terça-feira, 1 de outubro de 2013

Na busca de frangos mais saborosos, uma dieta restrita de restos luxuosos

Na busca de frangos mais saborosos, uma dieta restrita de restos luxuosos

EPHRATA, Pensilvânia – Eles podem ser os frangos mais mimados de todo o planeta.
Em certos dias, um caminhão encosta ao lado de seu viveiro silencioso e espaçoso em uma fazenda Amish daqui e entrega uma refeição que parece feita sob medida para um rebanho de aristocratas de duas patas. Em pouco tempo, as aves cor de ferrugem já começam a comer cascas de legumes e pães amanhecidos de alguns dos restaurantes mais elegantes de Manhattan, como o Per Se, Daniel, Gramercy Tavern, The Modern e David Burke Townhouse.
Tudo faz parte de uma experiência que está juntando chefs de elite, práticas pré-industriais e uma raça francesa de ave doméstica que é raramente encontrada nos Estados Unidos. O objetivo: ver se os restaurantes americanos conseguem reverter o relógio culinário e redescobrir "o gosto que um frango deveria ter", disse Ariane Daguin, empresária pioneira por trás dessa ideia.
Poderiam os restos de comida de restaurantes aclamados, onde só os melhores ingredientes são usados, criar o frango da-mesa-para-a-fazenda-para-a-mesa do futuro – e do passado?
Os clientes em Nova Iorque, agora, começam a sentir o gostinho do resultado. Depois de terem engordado na Pensilvânia, cerca de 220 do que a empresa D'Artagnan tem chamado de frangos do Círculo Verde começaram a aparecer (geralmente assados) em pratos nos mesmos restaurantes que ajudaram a alimentá-los. Para os chefs renomados, que se envolvem em competições permanentes para encontrar os ingredientes mais puros e sutis, é uma perspectiva tentadora.
"Quando eu experimentei, pensei: 'Nossa!'", disse Jean-Georges Vongerichten, que planeja começar a incorporar os frangos em seu cardápio sempre em evolução. Testemunhas dizem que depois dessa mordida, Vongerichten ficou à beira do choro; Daniel Humm, chef no Eleven Madison Park, comeu um frango inteiro de uma só vez.
Ainda assim, espera-se que alguns torçam o nariz. A ideia de frangos se empanturrando de ingredientes quatro estrelas pode parecer mais uma manifestação melodramática da obsessão por comida dos dias de hoje.



"Eu acho mesmo que, em alguns casos, é uma reação maravilhosa capitalizar as aves e fazendas, de modo geral", disse Matthew Mills, criador de "Fodder", um show de sátiras online do canal Cooking Channel. "Mas, ao mesmo tempo, por outro lado, é tão fora de alcance que é quase como uma matéria da Onion." Ele citou um episódio de "Portlandia", no qual dois clientes interrogam, agressivamente, um garçom sobre a proveniência de um frango.

Chickens at the Amish farm of Leon Zimmerman eat food scraps that have been trucked in from high-end New York restaurants, in Ephrata, Pa., Sept. 13, 2013. An experimental project is feeding chickens prized table scraps from acclaimed New York restaurants to rediscover what a chicken should taste like. (© Tony Cenicola/The New York Times)

Atentado mata quatro policiais no Iraque


Um iraquiano caminha 
nos escombros da mesquista de Al-Hussein, ao sul de Bagdá

Quatro policiais iraquianos morreram em um ataque com carro-bomba nesta terça-feira contra um prédio que abrigava uma unidade de combate às minas, anunciaram fontes oficiais.
O atentado foi cometido em Tikrit, 160 km ao norte de Bagdá. Seis policiais também ficaram feridos no ataque.

Atentado mata quatro policiais no Iraque


Um iraquiano caminha 
nos escombros da mesquista de Al-Hussein, ao sul de Bagdá

Quatro policiais iraquianos morreram em um ataque com carro-bomba nesta terça-feira contra um prédio que abrigava uma unidade de combate às minas, anunciaram fontes oficiais.
O atentado foi cometido em Tikrit, 160 km ao norte de Bagdá. Seis policiais também ficaram feridos no ataque.

Gilmar Mendes diz que reforma política deve observar critérios igualitários



Brasília - O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, disse hoje (30) que uma reforma política e eleitoral não deve ser usada para prejudicar a criação de partidos políticos com determinados perfis e deve obedecer a critérios igualitários. Citando o seu voto sobre o projeto de criação de partidos, que teve a tramitação liminarmente suspensa pelo STF – e posteriormente liberada –, Mendes disse que as reformas devem ser “simétricas”.
“Não estou convencido de que devemos adotar um modelo casuístico, desenhado para determinado tipo de perfil na disputa eleitoral. Parece-me que a reforma tem de ser pensada de forma bastante simétrica e, por isso, acho que o debate sobre a reforma política deve ser pensado com base nessas premissas. E aí sim, talvez, cláusula de barreira, limitações e exigências que vão valer para todos os partidos nas próximas eleições”, disse.

