28/09/2020 - Márcia Rosa/Governo do Tocantins
Apesar de os registros de denúncias de violências contra mulher responderem por altos índices nas estatísticas, além de ser a principal causa de feminicídio no Brasil e no mundo, o que se nota ainda é a culpabilização da vítima, bem como as relações de dependências emocionais e financeiras, mitos, preconceitos e comportamentos sexistas que levam à subnotificação desse tipo de violência de gênero.
Nesse sentido, a Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju) esclarece alguns comportamentos e motivos da relação da vítima e da família com o agressor que a impede de denunciar. O objetivo é sensibilizar e despertar, na sociedade, o comportamento de prevenção e de enfrentamento a esse crime, auxiliando a vítima a quebrar o ciclo da violência e buscar ajuda.
De acordo com a gerente de Políticas e Proteção às Mulheres da Seciju, Flávia Martins, a dependência é um dos fatores que encadeiam outros impedimentos para a quebra do ciclo de violência. “A maioria das mulheres não denunciam seus agressores por ter uma grande dependência, tanto financeira como psicológica e emocional. Existe o medo de recomeçar e se manter sozinha, às vezes não acredita que é possível reconstruir a vida. Com isso, ela acaba se submetendo a viver com seu agressor mesmo sofrendo essas violências, mas é muito importante buscar ajuda profissional para conseguir se desvincular desse ciclo de violência em que vive e encontrar força em si mesma”, conclui.
Subnotificação
De acordo com o Instituto Maria da Penha, a mulher sofre vários tipos de violências podendo ser física, moral, psicológica, sexual e patrimonial, praticadas de maneira isolada ou não (https://cidadaniaejustica.to.gov.br/noticia/2020/9/10/a-violencia-domestica-contra-mulher-presente-desde-insultos-controle-dos-bens-ate-a-agressao-fisica/).
Além disso, um balanço de 2019 da Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) sobre violência contra mulher, apresentado pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, revelou que as agressões estão diretamente relacionadas aos companheiros, cônjuges e ex-companheiros das vítimas.
Esse retrato mostra que, por vezes, as vítimas não denunciam seus agressores por diversos fatores que vão desde o envolvimento emocional, a dependência financeira especialmente quando há filhos, o que leva muitas mulheres a continuarem sendo vítimas de agressão; relacionamentos abusivos no quais as vítimas têm dificuldade de reconhecer determinadas posturas como agressivas, em especial quando não há violência física; e a falta de credibilidade dada às mulheres ao trazerem à tona a violência, consideradas muitas vezes a responsável por provocar a agressão.
Onde procurar ajuda
As mulheres vítimas de violência podem procurar a Central de Atendimento à Mulher, por meio do 180; a Defensoria Pública do Tocantins (Araguaína e região: 3411-7418, Gurupi: 3315-3409 e 99241-7684, Palmas: 3218-1615 e 3218-6771, Porto Nacional: 3363-8626); a Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Araguaína: 3411-7310/ 3411-7337, Palmas Centro: 3218-6878 / 3218-6831, Palmas Taquaralto: 3218-2404); a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher e Vulneráveis (Arraias: 3653-1905, Colinas: 3476-1738/ 3476-3051, Dianópolis: 3362-2480, Guaraí: 3464-2536, Gurupi: 3312-7270/ 3312-2291, Miracema: 3366-3171/ 3366-1786, Paraíso: 3361-2277/ 3361-2744 e Porto Nacional: 3363-4509/ 3363-1682); o Disque Direitos Humanos, por meio do número 100; o Ministério Público do Estado do Tocantins, no 0800. 646. 5055; a Política Militar, no 190; e o Site do Ministério dos Direitos Humanos: ouvidoria.mdh.gov.br. O aplicativo de Direitos Humanos e o Site da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos (ONDH) podem ser acessados pelo WhatsApp e Telegram, bem como o Aplicativo Magazine Luiza.
Edição: Caroline Spricigo
Revisão Textual: Marynne Juliate
Governo do Tocantins

Nenhum comentário:
Postar um comentário