quarta-feira, 10 de agosto de 2016

ECONOMIA

Governo não vai tentar mudar projeto sobre dívida dos estados, diz Meirelles

Apesar de recuo, ele avaliou que equipe econômica não perdeu força.
Já ministro Eliseu Padilha disse que aprovação do texto-base é 'grande vitória'.


O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta quarta-feira (10) que o governo não vai tentar alterar no Senado, ou vetar posteriormente, o projeto que trata da renegociação das dívidas dos estados, cujo texto-base foi aprovado pelo plenário da Câmara nesta madrugada.
A aprovação só foi possível depois de o governo federal recuar em uma das contrapartidas exigidas dos estados: a proibição, por dois anos, de reajustes a servidores estaduais. A proibição acabou retirada do texto. Antes da votação, o Ministério da Fazenda chegou a informar que não abriria mão dessa contrapartida.
De contrapartida, restou somente uma: a de que os estados estarão incluídos na regra que institui um teto para os gastos públicos, ou seja, não poderão ter aumento de despesas acima da inflação (medida pelo IPCA), mas somente por dois anos.
"Eu acredito que o processo está bem equacionado. O importante é a manutenção do teto como está. Acreditamos que o ajuste dos estados terá todo sucesso porque mantém as condições fundamentais. O teto está aprovado e os governadores têm condições totais de cumprir o teto", declarou Meirelles, antes de almoço com parlamentares, em Brasília.
Enfraquecimento
Questionado se a perda de força da equipe econômica, que abdicou de uma contrapartida considerada até então inegociável, não pode comprometer as demais medidas do ajuste fiscal, como a instituição do teto para gastos públicos - já enviada ao Congresso por meio de Proposta de Emenda Constitucional (PEC) - ele avaliou que isso não aconteceu.
"Haveria uma perda de força congressual se o teto [para os estados por dois anos, conforme projeto aprovado na Câmara dos Deputados] não fosse aprovado. Todo o ajuste fiscal tem como medida central o teto. Temos dito repetidas vezes que, como será composto o orçamento, desde que obedeça o teto, é uma prerrogativa dos governos estaduais", declarou Meirelles.
O ministro da Fazenda declarou ainda que, em sua visão, a vedação por dois anos para reajustes dos servidores estaduais "auxiliaria os governadores estaduais a cumprir o teto". Mas reiterou que o importante é que seja instituído um teto para os gastos estaduais pelos próximos anos.
'Vitória esplendorosa'
Já o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, que acompanhava Meirelles, afirmou que a aprovação do texto-base da renegociação das dívidas estaduais é uma "grande vitória esplendorosa do governo".
Sobre o recuo do governo na exigência de que os estados não poderiam conceder reajustes por dois anos, Padilha declarou que isso era "algo dispensável." De acordo com ele, a Constituição já limita aumentos salariais "se não tiver origem orçamentária."
Padilha disse ainda que a equipe econômica está debruçada sobre a possibilidades de atender ao pedido de ajuda financeira feito por estados do Norte e do Nordeste. De acordo com o ministro, os problemas enfrentados na regão "são mais graves", o que justificaria auxílio do governo federal.
Fonte: G1 

ECONOMIA

Inflação oficial ganha força e fica em 0,52% em julho

Acumulado no ano foi para 4,96%, nos últimos 12 meses, índice é de 8,74%
Alimentação e bebidas tem a maior variação para julho desde 2000.


