No cenário de pandemia, governador Helder Barbalho avalia em entrevista a economia e os desafios da questão ambiental
17/07/2020 19h41 - Atualizada em 17/07/2020 23h26
Por Dayane Baía (SECOM)
Por Dayane Baía (SECOM)
Em entrevista ao "Papo com Editor", do Broadcast Político (TV Estadão), o governador do Pará, Helder Barbalho, avaliou o comportamento da economia no Estado no primeiro semestre de 2020, destacando a retomada de regularidade da arrecadação, e ainda os desdobramentos da pandemia de Covid-19 e os desafios da questão ambiental.
Sobre o cenário econômico, o governador ressaltou que, apesar da pandemia, a receita estadual ficou acima do estimado. Em abril, o impacto da crise sanitária apontava para uma perda de R$ 2,5 milhões. “Nós tivemos, surpreendentemente, um comportamento de receita acima do que havíamos estimado. Particularmente o PIB (Produto Interno Bruto) do Estado, com a elevação das exportações, fez com que o impacto fosse reduzido, com destaque para atividades de mineração e agronegócio, dois pilares centrais da economia paraense. Excepcionalmente, no mês de maio tivemos de fato uma queda importante de aproximadamente 20% na arrecadação; os outros meses tiveram um comportamento equiparado a 2019, o que nos fez ter uma perda real praticamente insignificante, o que não quer dizer que não tenhamos perda do que projetamos para o ano”, enfatizou Helder Barbalho na entrevista, concedida na quinta-feira (16).
Governador Helder Barbalho na entrevista ao ″Papo com Editor″, do Broadcast PolíticoFoto: Divulgação

Segundo o chefe do Executivo, os segmentos da mineração e do agronegócio têm destaque no mercado externo, e foram favorecidos pela elevação do dólar. Além da retomada da arrecadação, os resultados permitirão tanto o cumprimento das responsabilidades fiscais, quanto a manutenção do plano de investimentos. “Nós tivemos, nos primeiros cinco meses de 2020, a média histórica, o maior percentual de investimentos da história do Estado, 8,06%. Em 2019, chegou a 6%. Graças ao planejamento, à captação de recursos, a reserva para investimento nos fez enfrentar o primeiro semestre de maneira exitosa. Estamos com o pacote de investimentos para o segundo semestre e a continuação de obras contratadas para o início de 2021 perto de 2 bilhões de reais, que estão em andamento”, afirmou Helder Barbalho.
Pandemia – A proliferação do novo coronavírus comprometeu diretamente atividades econômicas importantes. Entretanto, as medidas de combate adotadas pelo governo do Estado favoreceram a tendência de queda do contágio, permitindo o retorno gradual de setores da economia, considerando a dinâmica de circulação do vírus em um Estado com dimensões territoriais (1.248.000 km²) correspondentes às áreas de Portugal, Espanha e França juntos.
Para o governador, a manutenção de vidas sempre foi prioridade, e as medidas adotadas foram pautadas na ciência e no conhecimento técnico. “Nós fomos o primeiro Estado a decretar lockdown, e nas últimas semanas podemos dizer que somos o Estado que mais reduz o percentual de contágio e o número de óbitos, graças a Deus! Em nosso sistema de saúde estamos com 36% de ocupação de leitos clínicos e 55% de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Portanto, isto tudo nos permite ter tranquilidade, que também é fruto, em algum momento, de atitudes que conflitaram com interesses, polemizaram, já que lamentavelmente o Brasil ficou nessa discussão política, seja do isolamento ou do protocolo médico”, enfatizou.
Apesar dos bons resultados na luta contra a Covid-19, Helder Barbalho demonstrou sua solidariedade aos que perderam a luta contra a doença, e reafirmou o compromisso de continuar agindo para salvar vidas.
As estratégias de combate à pandemia continuam. Nesta sexta-feira (17), foram entregues o Hospital de Campanha de Altamira, com 60 leitos para tratamento exclusivo da doença, dos quais 10 são de UTI, e o Hospital Público Geral de Castelo dos Sonhos, distrito do município, à margem da Rodovia BR-163 (Cuiabá-Santarém).

Ele mencionou outro aspecto das aquisições, como a lei da oferta e da procura de itens médicos disputados por vários países. “Nesse momento há de se ter muita serenidade, resiliência, tranquilidade e, claro, separar aqueles que se valeram do caos para lesar a população”, frisou o governador.
Desmatamento e queimadas – Na entrevista, Helder Barbalho também abordou o aumento do desmatamento no Pará. “O primeiro semestre é chuvoso na Amazônia e acaba dificultando o aferimento por tecnologia, em face ao adensamento de nuvens que comprometem a fotografia real do desmatamento. Houve um importante incremento, com a antecipação da Operação Verde Brasil, medida necessária quando a ostensividade das atividades de fiscalização, comando e controle aconteceram. Nós fomos o primeiro Estado a pedir a operação no território, solicitando que a fiscalização ocorresse não apenas em áreas federais, mas também nas estaduais”, informou.
Ações adotadas pelo Governo do Pará mereceram destaque, como a Força Estadual de Combate ao Desmatamento, que já está em campo. É a primeira ação do policiamento ambiental que se soma à Polícia Militar, ao Corpo de Bombeiros, à Polícia Civil e às estruturas municipais para garantir fiscalização. “Precisamos também estruturar a Política de Regularização Fundiária, de fortalecimento das ações técnicas para mudar a lógica das ações rurais ostensivas, e passar à cultura intensiva, para efetivamente não precisar desmatar para produzir mais. Ainda temos baixa produtividade na relação por hectare, o que pode ser uma oportunidade, inclusive em contraponto a esta lógica. O fortalecimento da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a conjunção de esforços com os institutos tecnológicos dos estados são muito importantes, e o acesso a crédito”, frisou o governador.
Helder Barbalho ressaltou a importância da liderança exercida pelo vice-presidente da República, Hamilton Mourão, no Conselho da Amazônia. Para o governador do Pará, a discussão sobre temas fundamentais para a região não deve ficar restrita ao âmbito do meio ambiente; deve se estender à economia e ao fomento, possibilitando às pessoas acesso desburocratizado. “É preciso também envolver o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para a regularização fundiária; a Funai (Fundação Nacional do Índio) para as questões indígenas; a Fundação Palmares nas questões quilombolas, e o Ministério da Agricultura para dialogar sobre oportunidades e vocações nos diversos cultivos importantes e também na pecuária, e em outras proteínas produzidas na nossa região”, disse o governador.
agência brasília
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