O ministro esteve no Senado para convidar o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), a participar de um seminário sobre os 25 anos da Assembleia Nacional Constituinte. Ele também criticou a figura jurídica dos embargos infringentes e defendeu uma reforma para apressar a aplicação da justiça. “Temos, sem dúvida, uma série de recursos, muitos deles necessários, alguns, talvez, pudessem ser dispensados. Mas precisamos realmente combinar a ideia do Estado de Direito no que diz respeito a uma prestação judicial célere com a devida segurança jurídica”, declarou.

Para Gilmar Mendes, esse tipo de embargo visa a “manipular a maioria” ao tentar modificar votos ou a composição da Corte. Nenhuma dessas práticas, na opinião do ministro, é “elogiável”. Mendes deverá participar do novo julgamento de 12 réus do processo do mensalão que tiveram os embargos infringentes aceitos pelo STF. Eles tinham sido condenados, mas terão direito a nova análise de todos os autos para tentar modificar o resultado julgamento ou o tamanho das penas.

Maduro expulsa diplomatas da embaixada dos EUA em Caracas


Embaixada dos Estados Unidos em Caracas é vista em 5 de fevereiro de 2006

O presidente Nicolás Maduro ordenou nesta segunda-feira a expulsão de três diplomatas, incluindo a encarregada de negócios da embaixada dos Estados Unidos em Caracas, que ele acusa de fomentar atos de sabotagem econômica e elétrica na Venezuela, em conluio com a oposição.
"Ordeno ao chanceler Elías Jaua que proceda à sua expulsão do país. Os funcionários têm 48 horas para deixar o país (...) 'Yankees, go home', fora da Venezuela", disse Maduro, em um inflamado discurso público, sem especificar as acusações contra os diplomatas.
A encarregada de negócios dos Estados Unidos na Venezuela, Kelly Keiderling, está entre os três diplomatas expulsos hoje, de acordo com a página da delegação na internet. Ela é a funcionária de mais alto escalão dos EUA em Caracas atualmente. Kelly está nessa sede desde 2011, à qual chegou como ministra conselheira.
Maduro anunciou a expulsão de "Kelly Keiderling, Elizabeth Hoffman e David Moo". Uma fonte da embaixada consultada por telefone pela AFP disse que os outros dois diplomatas seriam parte da "seção política". A mesma fonte informou que ainda espera uma "notificação oficial do governo venezuelano" para confirmar os nomes dos expulsos.
Segundo a televisão estatal, que divulgou supostas provas contra os diplomatas, Moo era vice-cônsul, e Hoffman, conselheira política. Inicialmente, os nomes de ambos foram divulgados de forma incorreta.
O presidente venezuelano acusou os diplomatas de se reunirem "com a extrema direita venezuelana" para "financiá-los e estimular ações para sabotar o sistema elétrico e a economia" do país.
No dia 3 de setembro, uma falha elétrica deixou cerca de 70% do território venezuelano sem luz por várias horas. Além disso, nos últimos meses, a escassez de alimentos e de outros produtos aumentou, o que é atribuído pelo presidente a uma "sabotagem" da oposição. O objetivo seria, de acordo com o governo, promover protestos sociais.
"Não importam as ações que o governo Barack Obama tomar! Não vamos permitir que um governo imperial venha trazer dinheiro para ver parar as empresas básicas e ver parar a eletricidade para apagar toda a Venezuela", acrescentou Maduro, em um ato militar no estado de Falcón (noroeste).
Estados Unidos e Venezuela se mantêm sem embaixadores desde 2010, embora os americanos continuem sendo os maiores compradores do petróleo do país sul-americano.
-- Provas contra os EUA --
"Temos suficientes provas reunidas sobre a atitude hostil, ilegal, intervencionista de vários funcionários da embaixada dos Estados Unidos (...). Já chega de abusos contra a dignidade de uma pátria que quer paz", acrescentou Maduro.
Como supostas provas contra os diplomatas, a televisão pública divulgou imagens de jornais que mostram viagens dos americanos ao interior da Venezuela. Mostram ainda listas de passageiros nos voos em que eles estavam e fotografias nos aeroportos. Segundo a emissora, os diplomatas se reuniram com membros de partidos e dirigentes da oposição, entre eles a deputada María Corina, para planejar "ações desestabilizadoras" e "avaliar as estratégias" de olho nas próximas eleições a prefeito de 8 de dezembro.
Maduro, que assumiu o poder em 19 de abril, acusou a oposição em várias ocasiões de estar por trás dos apagões e dos problemas econômicos que se aprofundaram nos últimos meses.
Essa é a primeira vez, porém, que o governo Venezuelano acusa diretamente diplomatas americanas de promover essas ações.
O presidente elevou o tom contra Washington nos últimos dias, depois de denunciar que os EUA não autorizaram o uso de seu espaço aéreo, quando se dirigia para a China para uma visita oficial na semana passada.
Após esse incidente, Maduro cancelou sua participação na Assembleia Geral da ONU em Nova York na última quarta. Ele denunciou supostos atentados contra sua vida, enquanto estivesse na cidade e culpou a oposição ligada com grupos de extrema direita dos Estados Unidos.
O analista Luis Vicente León, diretor da empresa Daranálisis, lamentou em sua conta no Twitter a expulsão da encarregada de negócios dos EUA. Para ele, o episódio enfraquece as relações entre ambos os países e "nos afasta do equilíbrio" econômico.
Em junho, após uma reunião entre o chanceler venezuelano Elías Jaua e o secretário de Estado americano, John Kerry, os dois países concordaram em iniciar um diálogo para obter o retorno dos embaixadores. O contato foi rompido um mês mais tarde, depois que a agora embaixadora americana na ONU, Samantha Power, responsabilizou o governo venezuelano de atos de repressão.
Essa é a segunda vez no ano que o governo venezuelano expulsa diplomatas americanos. Em 5 de março passado, algumas horas antes do anúncio do falecimento do presidente Hugo Chávez (1999-2013), o governo venezuelano expulsou dois adidos militares da representação diplomática por, supostamente, promoverem "projetos desestabilizadores" contra o governo.

