sábado, 27 de abril de 2019

'Coletes amarelos' protestam na França mesmo após medidas anunciadas por Emmanuel Macron

MUNDO
Dois dias após presidente francês anunciar medidas para remediar crise social, manifestantes entraram em 24ª semana de passeatas. Houve choques com policiais em Estrasburgo, cidade-sede do Parlamento Europeu.
Coletes amarelos vão às ruas de Marselha neste sábado (27), 24º sábado consecutivo de protestos na França — Foto: Gerard Julien/AFP
Vários milhares de "coletes amarelos" mobilizaram-se pela 24ª vez neste sábado (27) em diversas cidades da França, apesar do recente anúncio do presidente Emmanuel Macron de medidas em resposta à crise social no país.
'Acorda, Marselha!', diz cartaz de manifestantes coletes amarelos em protesto na França — Foto: Gerard Julen/AFP'Acorda, Marselha!', diz cartaz de manifestantes coletes amarelos em protesto na França — Foto: Gerard Julen/AFP'Acorda, Marselha!', diz cartaz de manifestantes coletes amarelos em protesto na França — Foto: Gerard Julen/AFP
O Ministério do Interior registrou 23.600 manifestantes em todo o país, 2.600 dos quais em Paris, onde duas marchas, também convocadas pela Confederação Geral do Trabalho, começaram pouco depois das 11h. Um de seus alvos foram os canais de televisão, tachados de "mídia mentirosa" por sua cobertura dos protestos.
Cerca de 2 mil "coletes amarelos" desfilaram em Estrasburgo, cidade-sede do Parlamento Europeu, cujas eleições estão marcadas para dentro de um mês. A manifestação, inicialmente calma, cresceu em tensão quando as forças de segurança impediram a massa de seguir em direção às instituições europeias e responderam com gás lacrimogêneo ao lançamento de pedras e garrafas.
Manifestante chuta bomba de gás lançada em tumulto durante protestos coletes amarelos em Estrasburgo, na França — Foto: Vincent Kessler/ReutersManifestante chuta bomba de gás lançada em tumulto durante protestos coletes amarelos em Estrasburgo, na França — Foto: Vincent Kessler/ReutersManifestante chuta bomba de gás lançada em tumulto durante protestos coletes amarelos em Estrasburgo, na França — Foto: Vincent Kessler/Reuters
As forças de segurança voltaram a repelir manifestantes quando alguns incendiaram caixotes do lixo, não muito longe das instalações do Conselho da Europa, tentando construir barricadas.
Emmanuel Macron anota perguntas em coletiva de imprensa sobre medidas para conter 'coletes amarelos' — Foto: Philippe Wojazer/ReutersEmmanuel Macron anota perguntas em coletiva de imprensa sobre medidas para conter 'coletes amarelos' — Foto: Philippe Wojazer/ReutersEmmanuel Macron anota perguntas em coletiva de imprensa sobre medidas para conter 'coletes amarelos' — Foto: Philippe Wojazer/Reuters
Em resposta à série de manifestações, numa conferência de imprensa na quinta-feira o presidente francês apresentara um conjunto de medidas visando aumentar o poder aquisitivo das classes média e baixa, com corte de impostos, redução dos gastos públicos e reforma da previdência social.
Macron anunciou ainda uma indexação das pequenas correções da inflação, redução no imposto sobre o rendimento para 15 milhões de famílias até 2020, e garantiu que até 2022 não haverá fechamento de escolas ou hospitais sem acordo das autoridades locais.
Emmanuel Macron fala sobre medidas para conter 'coletes amarelos' na França — Foto: Philippe Wojazer/ReutersEmmanuel Macron fala sobre medidas para conter 'coletes amarelos' na França — Foto: Philippe Wojazer/ReutersEmmanuel Macron fala sobre medidas para conter 'coletes amarelos' na França — Foto: Philippe Wojazer/Reuters
Há mais de cinco meses os "coletes amarelos" saem à rua todos os sábados sob o pretexto de pedir mais justiça social e fiscal, em passeatas em parte entremeadas de violência, com prédios incendiados, vitrines, estilhaçadas e lojas saqueadas.
Na última semana, a polícia parisiense expressou a suspeita de que entre os manifestantes estivesse infiltrado "um bloco radical de 1.500 a 2 mil", determinado a semear o caos. Participantes de passeatas anteriores anunciaram estar se preparando para uma grande manifestação em 1.º de maio, Dia do Trabalho e data tradicional de protestos em toda a Europa.

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