POLÍTICA
Maioria dos ministros do tribunal avaliou que deveria ser mantida análise de ações que pedem criminalização da homofobia. Apenas dois magistrados votaram para suspender julgamento.
Maioria dos ministros do tribunal avaliou que deveria ser mantida análise de ações que pedem criminalização da homofobia. Apenas dois magistrados votaram para suspender julgamento.
A maioria seguiu o voto do ministro Celso de Mello, relator das ações, entendendo que o avanço de um projeto não significa que não haja mora do Congresso.
Foram contra os ministros Marco Aurélio Mello e o presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, entendendo que o STF deveria esperar o Congresso legislar.
O voto de Celso de Mello foi uma resposta à petição encaminhada ao STF pela Advocacia do Senado, informando à Corte que a Casa deu andamento a projetos de lei relacionados à criminalização da homofobia.
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (22) um projeto que prevê punições para a discriminação ou preconceito por sexo, orientação sexual e identidade de gênero.
A proposta, que criminaliza a homofobia, promove alterações na legislação que trata dos crimes resultantes de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Até agora, o Supremo tem quatro votos para enquadrar a homofobia na lei do racismo, em julgamento que foi interrompido em fevereiro.
As ações estão na pauta desta quinta, e a Corte daria continuidade à análise dos pedidos quando o relator afirmou ter recebido a petição do Senado. Mesmo não havendo um pedido explícito de adiamento, Celso de Mello decidiu apresentar um voto específico sobre uma possível prorrogação.
Segundo o decano da Corte, é "inquestionável" a ausência de providências do Congresso até o momento em defesa dos direitos LGBTI. “Inexiste qualquer obstáculo que permita o julgamento por esse plenário, por não se achar descaracterizada a mora do Congresso Nacional", disse.
Celso de Mello afirmou que a omissão imputada ao Legislativo "ainda subsiste". "Ainda não se registrou necessária intervenção concretizadora do Congresso Nacional”, afirmou o decano. “Se absteve até o presente momento.”
Segundo o ministro, “não obstante o esforço do Senado em instalar a discussão”, “continua a existir a situação de mora legislativa caracterizada pela inércia”.
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