POLÍTICA DF
Deputado é acusado de abuso de poder econômico por supostamente coagir funcionários a votarem nele para a Câmara Legislativa do DF

JP RODRIGUES/ METRÓPOLES
Deputado é acusado de abuso de poder econômico por supostamente coagir funcionários a votarem nele para a Câmara Legislativa do DF

JP RODRIGUES/ METRÓPOLES
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF) julga, na próxima terça-feira (18/3), às 17h, a denúncia de abuso de poder econômico contra o deputado distrital José Gomes (PSB). Em 13 de fevereiro, o Ministério Público Eleitoral (MPE-DF) pediu a cassação do diploma e da declaração de inelegibilidade pelo período de oito anos do parlamentar, acusado de coagir funcionários da empresa Real JG Serviços Gerais para que votassem nele nas últimas eleições.
No período eleitoral, o socialista foi alvo de denúncia por parte de funcionários da empresa da qual era dono. Segundo as acusações, ele teria ameaçado de demissão aqueles que não o apoiassem à Câmara Legislativa. Pelo menos 12 empregados da Real JG teriam sido desligados da empresa por esse motivo. O distrital nega todas as acusações.
Veja a íntegra do parecer do Ministério Público:
Parecer Da Procuradoria by on Scribd
“Odioso processo de assédio”
De acordo com o procurador-regional eleitoral José Jairo Gomes, a campanha de José Gomes resultou em um “odioso processo de assédio e coação”.
De acordo com o procurador-regional eleitoral José Jairo Gomes, a campanha de José Gomes resultou em um “odioso processo de assédio e coação”.
“A exauriente dilação probatória evidenciou que os empregados da empresa Real JG Serviços Gerais, desde o instante em que o réu lançou-se pré-candidato ao cargo de deputado distrital, foram submetidos a odioso processo de assédio e coação para manifestarem seu apoio político em favor daquela candidatura e trabalharem por sua eleição, sob pena de virem a sofrer prejuízos em suas relações de emprego”, afirmou o procurador no parecer.
A acusação apontou que José Gomes pedia para os funcionários de sua empresa “vestirem a camisa”. As comunicações eram enviadas pelo empresário por meio de mensagens de texto aos trabalhadores. Segundo o MPE, os comunicados eram claramente direcionados para fins eleitorais.
O procurador também ressaltou a participação do diretor operacional Douglas Ferreira Laet, primo de José Gomes, no processo de coação dos empregados. Em um dos momentos descritos na peça, Douglas teria feito um recadastramento sob a alegação de ser uma “exigência do governo”.
Áudios
Segundo o parecer do MPE, durante uma reunião, Douglas Laet teria dito que os trabalhadores deveriam “demonstrar gratidão pelo emprego, pelo salário, e lealdade por seu empregador, empenhando-se em sua candidatura”. Ele acrescentou que “a retribuição pelo trabalho seria aferida pelo número de votos obtidos na seção de votação dos funcionários de sua empresa”, de acordo com o documento.
Indícios mais contundentes do processo revelados pelo Metrópoles, as gravações de uma reunião entre Douglas e funcionários fazem parte do processo. Apesar da ressalva de que o gravador não pode ser periciado, uma vez que a origem do aparelho não foi revelada, o MPE afirmou que as provas são claras, pois demonstram o interesse dos réus em coagir os trabalhadores.
FONTE: METRÓPOLES
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