segunda-feira, 29 de agosto de 2016

BRASIL

‘Nossa missão é realizar o ajuste fiscal’, diz Henrique Meirelles

Para ministro da Fazenda, aprovação do teto para os gastos públicos é a base para realização de outras reformas



BRASÍLIA - Principal fiador da política econômica do governo Temer, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirma que o futuro do país depende do ajuste fiscal. Segundo ele, a aprovação do teto para os gastos públicos é a base para a realização de outras reformas.
O que muda na condução da economia a partir da conclusão do processo de impeachment?
Vamos prosseguir no ritmo de ajuste fiscal. O que, basicamente, envolve uma modificação da Constituição, que é prerrogativa do Congresso. Vamos continuar participando intensamente do debate de maneira que possamos, de fato, conseguir a aprovação o mais rápido possível da PEC dos gastos, da reforma da Previdência e a conclusão da votação do projeto de (renegociação) da dívida dos estados. A agenda intensa vai continuar de forma acelerada. Do ponto de vista dos mercados, (a conclusão do impeachment) é positiva porque elimina uma incerteza que é baixa, mas existe. Consolida-se uma melhora de confiança na economia.
Vencida a agenda do impeachment, a pauta do governo será 100% concentrada na economia?
Sim. Não há dúvida de que passa a ser a prioridade número um. Hoje já é uma prioridade do governo, mas eliminada essa incerteza, o foco no ajuste fiscal passa a ser ainda maior. Do ponto de vista da equipe econômica, nossa missão é realizar o ajuste fiscal.
A necessidade do ajuste mudará a forma de atuação do governo?
Esse assunto vai muito além da postura do governo. É uma questão de que, pela primeira vez em 28 anos, estamos propondo uma mudança na trajetória da evolução dos gastos públicos no Brasil. O outro lado é que, porque é uma mudança constitucional, esse ajuste tem que seguir o rito legítimo e democrático que em qualquer país do mundo tem que ser discutido com o Congresso.
O governo não deveria mostrar mais claramente o compromisso com o ajuste? Existe a percepção de que o governo é duro no discurso, mas parece flexível nas ações...
Devemos esclarecer cada vez mais a essência do ajuste. Todos os ajustes feitos até agora no Brasil foram pontuais. Guerra de guerrilhas, ou seja, luta em cima daquela parcela do Orçamento que não é definida pela Constituição e que não é compressível. Estamos propondo um ajuste estrutural. Isto é, um limite para o crescimento das despesas que altera fundamentalmente sua dinâmica. De 1991 a 2015, as despesas cresceram uma média de 6% acima da inflação. De 2008 a 2015, mais de 50% acumulados acima da inflação. Aprovada a PEC, isso tem um efeito fortíssimo. Se a PEC 241 tivesse sido adotada em 2006, a despesa total do governo federal, ao invés de ser 19% do PIB hoje, seria de 10% do PIB. Isso mostra o impacto que essa medida tem ao longo do tempo. O Brasil seria outro país. Algumas pessoas dizem que (o efeito da PEC) demora, mas o que precisa ficar claro é que os mercados precificam as mudanças a valor presente.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em entrevista ao GLOBO - Michel Filho / Agência O Globo
Aprovada a PEC, a elaboração do Orçamento será uma questão de escolhas na hora da definição dos gastos dentro do limite estabelecido?
Exatamente. A partir daí, poderemos ter uma discussão orçamentária no país em outros termos. É discutir qual a vantagem de ter uma determinada despesa ou não ter. Despesas da União sempre têm alguma justificativa. Mas temos que discutir quais são as despesas públicas prioritárias no Brasil.
Isso tira o Congresso da zona de conforto, não?
Isso mesmo. Na nossa avaliação e muitos parlamentares concordam que isso vai valorizar o papel do Congresso e vai definir de fato quais são as despesas prioritárias da União.
Alguns analistas já apontam problemas na PEC, como o impacto do reajuste do Judiciário em 2017, que excederia o teto específico para esse poder. Isso é um risco para a proposta?
Isso foi olhado quando a PEC foi proposta. Isso pode ocorrer esse ano ou daqui a 10 anos. Sempre poderá existir de um poder ter despesas acima do teto. Se isso ocorrer, há mecanismos de ajuste na própria PEC.
E se eles não forem suficientes?
Será sempre suficiente porque a PEC prevê que estão vedados novos reajustes em caso de descumprimento do teto. Como o teto cresce com a inflação, certamente qualquer aumento a mais pode provocar uma violação. Novos reajustes não seriam possíveis. Evidentemente que nada impede também que o Executivo possa, se isso ocorrer, quando ocorrer, ceder parte do seu limite para algum outro poder. Já existe essa possibilidade entre governo federal e estados no caso das metas de resultado primário. Várias coisas, como esta, poderão ser debatidas posteriormente. O importante é que o teto tem que ser estabelecido. Com ele estabelecido, precisaremos cuidar de outros pontos, como a reforma da Previdência e questões referentes ao abono, etc...
Sem a PEC é o fim da política econômica do governo Temer?
O que digo é que a PEC é a medida mais eficaz, mas não existe algo que seja ou isto ou nada. Quaisquer políticas alternativas teriam um custo político muito grande ao país. Esse é o plano de ação. Mas mudança constitucional é uma prerrogativa do Congresso. Numa conversa com agentes de mercado, me sugeriram estabelecer uma linha e a partir daí não ceder mais. Respondi para eles: “suponha que não existisse uma democracia. Imagino que muitos nesta sala estariam nas ruas pedindo a volta da democracia”.
O senhor é o fiador da política econômica, mas houve recuos do governo no campo fiscal por motivação política, como a aprovação dos reajustes para inúmeras categorias de funcionários públicos na Câmara. Isso incomoda, não vai contra o ajuste?