O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, atingiu 0,52% em julho. No mês anterior, o IPCA havia chegado a 0,35%, segundo informou nesta quarta-feira (10) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com este resultado, o acumulado no ano foi para 4,96%, menor que os 6,83% registrados em igual período do ano anterior. Considerando os últimos 12 meses, o índice é de 8,74%, pouco abaixo dos 8,84% relativos aos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho de 2015, o IPCA registrou 0,62%.
De acordo com Eulina Nunes, coordenadora de índices de preços do IBGE, a “culpa” de a inflação voltar a ganhar força em julho é “especialmente” do feijão e do leite. “Na verdade, os alimentos aumentaram muito e vários, mas o feijão e o leite se destacaram”, disse.
Eulina diz que a taxa de inflação poderia ser ainda maior se a demanda não estivesse reduzida, levando em conta tanto a pressão dos alimentos como o aumento dos custos e a volatividade do dólar que atinge vários setores e bens adquiridos em geral. “Considerando que o país está vivendo retração no consumo e desemprego, os resultados do índice acelerando mostram que, apesar da redução da demanda, existem custos que estão pressionando os resultados", diz.
Recorde de alimentos e bebidas
Com 65% de participação no IPCA do mês, o grupo alimentação e bebidas registrou a mais elevada variação para os meses de julho desde 2000, quando a alta atingiu 1,78%. Em julho de 2016, inflação de alimentos e bebidas chegou a 1,32%.
Em julho, o leite foi a principal contribuição individual na inflação do mês, com aumento de 17,58%. Em segundo lugar, destacou-se o feijão, com alta de 32,42%, informou o IBGE. O arroz também mostrou aumento de 4,68% na média. "Com isto, o feijão com arroz, prato típico da mesa do brasileiro, passou a custar bem mais", analisou o instituto.
O clima está se sobressaindo mais do que a demanda"
Eulina Nunes, coordenadora no IBGE
“Mas não só o arroz com feijão, a gente tem aumento nos ovos, no pão, farinha de trigo, no frango”, disse Eulina.

Segundo ela, em geral, no mês de julho, os alimentos tendem a puxar as taxas do IPCA para baixo. "É período de oferta maior de alimentos, o que faz com que os preços se estabilizem ou até se reduzam. Neste mês de julho, especialmente, a taxa dos alimentos foi para 1,32% por função de problemas climáticos que afetaram as lavouras. É menor oferta de forma geral provocada pelo clima”, explicou.
“O feijão carioca é o mais consumido [no país], e ele está pressionando os outros também porque as pessoas estão optando por outros tipos de feijão porque ele está muito caro”, diz Eulina.
Eulina explica que o preço do feijão sobe por escassez de oferta. "Chuva na época de plantio, seca quando estava mais para frente, que acabou com as lavouras em abril mais ou menos, e teve frio, geada, porque o Paraná é o principal produtor do feijão”.

No caso do leite, Eulina afirmou que o motivo de o preço estar mais caro também é a escassez provocada por questões climáticas.
A coordenadora explicou ainda que o leite tem mais peso que o feijão sobre o total da inflação. Por isso que mesmo com variação menor do que a feijão, o leite foi o primeiro no ranking de maior impacto no IPCA do mês de julho.
Por regiões
A maioria das regiões pesquisadas pelo IBGE ficou acima do IPCA geral, segundo Eulina, e apresentou aceleração na taxa de um mês para outro, com exceção de São Paulo, devido à queda no preço da energia elétrica.

"O que se traduz que [a região metropolina de] São Paulo foi muito importante no sentido de contribuir na contenção da taxa do mês de julho. Energia elétrica tem peso muito grande no orçamento das famílias, e apresentando redução em algumas regiões, entre elas, São Paulo, levou o resultado do grupo [habitação]. Quer dizer, as despesas de moradia ficaram um pouco mais baratas de junho para julho”, diz a coordenadora de índices de preços.
Mais baratos
Entre os produtos que ficaram mais baratos de um mês para o outro, destacam-se a cebola, com -28,37% e a batata-inglesa, cujos preços caíram 20%.
Eulina Nunes ressaltou que a carne também está na contramão dos aumentos e não vem causando pressão sobre a inflação. A redução foi de 0,69% no mês.

“As pastagens estão ruins, custo de produção aumentando muito e aí estão muitos deles abatendo o gado e tem maior oferta no mercado e o preço cai. Então, não está havendo pressão forte da carne. O preço da carne não vem subindo”.
Outros que caíram foram cenoura (-13,4%), hortaliças (5,65%), frutas (-3,28%), óleo de soja (-2,06%) e pescado (-0,63%).

Fora dos alimentos, também tiveram queda de preços energia elétrica residencial (-3,04%), seguro de veículo (-1,13%), roupa feminina (-1,1%), automóvel novo (-0,67%), etanol (-0,49%) e gasolina (-0,39%).
Outras altas
Além dos alimentos, outros três grupos mostraram aceleração na taxa de crescimento de um mês para o outro: despesas pessoais (de 0,35% para 0,7%), artigos de residência (de 0,26% para 0,53%) e transportes (de -0,53% para 0,4%).

