sábado, 28 de setembro de 2013

Guiné vai às urnas para superar anos de "caos"


Mesários esperam eleitores em colégio eleitoral

Guineense expatriado no Senegal consulta lista de canditados

Os guineenses foram às urnas neste sábado para as primeiras eleições parlamentares em mais de 10 anos na Guiné, em um clima de tensão após os atos de violência pré-eleitoral.
"Espero que o povo da Guiné vote esmagadoramente e em paz. Tudo vai ficar bem. A Guiné irá avançar", declarou o presidente Alpha Condé, depois de votar no centro da cidade sob forte esquema de segurança.
"A partir de agora, o Estado vai exercer as suas responsabilidades e o país será tranquilo", assegurou Condé que, um dia antes, considerou que a eleição permitirá a seu país "deixar uma transição (...) caótica".
A votação, prevista para acontecer das 8h00 às 18h00 local, iniciou com antecedência em partes da capital Conakry, de acordo com jornalistas da AFP.
Os colégios eleitorais abriram suas portas, em geral, no horário previsto nas províncias de Kankan (leste), Pita, Labe (norte), Siguiri (nordeste) e Forécariah (sul), indicaram à AFP testemunhas e funcionários eleitorais.
Em Kankan, as eleições foram, no entanto, perturbadas por tempestades. Em Siguiri, muitos eleitores tiveram dificuldades para encontrar os locais onde foram registrados.
Problemas foram relatados em alguns locais em Conakry, como a falta de tinta e cartões eleitorais não encontrados.
Depois de depositar seu voto em Conakry, Lamine Camara, uma professora de 57 anos, declarou que espera a "vitória de seu candidato e a aceitação dos resultados pelos partidos políticos".
Mais de cinco milhões de eleitores estão aptos a votar nessas eleições legislativas, as primeiras desde 2002.
Elas deveriam ter sido realizadas seis meses após a posse, em dezembro de 2010, de Alpha Condé, que se tornou o primeiro presidente democraticamente eleito da Guiné, após dois anos de uma transição agitada por um golpe militar.
As eleições foram adiadas várias vezes devido à falta de consenso entre governo e a oposição, especialmente quanto ao registo eleitoral.
Cerca de 1.800 candidatos disputam 114 assentos.
Apesar do grande números de candidatos, a batalha nas urnas se resume essencialmente a um confronto entre duas coalizões: a União do Povo da Guiné (RPG, tendências socialistas) do presidente Condé, e a União das Forças Democráticas da Guiné (UFDG, liberal) do principal opositor Diallo, ex-primeiro-ministro.
Durante vários meses, o processo eleitoral foi tomado por um impasse entre governo e a oposição, que foi resolvido por um acordo assinado em julho entre os dois lados, sob os auspícios da comunidade internacional.
Um dos pontos fundamentais de discordância era o registo eleitoral. A oposição suspeita de estar "inflado" em favor do poder em áreas consideradas pró- Condé e "reduzido" em áreas consideradas redutos da oposição.
Nos últimos meses, várias manifestações degeneraram em confrontos neste país de língua francesa de 11 milhões de habitantes, cuja história é marcada pela violência política, militar e étnica desde a sua independência da França em 1958.
Os recentes confrontos entre partidários do poder e da oposição, em 22 e 23 de setembro (um morto e mais 70 feridos) elevou os temores de mais violência.
As eleições são supervisionados por mais de mil observadores nacionais e mais de 100 observadores da União Europeia e da União Africana. Os resultados preliminares devem ser anunciados pela comissão eleitoral no prazo de 72 horas após as eleições.

Presidente iraniano é recebido com festa após telefonema histórico


Rohani chega ao Irã

Jornais iranianos dão destaque a conversa entre presidentes

O presidente iraniano Hasan Rohani foi recebido por centenas de manifestantes neste sábado, após uma intensa semana diplomática em Nova York, marcada por uma conversa telefônica histórica com Barack Obama.
Enquanto a comitiva de Rohani deixava o aeroporto de Teerã, cerca de 60 radicais islâmicos gritavam "morte aos Estados Unidos" e "morte a Israel".
Um deles atirou um sapato contra o carro presidencial, sem acertá-lo.
Um grupo de 300 partidários do presidente gritavam, por sua vez, "obrigado Rohani", saudando o presidente, cuja eleição em junho, após oito anos do governo conservador de Mahmoud Ahmadinejad, aumentou as esperanças de uma reaproximação entre o Irã e o Ocidente.
Na sexta-feira, antes de deixar Nova York, onde participou da Assembleia Geral da ONU, Rohani conversou por 15 minutos por telefone com Obama, o primeiro contato entre os líderes desses países em mais de três décadas.
Em uma primeira declaração, Rohani indicou que a iniciativa do telefonema partiu do presidente dos Estados Unidos, enquanto fontes americanas revelaram que o presidente iraniano disse às autoridades que gostaria de falar com o presidente Obama antes de sair de Nova York.
"Nós estávamos indo para o aeroporto, quando fui informado de que a Casa Branca tinha telefonado ao nosso embaixador na ONU dizendo que Obama queria conversar comigo", declarou Rohani.
Esta é a primeira comunicação direta entre os líderes das duas nações desde a Revolução Islâmica em 1979.
Rohani também indicou que defendeu em Nova York a posição do Irã, especialmente sobre a questão nuclear, sem abrir mão dos "direitos" e "objetivos nacionais".
"Nós conversamos sobre as negociações entre o Irã e o grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha) e a janela está aberta", disse ele, referindo-se a uma reunião em Nova York, após a qual foi anunciado que as negociações sobre a questão nuclear serão retomadas em meados de outubro, em Genebra.
"Nós concordamos que devemos aproveitar esta oportunidade" para encontrar uma solução rápida, acrescentou.
Fim de um tabu que durou 35 anos
O presidente do Parlamento iraniano, o conservador Ali Larijani, declarou que os Estados Unidos devem mostrar através de ações que sua política externa mudou.
"O tom das autoridades americanas mudou nos últimos dias, mas devem provar por atos que sua política em relação ao Irã realmente mudou", considerou.
"Não acredito que estamos sob pressão ou cansados de resistir (sobre a questão nuclear). Ao contrário. A única solução para os Estados Unidos é parar de usar a linguagem da ameaça", acrescentou.
Por sua parte, o presidente da Comissão dos Assuntos Externos do Parlamento, Allaedin Borujerdi, expressou apoio a Rohani, dizendo que a conversa entre os dois líderes foi um sinal de "poder" do Irã.
A imprensa iraniana elogiou o contato "histórico" entre o Irã e os Estados Unidos, com destaque para "o fim de um tabu que durou 35 anos".
Em um artigo publicado no jornal Etemad, Mohamad Ali Basiri, professor de relações internacionais, advertiu para os riscos dos "extremistas", que se opõem ao contato entre as duas nações.
"Além dos extremistas (dentro do país) hostis à melhoria das relações entre o Irã e os Estados Unidos, há adversários na região. Muitos países, incluindo o regime sionista, sentem que os seus interesses estão ameaçados com um regresso à normalidade das relações entre o Irã e os Estados Unidos e vão tentar evitá-lo", explicou.
Desde sua eleição, Rohani adotou um tom conciliador com o Ocidente e se mostra aberto ao diálogo.