Não. Minha visão não é política, é econômica. Estou pouco preocupado com algo que politicamente pareça isso ou aquilo. O importante é que a PEC que limita os gastos está sendo defendida pelo governo, pelos ministros da área política e pelos líderes da base. Aumentos dos servidores, desde que sejam consistentes com o teto para os gastos, estão enquadrados na política de ajuste fiscal. Nosso pressuposto não é que não haja aumento nenhum de gastos. É que haja aumentos apenas com base na inflação.
Mas se há reajuste para o funcionalismo, isso significa que faltará recursos para outras áreas, não?
Exatamente. Gastar dinheiro sempre tem aspectos positivos. Por outro lado, isso tem que ser financiado pela sociedade. É preciso encontrar um limite.
O senhor diz não ver necessidade de aumentar impostos agora, mas pode ser preciso no futuro. O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, diz que o governo não vai aumentar imposto de jeito nenhum. Quem está certo?
As declarações de ministros dizendo que não haverá aumento de impostos estão consistentes com a minha indicação de que, nesse momento, não se configura a necessidade de aumento.
Quem fala pela área econômica é o senhor, correto?
O ministro Padilha é muito qualificado, muito inteligente e sabe o que está fazendo. Ele está fazendo uma declaração enfática na sua posição de que não vai haver aumentos de impostos. Agora, eu sou um ministro da área econômica, tratando com agentes econômicos e estou colocando a coisa no prazo longo. Eu sinalizo aos mercados tranquilidade, isto é, mostro que não há um problema ideológico contra aumentos de impostos.
O governo pode rever desonerações feitas nos últimos anos para reforçar as receitas?
Certamente. Nós iniciaremos, depois de aprovado o Orçamento, no devido tempo, uma revisão cuidadosa de todos os incentivos fiscais concedidos no país. Não só de desonerações setoriais, mas de toda a estrutura tributária.
Como o senhor classifica a situação em que se encontrava a economia quando assumiu o ministério?
Sendo um ministro da Fazenda e da área econômica, eu prefiro não usar adjetivos. Acho que os números falam por si só. E até usei outro dia uma frase usado por um escritor brasileiro (Nelson Rodrigues) que diz que nada é mais brutal do que um fato. Um déficit fiscal de R$ 170 bilhões (meta de 2016) fala por si só. Não precisamos usar adjetivos para mostrar que isso é insustentável.
Partidos da base, especialmente o PSDB, têm manifestado desconforto com a postura do Planalto em relação a algumas medidas, como o reajuste do Judiciário. Alguns atribuem isso a um temor da possibilidade de o senhor ser candidato a presidente em 2018. Como o senhor vê isso?
Em primeiro lugar, eu não comento boatos, rumores e percepções subjetivas. Outra coisa que eu já concluí é que é uma perda de tempo tentar avaliar quais são as intenções das pessoas em fazer algo. O importante são os fatos. O debate político no Congresso em torno de qualquer projeto de aumento de salários ou de outra ordem é democrático, legítimo e positivo. Seria estranho todos os partidos concordarem em tudo. Partidos discordarem e terem opiniões diferentes e, eventualmente, projetos políticos diferentes para as próximas eleições é natural.
Chegou a hora de a política ajudar a economia?
Sim. E nós temos uma concordância absoluta dentro do governo. Há uma visão unânime hoje de que o fundamental para o país é a recuperação da economia, que passa pelo ajuste fiscal. O futuro do país está diretamente ligado ao ajuste fiscal. Não existe país no mundo que tenha crescido sem controlar evolução das finanças públicas.
O senhor acredita que os investidores internacionais já estão retomando a confiança no Brasil?
Estamos agendando a nossa ida ao FMI (Fundo Monetário Internacional) e ao Banco Mundial em outubro e existe um nível enorme de interesse de investidores para ouvir o Brasil. Está até difícil montar essa agenda.
O governo vai conseguir fazer a economia brasileira, para citar uma ilustração, voltar a ser vista como pela revista inglesa The Economist que usou em uma de suas capas a imagem do Cristo Redentor decolando?
Aquela capa, publicada em 2009, tinha uma essência econômica. Foi um período em que até nos eventos internacionais aos quais fui como presidente do Banco Central, fui congratulado. Fui aplaudido de pé quando entrei numa reunião de banqueiros centrais. Em 2013, a capa foi o Cristo dando um loop e mergulhando, ali também tinha um fundamento econômico. Previram uma recessão que veio. No momento em que a retomada da economia aconteça, então, claramente estaremos numa estratégia de recuperação e quem sabe teremos aí capas com o Cristo decolando de novo.
O que o senhor espera ver como missão cumprida quando chegar ao final do governo Temer em 2018?
Um ajuste fiscal, com aprovação da PEC do teto, encaminhamento e aprovação da reforma da Previdência e posteriormente o início de um processo de produtividade da economia, que vai passar por diversas reformas. O conteúdo dessas reformas envolve um projeto de longo prazo. Não é algo que se extinga em 2018. Processo vai demandar mais de um governo. Mas eu acho importante que o ajuste fiscal esteja concluído porque esta é a causa da crise. Isso faz com que as causas macroeconômicas estejam resolvidas. A partir daí o objetivo é como crescer mais, acima do potencial de 2%.
Qual a sua expectativa para o resultado do PIB do segundo trimestre de 2016?
Acho que ele vai mostrar uma retomada da economia. Estamos vivendo o final de uma queda e o início de um processo de recuperação. Independentemente do resultado dos três meses de abril, maio e junho. A média, se isso vai mostrar algum declínio, é menos importante. O importante é o resultado na margem e qual a tendência daqui para frente.