Nos transportes, grupo de maior peso no orçamento das famílias depois dos alimentos, as pressões foram exercidas pelos seguintes itens: passagem aérea: 19,22%, ônibus interestadual: 8,21%, pedágio: 3,99%, ônibus intermunicipal: 0,81%, emplacamento e licença: 0,79% e conserto de automóvel: 0,58%.

Segundo o IBGE, no caso das tarifas de ônibus interestadual, o aumento de 8,21% é decorrência do reajuste de 9,04%, que entrou em vigor a partir do dia 1º de julho.
Previsão do mercado
A previsão do mercado financeiro para o IPCA deste ano é de 7,2%, segundo o boletim do Banco Central mais recente. A estimativa permanece acima do teto de 6,5% do sistema de metas e bem distante do objetivo central de 4,5% fixado para 2016.
INPC
O IBGE também divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que variou 0,64%, depois de avançar 0,47% em junho. No ano, o índice acumula alta de 5,76% e, em 12 meses, de 9,56%. Em julho de 2015, o INPC ficou em 0,58%.
PRINCIPAIS ALTAS (variação de preços, em julho e no ano, em %):
Feijão-preto 
41,59 e 84,69

Feijão-carioca 
32,42 e 150,61

Feijão-mulatinho 
18,89 e 119,22

Leite longa vida 
17,58 e 48,98

Feijão-fradinho 
14,72 e 41,88

Leite condensado 
9,87 e 27,03

Fubá de milho 
7,11 e 25,49

Manteiga 
5,72 e 52,05

Leite em pó 
5,26 e 12,34

Arroz 
4,68 e 11,11

Bolo 
3,97 e 9,37

Ovos 
3,87 e 15,54

Alho 
3,54 e 40,96

Chocolate em barra e bombom 
3,48 e 19,04

Açúcar refinado 
3,38 e 19,25

Cafezinho 
2,52 e 9,61

Queijo 
2,34 e 8,58

Café da manhã 
2,32 e 6,42

Chocolate e achocolatado em pó 
1,92 e 11,29

Açúcar cristal 
1,69 e 15,87

Margarina 
1,44 e 11,65

Refrigerante 
1,29 e 6,77

Pão francês 
1,18 e 5,19

Macarrão 
1,05 e 6,96

Farinha de trigo 
1 e 5,11

Frango inteiro 
0,91 e 0,6

Café moído
0,90 e 11,04

Iogurte 
0,89 e 10,17

Farinha de mandioca 
0,85 e 36,52

Carnes industrializadas 
0,74 e 4,26

Lanche fora 
0,72 e 6,91

Biscoito 
0,51 e 5,92
Fonte: G1 

MUNDO

Hillary busca votos de independentes e republicanos contrários a Trump

Campanha da democrata lança site para pedir apoio destes eleitores.
Um em cada 5 republicanos quer que Trump desista de concorrer.


A candidata democrata Hillary Clinton desembarca nesta quarta-feira (10) em Des Moines, Iowa (Foto: REUTERS/Chris Keane)A candidata democrata Hillary Clinton desembarca nesta quarta-feira (10) em Des Moines, Iowa (Foto: REUTERS/Chris Keane)
A campanha da candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton, intensificou nesta quarta-feira (10) seu esforço para atrair eleitores independentes e republicanos desencantados com seu rival Donald Trump, dando início a uma ofensiva para conquistar o apoio conservador em sua disputa pela Casa Branca.
A campanha de Hillary divulgou um site, o togetherforamerica.com, para republicanos e independentes que queiram apoiar a ex-senadora. A página lista 50 republicanos e independentes proeminentes que já o fizeram, incluindo a diretora-executiva da Hewlett Packard, Meg Whitman, e Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York.
A iniciativa de recrutamento da democrata acontece um dia depois de Trump atrair críticas por dizer que os defensores do porte de armas nos Estados Unidos poderiam impedi-la de indicar juízes liberais para a Suprema Corte. Sua campanha disse que a fala foi mal interpretada, mas mesmo assim causou reação no campo de sua adversária e entre alguns republicanos.
O tumulto entre os republicanos se refletiu em uma pesquisa Reuters/Ipsos divulgada nesta quarta-feira que mostrou que quase um de cada cinco eleitores republicanos registrados quer que Donald Trump desista de concorrer à eleição presidencial de 8 de novembro.
John Negroponte, ex-diretor de inteligência nacional no governo do ex-presidente dos EUA George W. Bush, e Chris Shays, ex-deputado republicano do Estado de Connecticut, estão entre os que endossaram a democrata nesta quarta-feira.
"Donald Trump me perdeu muito tempo atrás", disse Shays em entrevista ao canal MSNBC. "Ele faz e diz tudo que meu pai e minha mãe me ensinaram a nunca dizer ou fazer. Ele não entende as exigências básicas de ser presidente dos EUA. E, francamente, ele é perigoso."
Republicanos que rejeitam Trump
Shays se une a um coro de republicanos de destaque que estão se distanciando de Trump em meio a uma série de comentários polêmicos.
No início desta semana, 50 especialistas em segurança nacional republicanos assinaram uma carta aberta questionando o temperamento do empresário do setor imobiliário e o classificando como imprudente e desqualificado.
Outros republicanos importantes, como a senadora Susan Collins, do Maine, nesta semana, rejeitaram Trump, mas disseram que tampouco podem apoiar Hillary.
Trump minimizou as deserções e críticas dos republicanos, dizendo se tratar de uma reação nada surpreendente da chamada elite de Washington ao seu ímpeto para mudar o status quo.