Delação da Siemens

Trem pagador


E-mails, agenda e depoimento de secretária ao Ministério Público revelam como operava Jorge Fagali Neto, o homem da propina no escândalo do Metrô de São Paulo

Uma disputa travada na Justiça do Trabalho revelou como opera um dos principais agentes do propinoduto montado por empresas da área de transporte sobre trilhos em São Paulo para drenar dinheiro público dos cofres da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e do Metrô paulista. Trata-se do consultor Jorge Fagali Neto, indiciado pela Polícia Federal sob a acusação de receber e intermediar o pagamento de propinas da multinacional francesa Alstom a autoridades do PSDB paulista. ISTOÉ teve acesso ao depoimento e a uma série de e-mails comprometedores entregues ao Ministério Público, em junho de 2010, por sua ex-secretária Edna da Silva Flores. A documentação deixa clara a proximidade de Fagali Neto com agentes públicos e o seu interesse em contratos do Metrô paulista e da CPTM. Nas mensagens, o consultor revela, por exemplo, preocupações com a obtenção de empréstimos e financiamentos junto ao Banco Mundial (Bird), BNDES e JBIC que viabilizem investimentos nas linhas 2 e 4 do Metrô paulista. ...

OPERADOR
Indiciado pela Polícia Federal, acusado de intermediar pagamento de propina, Fagali Neto matinha frequentes contatos com agentes públicos sobre obras do Metrô e da CPTM
 

O material entregue por Edna ao Ministério Público demonstra pela primeira vez a ligação direta de Fagali Neto com os irmãos Teixeira, Arthur e Sérgio, apontados como lobistas do esquema Siemens e responsáveis por pagar propina a políticos por intermédio de offshores no Uruguai, conforme revelou reportagem de ISTOÉ em julho. Em um trecho de seu depoimento ao MP, Edna diz que os três mantinham “relacionamentos empresariais” e “atuavam antes da assinatura de contratos” com o governo de São Paulo. Copiados por Fagali em uma série de e-mails envolvendo contratos com as estatais paulistas de transporte sobre trilhos, os irmãos Teixeira também têm seus nomes citados na agenda pessoal de Fagali Neto. Em uma das páginas da agenda, está registrado um encontro com Sérgio Teixeira, hoje falecido, às 11 horas na alameda Santos, no Jardim Paulista, região nobre de São Paulo. Em outra, constam o telefone, o e-mail e o nome da secretária de Arthur Teixeira.
 
ELO ENTRE OS ESQUEMAS
Segundo depoimento de ex-secretária de Fagali Neto ao MP, ele atuava em
parceria com Arthur Teixeira (em destaque), apontado como lobista do esquema Siemens
A ex-funcionária narra também os cuidados do antigo chefe com eventuais investigações. No período de 2006 a 2009, em que trabalhou para Jorge Fagali Neto organizando o seu escritório, ele a mandava se ausentar do seu gabinete quando precisava se reunir com clientes. Também a pedido de Fagali Neto, ela comprou quatro celulares para que os aparelhos fossem usados por ele apenas para tratar de negócios. O consultor acreditava que assim dificultaria interceptações policiais. A espécie de “faz tudo” da empresa era proibida até de mencionar ao telefone os nomes de representantes de companhias às quais Fagali prestava consultoria. Ela ainda recebeu orientação para se referir a personagens do círculo de negócios do consultor por apelidos. José Geraldo Villas Boas – também indiciado pela PF por ter participado do esquema de corrupção – era chamado de “Geólogo”. O temor do consultor em não deixar rastros era tão grande que ele fazia questão de pagar tudo em espécie. “Ele sempre mantinha algumas quantias em local desconhecido em sua casa”, disse. A ex-secretária afirma no depoimento que ele costumava emitir, por meio da empresa BJG Consultoria e Planejamento Ltda., notas de R$ 260 mil e R$ 180 mil, mesmo tendo apenas ela como funcionária. Pelo jeito, dinheiro não faltava para o operador do esquema do propinoduto tucano. Em 2009, o ex-secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo (1994) e ex-diretor dos Correios (1997) na gestão Fernando Henrique Cardoso teve uma conta atribuída a ele com mais de R$ 10 milhões bloqueada por procuradores suíços. Procurado, o advogado de Fagali Neto, Belisário dos Santos Jr., diz que os e-mails foram obtidos pela ex-funcionária por meio de fraude junto ao provedor. Ele, no entanto, não quis se pronunciar sobre o teor das mensagens.

Apesar das tentativas de Fagali de manter a discrição, segundo sua ex-secretária, o elo do homem da propina no escândalo do Metrô com agentes públicos ligados ao PSDB é irrefutável. Em 2006, Fagali trocou mensagens e recebeu planilhas por e-mail de Pedro Benvenuto, então coordenador de gestão e planejamento da Secretaria de Transportes Metropolitanos, órgão responsável pelas estatais. Entre o material compartilhado, como revelou o jornal “Folha de S.Paulo” na última semana, estavam as discussões sobre o Programa Integrado de Transportes Urbanos do governo até 2012, que ainda não estava definido. Até a quarta-feira 25, Pedro Benvenuto ocupava o cargo de secretário-executivo do Conselho Gestor do Programa de PPPs (Parcerias Público-Privadas) do governo de São Paulo, quando pediu demissão na esteira das denúncias.

