segunda-feira, 25 de maio de 2020

SP prevê epidemia até outubro e evita cloroquina: 'não é remédio mágico'

CORONAVÍRUS



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Foto: Reprodução

O estado de São Paulo faz previsões pessimistas para o fim da pandemia do coronavírus caso os índices de isolamento social não aumentem. O governo paulista prevê que haverá casos de contaminação até outubro. Apesar de ser o epicentro da epidemia no país, o estado não pretende fazer mudanças quanto às recomendações de uso da cloroquina."As projeções com os níveis atuais de isolamento social, que já foram melhores e hoje estão na média abaixo de 50%, você prevê uma duração maior da epidemia", disse hoje Dimas Tadeu Covas, chefe do Centro de Contingência da covid-19 no estado, em entrevista à Globonews.


"Quanto menor o índice de isolamento social, mais longa se torna essa epidemia. Nesses níveis atuais, inferiores a 50%, essa epidemia passará junho, julho, agosto, provavelmente em setembro deve ter uma inflexão, e até outubro teremos casos ainda", previu Dimas.


São Paulo vive um momento de tomada de ações adicionais para tentar controlar o aumento da contaminação. Além do fechamento do comércio em muitas cidades e as recomendações de isolamento social, dois feriados foram antecipados semana passada na capital e hoje todo o estado vive a antecipação de mais um feriado, o da Revolução Constitucionalista, que seria em 9 de julho.

Para Dimas, o governo paulista tem tido dificuldades para conscientizar a população de que o isolamento social não é fundamental apenas para controlar a epidemia agora, mas para garantir que os efeitos do coronavírus no dia a dia sejam minimizados o quanto antes.

"As pessoas não conseguem entender isso, é difícil de transmitir isso em termos mais fáceis para a população entender. Mas é isso, quanto menos isolamento, mais tempo vamos conviver com o vírus. Quanto mais isolamento, mais cedo o controlaremos. É uma relação quase que direta. Então precisamos nos conscientizar", afirmou o chefe do comitê paulista.
Cloroquina "não é remédio mágico"Na semana passada, o governo federal ampliou a recomendação para o uso da cloroquina até em casos de sintomas leves da covid-19. No entanto, o governo paulista deve ignorar a medida e se manter fiel aos estudos recentes que apontam o aumento nos efeitos colaterais com o uso da medicação, incluindo risco de ataque cardíaco."A recomendação que vale aqui para o estado de São Paulo é a que sempre valeu. A cloroquina não é um remédio mágico, ela tem problemas, e ela é de prescrição medica", explicou Dimas, garantindo que a decisão continuará sendo médica, sem incentivo para o uso por parte do governo."A responsabilidade é do médico, que tem todas as informações disponíveis hoje na literatura, mostrando que a cloroquina não tem efeitos milagrosos, ela tem efeitos colaterais. O médico tem que informar isso ao paciente, se o médico achar que está indicado, o paciente aceitar essas condições, que existem riscos que podem implicar no agravamento da sua doença, ele aceita ou não", concluiu.


Do UOL, em São Paulo

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