 
Fonte: G1 

POLÍTICA

Base aliada quer votar cassação de Cunha após impeachment, diz Maia

Presidente da Câmara disse que anunciará data da votação nesta quarta.
Oposicionistas querem que processo de Cunha seja concluído em agosto.



O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, fala sobre as pressões em torno do processo de cassação de Eduardo Cunha (Foto: Antonio Augusto / Câmara dos Deputados)O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, fala sobre as pressões em torno do processo de cassação de Eduardo Cunha (Foto: Antonio Augusto / Câmara dos Deputados)
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quarta-feira (10) que a base de apoio ao presidente em exercício Michel Temer quer votar a cassação do ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ) somente depois da conclusão do processo de impeachment de Dilma Rousseff. Ele ressaltou, entretanto, que há pressão de oposicionistas para que a votação aconteça antes do julgamento final da petista, que deve ocorrer no final deste mês.
Em entrevista coletiva na Câmara, Maia disse que vai anunciar ainda nesta quarta-feira a data em que colocará em votação no plenário da Casa o relatório do Conselho de Ética que recomenda que Cunha perca o mandato de deputado federal. O deputado do DEM, no entanto, ressaltou que ainda falta ouvir alguns líderes.
“Vou definir hoje [a data]. Vamos esperar a parte da tarde. Tudo é legítimo. A oposição quer votar amanhã, como exemplo. A base do governo quer votar [a cassação de Cunha] depois do impeachment. Do ponto de vista político, tudo é legítimo”, disse o parlamentar.
Procurada, a Secretaria de Imprensa do Palácio do Planalto informou que o governo "respeita a independência dos poderes e não se manifesta sobre o assunto".
O presidente da Câmara também destacou que vai escolher uma data para o plenário analisar o processo de quebra de decoro dentro do prazo médio que outros processos de cassação levaram para sair das comissões para o plenário.
“Não haverá nenhuma decisão que saia da curva histórica dos processos de votação de cassação desta Casa [...] Dentro da média histórica dos prazos dos processos que vieram a plenário, eu vou respeitar tudo, e assim será feito”, enfatizou.
“Não vou sair da média para estar beneficiando, nem vou antecipar para estar prejudicando, eu disse isso desde que fui eleito. A média histórica são quatro ou cinco semanas, é o que tem acontecido nos últimos 13 processos”, complementou Maia.
Eleições municipais
O presidente da Câmara disse que é “fundamental”, em termos de quórum, que o processo de cassação de Eduardo Cunha seja concluído antes das eleições municipais de outubro.
“Eu acho que antes da eleição eu garanto mais quórum do que depois da eleição. Antes da eleição, todos os deputados vão para as urnas tendo que responder como votaram na cassação de Cunha”, ponderou o presidente da Câmara.

