sexta-feira, 30 de junho de 2023

TSE forma maioria para tornar Bolsonaro inelegível

 POLÍTICA 

Bolsonaro em evento com deputados do PL em SP - Danilo Verpa-26.jun.23/Folhapress 


O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) formou maioria hoje para tornar Jair Bolsonaro (PL) inelegível. O placar está em 4 a 1 contra o ex-presidente —faltam dois votos.

O que aconteceu

A ministra Cármen Lúcia é a primeira a votar no quarto dia de julgamento. . No início de sua fala, ela já adiantou que iria acompanhar o voto do relator, ou seja, ser a favor da inelegibilidade do ex-presidente por oito anos —a contar das eleições de 2022.

Faltam votar o ministro Kassio Nunes Marques e o presidente do TSE, Alexandre de Moraes. A expectativa é que Nunes Marques seja contrário a inelegibilidade do ex-presidente —ele tem sido pressionado por bolsonaristas.

O ministro Raul Araújo, único a ir contra o relator até o momento, não está presencialmente na sessão. Segundo Moraes, o colega acompanha o julgamento "por videoconferência".

Bolsonaro é investigado pela reunião com embaixadores. Nela, ele atacou, sem provas, a credibilidade do sistema eleitoral. O encontro foi transmitido pela estatal TV Brasil, em julho de 2022.

O segundo investigado, ex-candidato à vice, general Braga Netto, já foi absolvido por 5 votos —na opinião dos ministros, ele não tem relação direta com o encontro. 

Como foram os votos no julgamento

O primeiro voto foi do relator da ação, o ministro Benedito Gonçalves, que foi favorável à inelegibilidade de Bolsonaro. Ele afirmou que o político foi "integral e pessoalmente" responsável pela concepção intelectual e realização da reunião. 

Ontem, três ministros votaram —Raul Araújo divergiu do relator. Nas últimas semanas, o ministro vinha sendo pressionado por aliados de Bolsonaro para pedir vista (mais tempo para análise), o que poderia adiar o processo por 30 ou até 60 dias.

Alguns dos ministros, como Cármen Lúcia, chegaram a interromper Raul para contestar as citações dele à minuta golpista. No início do voto, ele se manifestou contra a inclusão do documento encontrado na casa do ex-ministro Anderson Torres. Os integrantes da Corte afirmaram que o "foco" do julgamento foi a reunião convocada por Bolsonaro com embaixadores.

Terceiro a votar, Floriano de Azevedo Marques Neto seguiu o relator e apontou intenções eleitoreiras de Bolsonaro ao convocar a reunião. O ministro disse que ter um entendimento contrário a isso seria dar uma "pirueta".

André Ramos Tavares foi o último a votar ontem e também foi favorável à inelegibilidade. Para o ministro do TSE, não houve um "mero diálogo institucional", mas uma fala coordenada para manipular com mentiras os eleitores.

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