terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

MUNDO

Como os comediantes americanos se transformaram na oposição mais feroz a Trump

Sucesso de programas como 'Saturday Night Live' e reação do presidente em tuítes indicam que sátiras o atingem em cheio.






Parece simples imitar o presidente americano Donald Trump. "Seus olhos nunca estão totalmente abertos e sua boca nunca está totalmente fechada", diz o comediante Greg Shapiro em um vídeo intitulado "Como imitar Trump quando se tem mãos grandes".
Shapiro sugere que é preciso juntar a gesticulação das mãos, assim como a entonação da voz e o elemento "surpresa" das falas: "A maneira como Trump responde a uma pergunta é muito divertida, porque nunca se sabe como ele vai terminar a frase".
Uma coisa, porém, é poder imitar o presidente dos Estados Unidos. Outra muito diferente é satirizá-lo sistematicamente e virar notícia nacional.
É o que vários programas humorísticos de TV estão fazendo hoje em dia nos EUA - e o que de certa forma transformou a comédia na oposição mais feroz ao governo Trump.
"A comédia o atinge", disse o cineasta Michael Moore para uma multidão de manifestantes na noite anterior à posse do presidente, ocorrida em 20 de janeiro.
"Se zombam dele, o ridicularizam ou simplesmente mostram que não é popular (...), ele explode", acrescentou. "Formemos um exército de comediantes e o derrubaremos."
Esse "exército" tem como seus principais porta-vozes programas como The Late Show (CBS), com Stephen Colbert, Last Week Tonight (HBO), com John Oliver, Full Frontal (TBS), com Samantha Bee, Late Night (NBC), com Seth Meyers, e The Daily Show (Comedy Central), com Trevor Noah.
Mas o programa de mais sucesso na era Trump talvez seja o Saturday Night Live.
Os esquetes da veterana atração da rede NBC imitando o presidente e sua equipe de governo fazem rir com uma proposta diferente da adotada pelos talk shows: repetem os atos do republicano, às vezes palavra por palavra.

'Senhor Guacamole'

Em outubro de 2016, na época do primeiro debate entre os então candidatos à presidência Hillary Clinton e Donald Trump, o ator Alec Baldwin estreou sua imitação no Saturday Night Live.
Com Kate McKinnon no papel de Hillary Clinton, eles parodiaram cada um dos três debates, mesclando partes literais da realidade com o seu usual humor satírico.
Um exemplo: ao responder por que suas políticas de imigração são melhores que as de Hillary, o personagem de Baldwin responde: "Porque ela quer fronteiras abertas e isso é uma loucura. Pessoas estão entrando no nosso país pelo México e algumas são homens maus".



Foi mais ou menos o que Trump disse em um dos debates.
Mas em seguida Baldwin acrescenta: "Tenho uma relação fantástica com o México. Me reuni pessoalmente com o presidente. Esqueci seu nome, acho que era algo como Mister Guacamole. Perdão, Senhor Guacamole. Também conheci sua linda esposa, Taquito, e seus gêmeos, Chips e Salsa".
Baldwin, que não faz parte do elenco fixo de humoristas do Saturday Night Live, já fez 17 participações no programa interpretando o personagem - e é provável que faça muitas mais.
Nesta semana, a NBC informou que a atual temporada é a mais assistida em 22 anos, com uma média de 10,6 milhões de telespectadores por episódio.
Para Trump, porém, o programa de humor emblemático da televisão americana, que está há 42 anos no ar, é "chato", "terrível" e "o pior da NBC", como ele tuitou em diversas oportunidades.
"Acabei de tentar ver Saturday Night Live: é impossível de assistir! Totalmente tendencioso, nada engraçado e a interpretação de Baldwin não podia ser pior. Triste", escreveu o presidente no Twitter após um episódio que satirizava justamente o seu comportamento na rede social.