A atmosfera global não conhece fronteiras políticas, diz pesquisador

Os migrantes ambientais, também chamados de refugiados climáticos, precisam abandonar sua terra natal devido a alterações no meio ambiente



A primeira parte do 5º relatório do Painel Internacional sobre Mudanças Climáticas (IPCC), divulgada no dia 27 de setembro, alimenta a perspectiva de que a temperatura média do planeta aumentará significativamente nas próximas décadas. Consequências previstas, como a elevação do nível do mar, a desertificação, o derretimento das calotas polares e outros eventos climáticos, não acontecem de uma hora para a outra. Mas há grupos de seres humanos que já sentem na pele os efeitos desse aquecimento. Os migrantes ambientais, também chamados de refugiados climáticos, precisam abandonar sua terra natal devido a alterações no meio ambiente.
De acordo com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), havia mais de 50 milhões deles em 2010. “E a previsão da organização é de que, em 2050, esse número chegue a 250 milhões”, salienta o climatologista Francisco Eliseu Aquino, chefe do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
“Esses estudos são bastante razoáveis, mas esse é um cenário em que nada é feito, no qual não se cria nenhuma alternativa às populações que vivem sujeitas a isso. Não significa que essa projeção vai acontecer”, explica o climatologista Carlos Nobre, secretário do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e membro do Painel Internacional sobre Mudanças Climáticas.
De acordo com o novo relatório do IPCC, a elevação das temperaturas globais é uma realidade - com 95% de certeza, provocada pelo ser humano e suas emissões de carbono. O cenário mais otimista indica que a temperatura média do planeta, caso seja estabilizada a concentração de gases do efeito estufa nos próximos 10 anos, pode aumentar entre 0,3 e 1,7º C até 2100. No segundo cenário, o aumento da temperatura ficaria entre 1,1 e 2,6º C e, no terceiro, de 1,4 a 3,1ºC. Já o quarto e pior cenário, no qual as emissões dos gases do efeito estufa continuam a aumentar de forma acelerada, a Terra poderia se aquecer de 2,6 a 4,8º C até o final de 2100. Esse quadro catastrófico elevaria o nível do mar entre 45 e 82 centímetros.
Os relatórios do IPCC são baseados em pesquisas atualizadas de milhares de cientistas de todo o mundo. O 4º documento, lançado em 2007, proporcionou à organização a conquista do prêmio Nobel da Paz (dividido com Al Gore, no mesmo ano), e já citava algumas das populações mais vulneráveis. “Assentamentos humanos em regiões montanhosas têm maior risco de inundações súbitas, pelo derretimento das geleiras”, diz o documento, que cita também a região africana de Sahel – um corredor entre o deserto do Saara e as terras ao sul – e manguezais e zonas costeiras atingidas pelo aumento no nível do mar.​
Há um temor muito grande quanto a essa região subsaariana na África, onde a água é escassa e milhões de pessoas devem migrar, principalmente para o continente europeu”, opina Carlos Nobre, que participa do grupo de trabalho II do IPCC, que diz respeito justamente às consequências e impactos causados pelo aquecimento global. “Em uma situação de seca intensa, centenas de milhares de pessoas migram simplesmente porque não têm base econômica. Não há agua para beber e para produção agrícola, tampouco para a criação de animais, seja bovino, caprino, ovino ou aviário”, acrescenta.
Outras regiões vulneráveis são ilhas da Oceania como Tuvalu, Kiribati e Maldivas, além de praias de Bangladesh e vilas do Alasca. No Brasil, a área mais sensível é o semiárido nordestino, que poderia se transformar em uma região de clima árido e, assim, ocasionar uma grande migração para outras regiões.
Para Aquino, é necessário que seja criada uma política de planejamento para esse tipo de deslocamento populacional, começando pelo reconhecimento, por parte da ONU, da categoria de migrantes ambientais. “Sem um status legal, essas pessoas não estão protegidas por nenhuma lei internacional específica.” Assim, segundo Aquino, o termo “refugiados” é mal empregado, pois a palavra é usada pelo direito internacional para designar pessoas que saíram de seu país por perseguições sociais ou políticas.
Quem sofre mais
Apesar de haver regiões mais expostas do que outras, as vítimas do aquecimento global não serão apenas as desprivilegiadas geograficamente, mas também financeiramente. “Tanto o rico quanto o pobre são vulneráveis, mas de modo global o segundo acaba sendo excluído. Por isso, é necessário o desenvolvimento de conhecimento para as sociedades mais pobres, que vão precisar desse know-how”, pontua o professor Francisco Aquino.
Carlos Nobre ratifica a posição de Aquino, afirmando que é preciso haver mecanismos de proteção, e cita o caso nordestino. “Depois de uma série de políticas governamentais, hoje o número de retirantes do nordeste é muito pequeno comparado ao que foi até os anos 1980. Mas países como Mianmar, Bangladesh e parte da Índia precisam de assistência internacional, pois têm contingentes populacionais grandes em áreas vulneráveis”, diz.
Rubens Born, pesquisador associado da Fundação Grupo Esquel Brasil e conselheiro do Fundo Casa de Apoio Socioambiental, culpa tanto os países industrializados, que se recusaram a cumprir o Protocolo de Kyoto, quanto os países em desenvolvimento, como o Brasil, que retardaram o cumprimento das obrigações previstas na Rio-92. “Termoelétricas, pré-sal, ampliação da produção e venda e uso de automóveis particulares no Brasil geram refugiados e impactos de mudanças de clima em qualquer parte do mundo, pois os gases emitidos vão para a atmosfera global, que não conhece fronteiras políticas”, opina.
Para Francisco Aquino, os gestores públicos deveriam se envolver mais com o problema. Mesmo assim, acredita que o Brasil esteja atento à questão. “O cenário, segundo o nosso conhecimento, só vai piorar. Mas o País já tem uma agenda dedicada às mudanças do clima no Ensino Fundamental e Médio e na redução do desmatamento.”
Exagero?
Apesar de ser um assunto cada vez mais em pauta nos dias atuais, o aumento na temperatura média do planeta - e consequentemente do nível do mar - não é unanimidade. Ricardo Augusto Felicio, doutor em Climatologia e professor da Universidade de São Paulo (USP), é um dos pesquisadores que contrariam a teoria do aquecimento global.
Para ele, as mudanças climáticas em certas regiões são sazonais e sempre aconteceram. Os refugiados do clima, portanto, não são novidade. “É o caso das diversas tribos de nômades que se localizam no Sahel, por exemplo. É uma faixa de transição onde os processos de desertificação e antidesertificação ocorrem naturalmente e nada têm a ver com esses conceitos de mudanças climáticas e aquecimento global. Por um certo período, os regimes de chuvas ficam mais fracos durante anos e depois voltam a vigorar, também por outros tantos anos”, explica.
Algo parecido, segundo o pesquisador, ocorre em algumas regiões litorâneas. “Em diversos lugares do mundo, algumas praias estão se formando e outras desaparecendo, e isso não tem nada a ver com o nível médio do mar, pois seria um tanto esquisito que os oceanos só subissem em um lugar, e não em outros”, diz Felicio, citando também as corredeiras planetárias realizadas pela composição com a órbita da Lua, que podem fazer as marés, dentro de um ciclo lunar, percorrerem mais de mil quilômetros em um único dia.

