EDUCAÇÃO
A seleção do novo titular se transformou numa disputa nos bastidores entre a ala militar e ideológica. Bolsonaro segue sem previsão de anunciar nome
Secretário de Educação do Paraná, Renato Feder
Divulgação
O secretário de Educação do Paraná, Renato Feder é, neste momento, o favorito para assumir o Ministério da Educação. Seu nome, contudo, provoca dúvidas no Palácio do Planalto. Diante de impasse, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) segue sem previsão de anunciar o novo titular.
O último ministro, Carlos Decotelli, foi resultado de uma articulação feita pelos ministros militares. A seleção do novo titular, inclusive, se transformou numa disputa nos bastidores entre a ala militar e ideológica. Diante do embate, Bolsonaro pode optar pela terceira via – no caso, Feder.
Feder foi o quinto maior doador entre pessoas físicas da campanha de João Doria (PSDB) para a Prefeitura de São Paulo, em 2016. A possível relação entre o cotado e o tucano, no entanto, provoca dúvidas em Bolsonaro.
De acordo com interlocutores do presidente, o anúncio ainda não foi feito por que existe preocupação por parte do governo federal com a base olavista, de Olavo de Carvalho, nas redes sociais.
A ala ideológica entende que o novo ministro deve ser diferente de Abraham Weintraub, que ficou cerca de 14 meses no cargo, mas defende um nome que tenha ciência do suposto aparelhamento da pasta à esquerda.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) escolheu, nesta sexta-feira (3), o secretário de educação do Paraná, Renato Feder, para assumir o Ministério da Educação.
A decisão pelo nome de Feder confirma, conforme antecipou o R7, que o nome do secretário estava no radar antes de Carlos Decotelli ser nomeado.
O currículo de Feder, de acordo com informações que constam da página da Secretaria de Educação e Esportes do Paraná, possui graduação e mestrado em instituições de ensino de São Paulo.
Feder se formou em Administração pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e fez mestrado em Economia na USP (Universidade de São Paulo). Ainda foi professor da EJA (Educação de Jovens e Adultos), deu aulas de matemática por 10 anos e foi diretor de escola por 8 anos. O currículo inclui ainda assessoria voluntária da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo.
Aos 24 anos, em 2003, assumiu uma empresa de tecnologia, que se tornou bilionária. Deixou o cargo de CEO da empresa para assumir a secretaria do Paraná.
Leia mais: Novo ministro enfrenta velhos desafios na Educação
Agora, como titular do ministério, terá que assumir uma frente para coordenar uma resposta educacional em relação à pandemia do novo coronavírus. Entre os principais desafios, estão a realização das provas do Enem (Exame Nacional de Ensino Médio) e volta às aulas.
Ministério da Educação
O último titular da pasta foi resultado de uma articulação feita pelos ministros militares do Planalto. A seleção do novo ministro, inclusive, se transformou numa nova disputa entre a ala militar e ideológica.
Carlos Decotelli, o último a exercer a função de ministro da Educação, deixou o cargo na última terça-feira (30) após cinco dias. A demissão foi a maneira avaliada para encerrar a crise com as inverídicas informações no currículo dele.
Bolsonaro anunciou Decotelli para a Educação no dia 25, por meio de redes sociais. Na ocasião, escreveu que o nomeado era bacharel em Ciências Econômicas pela UERJ, mestre pela FGV, doutor pela Universidade de Rosário (Argentina) e pós-doutor pela Universidade de Wuppertal (Alemanha).
No entanto, o próprio reitor da Universidade Nacional de Rosário negou que Decotelli tenha obtido o título. Depois, a Universidade de Wuppertal também negou que o nomeado possuía a certificação de pós-doutor.
Em seguida, mais uma incoerência, desta vez, com instituições brasileiras. A FGV informou que Decotelli não foi professor da fundação, como o próprio registrou em seu currículo, além de abrir investigação para apurar suspeita de plágio em sua tese de mestrado. Decotelli, após as contestações, alterou o próprio currículo.