FONTE: Blog do Edson Sombra
Valeu a pena trocar? Veja o aproveitamento dos técnicos no Brasileirão

Valeu a pena trocar? Veja o aproveitamento dos técnicos no Brasileirão


Valeu a pena trocar? Veja o aproveitamento dos técnicos no Brasileirão - 1 (© Divulgação)

O Santos trocou Muricy (16,6% de aproveitamento) por Claudinei, que tem 50,7%

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O recordista Náutico começou com Silas (11,1%), teve Zé Teodoro (23,3%), Jorginho (8,3%), Levi Gomes (6,6%) e agora Martelotte (33,3%)

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O Flamengo começou com Jorginho (16,6%), depois Mano Menezes (44,4%) e agora Jayme de Almeida (33,3%)

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A Ponte começou com Guto Ferreira (25%), teve Carpegiani (33,3%) e agora está com Jorginho (22,2%)

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O Grêmio começou o campeonato com Luxemburgo (53,3%) e trocou para Renato Gaúcho (57,4%)

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O São Paulo começou com Ney Franco (53,5%), teve Paulo Autuori (25,6%) e recorreu a Muricy Ramalho (75%)

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O Atlético Paranaense começou com Ricardo Drubscky (33,3%) e trocou para Vágner Mancini (68,6%)

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O Vasco começou com Paulo Autuori (38,8% de aproveitamento) e agora tem Dorival Júnior (33,3%)

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A Portuguesa iniciou o campeonato com Edson Pimenta (25,9%) e agora é comandada por Guto Ferreira (50%)

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O Fluminense começou o campeonato com Abel (33,3% de aproveitamento), mas demitiu o técnico e fechou com Luxemburgo (50%)

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O Criciúma teve Vadão (31,1%), depois Silvio Criciúma (41,6%) e agora Argel Fucks (33,3%)

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O Vitória começou o campeonato com Caio Junior (43,1%) e trocou por Ney Franco (50%)

Denúncia

O que Lindbergh queria?


“Dinheiro, como todo mundo”, disse Delúbio Soares – antes de avalizar um contrato de caixa dois com uma agência de publicidade, em 2004

ENDOSSO
Delúbio Soares e o contrato de Lindbergh Farias com a Supernova Mídia (abaixo). Mesmo relutante, Lindbergh assinou – e Delúbio topou ser fiador (Foto: Elio Rizzo/Futura Press)
O ano de 2004 foi especial para Lindbergh Farias, atualmente senador e pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro pelo PT. Inexpressivo como deputado federal e empacado politicamente pela imagem juvenil de cara-pintada, imagem que o perseguia desde o impeachment de Fernando Collor de Mello, nos anos 1990, Lindbergh percebeu que era hora de dar uma sacudida na carreira. Com o apoio da cúpula do PT, decidiu sair candidato a prefeito de Nova Iguaçu, uma das principais cidades da Baixada Fluminense. Administrar Nova Iguaçu seria, como se confirmou depois, um trampolim para projetos políticos mais ousados. Lindbergh sabia que precisava tornar seu nome conhecido na região e, nessa cruzada, contava com o respaldo dos próceres do partido, principalmente do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, que via nele grande potencial. O primeiro passo era evidente: contratar uma assessoria de marketing político para promover a metamorfose, aos olhos do eleitorado, de líder dente de leite em gestor qualificado. Escolheu-se para o trabalho a agência paulista Supernova Mídia, do marqueteiro Carlos Colonnese, conhecido como Cacá. A parceria deu certo, e a passagem de Lindbergh para o segundo turno das eleições municipais entusiasmara a direção do PT. Mas também causara preocupação. Como a campanha de Lindbergh arrumaria os R$ 2,7 milhões que o marqueteiro Cacá exigia para continuar trabalhando? ...


Lindbergh, de acordo com líderes do PT que coordenaram as campanhas do partido em 2004, fez o que todos no partido faziam: foi pedir dinheiro a Delúbio Soares, então tesoureiro petista. Encontrou-se com Delúbio no restaurante de um hotel na Zona Sul do Rio de Janeiro, de acordo com esses relatos. Os dois conversaram a sós por alguns minutos. Quando Lindbergh foi embora, os interlocutores de Delúbio perguntaram o que ele queria. “Dinheiro, como todo mundo”, disse Delúbio, segundo o relato de um dos presentes. Delúbio consultou Dirceu, que aprovou o repasse do dinheiro – ou, no mínimo, o compromisso do partido de pagar a conta assim que se obtivessem fundos para tanto. Naquele momento, a vitória de Lindbergh era uma das prioridades do grupo de Dirceu. A direção do PT sabia que Lindbergh viria a ser, como agora se demonstra, um candidato forte ao governo do Rio de Janeiro.

Em 2004, o PT tinha muitas campanhas – e muitas dívidas – país afora.Mesmo com o dinheiro do operador Marcos Valério, hoje condenado no caso do mensalão, Delúbio não conseguia fazer frente às demandas dos candidatos. Como alternativa, segundo pessoas próximas a ele, Delúbio se comprometeu com Lindbergh a avalizar a dívida com o marqueteiro Cacá. Delúbio exigia, porém, que Lindbergh também assinasse um contrato e as respectivas notas promissórias com Cacá. Era uma maneira de garantir que, caso eleito, Lindbergh arcaria com a quitação da dívida, por meio de contratos da prefeitura de Nova Iguaçu com Cacá, como determinam as regras silenciosas da política nacional. Lindbergh hesitou, segundo os relatos. Disse que seu coordenador de campanha assinaria. Como Delúbio estivesse inflexível, Lindbergh finalmente capitulou. Topou assinar os papéis.