'Amor à Vida': por plano de Lídia, Natasha atormenta Thales


Natasha faz jogo com Thales a pedido de Rogério  Foto: TV Globo / Divulgação

Além de ter visões de Nicole (Marina Ruy Barbosa), Thales (Ricardo Tozzi) terá uma outra ruiva atormentando sua vida: Natasha (Sophia Abrahão). O plano de Lídia (Angela Rebello) e Rogério (Daniel Rocha) começa a ser colocado em prática após a moça voltar com o médico dos Estados Unidos.
Thales vê Natasha de costas pela rua e estranha a semelhança dela com Nicole. Confuso, ele começa a segui-la e acaba parando na loja de Edith (Bárbara Paz). O escritor pergunta por uma mulher ruiva e estranha quando todos dizem que não viram alguém com essa descrição por ali. 
Para piorar a situação, Rogério surge na loja dizendo que voltou dos Estados Unidos acompanhado de uma noiva. Thales fica sem graça diante do médico que cuidou de Nicole e dá o fora, totalmente transtornado. Só então fica claro que tudo não passou de uma armação. Rogério abre a cortina de um provador e mostra Natasha escondida lá dentro. A cena vai ao ar nesta sexta-feira (4). 

Flu tenta acertar detalhes para ter Conca de volta em 2014, diz jorna


Renovação de contrato de Flu com Unimed pode selar volta de argentino, que negocia salários e tempo de contrato para jogar novamente pelo clube carioca Foto: AFP

Aos 30 anos, Darío Conca pode retornar ao Fluminense em 2014. De acordo com o jornal Lance! desde terça-feira, o meio-campista argentino precisa apenas chegar a acordo com o clube sobre o tempo de contrato e o valor de seus salários para deixar o Guangzhou Evergrande, na China, para jogar novamente pelo clube carioca.
Conca pede R$ 900 mil por mês e um contrato de cinco anos com o Fluminense, enquanto o clube oferece R$ 800 mil de salários e contrato de três anos. O valor oferecido agrada ao atleta, mas a Unimed – que pagará os vencimentos do argentino – não quer se comprometer com acertos posteriores a 2016, quando se encerra o mandato de Peter Siemsen à frente do Fluminense.
A patrocinadora máster do clube das Laranjeiras negocia a renovação de contrato com o clube. Caso confirme o novo acordo, a empresa deve trazer Darío Conca de volta ao clube como principal nome da reformulação do elenco, que perdeu Deco e Thiago Neves. O técnico Vanderlei Luxemburgo não está garantido.