Trump africano

"Nos regimes políticos autoritários, a comédia e a sátira em particular são mais eficazes do que os ataques explícitos ao poder político", disse à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, Geoffrey Baym, diretor e professor do Departamento de Estudos de Mídia e Produção da Universidade de Temple, na Filadélfia, nos EUA.
"Enquanto os adversários políticos podem ser diminuídos, atacados e até presos, as pessoas do mundo do entretenimento e os comediantes são mais imunes à crítica."
Baym esclarece que, embora continue havendo liberdade de expressão e imprensa nos EUA, "dada a natureza da política americana, Trump está agindo de maneira bastante autoritária".
"Ele ataca seus inimigos, normalmente de forma perssoal. Na primeira entrevista coletiva não aceitou perguntas... Está claro que esta é uma administração presidencial que está tentando manter um grande controle do que a imprensa pode dizer e fazer, que não aceita com leveza a crítica e que está tentando intervir e interferir no diálogo público."
Em outubro passado, o comediante sul-africano Trevor Noah dedicou um bloco do The Daily Show à comparação de algumas propostas e afirmações de Trump com as de vários presidentes de países da África.
"Donald Trump é presidenciável. Acontece que ele é candidato à presidência no continente errado", explicava Noah, em um vídeo que está entre os mais vistos no canal do programa no YouTube.
Ele comparou "o grau de autoestima" de Trump ao do ex-presidente de Uganda Idi Amin, que se fazia chamar oficialmente pelo título: "Sua excelência o presidente vitalício, marechal-de-campo Al Hadji doutor Idi Amin, VC, DSO, MC, CBE, senhor de todas as bestas da Terra e peixes no oceano e conquistador do império britânico na África em geral e em Uganda em particular".
Em seguida, aparece no vídeo a imagem de uma torre dourada com esse longo título escrito na fachada. E Noah acrescenta: "Felizmente, Idi Amin não era dono de nenhum cassino" (uma referência aos negócios de Trump).

Interpretação de sucesso

Um dos grandes temas da campanha presidencial americana, e agora do governo Trump, é a verdade.
O melhor exemplo talvez seja a polêmica sobre o tamanho da multidão no dia da posse em comparação com a atraída pela cerimônia de Barack Obama em 2009.


Segundo o secretário de imprensa da Casa Branca, Sean Spicer, a posse de Trump foi a que "teve o maior público na história dos juramentos presidenciais".
"A mídia está interpretando mal as imagens e utilizando dados pouco claros para minimizar o enorme apoio que o presidente recebeu no dia da sua posse", acrescentou.
Este e outros embates de Spicer com a imprensa foram parodiados em esquetes do Saturday Night Live, nos quais o secretário de imprensa foi interpretado pela atriz Melissa McCarthy.
"Quero começar pedindo desculpas em nome de vocês a mim pela forma como vocês me trataram nas últimas duas semanas", disse em tom enérgico o personagem de McCarthy aos jornalistas. "E não aceito as desculpas."
O esquete teve tamanha repercussão que na última quinta-feira o jornal The Washington Post publicou o seguinte título: "Sean Spicer foi totalmente Melissa McCarthy hoje".
Nas palavras de Evan Smith, professor de comunicação na Universidade de Siracusa, no Estado de Nova York, "as piadas quase que se escrevem sozinhas".
"Poderia-se pensar que chegaríamos a um ponto de saturação após tantos meses de piadas políticas", disse Smith à BBC Mundo.
Mas a verdade é que, acrescenta o professor, o governo americano "está sendo tão ativo que todos os dias" que acrescenta novos temas à agenda da comédia.
De fato, muitos meios de comunicação incorporaram a análise desses programas à sua cobertura. Na semana passada, por exemplo, o resumo matinal do jornal The New York Times na internet incluía a recomendação de um vídeo humorístico.

Fonte de informação

"Hoje em dia, os estudos mostram que muitos jovens adultos se informam não pelos jornais ou programas jornalísticos, mas por meio de shows de comediantes como Trevor Noah, John Oliver, Samantha Bee ou mesmo pelo Saturday Night Live", disse Smith.
John Oliver, por exemplo, negou várias vezes que o seu programa, Last Week Tonight, faça jornalismo. Ele sustenta que faz humor baseado na realidade.
No entanto, muitos segmentos de seu programa são citados como fonte de informação pela mídia como, por exemplo, sua análise da viabilidade do muro proposto por Trump na fronteira com o México.
No vídeo mais visto do Last Week Tonight no YouTube, o comediante britânico analisa a então candidatura de Trump e diz: "Não temos como saber qual dos seus inconsistentes pontos de vista serão executados quando ele governar. Mas quando ele prestar juramento como presidente, em 20 de janeiro de 2017, nesse dia suas opiniões vão importar".
"E você vai lembrar dessa data, porque nesse dia vão chegar viajantes do futuro tentando frear tudo isso para que nunca aconteça", continua Oliver.