Fonte: O Globo

TECNOLOGIA

Facebook não se tornará empresa de mídia, diz Zuckerberg

Paul Sakuma/Associated Press
Zuckerberg afirma que Facebook continuará sendo uma plataforma de tecnologia
Zuckerberg afirma que Facebook continuará sendo uma plataforma de tecnologia
O Facebook não se tornará uma empresa de mídia, disse seu fundador e presidente-executivo, Mark Zuckerberg, nesta segunda-feira (29), afirmando a estudantes que a empresa continuará sendo uma plataforma de tecnologia.
Um número cada vez maior de usuários está se voltando às redes sociais, como Facebook e Twitter, para encontrar notícias, mas Zuckerberg disse que sua empresa não tem ambições de se tornar uma provedora de conteúdo.
"Não, nós somos uma empresa de tecnologia, não uma empresa de mídia", disse Zuckerberg, após um jovem italiano perguntar a ele se o Facebook pretendia se tornar uma editora de notícias.
Embora tenha consciência do papel que o Facebook tem em oferecer notícias aos usuários por meio de suas conexões e ressaltando as vantagens de obter informações de diferentes partes do mundo. "Nós produzimos ferramentas, não criamos qualquer conteúdo", afirmou Zuckerberg.
"Esse mundo precisa de empresas de mídia, mas também de plataformas de tecnologia, como a que fazemos. Nós levamos nosso papel nisso muito a sério", disse ele, falando na Universidade Luiss, em Roma.
Mais cedo nesta segunda-feira, Zuckerberg e sua mulher, Priscilla Chan, tiveram um encontro privado com o papa Francisco. Foi a mais recente de uma série de reuniões que o pontífice teve com líderes do Vale do Silício, incluindo o presidente-executivo da Apple, Tim Cook, e o presidente da Alphabet, controladora do Google, Eric Schmidt.
Zuckerberg contou que deu ao papa um modelo de Aquila, o drone movido a energia solar do Facebook que tem meta de ampliar o acesso à internet em lugares com pouca infraestrutura.
"Discutimos a importante de conectar as pessoas, especialmente em partes do mundo sem acesso à Internet", disse Zuckerberg.
CURADOR, NÃO PRODUTOR
O discurso de Zuckerberg é recorrente e, por vezes, a empresa recebe reclamações de que está suprimindo informações por meio da curadoria feita nos trending topics e pelo algoritmo da rede, que determina o que cada usuário vê de acordo com seus hábitos de navegação na internet.
Em maio, o Facebook abriu uma "investigação completa sobre as acusações de que editores da empresa haviam impedido reportagens de veículos de mídia conservadores de aparecer em uma seção do serviço de redes sociais", de acordo com o "New York Times".
Com isso, veio à tona uma questão mais óbvia que muitos não tinham levado em conta. De acordo com o jornal americano, as declarações de Zuckerberg evidenciaram a equipe de editores que o Facebook —que não divulgada o número de pessoas que desempenham esta função— e outras grandes empresas de mídias sociais montaram para selecionar, adequar e preencher lacunas no material produzido por usuários e companhias de mídia.

