SAÚDE DF

Simpósio vai discutir temas importantes da reprodução humana

Exibindo Brasília vai sediar Simpósio de Reprodução Humana.jpg
Temas como aborto espontâneo recorrente, endometriose e infertilidade e congelamento de óvulos vão ser abordados durante o evento

Congelamento de óvulos por razões sociais, endometriose e infertilidade,  aborto espontâneo recorrente, avaliação da reserva ovariana, Síndrome do Ovário Polícistico e infertilidade, o que é importante na avaliação do casal infértil, o uso de anticoncepcionais e o risco de trombose e o uso de androgênios (hormônios sexuais masculinos) no período fértil da mulher e na menopausa. Esses são alguns dos temas que vão ser discutidos no 9º Simpósio de Reprodução Humana de Brasília, no próximo dia 6 de maio, das 8 às 13h, no auditório da AMB (Associação Médica de Brasília).

O evento, promovido pela  Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Distrito Federal (SGOB) e pela Sociedade Brasileira de Reprodução Humana - DF  (SBRH-DF), deve reunir cerca de duzentos especialistas da área, além de estudantes de medicina e médicos residentes. Informações e inscrições: (61)  3245-3681 / (61) 99622-2865.


Congelamento de óvulos

Atualmente, muitas mulheres têm seu primeiro filho após os trinta anos. A mulher moderna adia a maternidade por vários motivos, seja para investir na formação e na carreira profissional, ou porque ainda não encontrou o parceiro ideal ou ainda porque pretende buscar estabilidade financeira antes de ter um filho. O grande problema é que quando muitas mulheres resolvem ter filhos a fertilidade delas já entrou em declínio.  "O pico de fertilidade da mulher é entre os 20 e 25 anos de idade. Após os 30 anos e, principalmente, depois dos 35, a fertilidade feminina entra em declínio progressivo", explica o ginecologista Jean Pierre Barguil Brasileiro, especialista em Reprodução Humana, presidente da SGOB e um dos coordenadores do Simpósio. "A idade da mulher é um dos fatores naturais que afetam a sua capacidade reprodutora", confirma o ginecologista Vinicius Medina Lopes, também especialista em Reprodução Humana, diretor da SBRH-DF e coordenador do Simpósio.

O congelamento de óvulos, através da técnica segura e eficaz de vitrificação, possibilita que as mulheres adiem a gestação e ainda que engravidem utilizando os próprios gametas até mesmo depois da menopausa. Além da indicação social para congelar os óvulos, existem as indicações médicas. "Mulheres que são submetidas à quimio ou radioterapia para tratamento de determinados tipos de câncer podem ter perda da capacidade reprodutiva por diminuição importante da quantidade de óvulos", esclarece Vinicius Medina Lopes.

Para preservar a fertilidade feminina, a técnica de vitrificação é uma das que apresenta os melhores resultados. O método de criopreservação permite o ultrarresfriamento dos óvulos em baixíssima temperatura (-196ºC) e de forma muito rápida, garantindo a sua qualidade no ato do descongelamento ou desvitrificação para fertilização em seguida. Considerado um método mais avançado de criopreservação, a vitrificação proporciona taxas de gestação altas, uma vez que o procedimento preserva as características, a idade e a qualidade dos gametas femininos. Durante o processo de congelamento, os óvulos são desidratados e tratados com substâncias crioprotetoras antes de serem congelados.


Avaliação do casal infértil

Cerca de 15 % da população brasileira em idade fértil é afetada pela infertilidade conjugal, caracterizada pela ausência de gravidez em um casal com vida sexual ativa e que não usa medidas anticonceptivas por um período de um ou mais anos. Sabe-se, atualmente, que cerca de 40% dos casos de infertilidade de um casal são atribuídos à mulher, 40 % aos homens e em 20% dos casos o problema é resultado de uma combinação de fatores  em ambos os parceiros. “Quando a gravidez não acontece, o homem também deve ter acompanhamento médico e participar junto com a sua parceira da investigação para diagnóstico e tratamento da infertilidade”, afirma o médico Vinicius Medina Lopes.
Várias são as causas mais comuns que podem levar à infertilidade nas mulheres, dentre elas as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST's), os distúrbios hormonais, obstrução nas trompas, problemas de malformação ou tumores no útero, endometriose, miomas e ovários policísticos.

Nos homens, um dos principais fatores de infertilidade é a varicocele, que consiste na dilatação anormal das veias que drenam o sangue na região dos testículos. Há também causas genéticas, homens que não têm espermatozoides (azoospermia) ou que apresentam uma concentração inferior a quinze milhões de espermatozoides por mililitro de sêmen (oligozoospermia severa). As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST’s), o uso de cigarro e o consumo de álcool e anabolizantes também podem comprometer a fertilidade.
É importante saber que uma mulher com menos de 30 anos pode esperar até dois anos para que aconteça a gravidez. Caso a mulher tenha mais de 30 anos não deve aguardar mais que um ano para iniciar uma investigação com o especialista. Se atingiu 35 anos, o prazo de espera não deve ultrapassar seis meses. Após os 40 anos se a mulher deseja engravidar deve, de imediato, iniciar a investigação da sua capacidade fértil.
Outros fatores também podem influenciar a saúde reprodutiva como o estresse, tabagismo, obesidade, poluição, consumo de álcool e de drogas, uso de alguns medicamentos, problemas da tireoide e a própria ansiedade.