O humor cruza fronteiras

Segundo Baym, a sátira política nos EUA começou a ganhar importância depois dos atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001 e a posterior invasão militar do Iraque.
"O jornalismo não estava funcionando como uma crítica formal ao governo do presidente George W. Bush. Foi então que Jon Stewart e Stephen Colbert se tornaram vozes importantes no cenário político americano", afirma.
Para ele, no momento, o problema com o jornalismo é outro: "Temos tantas fontes de informação e desinformação que já não existem meios de comunicação de massa que falem a todos no país. As pessoas escolhem a informação que querem ouvir e as notícias que explicam a sua visão de mundo".
"A comédia tem a capacidade de cruzar fronteiras e apelar para uma audiência maior e mais variada do que muitos meios de informação", acrescenta.
E o fenômeno do humor relacionado a Trump já cruzou fronteiras - literalmente.
Nos últimas semanas, surgiram dezenas de vídeos em que vários países do mundo, especialmente da Europa, se apresentam ao novo presidente americano.
A ideia é sempre a mesma: se os EUA vão ser a prioridade - ou seja, vir "primeiro", como promete Trump -, então o país do vídeo quer ser o "segundo".

MUNDO



Valentine's Day x Dia dos Namorados: Por que o Brasil é 'do contra' e comemora a data em junho?

Enquanto o resto do mundo celebra o dia mais romântico do ano em 14 de fevereiro, em terras brasileiras ele ocorre em 12 de junho; pai do atual prefeito de São Paulo foi quem criou a data comemorativa, por motivos comerciais.





 O 14 de fevereiro é conhecido no mundo todo como "o dia mais romântico do mundo". Chamado "Valentine's Day" (ou Dia de São Valentim), a data celebra o que é conhecido no Brasil como Dia dos Namorados.
Mas por aqui ele não é comemorado hoje - aliás, nem perto disso. Desde 1948, o país celebra essa data romântica em 12 de junho. Ela coincide com a véspera do Dia de Santo Antônio, conhecido como santo casamenteiro, mas o motivo para isso tem pouco a ver com o significado religioso - foi exclusivamente comercial.
A ideia de estabelecer uma comemoração de "Dia dos Namorados" veio do publicitário João Doria, pai do atual prefeito de São Paulo. Dono da agência Standart Propaganda, ele foi contratado pela loja Exposição Clipper com o objetivo de melhorar o resultado das vendas em junho, que sempre eram muito fracas.
Inspirado pelo sucesso do Dia das Mães, Doria instituiu outra data comemorativa para trocar presentes no ano: o Dia dos Namorados.
Junho foi escolhido porque era justamente o mês de desaquecimento das vendas. A escolha do dia 12 teve a ver com o fato de ser véspera da celebração de Santo Antônio, que já era famoso no Brasil por ser o santo casamenteiro.
Unindo, então, o útil ao conveniente, Doria criou a primeira propaganda que instituiria a data no país.
"Não é só com beijos que se prova o amor!", dizia um slogan do primeiro Dia dos Namorados brasileiro. "Não se esqueçam: amor com amor se paga", afirmava outro. A propaganda foi julgada a melhor do ano pela Associação Paulista de Propaganda à época.
A data começou a "pegar" no Brasil no ano seguinte, quando mais regiões começaram a aderir a ela - posteriormente, a comemoração se tornou nacional.
Atualmente, o "Dia dos Namorados" já é a terceira melhor data para o comércio no país - atrás apenas do Natal e do Dia das Mães. A média do faturamento do dia romântico já chega perto de R$ 1,5 bilhão.

São Valentim

A origem do Dia de São Valentim, celebrado nos Estados Unidos e na Europa, é muito anterior ao Dia dos Namorados no Brasil.
O chamado Valentine's Day começou a ser celebrado no século 5 - o primeiro dia oficial do santo foi declarado em 14 de fevereiro de 496 pelo papa Gelásio, em homenagem a um mártir que tinha esse nome.
Há algumas explicações para a história, mas a mais famosa é a de que São Valentim era um padre de Roma que foi condenado à pena de morte no século 3.
Segundo esse relato, o imperador Claudio 2 baniu os casamentos naquele século por acreditar que homens casados se tornavam soldados piores - a ideia dele era de que solteiros, sem qualquer responsabilidade familiar, poderiam render melhor no Exército.
Valetim, porém, defendeu que o casamento era parte do plano de Deus e dava sentido ao mundo. Por isso, ele passou a quebrar a lei e organizar cerimônias em segredo.
Quando Claudius descobriu, ele foi preso e sentenciado à morte no ano 270.
Mas, durante o período em que ficou preso, o agora santo se apaixonou pela filha de um carcereiro. No dia do cumprimento da sentença, ele enviou uma carta de amor à moça assinando: "do seu Valentim" - o que originou a prática moderna de enviar cartões para a pessoa amada no 14 de fevereiro.
Mas foi apenas dois séculos depois que a data passou a ser efetivamente comemorada, quando o papa Gelásio instituiu o Dia de São Valentim, classificando-o como símbolo dos namorados.
A comemoração foi criada como uma resposta a uma tradição antiga que teria se originado em um festival romano de três dias chamado Lupercalia.
O evento, ocorrido no meio de fevereiro, celebrava a fertilidade. Seu objetivo era marcar o início oficial da primavera.

