SAÚDE DF
Carros que espalham veneno deixaram de circular na semana passada. Galpão onde mistura era feita foi interditado pelo MP por irregularidades.
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Carro do fumacê da Vigilância Sanitária do DF — Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília
O carro do "fumacê" – que lança inseticida pelas ruas para combater a proliferação do mosquito da dengue – deixou de circular pelo Distrito Federal na semana passada. A Secretaria de Saúde admitiu a interrupção do serviço, mas não deu prazo para a retomada.
De acordo com a pasta, o serviço foi interrompido porque o galpão onde a mistura é preparada, em Taguatinga Norte, está sendo reformado.
O local foi interditado pelo Ministério Público do Trabalho na semana passada por uma série de irregularidades. O produto era feito de forma improvisada, no fundo de uma garagem da Administração Regional de Taguatinga (entenda abaixo).
Os boletins sobre contaminação por dengue, divulgados semanalmente, seguem desatualizados. O último traz dados de janeiro até 27 de abril, em que foram registrados 12.905 casos em todo o DF e 10 mortes. No mesmo período do ano passado, foram 1.080 casos.
A Secretaria de Saúde disse à reportagem que não atualizou os boletins, porque "houve um problema no servidor". Os novos relatórios devem ser publicados no site da pasta até o fim desta semana.
No improviso
No local onde o fumacê era produzido, inseticidas vencidos eram misturados a venenos ainda dentro da validade, segundo inspeção do Ministério Público.
Tudo era feito em cima de uma bancada improvisada e os funis eram, na verdade, galões de água cortados. Sujeira e falta de ventilação também integravam o cenário.
A vistoria do MP deu conta, ainda, de que o manuseio do venenos e a borrifação nas ruas eram feitos por trabalhadores sem qualificação técnica comprovada.
A procuradora responsável pelo caso, Renata Coelho, disse que o fumacê vinha sendo feito de forma "totalmente amadora, improvisada e com altíssimo risco" para os funcionários da Vigilância e para a população.
A Subsecretaria de Vigilância à Saúde informou, por meio de nota, que vai se reunir com o Ministério Público para apresentar todas as medidas que já foram tomadas. Só depois a pasta receberá uma resposta sobre a possibilidade ou não de reabrir o espaço.
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