Fonte: Folha de S.Paulo

BRASIL


Dilma admite recorrer ao STF se impeachment for aprovado

Presidente afastada diz que o Senado vai cometer um ‘rotundo golpe’ se condenar uma inocente


BRASÍLIA - A presidente afastada Dilma Rousseff disse ao senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) - antigo colega de luta contra a ditadura - que o Senado estará cometendo um "rotundo golpe" ao condenar uma "inocente", sem crime de responsabilidade. Dilma indicou que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal caso seja aprovado o impeachment.
— Se me julgarem sem crime de responsabilidade, é golpe, é um rotundo golpe, um golpe integral. Não recorro ao STF agora porque não esgotei essa instância. Vim aqui porque respeito a essa instituição. Essa instituição não está compactuando com o golpe hoje, mas, no momento em que proferir a sentença. Não cometam o crime de condenar uma inocente — disse Dilma, acrescentando que se deve respeitar as regras:
— Ou, do contrário, instaura-se o Deus nos acuda!
Dilma fez a resposta mais política e comentou a questão da ditadura militar, lembrada por Aloysio em sua pergunta.

— Você tem a árvore da democracia, você corta com machado (com uma ditadura). Mas agora é como se colocasse um parasita. Me condenem que esse golpe é irreversível! — disse a petista.
Aloysio lembrou a Dilma que também lutou contra o regime militar de 1964.
— A senhora se diz vítima de um golpe. E vivemos o golpe de 64. A senhora falseia a história sobre o processo que estamos vivendo. Esse processo visa ao cumprimento da soberania da lei e não o contrário. O país vive hoje um clima de paz e tranquilidade. Ninguém prega a violência — disse o tucano.
GOLPE CITADO NO DISCURSO
Mais cedo, durante seu discurso de defesa, Dilma afirmou em seu discurso ao Senado que o processo contra ela é um golpe de estado. A petista falou durante 45 minutos para um plenário cheio e que ficou em silêncio por quase todo o tempo. Ao final, foi aplaudida por aliados que gritaram “Dilma guerreira, do povo brasileiro”. (LEIA A ÍNTEGRA DO DISCURSO)

OS PRIMEIROS MOMENTOS DE DILMA NO SENADO

  • A presidente afastada Dilma Rousseff prepara-se para início do discurso na tribuna do SenadoFoto: André Coelho / Agência O Globo

  • A presidente cumprimentou o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, antes do início da sessãoFoto: André Coelho / Agência O Globo

  • O ex-presidente Lula chegou à galeria do Senado acompanhado por ex-ministros e pelo cantor Chico BuarqueFoto: André Coelho / Agência O Globo

  • Dilma sentou-se ao lado de seu advogado de defesa, o ex-ministro José Eduardo CardozoFoto: André Coelho / Agência O Globo

  • Dilma é recebida por Lewandowski e pelo presidente do Senado, Renan CalheirosFoto: André Coeho / Agência O Globo

  • Em seu discurso, Dilma afirmou que país está 'a um passo do golpe'Foto: André Coelho / Agência O Globo

  • Dilma lembrou que esteve à beira da morte quando foi torturada e quando enfrentou um tratamento de câncerFoto: André Coelho / Agência O Globo

  • Dilma citou tentativas de golpe contra os ex-presidentes Getúlio Vargas, Juscelino Kubitscheck e João Goulart, comparando ao momento atualFoto: André Coelho / Agência O Globo

  • A presidente afastada ressaltou que foi eleita por mais de 54 milhões de votosFoto: André Coelho / Agência O Globo

  • No discurso, Dilma fez uma breve defesa de novas eleições, proposta que passou a apoiar na tentativa de conquistar votos no SenadoFoto: André Coelho / Agência O Globo