E assim foi feito. ÉPOCA teve acesso aos documentos, que estavam com dirigentes graúdos do PT. Os papéis revelam que, no dia 14 de outubro de 2004, a duas semanas do segundo turno, Lindbergh e Cacá assinaram um contrato secreto de R$ 2,7 milhões, avalizado por Delúbio. Cinco dias depois, Delúbio endossou três notas promissórias oferecidas como garantia de pagamento. Uma no valor de R$ 500 mil, outra de R$ 1 milhão e a última de R$ 1,2 milhão. As promissórias também foram assinadas por Lindbergh. Em 26 de outubro daquele ano, a cinco dias do segundo turno, o contrato foi registrado no Cartório do 10o Ofício de Notas de Nova Iguaçu. Todas as firmas foram reconhecidas.

O esforço do PT foi recompensado com a vitória de Lindbergh. Na prestação de contas apresentada à Justiça Eleitoral, Lindbergh reconheceu apenas R$ 500 mil em despesas com a empresa do marqueteiro Cacá. O contrato público, do caixa oficial, tem, além do valor de R$ 500 mil, uma importante diferença em relação ao contrato secreto. Nele, não aparece Delúbio Soares. O conjunto de papéis secretos constitui evidência forte de que Lindbergh cometeu crimes eleitorais, ao fornecer informações falsas à Justiça Eleitoral – e, claro, ao recorrer ao célebre caixa dois de Delúbio.

A PROMISSÓRIA QUE SUBIU Lindbergh Farias (à esq.) e o endosso de Delúbio (à dir.). “As despesas de campanha de 2004 foram assumidas pela direção nacional do PT”, disse Lindbergh em nota (Foto: Sergio Lima/Folhapress)

Apesar do compromisso assinado por Delúbio e Lindbergh, o marqueteiro Cacá tomou um calote parcial, de acordo com os relatos. Em 2005, no primeiro ano do mandato de Lindbergh à frente da prefeitura de Nova Iguaçu, o município firmou um contrato de R$ 600 mil com a empresa de Cacá. Seria o primeiro de muitos, mas, segundo a narrativa, disputas impediram os demais repasses. Só esse primeiro contrato foi suficiente para causar um belo estrago jurídico a Lind­bergh. Em 2008, o então pro­curador-geral de Justiça do Rio de Janeiro denunciou Lindbergh, Cacá e outras seis pessoas por fraude em licitação. Foi aberto um inquérito, que, agora, está sob a relatoria do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes. É um dos processos que fazem de Lindbergh, segundo levantamento do site Congresso em Foco, o campeão de processos entre os parlamentares. São 13. Neles, Lindbergh, que ajudou a derrubar o ex-presidente Fernando Collor, é acusado de corrupção passiva, corrupção eleitoral, desvio de recursos públicos, formação de quadrilha e crimes contra a Lei de Licitações.

Depois de romper com Lindbergh, Cacá, usando o contrato secreto e as promissórias, cobrou dos dirigentes do PT o pagamento do restante da dívida. Foi ignorado. Com os anos, reaproximou-se de Lindbergh e, no ano passado, trabalhou para o PT nas campanhas municipais do Rio, com o objetivo específico de tornar o nome de Lindbergh mais conhecido. Procurado por ÉPOCA para comentar o caixa dois de Lindbergh, Cacá primeiro disse que cobrara apenas R$ 500 mil do PT naquela campanha, e que o PT lhe devia R$ 250 mil até hoje (sem correções). Negou a existência das promissórias. Depois, confrontado com os papéis, reconheceu a veracidade deles. Afirmou que o contrato secreto foi assinado “no calor das comemorações” do primeiro turno – e que os serviços de marketing acabaram não sendo executados. “Não houve entrega, não houve serviço, não houve pagamento. O que houve foi o distrato do contrato”, disse. ÉPOCA, então, pediu uma cópia do tal distrato. Não apareceu. Quanto ao contrato com a prefeitura de Nova Iguaçu, Cacá disse que não houve fraudes.

Delúbio não respondeu aos questionamentos de ÉPOCA. O atual tesoureiro do PT, João Vaccari, limitou-se a afirmar que todas as informações relativas à prestação de contas do partido constam do site do Tribunal Superior Eleitoral. Lindbergh não respondeu às perguntas de ÉPOCA sobre os valores pagos ao marqueteiro Cacá, nem sobre as promissórias assinadas por ele e Delúbio Soares, nem sobre o contrato secreto. Em nota, afirmou que “as despesas de campanhas de 2004 foram assumidas pela direção nacional do PT, e as contas foram aprovadas pela Justiça Eleitoral”.

“O senador Lindbergh Farias manifesta sua indignação com o fato de ÉPOCA abrir mais uma vez espaço para atacá-lo com uma denúncia antiga e sem fundamento”, disse ainda Lindbergh na nota. Ele se refere a duas reportagens recentes de ÉPOCA. Uma noticiou detalhes de um processo sobre suspeitas de compra de uma decisão judicial permitindo sua candidatura à reeleição em 2008. A outra revelou documentos de um processo em que ele é acusado de desviar dinheiro de contratos da prefeitura de Nova Iguaçu. Com tantos processos, talvez Lind­bergh precise novamente de um contrato com o marqueteiro Cacá.
 
Por Murilo Ramos e Diego Escosteguy

FONTE: Blog Edson Sombra

Operação Esopo

PF recorre ao Planalto para tentar obter dados do Trabalho


Órgão não foi atendido pelo ministério ao pedir informações sobre convênios suspeitos de irregularidades


A Polícia Federal apelou ao Planalto para conseguir do gabinete do ministro Manoel Dias (PDT) informações de convênio firmado com uma entidade ligada ao partido dele e investigada por irregularidades.

Sem resposta a ofícios enviados à pasta, a delegacia da PF em Itajaí (SC) cobra agora da Secretaria-Geral da Presidência dados sobre a prestação de contas de parceria firmada com a Agência de Desenvolvimento do Vale do Rio Tijucas e Rio Itajaí Mirim (ADRVale), de Santa Catarina. Ontem encaminhou fax ao Planalto com novo pedido. ...

A ADRVale é alvo de inquérito que apura suspeita de desvio e malversação de recursos repassados pelo Ministério do Trabalho por meio de convênio de 2007. As informações da prestação de contas, segundo a PF, são "imprescindíveis" para as investigações. A entidade tem como dirigentes dois ex-filiados ao PDT, que se desvincularam do partido em julho.