Protesto da oposição
 
Nesta terça (9), deputados do PSOL, do PT e da Rede fizeram um ato na Câmara para pedir a votação do processo de cassação de Cunha. Com um cartaz, os parlamentares lembraram que nesta terça completou 300 dias desde que o caso do peemedebista chegou ao Conselho de Ética.
Os parlamentares oposicionista também cobraram uma data para a conclusão do processo. Mais tarde, repetiram o protesto no plenário.
O parecer aprovado no Conselho de Ética e a decisão da Comissão de Constituição e Justiça que rejeitou o recurso do ex-presidente da Câmara foram lidos na última segunda-feira (8) no plenário da casa.
No dia seguinte, as decisões foram publicadas no Diário Oficial da Câmara, habilitando o processo de Cunha a entrar na pauta da Casa em até duas sessões. Ao final deste prazo, o processo passa a ter preferência na fila de votações.
Fonte: G1 

POLÍTICA

Cármen Lúcia é eleita para presidência do Supremo Tribunal Federal

Atual vice-presidente, ela toma posse em setembro para mandato de 2 anos.
Natural de Montes Claros (MG), ministra foi nomeada em 2006 por Lula.


12/9 - Ministra Cármen Lúcia vota pela inadmissibilidade dos embargos infringentes em ações penais originárias de competência do STF (Foto: Nelson Jr./SCO/STF)Mineira de Montes Claros, a ministra Cármen Lúcia está no STF desde 2006 (Foto: Nelson Jr./SCO/STF)
Os magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF) elegeram nesta quarta-feira (10) a ministra Cármen Lúcia para a presidência da Corte pelos próximos dois anos. Ela foi eleita com 10 votos favoráveis e um contrário. É comum que o ministro que assumirá a presidência vote em seu vice.
A eleição foi protocolar, na medida em que o tribunal adota para a sucessão de seus presidentes um sistema de rodízio baseado no critério de antiguidade. É eleito para o comando do Supremo o ministro mais antigo que ainda não presidiu a Corte.
Também na sessão desta quarta-feira, o ministro Dias Toffoli foi eleito vice-presidente do Supremo para o próximo biênio.
Após a proclamação do resultado, Cármen Lúcia agradeceu aos colegas. “Como fiz dez anos atrás, como fazemos todos, continuo e reitero meu juramento de cumprir a Constituição, torná-la aplicável e bem servir, me dedicar integralmente, nos termos da Constituição e das leis da República, a que o jurisdicionado brasileiro possa ter o melhor do que eu puder fazer no desempenho com a ajuda, claro, de todos os ministros”, discursou.
Integrante do STF desde 2006, Cármen Lúcia deverá tomar posse na presidência do STF em meados de setembro, quando o ministro Ricardo Lewandowski deixa o comando do tribunal.
Atual vice-presidente do Supremo, Cármen Lúcia será a segunda mulher a comandar a mais alta instância do Judiciário. A primeira mulher a presidir o tribunal foi a ministra aposentada Ellen Gracie, que ocupou uma cadeira na mais alta Corte do país entre 2006 e 2008.
Nos dois anos em que presidirá o STF, Cármen Lúcia acumulará a função com o comando do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão de controle dos tribunais.
Perfil
Natural de Montes Claros (MG), Cármen Lúcia Antunes Rocha, 62 anos, foi nomeada para o STF, em 2006, pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela assumiu a cadeira do ministro aposentado Nelson Jobim.
A magistrada se formou em direito, em 1977, pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG). Ela começou a carreira jurídica como advogada, mas, antes de chegar à Suprema Corte, atuava como procuradora do estado de Minas.
Cármen Lúcia é mestre em direito constitucional pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e especialista em direito empresarial pela Fundação Dom Cabral. Ela é autora de sete livros focados, sobretudo, em direito de Estado e administração pública.
Atualmente, ela concilia as atividades no STF com o cargo de professora na PUC-MG.
Fonte: G1 

POLÍTICA

Seis deputadas pedem a Maia para Conselho de Ética investigar Feliciano

Deputado PSC é acusado por jovem do DF de tentativa de estupro.
Caso precisará passar pela Corregedoria antes de ir para o conselho.


