segunda-feira, 2 de março de 2020

Polícia usa imagens para indiciar motorista de app por estupro em SP




Segundo delegado do caso, monitoramento aponta que a vítima — que estava embrigada — foi abusada durante trajeto após sair de casa noturna

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O motorista suspeito de abusar sexualmente de uma estudante de 20 anos durante uma corrida com o aplicativo 99 Táxi, realizada na madrugada da segunda-feira passada (24), foi indiciado por estupro de vulnerável. Após ser ouvido pelas autoridades policiais, o suspeito foi liberado e aguardará o andamento do inquérito em liberdade.
A vítima relatou que estava em uma festa com amigos em uma casa noturna na Praça John Graz, 784, em Pinheiros, na zona oeste paulistana. Às 4h08, ela solicitou a corrida até a sua casa, localizada no centro da capital. A moça disse aos policiais que havia ingerido bastante quantidade de bebidas alcoólicas naquele dia.
Ainda segundo a jovem, o percurso deveria demorar cerca de 20 minutos. No entanto, a corrida durou 5h40. Durante o trajeto, ela afirmou ter tido teve lapsos de memória. De acordo com o boletim de ocorrência, em um desses, ela teria visto o motorista ao seu lado, no banco traseiro do veículo, com as calças abaixadas.
A jovem acordou por volta das 14h do mesmo dia, mas não se lembrava como havia chegado em casa — a estudante mora com duas amigas. Ela consultou o aplicativo no celular e viu que havia feito uma corrida em um Honda City preto. Segundo a moça, o valor cobrado foi de R$ 109,07. Como o aplicativo disponibilizava a foto do homem, ela logo o reconheceu.
O motorista nega a versão da passageira, mas o delegado Roberto Monteiro de Andrade Junior, titular da 1ª Delegacia Seccional da Capital, responsável pelas investigações, revelou que imagens de monitoramento corroboram o depoimento da vítima.
"As imagens de segurança desmontam a versão do motorista. Elas mostram e que ele parou o carro, saiu e foi para o banco de trás. Ao invés de ajudar a passageira, levando-a para um hospital ou para a casa dela, ele decidiu cometer o abuso", completou o delegado.
A vítima também sentiu grande incômodo na região genital. A estudante passou por exames no Hospital Pérola Byington, especializado em saúde feminina. Ela terá que tomar um coquetel de remédios pra evitar doenças sexualmente transmissíveis. O caso foi registrado como estupro de vulnerável na 1ª DDM (Delegacia de Defesa da Mulher).
A EMPRESA
Em nota, a 99 afirmou que baniu o motorista da plataforma e mobilizou uma equipe "que manteve contato com a passageira para oferecer todo o acolhimento e suporte necessários".
A empresa está disponível para colaborar com as investigações da polícia.
"A plataforma lamenta profundamente o caso e reitera que repudia veemente esse tipo de violência. Temos uma política de tolerância zero em relação a isso. Por isso, dedicamos nossos esforços na prevenção, proteção e acolhimento de todos os usuários da plataforma, principalmente para as mulheres."
Ainda de acordo com o aplicativo, "passageiras e motoristas que tenham sofrido esse tipo de violência devem reportar imediatamente para a empresa, por meio de seu app, ou no telefone 0800-888-8999.
R7

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