Dilma citou tentativas de golpe contra os ex-presidentes Getúlio Vargas, Juscelino Kubitscheck e João Goulart, comparando ao momento atual, mas não falou no processo de impeachment de Fernando Collor de Mello.
— Hoje, mais uma vez, ao serem contrariados e feridos nas urnas os interesses de uma elite, vivemos uma tentativa de ruptura democrática – declarou.
Dilma afirmou que as acusações de crime de responsabilidade são “pretextos”. Destacou o papel do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de ter dado início ao processo e protestou contra o fato de ser julgada antes que a Casa decidisse sobre a cassação do peemedebista. Reclamou que o seu governo foi desestabilizado politicamente, o que teria ampliado a crise econômica.


Fonte: O Globo

TECNOLOGIA

EUA anunciam regras para uso comercial de drones

Apesar de facilitarem a profissionalização de pilotos, as novas regras criam barreiras práticas para aplicação de tecnologia na área de entregas

Um drone da Amazon realizando uma entrega durante testes da empresa.
Empresas norte-americanas que querem entregar compras para clientes por meio de drones podem começar a comemorar. Foram anunciadas nesta segunda-feira, 29, as novas regras para o uso comercial de drones, que passam a ser regulamentados pelo FAA (Administração Federal de Aviação), o órgão de aviação dos Estados Unidos. Agora, qualquer empresa poderá substituir, com algumas severas restrições, a sua equipe de motoboys e entregadores por simples aparelhos voadores no país.
Agora, o piloto do drone não precisa de uma licença de piloto para comandar o aparelho — documento exigido anteriormente pelo órgão. Basta ter 16 anos para fazer alguns testes de conhecimentos aeronáuticos e receber um certificado de piloto remoto. Em tese, as empresas passarão a ter menos dificuldade para achar pessoal capacitado para a tarefa.
No entanto, algumas regras vão dificultar o uso comercial de drones. Em primeiro lugar, o dispositivo voador tem que permanecer, o tempo todo, no campo visual do piloto. Ou seja: a pessoa tem que acompanhar a entrega durante todo o percurso, que – também de acordo com as novas regras – precisa ser feita durante o dia. Se o drone tiver luzes e alertas visuais, a entrega poderá ser feita à noite.
Além disso, drones não podem voar sobre pessoas que não estão participando diretamente da operação ou, ainda, ficar acima de 122 metros do solo ou voar em velocidade igual ou superior a 160 Km/h.
Opções. As empresas podem solicitar a "renúncia" da maioria das restrições operacionais, desde que elas possam provar que a sua proposta seja segura. Este processo deverá ajudar reguladores a entender como empresas querem utilizar drones para além destes regulamentos iniciais e limitados. Isso poderia um dia conduzir a regras para operações com drones mais complexos, tais como os propostos pela Amazon ou o Google.
"O novo conjunto de regras apenas padroniza o processo de isenção e diminui a barreira de entrada", disse o pesquisador de drones, Arthur Holland Michel, para o jornal Los Angeles Times.

Fonte: Estadão

ECONOMIA

Bolsa sobe 1,55% e dólar cai 1% com exterior e julgamento do impeachment

Incertezas sobre alta dos juros nos Estados Unidos e espera por fim do processo contra a presidente afastada Dilma Rousseff embalaram os negócios


A Bolsa abriu a semana em alta e encerrou o pregão desta segunda-feira, 29, com ganhos de 1,55%, aos 58.610,39 pontos. Já o dólar comercial à vista encerrou a sessão em baixa de 1,03%, cotado a R$ 3,2345, não muito distante da mínima do dia registrada à tarde, de R$ 3,2312 (-1,14%). De acordo com dados registrados na clearing da BM&F Bovespa, o volume de operações somou apenas US$ 486,442 milhões. 
Os movimentos foram embalados pelo exterior, com a Bovespa acompanhando Wall Street e a moeda americana reagindo a incertezas sobre a alta dos juros nos Estados Unidos. Além disso, investidores também aguardam o desfecho do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, que foi hoje ao Senado para apresentar sua defesa.
Foto: Dario Oliveira|Estadão
Bovespa
Investidores aguardam desfecho do processo de impeachment

