Coronavírus: casos entre servidores da saúde e segurança mais que triplicaram no DF

SAÚDE
Funcionários de hospitais e do sistema penitenciário representam 13% do total de infectados na capital. Balanço é referente ao mês de maio.

Fachada da UPA de Ceilândia, no Distrito Federal — Foto: Andre Borges/GDF/Divulgação

O número de profissionais de saúde e da segurança pública infectados pelo novo coronavírus no Distrito Federal aumentou 258% desde o início do mês. O total de casos confirmados mais que triplicou, passando de 297, em 1º de maio, para 1.066 no fim da tarde desta quarta-feira (27), de acordo com o boletim da Secretaria de Saúde.

No início do mês, o DF registrava 1.546 pacientes com a Covid-19. Desses, 144 eram profissionais de saúde e 153 servidores da segurança pública. Juntas, as duas categorias representavam 19% dos doentes na capital.

Já na última quarta, o boletim do GDF contabilizava 7.761 infectados. Entre eles, 347 se declaram profissionais da segurança pública e 719 trabalhadores da saúde, ou seja, 13% em relação ao total.

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O aumento de casos entre servidores de hospitais e de outras unidades de saúde foi o que mais cresceu, 399% nos últimos dias. Já na área de segurança subiram 126%, sendo mais pontual entre policiais penais, que passaram de 74 para 230 (saiba mais abaixo). Veja:

Sem equipamentos

Entrada da emergência do HRT na manhã desta sexta-feira (26) — Foto: Arthur Bernardi/TV Globo

Nas últimas semanas, o Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico) divulgou denúncias de profissionais que alertavam para a falta de estrutura nas unidades de saúde do DF.

Na última terça-feira (26), a entidade emitiu uma nota afirmando que vistoria realizada no Hospital Regional de Taguatinga (HRT) identificou irregularidades.

"A Secretaria de Saúde não está enviando a quantidade necessária de testes para o coronavírus, há demora na emissão dos resultados realizados e falta de equipamentos e insumos para médicos e pacientes."

No dia 20 de maio, o Sindmédico também esteve na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ceilândia, após o crescimento das infecções entre funcionários. O sindicato apontou "a falta de testes para corpo médico e pacientes, a ausência do distanciamento na recepção da UPA e a falta de fiscalização do uso correto dos equipamentos de proteção individual (EPIs)."

A Secretaria da Saúde informou ao G1, em nota, que "foram aplicados protocolos para garantir a segurança de profissionais e pacientes" na UPA da Ceilândia, que 256 profissionais foram testados e negou falta de EPIs na unidade . Quanto ao HRT, a pasta não comentou até a última atualização desta reportagem.

Segurança pública

Detentos do Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília — Foto: Secretaria de Segurança Pública do DF/Divulgação

A maior parte dos profissionais de segurança infectados (66%) é de policiais penais, que trabalham no sistema carcerário. O número de infectados passou de 74 no início de maio para 230 até quarta (28). Um funcionário do Complexo Penitenciário da Papuda morreu.

O governo do DF anunciou nesta semana que vai abrir 360 vagas para policiais penais ficarem hospedados em hotéis. A medida tem o objetivo de diminuir o risco de que os servidores transmitam o vírus aos familiares, ao dividirem a mesma casa.

De acordo com a Polícia Militar do DF, houve 47 servidores infectados. Para o chefe da Comunicação da PM, coronel Souza Oliveira, "o contágio está abaixo do esperado, sabendo da exposição"

Policia Militar do Distrito Federal instala equipamentos para álcool em gel nas unidades da corporação — Foto: TV Globo/Reprodução

Entre as medidas adotadas para proteger os funcionários da PM, além dos detentos levados pela corporação, está o reforço na higienização dos carros oficiais, disposição de álcool em gel e máscaras.