Flu tenta acertar detalhes para ter Conca de volta em 2014, diz jorna


Renovação de contrato de Flu com Unimed pode selar volta de argentino, que negocia salários e tempo de contrato para jogar novamente pelo clube carioca Foto: AFP

Aos 30 anos, Darío Conca pode retornar ao Fluminense em 2014. De acordo com o jornal Lance! desde terça-feira, o meio-campista argentino precisa apenas chegar a acordo com o clube sobre o tempo de contrato e o valor de seus salários para deixar o Guangzhou Evergrande, na China, para jogar novamente pelo clube carioca.
Conca pede R$ 900 mil por mês e um contrato de cinco anos com o Fluminense, enquanto o clube oferece R$ 800 mil de salários e contrato de três anos. O valor oferecido agrada ao atleta, mas a Unimed – que pagará os vencimentos do argentino – não quer se comprometer com acertos posteriores a 2016, quando se encerra o mandato de Peter Siemsen à frente do Fluminense.
A patrocinadora máster do clube das Laranjeiras negocia a renovação de contrato com o clube. Caso confirme o novo acordo, a empresa deve trazer Darío Conca de volta ao clube como principal nome da reformulação do elenco, que perdeu Deco e Thiago Neves. O técnico Vanderlei Luxemburgo não está garantido.