Agentes financeiros já discutem o cenário econômico sem Dilma, no qual deve aumentar a pressão sobre o governo de Michel Temer nos esforços para o ajuste de contas públicas. Também se mostrou debate recorrente o futuro da política monetária dos EUA, que levou o dólar ao maior nível em agosto na sexta-feira, em meio a sinais de aperto iminente e acentuado nos EUA. 
Diante das dúvidas sobre o Federal Reserve (banco central norte-americano), cresceu a expectativa em torno do relatório de empregos dos Estados Unidos (payroll), que será divulgado na sexta-feira. Vale ressaltar que, além do payroll e da conclusão do julgamento de Dilma, a agenda da semana também deve ser pesada por causa da disputa para a formação da taxa Ptax mensal, na quarta-feira, mesmo dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil anuncia decisão de juros. 
Logo, a expectativa dos operadores é de elevada volatilidade para os próximos dias, que preveem ainda a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, também na quarta-feira.
Mercado de ações. As bolsas americanas dedicaram o início da semana a uma recuperação de perdas recentes, amparadas por dados positivos divulgados pela manhã. Os gastos com consumo avançaram 0,3% em julho ante junho e a renda pessoal teve alta de 0,4% na mesma comparação. Os dois indicadores ficaram dentro da previsão dos analistas, mas foram bem recebidos. O índice de produção manufatureira medido pelo Federal Reserve de Dallas, por sua vez, subiu a 4,5 em agosto, de 0,4 em julho.
Segundo Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença Corretora, os grupos de ações que mais subiram no Brasil coincidem com as maiores altas nos EUA. Isso porque, explica, o mercado acompanha a correlação entre papéis. Assim, as ações do setor financeiro dos EUA, que avançaram diante dos sinais de aquecimento econômico e possibilidade de alta de juros no país, acabaram por favorecer também os papéis de bancos no Brasil. "As altas mais significativas aqui foram de ações que acompanharam seus pares no exterior", disse.
O mesmo aconteceu com Vale Petrobrás, que também se destacaram no pregão de hoje. No caso dos papéis da Petrobrás, a alta se sustentou mesmo diante da queda expressiva dos preços do petróleo. O cenário político foi secundário e pouco influenciou os negócios, segundo a maioria dos analistas. Alguns, no entanto, citaram como positivo o fato de a defesa de Dilma Rousseff não ter trazido novidade que gerasse qualquer ruído ou temor de mudança de rumos no processo de afastamento. 
Entre as ações do setor financeiro, as maiores valorizações ficaram com Banco do Brasil ON (+4,02%), Bradesco ON (+2,68%), Santander Brasil unit (+2,26%) e Itaú Unibanco PN (+1,76%). Petrobrás ON e PN terminaram o dia com ganhos de 1,54% e 2,55%, respectivamente. Já Vale ON e PNA subiram 2,20% e 2,39%. Na contramão do mercado, lideraram as baixas do dia os papéis de Usiminas PNA (-4,19%), Multiplan ON (-1,39%) e Pão de Açúcar PN (-0,69%). O volume de negócios na Bolsa totalizou R$ 5,31 bilhões, abaixo da média diária de agosto, de R$ 7,445 bilhões.

Fonte: Estadão

CIÊNCIA

População idosa vai triplicar entre 2010 e 2050, aponta publicação do IBGE

'Virada' deve acontecer em 2030, quando número absoluto e porcentual de brasileiros com 60 anos ou mais vão ultrapassar o de crianças de 0 a 14 anos