Um ex-dirigente do PDT em Santa Catarina, John Sievers Dias, acusou Manoel Dias de enquadrá-lo como "funcionário-fantasma" da ADRVale, em 2008. Na época, o ministro dirigia o partido no Estado. Uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) mostra que vários pedetistas, entre eles Sievers, trabalharam no convênio, mas a entidade não comprovou se eles prestaram serviços. O delator deve ser ouvido pela PF.

Há nove meses, a PF pede informações sobre as contas ao ministério, sem sucesso. Antes disso, a pasta explicara aos investigadores que aguardava parecer de sua área jurídica para dar andamento à fiscalização do convênio. O Trabalho avaliava considerar as contas do projeto "iliquidáveis", pois um incêndio na ADRVale teria destruído documentos necessários à prestação de contas. A PF apura se houve queima proposital de arquivo. De lá para cá, não houve mais retorno sobre o processo, segundo a PF.

Um ofício foi enviado à Secretaria de Políticas Públicas de Emprego em dezembro de 2012 e reiterado no mês seguinte, mas ficou sem resposta.

Em 10 de abril, a delegacia em Itajaí repetiu o pedido ao gabinete de Manoel Dias, também não atendido. "Até a presente data, não adentrou nesta delegacia resposta ou qualquer justificativa a ofício. Reitero o atendimento a tal ofício, tratando-se de informações imprescindíveis à adequada investigação da malversação de recursos", diz o documento, assinado pelo delegado Annibal Wust do Nascimento Gaya, responsável pelo inquérito.

Sem manifestação da pasta, o ofício foi remetido ao Planalto em agosto, para Vanessa Dolce, chefe de gabinete da Secretaria-Geral. "Reitero solicitação já encaminhada e reiterada", diz a PF.

A Secretaria-Geral informou ontem que o ofício não foi recebido, devido a um erro da PF, que o endereçou à "chefe de gabinete de Presidência da República". Diante disso, pediu o documento ao delegado, que o enviou ontem mesmo, por fax. "Seu conteúdo não tem nenhuma relação com as competências legais da secretaria e nada justificaria seu envio. Trata-se de um pedido de informações para o Ministério do Trabalho e sua eventual cobrança deveria ter sido feita ao órgão de Controle Interno do próprio ministério ou à CGU", alegou a secretaria, adiantando que devolverá o pedido aos dois órgãos.

O Ministério do Trabalho afirmou em nota que as contas da ADRVale estão sendo auditadas por uma força-tarefa, criada após a Operação Esopo, da PF, prender servidores da pasta. "Na medida em que os trabalhos forem sendo concluídos, os resultados serão divulgados." A reportagem não conseguiu contato com a ADRVale ontem.

Por Fábio Fabrini

FONTE: Blog do Edson Sombra

Defesa do Atlético de Madri admite que CR7 é mais decisivo que Villa

Às vésperas do clássico, colchoneros mostram preocupação com o português, mas lembram que rival perde qualidade de jogo com a saída de Özil


Cristiano Ronaldo gol Real Madrid contra Elche (Foto: AP)

 Cristiano Ronaldo, pelo Real Madrid, eDavid Villa, pelo Atlético, serão as estrelas do clássico que será disputado neste sábado, pela sétima rodada do Campeonato Espanhol. Os colchoneros, contudo, admitem que a estrela merengue tem mais chances de fazer a diferença na partida do que seu principal jogador.
- Nós temos David Villa, Diego Costa, Koke e Arda, que podem contribuir para a vitória. No entanto, o jogador mais decisivo é Cristiano Ronaldo. Ele pode ganhar qualquer jogo com os seus gols - disse o zagueiro uruguaio Godín.
O goleiro Courtois tem a mesma opinião. Em entrevista ao jornal "As", o belga definiu CR7 em uma palavra:
- Goleador.
Apesar do temor ao português, o arqueiro vê uma queda de rendimento no rival por causa da saída de Özil, que se transferiu no último dia da janela de transferências da Europa para o Arsenal.
- Sem ele, falta qualidade de jogo para o Real. Özil tem uma visão tremenda para dar o último passe entre as linhas e abrir o jogo.


Santos descarta fazer loucuras para renovar contrato de 'novo Neymar'

Neilton, que está na mira do Sevilla, tem contrato até maio de 2014, mas a partir do fim de novembro, pode assinar pré-contrato com qualquer clube


A diretoria do Santos descarta fazer loucuras para convencer o jovem atacante Neilton a renovar contrato. Cobiçado pelo Sevilla, da Espanha, o jogador tem vínculo com o Peixe até maio do ano que vem, mas pode assinar um pré-contrato com qualquer outro clube a partir do fim de novembro. Presidente do Alvinegro, Odílio Rodrigues garante que a diretoria não se sente intimidada com o interesse do time europeu pelo garoto.
- O Santos não sabe de proposta do Sevilla. A nossa proposta (para renovação de contrato) já está feita. É normal, semelhante a outras que foram feitas a jogadores que já renovaram. O Santos tem 102 anos. Vai ficar assustado com o quê? - argumentou o dirigente.
Neilton, atacante do Santos (Foto: Ricardo Saibun/Divulgação Santos FC)
Aos 19 anos, Neilton negocia sua renovação de contrato com o Peixe desde agosto. A diretoria do clube ofereceu R$ 30 mil mensais, mas a proposta não foi aceita - o jogador esperava um salário entre R$ 60 mil e R$ 100 mil.
Se o acordo com o Alvinegro está cada vez mais distante, um consenso com o Sevilla parece bem próximo. A oferta do clube espanhol é de € 700 mil (R$ 2,1 milhões) em luvas destinados ao atacante.
Outra dor de cabeça
Sobre Victor Andrade, atacante que estava relacionado para participar da excursão do time sub-23 à Ásia e se recusou a embarcar rumo ao Vietnã e à Indonésia, o presidente do Santos afirmou que o assunto será tratado internamente. O dirigente não adiantou se o jogador será punido ou não. O garoto, que completa 18 anos na próxima segunda-feira, tem vínculo com o clube até outubro de 2014 e multa rescisória de € 50 milhões (R$ 160 milhões).