Direitos de índios podem ser aniquilados, diz chefe da Funai



Grande marco para o reconhecimento dos direitos de indígenas no Brasil, a Constituição de 1988 completa 25 anos nesta semana. Para a presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio), Maria Augusta Assirati, não há razões para celebrar.
Nas últimas semanas, congressistas da bancada ruralista aumentaram a pressão para alterar um ponto da Carta que, segundo Assirati, trata de uma questão essencial para a sobrevivência desses povos. Eles querem transferir do Poder Executivo para o Legislativo a competência de demarcar terras indígenas.
A ação, diz a presidente da Funai, pode retardar ou até impedir novas demarcações.
"Este é, de fato, o momento mais delicado desde a promulgação da Carta", afirma Assirati, que assumiu a chefia do órgão oficial indigenista em junho.
Em entrevista à BBC Brasil, ela diz que mesmo dentro do governo a Funai enfrenta obstáculos para executar seu trabalho. Segundo Assirati, declarações públicas de órgãos oficiais criaram um ambiente "totalmente desfavorável" a novas demarcações, atrasando processos em quase todo o país.
Afirma ainda que o governo não estava preparado para a complexidade da construção da usina de Belo Monte, no Pará. Em vez de mitigar os efeitos da obra entre indígenas, diz a presidente da Funai, as ações da construtora voltadas a esses povos causaram "impactos enormes, alguns deles irreversíveis".
Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista, concedida na sede da Funai na segunda-feira.
BBC Brasil - Na semana em que Constituição de 1988 completa 25 anos, índios protestam em vários pontos do país e dizem enfrentar as maiores ameaças a seus direitos desde a promulgação da Carta. Concorda com a avaliação?
Maria Augusta Assirati - Concordo. Em 1988, tivemos um conjunto de avanços, como a garantia territorial e a valorização de crenças e tradições, e passamos a implementar esses direitos. Houve algumas tentativas de reduzir e rediscutir esses direitos, mas essas tentativas nunca foram tão claras como agora.
Está em curso um conjunto de proposições no Congresso para rever a própria Constituição. Este é, de fato, o momento mais delicado desde a promulgação da Carta.
BBC Brasil - Quais propostas mais preocupam?
Assirati - As que transferem parcela da atribuição no processo de demarcação ao Congresso. Além da inconstitucionalidade dessas propostas, porque ferem cláusula pétrea, da separação de Poderes, elas revertem um direito originário. Elas poderiam retardar ou impedir o avanço das demarcações no país.
Também nos preocupam proposições para regulamentar o parágrafo da Constituição que define o que é de relevante interesse nacional e, portanto, estaria excluído da possibilidade de demarcações. Nesse contexto de busca de avanço territorial do agronegócio, isso poderia representar um impacto muito negativo.
Há ainda propostas que podem colocar em risco inclusive demarcações já realizadas, o que causaria uma completa aniquilação de direitos já conquistados pelos indígenas.
BBC Brasil - O governo está negociando essas propostas com os congressistas? No início do ano, numa aparente tentativa de acalmar os ânimos, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, disse que o governo iria alterar o processo de demarcação.
Assirati - Para nós (Funai), não há possibilidade de negociação. Muitas vezes, pessoas contrárias a demarcações entendem que há subjetividade grande e que poderia haver diálogo para que outros interesses fossem contemplados no processo.
Quando se fala de pequenos agricultores, de pessoas que usam terra para produção comunitária, como quilombolas e ribeirinhos, é evidente que o Estado deve buscar equilibrar esses direitos.
Mas esses argumentos têm sido usados em defesa de um uso da terra para a produção econômica e para o crescimento econômico pura e simplesmente. Compatibilizar demarcações com essas intenções é difícil, porque você está tratando de um direito que conflita com um interesse, e não com outro direito.
BBC Brasil - Quais serão as mudanças no processo de demarcação?
Assirati - Poderemos dar mais transparência aos critérios que levam à identificação e delimitação de uma área de ocupação tradicional pela Funai.
A segunda coisa é: quando oponentes a processo de identificação e delimitação têm alguma divergência, essas contestações hoje são analisadas e julgadas pela própria Funai. Acho que não haveria prejuízo se outro órgão, e no meu entendimento esse órgão seria o Ministério da Justiça, avaliasse essas contestações.
BBC Brasil - E quanto à inclusão de outros órgãos no processo, como a Embrapa, conforme a ministra Gleisi aventou?
Assirati - Se o órgão tiver informação que possa contribuir com a demarcação, essa contribuição é bem-vinda. Mas somos contra a possibilidade de uma intervenção tendente a inviabilizar o processo.
BBC Brasil - Quanto de terra ainda falta a demarcar no Brasil?
Assirati - Do total que havia para ser demarcado em 1988, faltam cerca de 3%. Mas desde então houve surgimento de outras comunidades, dissidentes, e avaliamos que áreas para certos grupos são insuficientes. Então são um pouco mais do que aqueles 3%.
BBC Brasil - O governo Dilma tem homologado menos terras indígenas que os anteriores, e há 21 processos de demarcação parados no Ministério da Justiça ou na Presidência sem qualquer contestação judicial. Por que o ritmo das demarcações diminuiu?
Assirati - Logo que a Constituição foi promulgada, demarcaram-se áreas muito grandes, sobretudo na Amazônia. Ficaram para as etapas presentes áreas mais antropizadas, onde há maior dificuldade de trabalhar, no Centro-Oeste, Sul e Sudeste.
Mas, de fato, há processos que não tiveram andamento. Eles tramitaram, seguiram ao Ministério da Justiça, seguiram eventualmente até a Casa Civil, que é quem faz a pré-análise do processo de homologação para a presidente Dilma, mas não tiveram nenhuma conclusão.
BBC Brasil - Por quê?
Assirati - Essa pergunta que tem de ser feita aos outros órgãos (Ministério da Justiça, Casa Civil e Presidência). Muitos desses processos não caminharam por justificativa de que instaurariam conflitos na região, mas não temos elementos para afirmar que em todas essas áreas isso ocorreria.
Demarcar terra indígena nunca será ação que gere zero conflito. Mas não é somente a delimitação que faz com que o conflito ecloda, há um conjunto de situações precedentes, como problemas históricos de ordenamento fundiário.
BBC Brasil - Chegou-se a um acordo para solucionar conflitos que envolvem indígenas no Mato Grosso do Sul?
Assirati - Sim. Pensamos na seguinte solução: o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), que anda com dificuldade para encontrar áreas para fazer reforma agrária, compraria terras do Estado do Mato Grosso do Sul para realizar esses assentamentos.
E os recursos da venda das terras contribuiriam para que o Estado pagasse produtores rurais de áreas que estão em litígio judicial [devido a processos demarcatórios]. Assim, os produtores sairiam da área e poderiam comprar outras terras.
Isso foi pensado para a situação da fazenda Buriti [onde em maio um índio terena morreu em ação de reintegração de posse; pouco depois, a então presidente da Funai, Marta Azevedo, deixou o posto], mas poderia ser ampliado para outras terras indígenas.
BBC Brasil - Por que essa solução ainda não foi aplicada?
Assirati - A solução tem apresentado dificuldades porque o Estado (MS) não indicou um banco de terras e tem colocado dificuldades em relação à avaliação dos valores de terras. Isso tira a credibilidade dos envolvidos nesse processo.
BBC Brasil - No começo do ano, anunciou-se que a ministra da Casa Civil teria determinado a paralisação de demarcações no Sul. Isso de fato ocorreu?
Assirati - Nunca fomos oficialmente notificados, mas tivemos notícia de que alguns governadores teriam solicitado à Casa Civil que adotasse essa medida, e a Casa Civil determinou que se paralisassem demarcações no Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.
BBC Brasil - Então as demarcações continuam como sempre?
Assirati - Mais ou menos. Esse cenário colocou um ritmo diferente para as demarcações, porque essas manifestações públicas e declarações oficiais de órgãos do governo deram muita força a produtores rurais e a agentes públicos contrários à demarcação.
Em algumas situações, quando tentávamos avançar, tivemos impedimento. Não um impedimento explícito do governo federal, mas de agentes locais.
Criou-se uma conjuntura totalmente desfavorável, em que aqueles contrários às demarcações buscavam instrumentos para paralisar ou retardar processos, seja via judicial, via articulação política ou pela intimidação de servidores da Funai. Isso trouxe um novo ritmo aos processos de demarcação em quase todo o Brasil.
BBC Brasil - Como anda o cumprimento das compensações a indígenas pela construção da usina de Belo Monte?
Assirati - Houve um atraso enorme e muitas condicionantes não foram cumpridas. Mesmo antes de o empreendedor começar a trabalhar, já havia mudança completa no modo de vida das pessoas da região.
Houve um afluxo enorme de pessoas a Altamira, e algumas ações para diversas populações indígenas foram pensadas de forma emergencial. Essas ações não conseguiram preparar a intervenção do empreendedor na região.
Isso causou impactos enormes, alguns deles irreversíveis.
BBC Brasil - Que tipo de impactos?
Assirati - Comunidades rachadas, comunidades aldeadas que passaram a viver quase 100% de seu tempo na cidade, e com isso deixaram de plantar. Passaram-se dois anos na região de Altamira sem que comunidades que tradicionalmente são agricultoras plantassem um pé de mandioca, porque ficavam o tempo inteiro indo a Altamira solicitar lista de compras para o empreendedor.
Isso mudou hábitos alimentares, deixou indígenas que ficavam na cidade confinados numa Casa do Índio em condições extremamente precárias. Houve brigas e mortes de indígenas nessa situação de confinamento e enfrentamento étnico. As consequências foram muito graves.
BBC Brasil - Os problemas estão sendo contornados?
Assirati - Estamos conseguindo entrar no eixo. Estamos priorizando um programa para que indígenas pudessem ao menos voltar a se relacionar com seu modo de vida tradicional na aldeia. Agora há um número menor de indígenas frequentes em Altamira, mas estamos atrasados.
BBC Brasil - Quem é responsável por essa situação?
Assirati - Nenhum dos atores envolvidos estava preparado para a complexidade social, étnica e de relações públicas que foi Belo Monte. Não estavam preparados para chegar a uma cidade como Altamira, onde havia carência total do Estado.
Parte da população passou a acreditar que o empreendimento seria a grande solução para todos dali.
BBC Brasil - Quais foram as falhas da Funai no processo?
Assirati - Não estávamos preparados para um empreendimento que envolveria dez etnias, mais de dez terras indígenas. Só o componente indígena do EIA-Rima (estudo de impacto ambiental) de Belo Monte tem dez volumes. Era impossível se apropriar de todos os detalhes técnicos.
Tivemos uma série de situações imprevistas, como ocupações de canteiro, e isso levava o empreendedor e órgãos do governo a atender as demandas pontuais dos índios. A Funai esteve presente em todas essas discussões. Os indígenas faziam pedidos, o empreendedor dizia que era possível, e a Funai ficava sem protagonismo e sem força para reverter essa lógica.
Em 2012, encerramos a cooperação com a Norte Energia no trabalho de questões emergenciais e passamos a pensar em políticas públicas para acabar com a lista de compras, combustível, veículos e tudo o que circulava nos balcões em Altamira. Temos um grande passivo para reverter.
BBC Brasil - A Funai teme que os problemas de Belo Monte se repitam na bacia do Tapajós? O órgão foi comunicado sobre intenção do governo de construir hidrelétricas na área?
Assirati - Essa informação chegou à Funai há algum tempo. Apontamos preocupações e continuamos tendo essas preocupações.
Há no Alto Tapajós algumas terras indígenas bastante conservadas. No Médio Tapajós, há aldeias muito próximas de centros urbanos, com problemas como atividades ilícitas nas terras indígenas e apropriação de índios para trabalhos irregulares.
Achamos que, se é pra fazer empreendimento desse porte, antes precisa haver no mínimo cinco anos de investimento em ações do Estado na área.
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Em “Amor à Vida”, Herbert quase demite Perséfone após ver a enfermeira bocejando