As incoerências em sua formação profissional ameaçaram o titular na pasta, que caiu após cinco dias, antes mesmo de tomar posse. Decotelli foi o terceiro ministro da Educação no governo de Jair Bolsonaro, após problemáticas gestões de Ricardo Vélez e Abraham Weintraub - sendo este último investigado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Celso de Mello deu o prazo de cinco dias para que o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, apresente informações sobre as orientações do governo federal sobre o uso da cloroquina contra o novo coronavírus.
A solicitação do ministro do STF ocorre após ação movida pela CNTS (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Saúde), que questiona as orientações publicadas em 20 de maio pelo Ministério da Saúde.
O documento consta orientações sobre o uso do medicamento nos estágios iniciais da covid-19 e atendeu, na época, um desejo pessoal do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
No dia seguinte à divulgação do protocolo, o Conass (Conselho Nacional dos Secretários de Saúde) questionou em nota as orientações e pediu união entre os três níveis de governo – federal, estadual e municipal, no combate à pandemia da covid-19.
O jornalista Oswaldo Eustáquio negou em depoimento à PF ter propagado mensagens contra as instituições ou mensagens defendendo a intervenção militar. O R7 Planalto teve acesso à integra da oitiva.
No depoimento, o jornalista, preso desde sexta-feira (26) pela PF no âmbito do inquérito do STF que apura o financiamento de atos antidemocráticos no País, diz que participou de atos considerados antidemocráticos fazendo cobertura jornalística e que não defende intervenção militar, mas "uma intervenção popular, pelo voto".
Eustáquio, que é casado com uma secretária do governo Bolsonaro, diz não conhecer pessoas do governo, além da sua mulher, e que não recebe ou recebeu recursos públicos por seu trabalho jornalístico. Admite, no entanto, ter trabalhado na assessoria de comunicação do governo de transição até 31 de dezembro de a convite de "uma coalisão de pessoas que conheciam o seu currículo como jornalista".
Ele disse ainda que tem relações pessoais (amigo pessoal), mas não profissionais com a ativista Sara Winter, e disse o mesmo em relação a Allan dos Santos. Disse ter amigos comuns a Otávio Fakhoury e que não conhece Luís Felipe Belmonte, outros alvos das investigações.
Habeas corpus
A defesa do jornalista Oswaldo Eustáquio vai entrar com um pedido de habeas corpus ao STF (Supremo Tribunal Federal), alegando que o jornalista já prestou depoimento, tem endereço fixo e não estava em fuga quando foi detido. Ele foi preso perto da fronteira, mas de acordo com a defesa, estava na região por ter parentes e por estar fazendo trabalho jornalístico sobre abertura do comércio no Paraguai durante a pandemia.
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OEI lança concurso de audiovisual para novos roteiristas
Thiago Nolasco, da Record TV 02/07/2020 - 14:16
OEI lança concurso de audiovisual para novos roteiristas
OEI lança concurso de audiovisual para novos roteiristas
Pixabay
A OEI (Organização dos Estados Ibero-Americanos) publicou nesta quarta-feira (1°) edital de concurso de audiovisual para novos roteiristas. Os selecionados contarão com ajuda financeira que pode chegar até R$ 15 mil, dependendo da categoria.
O projeto vai selecionar 45 roteiros de estreantes que participação de formações e rodada de investimentos com produtoras brasileiras. O edital quer descobrir roteiristas e capacitá-los, por meio de treinamentos com os chamados script doctors e conferência com grandes roteiristas do país.
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Após a formação, vão poder participar de um evento promovido pela ICAB (Instituto de Conteúdos Audiovisuais Brasileiros), com as maiores produtoras independentes do Brasil.
Os selecionados contarão, ainda, com ajuda financeira que pode chegar a R$ 15 mil, dependendo da categoria: longa ou curta metragem ou série. A premiação, segundo a organização, é uma medida que vista motivar os roteiristas a colocarem em prática suas habilidades empreendedoras.
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“O objetivo é revelar novos talentos que nunca tiveram a chance de ver seu roteiro produzido e apresentado em festivais, além de fomentar o mercado audiovisual brasileiro com novas ideias, contribuindo para a democratização do setor”, afirma o diretor e chefe da representação da OEI no Brasil, Raphael Callou.
FONTE: R7
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