População idosa vai triplicar entre 2010 e 2050, aponta publicação do IBGE
Daqui a 14 anos, os idosos chegarão a 41,5 milhões (18% da população) 
RIO - Publicação lançada nesta segunda-feira, 29, pelo IBGE mostra que, em 40 anos, a população idosa vai triplicar no País e passará de 19,6 milhões (10% da população brasileira), em 2010, para 66,5 milhões de pessoas, em 2050 (29,3%).  As estimativas são de que a "virada" no perfil da população acontecerá em 2030, quando o número absoluto e o porcentual de brasileiros com 60 anos ou mais de idade vão ultrapassar o de crianças de 0 a 14 anos. Daqui a 14 anos, os idosos chegarão a 41,5 milhões (18% da população) e as crianças serão 39,2 milhões, ou 17,6%, segundo estimativas do IBGE. 
Dividido em nove capítulos, o livro Brasil, uma visão geográfica e ambiental do século XXI, traz, no capítulo 2, uma análise dos efeitos de fenômenos como o aumento da expectativa de vida do brasileiro e a redução da taxa de fecundidade (número de filhos por mulher) que, combinados, mudaram o perfil etário da população. 
O aumento do número de idosos associado à redução das crianças implica em mudanças profundas em políticas públicas de saúde, assistência social e Previdência, entre outras, destaca o capítulo escrito pelo demógrafo Celso Simões. A mudança nas regras de concessão de aposentadoria tem sido um dos principais pontos de discussão do governo do presidente em exercício Michel Temer. A tese do governo é de que, se não for adiada a aposentadoria dos trabalhadores brasileiros, o sistema previdenciário entrará em colapso e não haverá recursos para honrar os benefícios no médio prazo. O principal argumento do governo é o aumento da expectativa de vida do brasileiro, que passou de 62,5 anos em 1980 para 70,4 anos em 2000 e 75,2 anos em 2014. 
"Os dados sobre o aumento da esperança de vida ao nascer e os impactos da forte redução da fecundidade (...) apontam claramente para um processo de envelhecimento populacional no País, o que vai exigir novas prioridades na área das políticas públicas. Como exemplo dessas prioridades, destaca-se, dentro de um plano, a formação urgente de recursos humanos para o atendimento geriátrico e gerontológico, além de providências a serem adotadas com relação à previdência social, que deverá se adequar a essa nova configuração demográfica, além de melhorias urgentes nas redes de atendimento hospitalar, ajustando-as a esta nova configuração populacional que tende a um crescimento cada vez mais intenso (...) A não adequação da estrutura de saúde e econômica a essa nova realidade, por certo, trará efeitos negativos sobre a qualidade de vida da população brasileira que está vivenciando o processo de transição, onde, em curto e médio prazos, os idosos serão a grande maioria, com necessidades altamente diferenciadas em relação à situação anterior",  diz o estudo.  
A redução do número de filhos por mulher se acentuou de forma rápida nos anos 1980. A taxa  de fecundidade passou de 6,16 filhos por mulher em 1940 para 4,35 em 1980, 2,39 em 2000 e 1,7 em 2014. "Trata-se de um rápido e espetacular declínio, num espaço de tempo bastante reduzido (34 anos), quando comparado à experiência vivenciada pelos países desenvolvidos, cujo processo teve uma duração superior a um século para atingir patamares similares", destaca a publicação do IBGE. A atual taxa de fecundidade está, desde 2010, abaixo do nível de reposição populacional, de 2,1 filhos por mulher. Outros estudos do IBGE apontam que, se for mantido o ritmo de queda, o País terá aumento de população até 2030, quando a tendência será de estabilização e, por volta de 2040, o número absoluto de brasileiros poderá diminuir. O número de crianças será cada vez menor e de idosos, crescente.

Fonte: Estadão

ECONOMIA

Wall Street fecha em alta após bons dados de consumo nos EUA



Nova York - Wall Street terminou em alta nesta segunda-feira (29), após uma sessão tranquila, impulsionada por bons dados de consumo nos Estados Unidos: o Dow Jones subiu 0,58%, e o Nasdaq, 0,26%.

O índice Dow Jones Industrial Average ganhou 107,59 pontos, situando-se nos 18.502,99 pontos, e o Nasdaq, 13,41 pontos, nas 5.232,33 unidades.

O índice ampliado S&P 500 avançou 11,34 pontos, ou 0,52%, nos 2.180,38 pontos.


"A explicação é, claramente, que se teve conhecimento de bons indicadores econômicos", resumiu Peter Cardillo, economista-chefe do First Standard Financial.

Os consumidores americanos continuaram gastando fortemente em julho, pelo quarto mês consecutivo, o que pode ser um bom sinal para o crescimento do terceiro trimestre, de acordo com dados publicados nesta segunda pelo Departamento do Comércio.

O mercado de títulos apresentava clara alta. Por volta das 17h20 (horário de Brasília), o rendimento dos bônus do Tesouro para dez anos caía para 1,563%, contra 1,625% de sexta-feira, e o dos títulos para 30 anos, a 2,214%, contra os 2,285% anteriores.
Fonte: Uol Notícias 

FUTEBOL

Empresário de Wesley vai procurar o São Paulo após agressão de torcedores



Wesley viveu momentos de apreensão no último sábado durante a invasão dos torcedores organizados ao Centro de Treinamento do São Paulo - o meia, ao lado de Michel Bastos e Carlinhos, foi agredido. Após o fato, o empresário do atleta, Hugo Garcia, disse que vai procurar a diretoria do São Paulo para conversar sobre o assunto.
"Eu não tive nem chance ainda de sentar com o Wesley pessoalmente. Eu só falei com ele por telefone, no sábado, depois do acontecido. Ele me falou que estava bem,. Ninguém fica feliz com aquilo. O São Paulo não está feliz com o que aconteceu. A coisa será resolvida internamente", disse o agente.
 