Naldo traiu Mulher Moranguinho dois dias antes do casamento, diz jornal - 1 (© Divulgação TV Globo)

RIO DE JANEIRO – Novo diretor clínico do San Magno, Herbert (José Wilker) vai mostrar que é um chefe muito difícil de lidar nos próximos capítulos de “Amor à Vida”. Atento a todos os detalhes, o médico vai repreender Perséfone (Fabiana Karla) após vê-la bocejando.
“Eu gostaria de saber por que a senhora estava bocejando ao atender um paciente. Sabe que o trabalho de uma enfermeira é crucial? Com sono, a senhora pode cometer algum erro, até mesmo trocar um medicamento”, dirá o médico, segundo informou o jornal “Extra”.
A enfermeira, que já estará casada com Daniel (Rodrigo Andrade), vai explicar o motivo de seu sono. “E eu vou logo dizendo a verdade. Eu era virgem até me casar com o Daniel. Então, é agora que eu estou descobrindo as maravilhas da vida. Ah, doutor, eu sempre ouvi falar muito bem de sexo. Mas eu não sabia que era tão bom.”
Herbert não gosta nada da explicação da profissional e brigará com ela. “A próxima vez que eu pegar a senhora bocejando durante o trabalho, está na rua. Só não será demitida agora porque, pelo que eu percebi, a senhora acaba de terminar a lua de mel.”
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Naldo traiu Mulher Moranguinho dois dias antes do casamento, diz jornal


Naldo traiu Mulher Moranguinho dois dias antes do casamento, diz jornal - 1 (© Divulgação TV Globo)