Seis deputadas da oposição entregaram nesta quarta-feira (10) ao presidente da Câmara,Rodrigo Maia (DEM-RJ), uma representação solicitando que o Conselho de Ética da Casa investigue o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) por suposta quebra de decoro parlamentar. O deputado do PSC é acusado por uma militante de seu partido de tentativa de estupro, lesão corporal e cárcere privado.
Patrícia Lélis, 22 anos, afirma que as agressões teriam ocorrido no dia 15 de junho no apartamento funcional de Feliciano em Brasília.
A representação entregue a Rodrigo Maia pedindo que o parlamentar do PSC seja investigado por quebra de decoro é assinada pelas deputadas Ana Perugini (PT-SP), Erika Kokay (PT-DF),Jandira Feghali (PC do B-RJ), Luzianne Lins (PT-CE), Margarida Salomão (PT-MG) e Maria do Rosário (PT-RS).
Como apenas partidos políticos e o corregedor-geral da Câmara podem acionar o Conselho de Ética para investigar deputados, o caso de Feliciano terá de passar por análise da Corregedoria da Casa antes de, eventualmente, ser submetido ao conselho.
Se for constatada quebra de decoro parlamentar, o deputado do PSC pode vir a responder a um processo disciplinar que pode culminar em sua cassação.
As acusações
Patrícia Lélis relatou que foi ao apartamento funcional em junho a convite de Feliciano para, supostamente, participar de uma reunião política com o parlamentar e outras pessoas. No entanto, segundo a jovem, quando ela chegou ao encontro se surpreendeu ao constatar que apenas o deputado estava no imóvel.
Ainda de acordo com Patrícia, Feliciano tentou convencê-la a ser sua amante em troca de um cargo com alta remuneração. Conforme a militante do PSC, como ela recusou a proposta o parlamentar teria começado a agredi-la e tentou estuprá-la.
Diante das supostas agressões, Patrícia Lélis disse que começou a gritar e, segundo ela, uma vizinha do deputado tocou a campainha do apartamento para saber o que estava acontecendo. Nesse momento, a jovem diz ter conseguido escapar do local.
Patrícia diz que em vez de procurar a polícia no mesmo dia das agressões preferiu, em primeiro lugar, ir ao PSC pedir ajuda.
Ela contou que o presidente do partido, pastor Everaldo Pereira, teria oferecido dinheiro para ela “ficar quieta”. Depois disso, a estudante relatou o caso a jornalistas.
Feliciano nega acusações
No último sábado (6), Marco Feliciano divulgou um vídeo em que nega as acusações e diz que Patrícia fez uma “falsa comunicação de crime”.
O deputado pediu para não ser condenado pelas pessoas antes que os fatos sejam esclarecidos. Na gravação, ele chorou ao falar do apoio que está recebendo de sua família.
O PSC registrou nesta terça (9) uma ocorrência contra Patrícia Lélis por difamação e denunciação caluniosa na 1ª Delegacia de Polícia Civil do Distrito Federal.
O partido também divulgou uma nota na qual afirma que as declarações da jovem militante "passam longe da verdade".
"Houvesse qualquer base factual inquestionável, o partido já teria tomado uma atitude punitiva contra seus próprios membros", diz trecho da nota.
Segundo a legenda, Patrícia mente ao dizer que é líder do PSC Jovem. De acordo com a sigla, ela jamais foi filiada ao PSC.
No texto, o partido diz ainda que foi procurado por Patrícia, que teria relatado a suposta tentativa de abuso, e foi orientada a procurar a Justiça.
"O seu relato atual é confuso e descomprometido com as provas. Diz que sofreu, além da tentativa de estupro, agressão física e lesão corporal, mas não apresentou qualquer laudo de corpo de delito. Promoveu acusações, desmentiu e depois desmentiu o desmentido", destaca outro trecho do comunicado.
"A mentira e o oportunismo político não podem prosperar. O PSC irá até as últimas consequências para garantir que os fatos sejam corretamente apurados", diz a nota.
Fonte: G1 

ECONOMIA

Venda de cachaça aumenta com pior expectativa econômica, diz estudo

Consumo da bebida chegou ao topo com maior pessimismo do brasileiro.
Estudo também mostrou que a classe alta tem mais propensão a ir a bares.