Mortos por desabamento de prédio na Índia chegam a 42


O número de mortos pelo desabamento de um edifício residencial em Mumbai subiu para 42, segundo a equipe de resgate, que ainda realiza buscas nos destroços.
Entre 83 e 89 pessoas estavam no prédio quando ele desabou na manhã de sexta-feira, segundo moradores. A equipe de resgate já retirou 33 pessoas vivas dos destroços, mas parece não haver mais sinais de vida no local, disse Alok Awasthi, que lidera as buscas. Mesmo assim, ele afirmou que as operações vão continuar com a busca de cerca de 12 pessoas desaparecidas.
A causa do acidente ainda não foi confirmada, mas vizinhos reclamam dos padrões e da falta de manutenção, expressando o temor de que seus prédios sejam os próximos. Esse foi o terceiro colapso de um edifício a deixar mortos em seis meses na cidade. Fonte: Associated Press.
Preferindo a morte ao invés do despejo na China

Preferindo a morte ao invés do despejo na China - 1 (© Sim Chi Yin/The New York Times)

Habitantes de Zhuguosi, um vilarejo rural que será demolido para a construção da nova Cidade Financeira de Chengdu, montam guarda para evitar a entrada das equipes de demolição, nos arredores de Chengdu, China.
Nos últimos cinco anos, ao menos 39 agricultores chineses atearam fogo nos próprios corpos para protestar contra a desapropriação de suas terras, demonstrando como a nova onda de urbanização do país leva a confrontos violentos contra o Estado autoritário.

Preferindo a morte ao invés do despejo na China - 1 (© Sim Chi Yin/The New York Times)

Fotografia de He Zhihua, que foi morto por um rolo compressor enquanto se negava a sair de casa, em uma rodovia construída nos arredores de Chengdu, China.  

Preferindo a morte ao invés do despejo na China - 1 (© Sim Chi Yin/The New York Times)

Agricultora em Zhuguosi, um vilarejo rural que será demolido, de acordo com os planos de construção da nova Cidade Financeira de Chengdu, na China.

Preferindo a morte ao invés do despejo na China - 1 (© Sim Chi Yin/The New York Times)

Depois de reocuparem os apartamentos, habitantes de Zhuguosi jogam cartas na rua em Chengdu, China.

Primeiro filme saudita dirigido por uma mulher é candidato ao Oscar


Suliman al-Assad.
Riad, 28 set (EFE).- "O Sonho de Wadjda" (2012), o primeiro filme rodado totalmente na Arábia Saudita e dirigido por uma mulher, voltou a fazer história ao se tornar o primeiro que o país apresenta ao Oscar.
"Tentei com muito esforço fazer um filme sincero que representasse minha cultura, além de refletir a imagem da minha comunidade. Esta indicação (ao Oscar) é um reconhecimento por todos esses esforços", contou à Agência Efe a diretora Haifaa Al Mansur, por telefone.
A trama narra as restrições impostas à mulher saudita em um país conservador através da história de uma menina que sonha em ter uma bicicleta para brincar junto com o filho de seus vizinhos, Abdullah.
A intenção de Haifaa era fazer um filme do qual os sauditas tivessem orgulho e com o qual se identificassem, e ela não oculta seu desejo de que um dia o cinema chegue a fazer parte da cultura de seu país.
No lançamento da candidatura saudita ao Oscar, o presidente do comitê de indicações da Assembleia Saudita de Cultura e Arte, Sultan Bazie, explicou na semana passada que escolheram o filme porque ele "mostra a realidade como ela é".
"'O Sonho de Wadjda' possui todas as características exigidas pelo Oscar", afirmou Bazie sobre o filme, que ele acredita ter condições de ser selecionado como o melhor estrangeiro.
Apesar da permissão das autoridades, o filme não foi lançado na Arábia Saudita, país em que está proibida a abertura de salas de cinema e onde os produtores locais enfrentam grandes desafios para poder filmar dentro das cidades.
Haifaa conseguiu vencer estes obstáculos e gravar algumas cenas nas ruas de Riad e em escolas de meninas, sempre com a permissão do governo.
Mesmo assim, não pôde trabalhar diretamente com sua equipe porque teve que ficar dentro de um veículo e dirigir os câmeras por walkie-talkie.
"Riad tem uma magia especial que eu quis ressaltar no filme para que as pessoas pudessem conhecer a beleza do meu país", disse Haifaa.
"O Sonho de Wadjda" já estreou em salas de cinema de diferentes países do mundo e ganhou vários prêmios, como o de Melhor Filme e Melhor Atriz no Festival de Cinema Dubai e o de Público no Festival de Freiburg (Suíça).
Além disso, venceu o prêmio do Cicae (Confederação Internacional de Cinemas de Arte e Ensaio), que ocupou mais de três mil salas em 28 países europeus, durante o Festival de Cinema de Veneza de 2012.
No entanto, para Haifaa, não é só o reconhecimento internacional que importa, mas também o de seus compatriotas, que só puderam ver seu filme em DVD por causa da ausência de cinemas.
Além disso, o filme estreou no Bahrein, onde, ela garante que atraiu um bom número de membros da comunidade saudita que vivem no arquipélago.
Para a diretora, o interesse dos sauditas pelo filme é a prova das mudanças positivas no país.
"Queria passar uma imagem humanitária e bonita da Arábia Saudita, que surgisse do interior da sociedade para que todo o mundo pudesse conhecê-la de uma maneira diferente do que se publica nos jornais e nas revistas", explicou Haifaa.
No filme há uma crítica aguda a esta sociedade, embora de maneira sutil para não chocar diretamente os mais conservadores.
O objetivo de Haifaa é que o filme seja um marco no país, a partir do qual se inicie uma mudança profunda, afastado de polêmicas políticas.
"Eu respeito todas as ideologias, tanto a conservadora como a liberal - confessa -. Quero refletir sobre o meu caso, mas sem cair em frivolidades".
De fato, a história está inspirada na vida da produtora, que foi criada em uma pequena cidade da Arábia Saudita, submetida a muitas regras no seio de uma família tradicional, mas ao mesmo tempo aberta, o que permitiu que ela crescesse com mais liberdade que outras mulheres.
Haifaa estudou literatura no Cairo e cinema em Sydney, e atualmente vive com o marido, que é americano, e os dois filhos no Bahrein. Mas nada disso a impediu de se transformar na primeira cineasta saudita e nem a afastou de sua meta principal: fazer filmes que refletem a realidade de seu país. EFE

