12/07/2020 12h07 - Atualizada hoje 12h55
Por Aline Miranda (EMATER)
Por Aline Miranda (EMATER)

Os esforços da Prefeitura para promover nutrição e ao mesmo tempo cultura são coroados com a parceria do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).

“A Emater emite as declarações de aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - Pronaf [daps] individuais e jurídicas, participa da construção de listagens de oferta e demanda de produtos, a partir de costumes de consumo e calendário agrícola; intermedeia a negociação de custo-benefício para os agricultores e acompanha com rigor o padrão de plantio, criação e beneficiamento, dentro das normas legais”, explica o chefe do escritório local da Emater, o técnico em pesca Fernando Moura.

A comida é preparada em uma cozinha experimental da Secretaria Municipal de Educação (Semed) e nas cozinhas das próprias escolas. A quantidade é calculada per capita: as famílias têm direito a porções proporcionais ao número de membros.
“Não é só uma política pública ou a obrigação do Estado, em seus diferentes níveis de governo, de promover segurança alimentar. É além: somos protagonistas da emoção de oferecer a esses alunos um alimento que conta a história deles e a história das tradições do município”, contagia o nutricionista da Semed, Georgio Sandro Penha, responsável técnico pela merenda escolar em Soure e Salvaterra.

“Exploramos as potencialidades da agricultura e damos espaço à criatividade. A maioria dos nossos alunos não tem condições socioeconômicas de comprar o que dá vontade de comer, a maioria nunca viajou. Por que, então, não trazer para eles a comida dos comerciais de televisão em um formato que valoriza a regionalidade paraense e proporciona saúde?”, reflete.
Associações
Consideradas as duas Associações, são mais de 80 produtores de nove comunidades. "Esta é uma iniciativa-chave, um avanço muito grande. Estamos usufruindo do resultado concreto de uma reunião de esforços entre governo e organizações sociais dos agricultores. Agora é o processo de fornecer provas vivas de como é possível viver bem da agricultura familiar, em termos de renda e de dignidade”, diz a presidente da Aascam, Bruna Silva (mais conhecida como “Bruna Péua”), 29, à frente da Queijaria e Laticínio Baio Péua.
Bacharel em Direito e acadêmica de Tecnologia em Alimentos, ela tem se voltado à área de Direito Agroalimentar: "Merenda escolar é um dever e um direito. Representa injeção de recursos na agricultura e modelação do paladar das nossas crianças, para o que é da terra e para o que alimenta de verdade", completa.
Para Ariane Cecília Silva, 34, presidente da ABPAS, “o Pnae divulga nosso produto e assegura renda. Dizemos que é o alcance do nosso objetivo máximo: o reconhecimento do nosso trabalho, a valorização do que produzimos, e uma comercialização justa, que nos incentiva a expandir a atividade e a continuar sendo agricultores, inspirando as novas gerações”, pontua.
Alguns dos desafios, ainda, são a burocratização e a diversificação de produção nas propriedades.
“Há um caso, por exemplo, de um produtor que só cultivava cheiro-verde. Com mobilização, conscientização e capacitação, começou a trabalhar com alface. Em um mês e meio, já pôde vender. Desbravar a resistência é um passo-a-passo”, conta Péua.
agência pará
Nenhum comentário:
Postar um comentário