quarta-feira, 8 de julho de 2020

Polícia Civil e Ibama investigam estudante de veterinária picado por cobra Naja e internado em estado grave no DF

DF
Ocorrência foi registrada na delegacia do Meio Ambiente. Investigadores dizem que não está descartada hipótese de tráfico de animais.
Cobra da espécie Naja, em imagem de arquivo — Foto: Wikimedia Commons

Cobra da espécie Naja, em imagem de arquivo — Foto: Wikimedia Commons
A Polícia Civil do Distrito Federal e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) investigam um estudante de medicina veterinária, picado por uma cobra da espécie Naja, em Brasília. O caso ocorreu na terça-feira (7) e o jovem, de 22 anos, está internado em estado grave em um hospital particular do Gama.
De acordo com a ocorrência registrada na Delegacia Especial de Combate à Ocupação Irregular do Solo e aos Crimes Contra a ordem Urbanística e o Meio Ambiente (Dema), um auditor fiscal do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) procurou a delegacia, nesta quarta (8), informando que não há registro de importação da serpente.
"Não foi encontrado registro do animal em nome do estudante, nos sistemas daquele órgão", diz a ocorrência.
A Polícia Civil afirmou ao G1 que não descarta que a cobra tenha chegado ao DF por meio do tráfico de animais. Durante a tarde, o Ibama esteve no endereço onde mora o estudante, no Guará. O órgão informou que assim que o animal for localizado, o instituto vai emitir uma multa, que pode variar entre R$ 500 e R$ 5 mil (leia nota no fim da reportagem).
Polícia Civil e Ibama em foram ao condomínio no Guará, no DF, em busca da cobra da espécie Naja criada por um estudante de veterinária — Foto: Arquivo pessoal
Polícia Civil e Ibama em foram ao condomínio no Guará, no DF, em busca da cobra da espécie Naja criada por um estudante de veterinária — Foto: Arquivo pessoal

Espécie perigosa
A Naja é nativa da Ásia e da África, e faz parte do grupo de cobras mais venenosas do mundo. A infectologista Joana D'arc Gonçalves explica que a serpente pode produzir acidentes graves.
"[A espécie] libera numa neurotoxina que vai atuar no sistema nervoso central, que pode levar à paralisia respiratória", explica a médica.
Jovem de 22 anos é picado por naja no DF

--:--/--:--
Jovem de 22 anos é picado por naja no DF
Ainda de acordo com a especialista, o fato da espécie não ser brasileira faz com que seja "muito complexo fazer o diagnóstico e o tratamento adequado". O soro usado para tratar o estudante de veterinária veio do Instituto Butantan, de São Paulo.
Na delegacia do Meio Ambiente, o auditor do Instituto Brasília Ambiental disse que o jovem mantinha uma página em uma rede social, com fotos e vídeos de algumas espécies de cobras. Mas, segundo o servidor público, "depois do ocorrido a página foi estranhamente apagada".

O que diz o Ibama?

"O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informa que acompanha o caso de uma cobra, supostamente do tipo naja, que picou um homem no Distrito Federal nessa terça-feira, 7. O criador, que está hospitalizado, não tem permissão para manter o animal em ambiente doméstico - a legislação permite apenas espécies não venenosas para esse fim.
Os fiscais ainda trabalham para encontrar a cobra, que somente poderia ser criada para fins comerciais, no caso de instituições famacêuticas, ou com intuito de conservação, ou seja, quando o animal não pode voltar à natureza. Para isso, o responsável precisa ter autorização emitida por órgão ambiental estadual e seguir regras para a criação, como mantê-la em local apropriado.
Assim que o animal for localizado, o Ibama emitirá multa, que pode variar entre R$ 500 e R$ 5 mil, e ser aplicada ao criador ou ao proprietário da residência onde permanecia. O órgão fará uma consulta às instituições habilitadas quanto ao interesse em receber a cobra, como zoológico e institutos de pesquisa.
O Ibama acrescenta que a Polícia Civil também atua no caso."
FONTE: G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário