MUNDO
Com mais de 2 milhões painéis solares, usina hidrelétrica fotovoltaica pode carregar 15 mil veículos elétricos em apenas uma hora
A maioria dos países ao redor do mundo estabeleceu metas ambientais para reduzir as emissões e alcançar a neutralidade de carbono nos próximos anos, mas a China está liderando a corrida, e de longe. Ela está a caminho de dobrar sua capacidade e produzir 1.200 gigawatts de energia eólica e solar até 2025 – mais do que o resto do mundo combinado – atingindo a meta de 2030 que havia estabelecido cinco anos antes.
Agora, com uma economia em crescimento, a China está realizando dezenas de projetos de infraestrutura de grande escala. Uma delas é a maior usina combinada de energia solar e hidrelétrica do mundo. Esta usina hidrofotovoltaica está localizada na bacia do rio Yalong da Prefeitura Autônoma do Tibete de Garze, na província de Sichuan.
A maior do mundo
A usina cobre uma área de mais de 16 quilômetros quadrados e compreende mais de 2 milhões de painéis solares. Tem capacidade instalada de 1 GW e terá capacidade de geração de 2 GWh por ano, o que, para se ter uma ideia, equivale ao consumo de energia de mais de 700 mil residências durante um ano.
Ela também poderia carregar totalmente 15 mil veículos elétricosem apenas uma hora. No total, com tudo que a usina oferece, ela pode economizar mais de 600 mil toneladas de carvão padrão por ano, reduzindo as emissões de dióxido de carbono em mais de 1,6 milhão de toneladas.
O objetivo da usina hidrelétrica fotovoltaica
A usina de Kela é apenas uma parte de um enorme projeto renovável que produzirá energia limpa ao longo do rio Yalong para até 100 milhões de lares, quase a mesma população dos EUA. E para isso, neste caso, optou-se por combinar a energia solar com a hidrelétrica: uma forma de equilibrar as oscilações da energia solar, que gera mais eletricidade durante o dia e menos à noite e mais nos dias ensolarados do que nos nublados.
Também possibilita gerar energia por períodos mais longos, já que a energia solar se beneficia nas estações secas e a hidrelétrica nas estações mais chuvosas. O objetivo é, no final das contas, evitar o desperdício inerente à dependência do clima.
Uma construção complicada
Em termos de engenharia civil, a usina é titânica. Um total de 527 mil estacas de fundação fotovoltaicasforam instaladas e quase 50 mil toneladas de aço foram usadas para a construção.
Um dos obstáculos era que ela está localizado em uma montanha a 4.600 metros acima do nível do mar e mil metros acima de Lhasa, a cidade mais alta do mundo, o que também a torna o projeto de maior altitude do gênero no planeta. Por causa disso, os construtores enfrentaram condições extremas e frio congelante.
A tendência
O projeto se tornou um elemento-chave diante da meta da China de ser neutra em emissões até 2060, algo que pode ser alcançado antecipadamente se o país asiático continuar nesse caminho.
Uma tendência que foi acelerada pela variedade de políticas energéticas que o governo implementou nos últimos anos, incluindo subsídios para incentivar os desenvolvedores, bem como regulamentações para pressionar governos provinciais e empresas.
A capacidade solar em escala de utilidade da China já atingiu 228 GW, mais do que o resto do mundo combinado. E também fez grandes avanços na capacidade eólica: a capacidade combinada onshore e offshore é agora superior a 310 GW, o dobro do nível de 2017 e equivalente aos próximos sete principais países combinados.
Com novos projetos na Mongólia Interior, Xinjiang, Gansu e na costa, a China está a caminho de adicionar outros 371 GW até 2025, o dobro do que já possui
Fonte:Equipe IGN Brasil
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