O dia em que até o céu chorou pela Chapecoense
O velório coletivo contou com a presença de familiares das vítimas, personalidades do futebol, como o presidente da Fifa, Gianni Infantino, e o treinador da seleção brasileira Tite, e do presidente Michel Temer – que nada falou. Além das bênçãos às 50 vítimas veladas, houve muitos agradecimentos à Colômbia, especialmente à equipe do Atlético Nacional.
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Torcedores lotam a Arena Condá para o velório das vítimas do acidente aéreo com a delegação da Chapecoense (Ricardo Moraes/Reuters) |
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Torcedores lotam a Arena Condá para o velório das vítimas do acidente aéreo com a delegação da Chapecoense (Paulo Whitaker/Reuters) |
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Torcedor chora durante a chegada dos caixões das vítimas do acidente aéreo com a delegação da Chapecoense (Buda Mendes/Getty Images) O primeiro avião Hércules da Força Aérea Brasileira pousou com os corpos pouco antes das 9h30, no aeroporto Serafin Enoss Bertaso, em Chapecó. O outro avião com os caixões chegou cerca de quinze minutos depois. O presidente Michel Temer, que não planejava vir à Arena Condá, mudou de idéia e acompanhou o cortejo que chegou à Arena Condá às 12h39. Por lá aguardavam a maioria dos familiares das vítimas. Uma delas se destacou: dona Ilaídes Padilha, mãe do goleiro Danilo, agradeceu a cada um dos torcedores nas arquibancadas, que gritavam o nome de seu filho. O público, emocionado com o que via no telão, cantou “o campeão voltou” e “é campeão”, até que o primeiro caixão, de Thiaguinho, entrasse no estádio. A partir daí, o silêncio tomou conta.
A colocação dos 50 caixões foi acompanhada por muitas lágrimas dos
familiares. Apesar da chuva cada vez mais forte, a torcida não arredou
pé e acompanhou cada um dos discursos oficiais. O prefeito da cidade,
Luciano Buligon, vestindo uma camisa do Atlético Nacional, fez
agradecimentos especiais ao povo colombiano. Anunciado logo após o
presidente Michel Temer – que não foi vaiado ou exultado – o embaixador
da Colômbia, Alejandro Borda, foi efusivamente aplaudido.
Houve ainda orações, e discursos do apresentador Cid Moreira e do
presidente da Fifa, Gianni Infantino. A cerimônia terminou com mensagens
de jogadores, como Neymar, no telão e com uma volta dos familiares pelo
gramado, com imagens dos heróis que se foram. Pela primeira vez, a
torcida se agitou, ao ritmo do hino do clube, como se iniciasse, depois
do luto, o renascimento da Chapecoense.
O locutor do estádio anunciou, como fazia a cada fim de semana, a
“escalação” dos ídolos da Chapecoense. Danilo, Ananias, Bruno Rangel, o
técnico Caio Júnior e o presidente Sandro Pallaoro foram os mais
celebrados. Os jornalistas e outras vítimas do acidente aéreo também
tiveram seus nomes anunciados e aplaudidos.
Logo após o fim do cerimonial, parou de chover e o sol voltou a iluminar as ruas de Chapecó.
Fonte: Veja
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