Como parte das celebrações, jovens sorteavam nomes de garotas misturados dentro de uma caixa. Os dois então se transformavam em namorados durante a festa, e podiam até casar.
Nos séculos seguintes, a Igreja decidiu erradicar celebrações pagãs e por isso transformou o evento em uma festa cristã, em homenagem a São Valentim.
Mas há ao menos outras duas figuras históricas que disputaram o título de São Valentim associado a essa data.
Uma delas é um bispo de uma cidade próxima a Roma - na região da atual Terni - e a outra, um mártir do norte da África.
Como não se sabe muito mais informações sobre essas duas outras figuras. O padre de Roma acabou se tornando o mais conhecido São Valentim.

Sucesso comercial

Apesar de estar em queda, o "Valentine's Day" ainda rende um faturamento considerável nos Estados Unidos.
De acordo com a National Retail Federation (associação de varejistas dos Estados Unidos), a expectativa é de que a data mais romântica do ano traga US$ 18,2 bilhões (R$ 56,8 bilhões) para a economia.
O número fica abaixo do recorde estabelecido no ano passado - US$ 19,7 bilhões (R$ 61,5 bilhões) -, mas ainda mostra que a comemoração desperta o consumo dos americanos.
Nesta data, o item mais comprado para presentear os (as) namorados (as) ainda é o tradicional cartão de São Valentim. Em segundo lugar, ficam doces (chocolates ou balas) e em terceiro, flores.

POLÍTICA

Marun e Arlindo Chinaglia batem boca na comissão da reforma da Previdência

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O presidente da comissão especial da reforma da Previdência, deputado Carlos Marun (PMDB-MS), protagonizou nesta tarde de terça-feira, 14, um bate-boca acalorado com o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) durante os trabalhos do colegiado. Chinaglia queria apresentar um requerimento para convidar especialistas para serem ouvidos pela comissão, mas reclamou da recusa de assessores de Marun em receber o pedido diante do início da ordem do dia.

"É porque eles não sabem que o presidente é tão benevolente", brincou Marun, indicando que abriria uma exceção. Chinaglia, no entanto, não percebeu a sinalização e continuou protestando. "Se aqui é preciso ganhar no grito, eu também sei fazer", disse o petista, bradando ao microfone.

"Pois eu ia aceitar (o requerimento) e não aceito mais", devolveu Marun, também elevando a voz. Em meio à gritaria, o peemedebista pediu respeito aos integrantes da mesa da comissão e aos funcionários da Câmara dos Deputados. "O senhor quer atrapalhar os trabalhos e não vai conseguir", disse o presidente da comissão.

Mais cedo, Marun já havia se exaltado com Ivan Valente (PSOL-SP) também por divergências em requerimentos. Valente chegou a se levantar de seu lugar e ir à mesa falar com Marun, que pediu ao deputado oposicionista que "venha, mas venha com calma". O requerimento de Valente já estava incluído na pauta.

Nesta tarde, os deputados aprovaram de forma simbólica um bloco de requerimentos para ouvir representantes do governo, entidades sindicais e especialistas sobre a reforma da Previdência. A primeira audiência, prevista para amanhã, será com o secretário de Previdência do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano, e um representante da Casa Civil.

Fonte: Agência Estado

MUNDO

Homenagem a Aleppo divide moradores de Dresden, na Alemanha

Três ônibus dispostos verticalmente diante da igreja Frauenkirche remetem a imagem do conflito na Síria. Artista afirma que obra é um símbolo de superação e lembra vítimas de todas as guerras.




O que três ônibus dispostos verticalmente diante da igreja Frauenkirche de Dresden tem que ver com os bombardeios de 13 de fevereiro de 1945 em Dresden? A resposta do artista teuto-sírio Manaf Halbouni está numa placa ao lado da instalação temporária, que prossegue até 3 de abril. "Sofrimento humano e cidades destruídas: as imagens atuais da Síria nos lembram das consequências de guerras passadas em todo o mundo", diz o texto.
Para Dresden, as consequências dos ataques aéreos ao final da Segunda Guerra Mundial foram devastadoras. Ao menos 25 mil pessoas morreram nos três dias de bombardeios, que ficaram conhecidos como "Inferno de Dresden". A cidade, chamada de "Florença do Elba" devido à sua beleza barroca, afundou em escombros.
Também Aleppo, na Síria, foi um dia uma bela cidade e é hoje um campo de batalha com milhares de mortos. A inspiração para a instalação artística em Dresden veio de uma cena de 2015, quando ônibus foram enfileirados, de pé, na metrópole síria, como uma barreira de proteção para a população. Se na cidade alemã hoje vigora a paz, Aleppo ainda convive com a guerra civil. Os três ônibus diante da emblemática Frauenkirche devem simbolizar a esperança "de superação da guerra e de reconstrução", diz a placa ao lado da instalação artística, que Halbouni intitulou Monumento.