Endometriose e infertlidade
Cerca de 6 milhões de mulheres brasileiras em idade fértil são acometidas pela endometriose. Uma grande parte dessas mulheres só descobre a doença quando não consegue engravidar. A endometriose pode causar infertilidade, principalmente, em seu estágio mais avançado, quando a doença atinge as trompas, órgão que conduz o óvulo ao útero. A doença também é associada a alterações hormonais e imunológicas, que podem dificultar a gravidez. A depender do quadro, o tratamento pode ser com o uso de medicamentos hormonais ou através de procedimento cirúrgico,  como videolaparoscopia (técnica de cirurgia minimamente invasiva). A infertilidade decorrente da endometriose pode ser tratada também com a inseminação artificial, técnica de reprodução assistida que consiste na estimulação ovariana e posterior colocação do sêmen dentro da cavidade uterina através de um cateter flexível. Em casos mais avançados, quando a endometriose já atingiu vários órgãos, geralmente, a paciente precisa de uma técnica mais complexa para engravidar, como a Fertilização in Vitro (FIV).

A endometriose consiste na presença de endométrio (tecido que reveste o útero internamente e que é renovado mensalmente pela menstruação) em locais indevidos, ou seja, fora da cavidade uterina. Quando não ocorre a fecundação, o endométrio se fragmenta e é eliminado junto com o sangue menstrual, podendo migrar através da corrente sanguínea para órgãos como o ovário, intestino, apêndice, bexiga e vagina. Cólica menstrual aguda, dores pélvicas entre as menstruações, dor durante a relação sexual e infertilidade estão entre os principais sintomas da doença. As dores decorrentes da endometriose comprometem bastante a qualidade de vida da mulher.
Apesar da doença ser um dos principais fatores associados à infertilidade feminina, nem todas as mulheres que têm endometriose são inférteis. “Quando a mulher engravida na fase inicial da doença, a progesterona, hormônio produzido em grande quantidade na placenta, age como protetor, aliviando os sintomas da endometriose. A gravidez acaba funcionando como tratamento para a doença”, explica o médico Jean Pierre Barguil Brasileiro.

A endometriose é considerada uma doença da mulher moderna, que retarda a maternidade, tem menos filhos e, consequentemente, tem mais ciclos menstruais. Atualmente, a mulher menstrua em média 400 vezes ao longo da vida, quando no inicio do século passado, menstruava cerca de 40 vezes. Além disso, a menarca (primeira menstruação) hoje acontece bem mais cedo graças ao estilo de vida, o estímulo sexual e a alimentação (uso de hormônios em alimentos). Hoje é normal a menina começar a menstruar por volta dos 11 a 12 anos de idade, antes a menarca acontecia entre os 14 e 15 anos.

A melhor forma de evitar a doença é a prevenção através de consulta ao ginecologista e exames de rotina anuais. Uma alimentação saudável e a pratica regular de atividade física também é recomendada para manutenção de uma vida reprodutiva saudável.


Aborto espontâneo recorrente
Ter uma gravidez tranquila, saudável e sem contratempos é o desejo dos casais que esperam um bebê, mas alguns deles são obrigados a enfrentar um problema muito mais comum do que se imagina: o abortamento espontâneo recorrente. De acordo com a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, entre 15% e 25% das mulheres em idade fértil vão ter pelo menos uma perda gestacional e 5% delas terão duas. Cinquenta por cento das perdas não têm causas definidas. aborto espontâneo é caracterizado por uma gravidez interrompida por causas naturais antes de completar vinte semanas de gestação. O especialista Vinicius Medina Lopes explica que o abortamento espontâneo recorrente, também conhecido como abortamento habitual ou de repetição, acontece quando há duas ou mais perdas gestacionais espontâneas e consecutivas antes da vigésima semana de gravidez. Além de grande sofrimento, o aborto recorrente causa constrangimento e impacto emocional para as mães, seus parceiros e familiares e, muitas vezes, efeitos devastadores na vida do casal.
Febre, sangramento vaginal, dor abdominal intensa e calafrios são alguns dos sintomas que podem sinalizar a perda do bebê. Quando uma grávida sente qualquer um desses sintomas, deve consultar imediatamente seu médico. 
No Brasil, estima-se que por ano um milhão de casais percam seus bebês por conta de abortamentos espontâneos.  “Alterações imunológicas, malformações uterinas e outros problemas anatômicos, distúrbios hormonais, fatores genéticos (anomalias cromossômicas no casal), infecções, obesidade, doenças crônicas da mãe, como diabetes não controlada e hipertensão, e o uso de drogas podem ser responsáveis pelo abortamento recorrente. Em boa parte dos casos, as perdas gestacionais sucessivas são multifatoriais, mas em 50% dos casais não é possível definir as causas”, esclarece o médico. Além desses fatores, a trombofilia adquirida e hereditária também é uma causa de abortamentos e outras complicações na gravidez, como a hipertensão gestacional e o parto prematuro. 
Além dos danos emocionais, os abortamentos de repetição repercutem também na vida financeira de muitos casais. Eles passam a viver na expectativa de ter um diagnóstico que identifique o que causa as perdas gestacionais, possibilite o tratamento e garanta uma futura gravidez saudável, que evolua normalmente até o parto, o que, muitas vezes, leva tempo, gera muita ansiedade e conflitos e exige investimento. O número de abortamentos prévios e a idade da mulher aumentam o risco de novas perdas. As mulheres com mais de 35 anos de idade já têm fator de risco aumentado. “A possibilidade de perda gestacional aumenta progressivamente em mulheres que já tiveram outras gestações interrompidas por causas naturais”, diz o médico. 
O tratamento com progesterona, o suporte emocional e a adoção de hábitos de vida saudáveis (manter-se no peso adequado, não fumar, não consumir álcool e drogas ilícitas) são algumas das recomendações dos especialistas. 
O tipo de tratamento indicado dependerá das possíveis causas do problema. Segundo dados da FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), quando o diagnóstico e tratamento são realizados de forma adequada, 84% dos casais conseguem se tornar pais após duas perdas consecutivas.

Por
Carol Campos
Assessoria de Imprensa