SÃO PAULO - Ao que parece, as polêmicas envolvendo o casamento de Naldo e Ellen Cardoso, a Mulher Moranguinho, ainda estão longe de acabar.
Agora, o funkeiro está sendo acusado de ter traído a esposa, apenas dois dias antes de subir ao altar, no dia 23 de setembro.
O caso teria acontecido nos bastidores de um show no Espírito Santo, no camarim privado do cantor. Os detalhes foram revelados por uma amiga do affair de Naldo ao jornal "O Dia".
De acordo com a fonte, a moça foi escolhida depois de ter dançado no palco, junto com outras mulheres da plateia. Um produtor do show teria sido orientado a procurar a mulher e garantir seu acesso ao backstage.
O encontro durou cerca de meia hora e não deve ser repetido, já que não trocaram telefones ou outros dados pessoais.
Indígenas protestam contra mudança na demarcação de terras

Indígenas protestam contra mudança na demarcação de terras

Na semana em que a Constituição de 1988 completa 25 anos, índios de várias regiões do Brasil promovem nesta terça-feira em Brasília uma manifestação para defender os direitos que lhes foram assegurados pela Carta e protestar contra propostas no Congresso que os afetam.
A passeata, que segundo organizadores deverá agregar mais de mil líderes indígenas, além de quilombolas e apoiadores, integra uma série de atos em vários pontos do país promovidos pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).
O principal alvo do grupo é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215. Defendida por parlamentares ruralistas, a PEC alteraria o processo de demarcação de terras indígenas.
Hoje, a demarcação é uma atribuição do Poder Executivo, conduzida pela Funai (Fundação Nacional do Índio) e chancelada pelo Ministério da Justiça e pela Presidência da República.
Se a PEC for aprovada, as demarcações ficarão a cargo do Congresso. A medida tramita desde 2000, mas, nas últimas semanas, a bancada ruralista tem pressionado para que o Congresso instale uma comissão para analisar a PEC, último passo antes de sua votação.
'Paralisação total'
Indígenas avaliam que, se a PEC passar, dificilmente haverá novas demarcações, dada a força da bancada ruralista no Congresso. Para Tonico Benites, líder guarani-kaiowá, seu povo será um dos maiores prejudicados pela medida, por aguardar o desfecho de dezenas de processos demarcatórios em Mato Grosso do Sul.
'Se, da forma como a legislação está, a Constituição não foi aplicada como deveria, a alteração vai significar uma paralisação total das demarcações', ele diz à BBC Brasil.
Em seu artigo 67, a Constituição de 1988 afirma que a União deveria concluir a demarcação de terras indígenas cinco anos após a promulgação da Carta, ou seja, até 1993.
No entanto, há demarcações pendentes - algumas há décadas - em quase todos os Estados. A questão é especialmente crítica em Mato Grosso do Sul e nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste.
Em boa parte dos casos, as demarcações estão paralisadas por processos judiciais movidos por Estados, municípios ou agricultores que seriam desalojados pelas ações. Em outros 21, elas dependem apenas do aval do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e/ou da presidente Dilma Rousseff.
O povo guarani, espalhado em sua maioria pelo Sudeste e Sul do país, também espera a conclusão de várias demarcações.
Marcos Tupã, um dos líderes da etnia em São Paulo, diz que os guaranis reivindicam territórios no litoral do Estado cuja processo de regularização nem sequer se iniciou. E em duas terras indígenas no município de São Paulo, a etnia quer a ampliação das áreas por julgá-las insuficientes para a manutenção dos costumes e bem-estar das comunidades.
'Se a PEC não for arquivada, partiremos para o confronto', afirma.
Ruralistas
Já para os defensores da PEC 215, a medida daria mais isenção aos processos de demarcação.
Segundo o deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS), um dos principais negociadores da bancada ruralista, é injusto que o órgão que propõe cada demarcação - a Funai - seja o mesmo a analisar recursos contrários ao ato.
'Se eles (Funai) dizem que a terra é indígena, inventam qualquer coisa e não tem argumento contrário que valha', diz Heinze.
'Temos imigrantes alemães que estão aqui (no Rio Grande do Sul) há 150 anos e estão ameaçados de expulsão, todos com documentos escriturados'.
Heinze diz esperar que o Congresso instale a comissão que discutirá a PEC ainda nesta semana. Se aprovada, o grupo deverá ter ampla maioria ruralista.
O Palácio do Planalto, porém, é contrário à medida e tenta negociar uma alternativa com os ruralistas. Em maio, numa tentativa de acalmar os ânimos da bancada, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, disse que o governo reveria o processo de identificação de terras, incluindo outros órgãos federais.
As novas regras ainda não foram anunciadas.
Mesmo índios cujas terras já foram demarcadas participarão do protesto em Brasília. Outros projetos no Congresso criticados pelo grupo são a PEC 237, que permite o arrendamento de terras indígenas; e o Projeto de Lei Complementar 227, que proíbe demarcação de terras produtivas.
Líder da etnia kisêdjê - que habita o Parque Indígena do Xingu (MT) -, Winti Suyá cita outra iniciativa que o preocupa: o Projeto de Lei 1.610, que trata da mineração em terras indígenas.
Pelo projeto, do senador Romero Jucá (PMDB-RR), os índios receberiam parte dos lucros da atividade. Para Suyá, porém, a exploração dos minerais desequilibraria os territórios, ao poluir rios e desmatar a floresta. 'Queremos dinheiro, mas não dessa maneira.'
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