O brasileiro consome mais cachaça quando a expectativa com a economia brasileira piora. Essa foi a conclusão de um estudo do PeopleScope divulgado nesta quarta-feira (10) pelo Ibope DTM, unidade do IBOPE Inteligência e do SPC Brasil.
A pesquisa mostrou que foram vendidas mais garrafas da tradicional bebida brasileira em três redes de varejo quando o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec) – medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) – estava 12,2% abaixo de sua média histórica, em dezembro do ano passado.
Cachaça produzida no alambique passa por processo que elimina os metais pesados da cana de açúcar (Foto: Jonathan Lins/G1)Cachaça produzida no alambique passa por processo que elimina os metais pesados da cana de açúcar (Foto: Jonathan Lins/G1)
Nesse período, o estudo mostrou que as vendas de cachaça chegaram ao seu maior nível, no mesmo período em que o índice acumulava queda de 11,8% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Por nota, o diretor do Ibope DTM comparou o resultado ao "Índice do Batom", que aconteceu na recessão nos Estados Unidos, no início dos anos 2000. "Ele percebeu que as vendas de batom dispararam, pois em tempos de incerteza financeira, em vez das consumidoras comprarem um artigo de luxo de maior custo que lhes proporcionasse uma sensação de bem estar, optaram por produtos mais baratos, como os cosméticos”, comentou.
A análise do Ibope DTM revela ainda que bebidas alcóolicas, junto com frutas, legumes e verduras, foram os únicos, dentre sete categorias de produtos vendidos em mercado, que tiveram aumento no desembolso do brasileiro na comparação de 2015 com o ano anterior.
Enquanto a quantidade de itens comprados caiu 4,6%, o valor médio gasto com alcoólicos subiu 1,1% e a ida ao mercado para comprá-los aumentou 4,4%.
Classe alta era a mais pessimista
O Índice da Cachaça, como foi batizado pelo PeopleScope, dividiu a população brasileira em 13 macrosegmentos e 42 segmentos para concluir que, quanto mais pessimista é um grupo social, maior a propensão de sair para beber ou ir a bares e restaurantes.
Essa tendência ficou mais evidente entre as classes mais altas, especialmente na categoria "elite metropolitana", composta por domicílios com uma das maiores rendas médias e famílias pequenas que residem em apartamentos localizados em bairros nobres, diz o estudo.

Outro grupo propenso a frequentar a bares ou sair para beber – e com a segunda pior expectativa em relação à economia – é o que "vive em mansões", segmento com a maior quantidade de leitores de jornais dominicais e maior proporção de domicílios com empregadas domésticas.

Entre a população conhecida como "legado estabelecido", com alta proporção de idosos que vivem em apartamentos com um ou dois moradores em bairros nobres de grandes metrópoles, está a segunda confiança mais baixa nas questões econômicas e a maior propensão a sair para beber ou ir a bares e restaurantes.
Fonte: G1 

RIO 2016

Lado a lado, Phelps e Thiago Pereira avançam às semi dos 200m medley

Americano inicia busca por inédito tetra da prova apenas 14 horas depois do 25º pódio; Lochte lidera eliminatórias e Thiago Pereira e Henrique Rodrigues também passam



Já virou rotina. Se tem 200m medley em Olimpíada, tem Michael Phelps, Ryan Lochte e Thiago Pereira na piscina. É assim desde Atenas 2004. E na tarde desta quarta-feira, no Estádio Aquático da Barra da Tijuca, os três veteranos iniciaram a disputa da prova juntos pela última vez. Em busca de um inédito tetracampeonato olímpico, Phelps caiu na água pouco mais de 14 horas depois dos dois mais recentes ouros de sua histórica coleção de 25 medalhas. Evitando se desgastar, nadou em um ritmo relativamente leve e avançou às semifinais na terceira colocação (1m58s41). Nadando exatamente ao lado do americano, Thiago Pereira fez boa prova, manteve a mesma toada e ficou com o quinto tempo (1m58s63). Ao fim, os dois conhecidos de longa data trocaram algumas palavras e, segundo o brasileiro, Michael está impressionado com o público na Rio 2016.
Thiago Pereira e Phelps  (Foto: Satiro Sodré/SSPress)Phelps e Thiago nadaram lado a lado e avançaram às semi dos 200m medley (Foto: Satiro Sodré/SSPress)
Tivemos uma conversa normal de depois de prova (ele e Phelps). Comentou da arquibancada, de estar perto por causa do barulho, da torcida. Acho que ele também vem sentindo isso em cada prova"
Thiago Pereira,
sobre papo com Phelps após a prova
- Foi boa a prova. Primeira caída na água. Dá aquela ansiedade. Nunca nadei com a casa tão cheia. Agora é descansar e focar nessa semifinal. Tivemos uma conversa normal de depois de prova (ele e Phelps). Comentou da arquibancada, de estar perto por causa do barulho, da torcida. Acho que ele também vem sentindo isso em cada prova. Acho que a gente vão estar junto na semifinal de novo. Eu, ele e o Ryan (Ryan Lochte). Mais uma Olimpíada com os três juntos. Já é a quarta. É bem legal estar com eles disputando essa prova - afirmou Thiago Pereira.
Michael Phelps, que deixou o Estádio Aquático mais de 1h da madrugada desta quarta, após levar os ouros dos 200m borboleta e 4x200m livre, admitiu que não está sendo fácil enfrentar a maratona de provas aos 31 anos. Mas saiu satisfeito com o terceiro tempo da eliminatória.
- Definitivamente, cansa um pouco. Mas meu nado não foi tão ruim. Meu corpo doeu um pouquinho, mas acho que um bom descanso agora à tarde e vai ficar tudo bem - disse o mito americano.
Thiago Pereira e Phelps (Foto: Satiro Sodré/SSPress)Michael Phelps e Thiago Pereira posicionados no bloco antes da prova dos 200m medley (Foto: Satiro Sodré/SSPress)

