quinta-feira, 4 de março de 2021

Procuradoria no DF abre inquérito civil para apurar atos de Pazuello

 POLÍTICA 

Um dos questionamentos é o uso de recursos públicos para compra de cloroquina e ivermectina


A Procuradoria da República no Distrito Federal pediu a abertura de um inquérito civil para apurar supostos atos de improbidade administrativa cometidos pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, no combate à pandemia de covid-19. Um dos pontos questionados é o uso de recursos públicos para compra de medicamentos contraindicados para o tratamento da doença, como a cloroquina e a ivermectina.

Além disso, o inquérito também deverá investigar se houve omissão do órgão na aquisição de vacinas, a baixa execução orçamentária da pasta e a falta de destinação de equipamentos e insumos ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Entre os pedidos apresentados pelo Ministério Público Federal (MPF) está um para que os comandos do Exército e da Aeronáutica informem quais órgãos foram mobilizados e qual o total gasto com a “produção, aquisição, distribuição de cloroquina" em 2020 até agora.

Pazuello promete vacinação simultânea — Foto: pablo Jacob/Agência O Globo
Pazuello promete vacinação simultânea — Foto: pablo Jacob/Agência O Globo 

Também solicitou que o Conselho Federal de Medicina manifeste, no prazo de dez dias, sua posição sobre a utilização do aplicativo TrateCov, lançado pelo Ministério da Saúde, e que recomendava o chamado "tratamento precoce" a pessoas com supostos sintomas de covid-19. Ao Ministério da Saúde, cobrou explicações sobre por que a pasta decidiu retirar do ar o aplicativo.

Além disso, a procuradoria quer que a empresa Pfizer relate como foram as negociações com o governo para a compra de vacinas. Quer também que o laboratório Merck, fabricante da ivermectina, esclareça se é a posição oficial da empresa o comunicado que alertava para a ausência de base científica e evidências significativas de que o medicamento teria eficácia contra a covid-19.

Sobre as vacinas, o Ministério Público Federal também pediu informações ao Instituto Butantan e à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Também foram solicitadas informações sobre a aprovação dos imunizantes à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).


Fonte: Valor, Isadora Peron 


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