Prefeito e instalação são alvo de críticas

O prefeito de Dresden, Dirk Hilbert, é um defensor ferrenho da obra de arte apesar de toda a resistência, tendo sido chamado de "traidor do povo" por opositores. Na noite desta segunda-feira (13), o político discursou sobre um palco ao lado dos três ônibus e afirmou que a instalação é um símbolo do "sofrimento da população de Aleppo, da paz e da reconciliação". Hilbert ressaltou que Dresden e sua Frauenkirche foram reconstruídas com "ajuda do mundo todo". Quanto a Aleppo, "após o fim dos combates, ainda vai levar décadas até que o caos e a destruição sejam superados", como diz a placa explicativa.
A ligação entre Dresden e Aleppo e a homenagem a guerras passadas e presentes dividem os moradores da cidade alemã. E isso ficou claro no dia que marcou o 72º aniversário dos ataques aéreos da Segunda Guerra Mundial. "Eles poderiam ter feito isso em Nurembergue, era lá que os nazistas gostavam de se apresentar", diz uma senhora idosa a sua acompanhante, olhando para os ônibus. Mas também em Dresden havia nazistas. E também de lá judeus foram enviados para campos de concentração.
Membros do partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD) distribuíram, diante dos três ônibus, folhetos com as palavras "Monumento contra o terrorismo". Na montagem fotográfica abaixo do título, veem-se a Frauenkirche e o caminhão usado pelo tunisiano Anis Amri para executar um atentado a uma feira natalina de Berlim, deixando 12 mortos em dezembro passado.
Para um homem de 25 anos que se declara membro da AfD, o prefeito é um hipócrita. Pessoas como ele têm apenas um objetivo, diz o jovem: acabar com a memória dos bombardeios de Dresden. "Eles vêm para cá porque os benefícios sociais são os mais altos", afirma outro morador, referindo-se aos refugiados sírios. "Não há remédio contra a burrice", diz um terceiro, em resposta. Halbouni também está no local e conversa com os presentes sobre a mensagem de sua obra, reiterando o que se lê na placa disposta ao lado dos três ônibus. Ele estuda artes em Dresden.

'Guerra é sempre algo terrível'

Quando anoiteceu em Dresden, nesta segunda-feira, os ônibus foram iluminados por holofotes, e milhares de velas foram acesas diante da Frauenkirche. E quando os sinos ressoaram, às 18h, a praça e toda a cidade mergulharam no silêncio. Moradores e visitantes se deram as mãos, formando uma corrente humana que se estendia até a margem do rio Elba e permanecendo assim por dez minutos.
"A guerra é sempre algo terrível" é uma frase que se ouve em Dresden e que talvez seja o menor denominador comum entre aqueles que querem homenagear todas as vítimas de guerras e aqueles que preferem pensar só na Alemanha.



MUNDO

Casa Branca reabrirá suas portas ao público

Primeira-dama Melania Trump anunciou em comunicado que visitas serão reabertas em 7 de março. Período fechado foi maior do que em trocas de governo anteriores.




A casa Branca reabrirá suas portas ao público no dia 7 de março, após ter ficado fechada durante um período mais longo que o de costume, provocando queixas entre os legisladores.
"Estou feliz de reabrir a Casa Branca aos centenas de milhares de visitantes que vêm a cada ano", escreveu em um comunicado a primeira-dama Melania Trump, que continua morando na Trump Tower, em Nova York.
O edifício do Executivo americano é "um local distinto", acrescentou.
Nos últimos dias, os legisladores criticaram a Casa Branca ter permanecido fechada por um tempo mais longo que o comum. Tradicionalmente ela é fechada ao público durante a transição entre os dois governos.
"Thomas Jefferson foi quem começou com a tradição de receber visitantes na Casa Branca em 1805. E as administrações anteriores reabriram rapidamente ao público as portas da Casa Branca, inclusive no dia seguinte à posse", recordaram vinte legisladores em uma carta dirigida ao Executivo e levada a público na segunda-feira (13).