Garcia não acredita, porém, que Wesley é um alvo permanente dos torcedores que foram ao CT. "O que aconteceu não era uma coisa pontual com ninguém ali, até porque nos últimos jogos o Wesley não vem jogando", afirmou.
 
O empresário disse ainda que é difícil prever como os jogadores do São Paulo vão reagir à invasão. Neste domingo, após o empate sem gols com o Coritiba no Morumbi, nenhum dos três agredidos falou sobre o assunto - apenas Michel Bastos entrou em campo, com Wesley e Carlinhos no banco de reservas. 
 
"Eu acompanho futebol há muitos anos e nunca tinha visto algo parecido no São Paulo. Já aconteceu isso no Palmeiras, no Corinthians há alguns anos, aconteceu isso com um jogador nosso, o Paulo André, no Corinthians uma vez também, mas cada jogador é de um jeito e cada clube reage de um jeito", frisou o agente, que trata a situação com mais abrangência.
 
"Não adianta a gente, pontualmente, falar se o Wesley vai sair ou não do São Paulo. Ou se o Michel vai sair e o Carlinhos (ambos têm outro agente), que apanhou também. Nesse caso, nesse episódio, tem uma situação muito maior do que a relação da torcida com o clube."
 
Garcia, entretanto, acredita que o São Paulo pode identificar as pessoas envolvidas na ação. "Aqui no Brasil a gente, em vez de ir ao estádio e se preocupar em ver jogo, tem também de se preocupar se vai tomar uma porrada. Quem promove este tipo de coisas são pessoas que estavam lá dentro. Se quiserem saber, sabem, tem câmera no CT, tem imagens", disse.
 
Wesley, que chegou ao São Paulo na temporada passada, tem contrato com o São Paulo até metade de 2019. "O jogador de futebol vive no céu e no inferno na mesma semana. O Wesley tem contrato, estava no banco no jogo contra o Coritiba. Se ele tivesse alguma coisa drástica, ele não teria ido para o banco", afirmou.


Fonte: Uol Esporte

POLÍTICA

Dilma leva tabelas ao plenário para reforçar peso da crise internacional




  • Ueslei Marcelino/Reuters
    Dilma Rousseff apresentou documentos durante seu discurso ao Senado Federal
    Dilma Rousseff apresentou documentos durante seu discurso ao Senado Federal
A presidente afastada, Dilma Rousseff, apresentou ao Senado documentos que, segundo ela, comprovariam que a crise econômica internacional se agravou depois de outubro de 2014, quando ela foi reeleita. As tabelas usadas pela petista têm, por exemplo, preços de soja e de petróleo.
Dilma Rousseff discursou pela manhã no Senado durante o julgamento do processo de impeachment. Em seguida, passou a responder a perguntas dos senadores, da defesa e da acusação. O tempo para cada senador fazer as questões é de até cinco minutos. Dilma tem tempo livre para responder.
O desfecho do impeachment ainda não tem data exata definida, mas pode ser conhecido em sessão do Senado na terça-feira (30) ou quarta-feira (31). É quando os 81 senadores deverão votar para condenar ou absolver Dilma. Se Dilma, que foi derrotada nas duas votações anteriores no Senado e em uma na Câmara, conseguir impedir os 54 votos favoráveis ao impeachment, é absolvida e volta ao cargo. Mas, se ao menos 54 senadores votarem contra ela, dará adeus à Presidência.

Fonte: Uol Notícias

FUTEBOL

Argentina perde Aguero e Pastore para jogos das eliminatórias da Copa




BUENOS AIRES - A Argentina sofreu um revés para os jogos pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2018 uma vez que o atacante do Manchester City Sergio Aguero deixou nesta segunda-feira o grupo que vai enfrentar Uruguai e Venezuela.
Aguero e o meia Javier Pastore, do Paris St Germain, não vão disputar a partida em casa contra o Uruguai na quinta-feira nem contra a Venezuela, cinco dias depois, fora de casa, as primeiras de Edgardo Bauza como técnico do time, disse a federação argentina de futebol.
"Sergio Aguero tem uma contusão no músculo da panturrilha esquerda, e Javier Pastore teve um problema no sóleo da panturrilha direita. Por isso, eles não estarão presentes no time argentino para essa rodada das eliminatórias”, afirmou a federação no seu site.
Vice-campeã da Copa de 2014, a Argentina está em terceiro nas eliminatórias sul-americanas com 11 pontos em seis partidas, dois atrás dos líderes Uruguai e Equador. A Venezuela é a última.
Os quatro primeiros colocados se classificam para o torneio na Rússia, e o quinto disputa uma vaga com um time de outro continente.
Fonte: Uol Esporte