Papa pede para que guardas do Vaticano lutem contra a fofoca


Papa conversa com bispos

No pequeno Estado do Vaticano, que viveu no ano passado as intrigas do escândalo Vatileaks, o Papa Francisco atribuiu a seus guardas uma nova tarefa: a de evitarem, quando puderem, fofocas e calúnias.
"Peço-vos que defendam um ao outro das fofocas", pediu aos guardas encarregados da segurança do Vaticano.
"Peçamos a São Miguel (patrono arcanjo da polícia) para nos ajudar nesta guerra: nunca falar mal do outro, nunca abrir seus ouvidos a fofocas. E se eu ouvir alguém contando histórias, eu o faço parar! Eu digo: aqui você não pode, saia pela porta Santa Ana (entrada principal do Vaticano para os funcionários e visitantes) e termine lá fora a sua conversa", aconselhou o Papa.
"Não à discórdia", insistiu, explicando aos guardas reunidos para a missa diária na capela da residência Santa Marta que ninguém, nem mesmo ele, foi vacinado contra isso.
"Eu gostaria que vocês defendessem não só as portas e janelas do Vaticano, um trabalho necessário e importante, mas que defendessem as portas dos corações daqueles que trabalham no Vaticano", insistiu.
"É uma tentação que agrada o diabo, contra a unidade (...) e que procura criar a guerra interna, uma espécie de guerra espiritual e civil (....) Uma guerra que é travada por meio da linguagem", comentou.
O Papa fez referência aos ataques cruzados que sempre existiram na Santa Sé, mas que foram revelados nos vazamentos à imprensa italiana de documentos confidenciais e cartas recebidas por Bento XVI durante a escândalo do "Vatileaks" no ano passado.

Novo terremoto atinge Paquistão


Menino tenta retirar lama em meio aos escombros de sua casa destruída por terremoto

Sobreviventes de terremoto recebem tentas para abrigo

Um terremoto de magnitude 6,8 atingiu este sábado a província paquistanesa do Baluquistão (sudoeste), que tenta se recuperar do tremor que matou 350 pessoas e destruiu povoados inteiros na terça-feira.
O novo terremoto se produziu a 14 km de profundidade e foi localizado 96 km ao norte do distrito de Awaran, segundo o Centro Geofísico dos Estados Unidos (USGS).
Awaran foi a região mais afetada pelo terremoto de 7,7 graus de magnitude registrado na terça-feira.
"Não é uma réplica, e sim um novo terremoto", declarou à GEO Zahid Rafi, diretor do Centro Nacional de Vigilância Sísmica do Paquistão.
O tremor deste sábado fez com que os pacientes do hospital de Awaran feridos na terça-feira fossem retirados às pressas.
Centenas de casas foram destruídas e as linhas telefônicas na região de Mashkey, próximo do epicentro, foram danificadas, segundo Abdul Rasheed Balosh, funcionário público local.
"Muitas pessoas ficaram presas nos escombros. Essas são as primeiras informações que temos, as perdas (de vidas e materiais) são altas", declarou, sem dar mais detalhes.
O terremoto foi sentido em Karachi, no sul do Paquistão, e em Quetta, capital da província do Baluchistão, embora as duas localidades estejam a centenas de quilômetros do epicentro.
Quatro dias após o primeiro terremoto, muitos sobreviventes se queixam de não terem recebido a ajuda das autoridades, com grande dificuldade para chegar às áreas mais remotas da província de nove milhões de pessoas, com uma superfície comparável à da Itália.
Vários povoados, com suas casas precárias, ficaram totalmente arrasados pelo terremoto. Milhares de sobreviventes passaram novamente a noite ao relento e continuavam esperando ajuda de emergência.
O Baluquistão é a província mais pobre do Paquistão, apesar de suas importantes minas de ouro, zinco e cobre, e suas reservas de gás natural.
A província sofre com atos de violência contra a minoria muçulmana xiita e é cenário de ataques dos talibãs, assim como de confrontos entre os rebeldes separatistas do Exército de Libertação do Baluquistão e as forças governamentais.
As autoridades paquistanesas acusam os rebeldes de bloquear o transporte de ajuda a seus redutos, principalmente em Mashkey, um dos locais mais afetados.
Na quinta-feira, vários foguetes foram disparados contra o helicóptero do chefe dos serviços de emergência paquistaneses, que sobrevoava as regiões atingidas pelo terremoto.
O exército paquistanês foi mobilizado para socorrer os sobreviventes dos seis distritos — Awaran, Kech, Gwadar, Panjgur, Chaghi e Khuzdar — mais afetados e com uma população de mais de 300.000 pessoas.
As autoridades paquistanesas decretaram estado de emergência em parte do Baluquistão.

Dois membros do Hezbollah são mortos em confrontos no Líbano


Policial libanês caminha por ruas da capital

Dois membros do Hezbollah xiita libanês foram mortos neste sábado em um tiroteio com sunitas armados em Baalbek, a maior cidade do leste do Líbano, indicou à AFP uma fonte dos serviços de segurança.
Este é o incidente mais grave entre sunitas e xiitas na cidade de maioria xiita e reduto do poderoso partido armado Hezbollah.
"Membros da família Chiyah (sunita) dispararam contra uma barreira do Hezbollah no centro de Baalbeck, que foi obrigado a responder. O incidente se transformou em um confronto, que terminou com a morte de dois membros do Hezbollah", explicou a fonte.
Cinco pessoas também ficaram feridas, incluindo transeuntes e membros da família xiita.
Quarta-feira, um primeiro incidente foi registrado na cidade, quando uma troca de tiros entre membros de uma família sunita e o Hezbollah feriu um membro do partido e dois transeuntes.
O Hezbollah montou postos de controle em seus redutos no Líbano depois de dois ataques nos subúrbios ao sul de Beirute.
Estas tensões ocorrem no momento em que o Líbano está profundamente dividido sobre o conflito sírio, entre partidários do regime de Damasco, liderados pelo Hezbollah, que luta ao lado do exército sírio, e seus opositores, liderados pelo ex-primeiro-ministro sunita Saad Hariri.

