quinta-feira, 4 de março de 2021

Guedes: Brasil pode virar Argentina em 6 meses e Venezuela em 1 ano e meio

 BRASIL

Ministro da Economia sugeriu esses prazos se houver descontrole de gastos, alta da taxa de juros e falha em crédito de banco público


Guedes alertou para o risco de o Brasil se tornar uma nova Argentina ou Venezuela
Marcelo Camargo/Agência Brasil - 05.02.2021


ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira (2) que o Brasil poderá se tornar uma nova Argentina dentro de seis meses ou ainda uma Venezuela no período de 1 ano e meio. A declaração de Guedes foi dada ao youtuber Thiago Nigro, do canal Primo Rico, em podcast gravado na última sexta-feira (26) e que foi ao ar hoje.

A condição para isso seria continuar as políticas públicas de governos anteriores, que beneficiavam grandes empresas com empréstimos de bancos públicos, e o descontrole dos gastos do governo, aliado à escalada da taxa básica de juros.

"Para virar a Argentina, seis meses. Para virar a Venezuela, um ano e meio. Se fizer errado, vai rápido. Agora, quer ir para o outro lado? Quer virar Alemanha ou Estados Unidos? 10 ou 15 anos na outra direção", afirmou superministro e chefe da área econômica do governo.

Guedes repetiu que "o Brasil era o paraíso dos rentistas e o inferno dos empreendedores, mas era uma promessa falsa". Em seguida, questionou: "Quem é que vai pagar 7% ao ano [para o rentista] lá na frente?"

Pouco antes desse trecho, o ministro da Economia destacou que, "para construir uma nação forte, você leva às vezes décadas, e, para construir um desastre econômico, são alguns meses, na pior das hipóteses, anos".

"Um, dois ou três anos e você estraga tudo. Agora, para construir uma nação forte, você leva 10, 15 anos de boas políticas bem desenhadas", explicou.

Para Guedes, inclusive, a prática de emprestar dinheiro de bancos públicos a grandes companhias brasileiras criava, no final, o ciclo que impulsionou campanhas eleitorais no passado. 

"Então, [são] dois caminhos diferentes: um é o caminho da miséria, em que você continua fazendo gastos descontrolados, mal focalizados, dando dinheiro para empresa campeã, que é grande e podia ir no mercado pegar recurso. [...] O sujeito pega dinheiro no banco público, com ajuda dos governantes, e depois financia campanha do pessoal que ajudou", disse.

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