Ryan Lochte, que como Phelps, ajudou o time dos Estados Unidos a conquistar o ouro do 4x200m livre na noite de terça, liderou a eliminatória com 1m57s38. Outro que avançou para as semifinais foi o brasileiro Henrique Rodrigues, que também fez boa prova e terminou logo à frente de Thiago Pereira, com o quarto melhor tempo da fase de classificação 1m58s56. Eles voltam à piscina ainda na noite desta quarta, a partir das 22h (de Brasília), quando serão definidos os oito finalistas da prova.
Posicionados nas raias 4 e 5 da última bateria da prova, Michael Phelps e Thiago Pereira levantaram a torcida na arena. Com uma boa largada, o brasileiro virou os primeiros 50m do nado borboleta em primeiro. Phelps, que teve o segundo pior de tempo de reação na saída do bloco, acordou a partir do segundo estilo, costas, e colou em Pereira. O nadador de Volta Redonda ainda conseguiu manter a ponta no nado peito, mas viu o maior atleta olímpico de todos os tempos assumir a frente para vencer a bateria, com Thiago chegando logo na sequência, para delírio do público na arena.
Henrique Rodrigues também fez boa eliminatória e avançou para a semi com o quarto tempo (Foto: Satiro Sodré / SSPress)Henrique Rodrigues também fez boa prova e avançou para as semi com o quarto tempo (Foto: Satiro Sodré / SSPress)
Nadando na série mais forte da eliminatória, Henrique Rodrigues chegou a liderar metade da bateria. No entanto, foi ultrapassado por Ryan Lochte e pelo alemão Philip Heintz, que anotaram os dois melhores tempos. A marca do brasileiro, no entanto, foi suficiente para ficar com a quarta colocação, se posicionando entre Michael Phelps (3º) e Thiago Pereira (5º) na classificação geral.

- Prova muito boa, controlada. Nadando bem, nadando fácil. Previsão é isso mesmo. Ainda meio dormindo, ideia mais tarde é nadar melhor. Esta todo mundo equilibrado, à noite melhora, a prova semifinal vai ser muito boa. Se tudo ocorrer bem, vai ser minha primeira final olímpica. Treinei bastante para isso, treinei bastante para estar aqui. Agora é relaxar a cabeça e nadar feliz - avaliou Henrique.

Phelps em busca de feito inédito  

Com a aposentadoria marcada para o fim da Rio 2016, o maior atleta olímpico de todos os tempos segue aumentando seu repertório de marcas históricas. Campeão dos 200m medley em Atenas 2004, Pequim 2008 e Londres 2012, Michael Phelps tem a oportunidade nos 200m medley de se tornar o primeiro nadador com quatro ouros em uma mesma prova individual. 
Um dos principais candidatos a atrapalhar os planos é justamente o compatriota Ryan Lochte, que também sempre esteve no pódio nas três ocasiões: duas pratas e um bronze. Presente com Phelps e Lochte nas três últimas finais olímpicas, o brasileiro Thiago Pereira tenta quebrar o jejum na prova após dois quartos lugares (2008 e 2012) e um quinto (2004).  
Michael Phelps  (Foto: Reuters)Michael Phelps busca feito inédito no Rio de Janeiro (Foto: Reuters)

Fonte: GE