Quênia teria sido alertada sobre perigo de ataque


Mulher caminha em frente ao shopping Westgate

O governo do Quênia teria sido advertido, especialmente por parte de Israel, sobre o alto risco de um atentado, pouco antes do ataque ao centro comercial Westgate de Nairóbi que deixou pelo menos 67 mortos, mas não reagiu, segundo fontes da segurança.
Vários ministros quenianos e chefes de diversos serviços de segurança foram informados pelos principais aliados do Quênia em matéria de segurança sobre os planos de um grande ataque em setembro, indicaram as fontes à AFP neste sábado.
Entre outros, "Israel havia alertado sobre possíveis ataques contra seus interesses econômicos" no Quênia. Mas, "fora o fato de transmitir (o relatório mencionando o perigo) de um escritório para outro, nada foi feito", assegura uma das fontes da segurança.
Desde o final de 2012, outros relatórios foram enviados para a polícia e o exército quenianos advertindo sobre "ameaças contra alvos específicos, incluindo Westgate", segundo outra fonte que pediu anonimato, "mas ninguém pareceu levá-los a sério".
"Ninguém pode dizer que não foi alertado do perigo de um ataque", ressaltou.
Os principais jornais do país publicaram neste sábado trechos do relatório dos serviços quenianos mencionando o perigo de ataque.

Líder de partido neonazista grego é preso


Policiais isolam entrada de delegacia onde estão detidos membros do Aurora Dourada

Partidários do Aurora Dourada manifestam contra prisões

As autoridades gregas prenderam neste sábado o líder histórico e vários deputados do partido neonazista Aurora Dourada, dez dias após o assassinato de um músico antifascista por um membro deste partido.
A operação coincide com as negociações da Grécia para obter um novo pacote de ajuda para sua economia em crise e a poucos meses do país assumir, em 1º de janeiro, a presidência rotativa da União Europeia.
A polícia antiterrorista grega prendeu no início desta manhã o líder e deputado do Aurora Dourada, Nikos Michaloliakos, fundador do partido em 1980, assim como outros três deputados da formação neonazista (de um total de 18), incluindo seu porta-voz Ilias Kassidiaris.
Segundo fontes judiciárias, a justiça considera o partido uma "organização criminosa". Os detidos também são acusados de violência física e morte.
Doze membros do partido também foram detidos em várias regiões do país. A operação deve conduzir à novas prisões nas próximas horas porque há trinta mandatos de prisão emitidos pela Suprema Corte contra militantes ou deputados do Aurora Dourada.
Em seu site, o partido neonazista convocou uma manifestação para protestar contra uma "decisão ilegal". Algumas centenas de simpatizantes do Aurora Dourada se reuniram em frente às delegacias onde estão os suspeitos.
"A democracia tem seus meios de se defender", advertiu o porta-voz do governo, Simos Kédikoglou, à televisão Skaï, poucos minutos após a prisão.
O assassinato do jovem músico antifascista, Pavlos Fyssas, de 34 anos, na periferia de Atenas por um membro do Aurora Dourada gerou comoção em todo o país.
A polícia grega, acusada de passividade frente ao Aurora Dourada, partido suspeito de estar por trás de ataques contra imigrantes, intensificou nos últimos dias as operações contra os neonazistas.
No início da semana, alguns oficiais da polícia foram suspensos ou demitidos por não investigarem a presença de armas em escritórios da organização neonazista.
Desde a morte do músico, a imprensa grega multiplica suas revelações contra o Aurora Dourada, que teria ligações com empresários e as Forças Armadas, e testemunhas descrevem com precisão o funcionamento da organização.
Paralelamente, a Suprema Corte realiza investigações e reúne provas para caracterizar o Aurora Dourada como "uma organização criminosa".
Dezenas de testemunhas - jornalistas, ex-membros do partido, eleitos, líderes sindicais ou de associações - foram ouvidos pelo tribunal.
A pedido do governo, os juízes reabriram várias investigações sobre mais de trinta crimes imputados a membros do Aurora Dourada nos últimos meses.
Desde outubro de 2011, cerca de 300 casos de abuso e violência contra estrangeiros que vivem na Grécia foram registrados e documentadas pela rede antirracista Dyktio e associações de direitos humanos.
"Estamos satisfeitos que o movimento antifascista e antirracista conseguiram obrigar o primeiro-ministro Antonis Samaras e o ministro da Ordem Pública Nikos Dendias realizar as prisões", reagiu a associação Keerfa, pilar da luta contra o racismo, acusando os dois líderes políticos de "há muito tempo protegerem a ação de neonazistas".
Milhares de gregos manifestaram quarta-feira contra o fascismo no país.

Mortos em prédio que desabou na Índia chegam a 33


Parentes de vítimas mantêm vigília neste sábado no local onde um edifício residencial desabou na sexta-feira, matando pelo menos 33 pessoas, em Mumbai. A causa do acidente ainda não foi confirmada, mas vizinhos reclamam dos padrões e da falta de manutenção, expressando o temor de que seus prédios sejam os próximos. Esse foi o terceiro colapso de um edifício a deixar mortos em seis meses na cidade.
A equipe de resgate já retirou 32 pessoas vivas dos destroços, mas com as operações de busca adentrando o segundo dia, somente uma pessoa ainda está viva sob os escombros, segundo Alok Awasthi, que lidera as buscas.
O prédio de cinco andares, que abrigava funcionários do governo municipal de Mumbai, desabou no início da sexta-feira. Na noite de ontem, uma pequena menina foi retirada dos destroços após 12 horas do colapso.
Mas, na medida em que as buscas continuaram, muitos corpos foram encontrados. Awasthi disse que o número de mortos estava em 33 na tarde deste sábado, no horário local. Mesmo assim, segundo ele, as buscas vão continuar, uma vez que cerca de 30 pessoas, das 80 que estavam no prédio, ainda estão desaparecidas. Fonte: Associated Press.