quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Embaixador da Coreia do Norte na Itália deserta e pede asilo

MUNDO
Jornal sul-coreano afirma que Jo Song-gil está sob proteção do governo italiano, que nega a informação

Foto: Reuters/Alessandro Bianchi
O diplomata norte-coreano de mais alto escalão na Itália fugiu e vive escondido - afirmou um deputado sul-coreano, nesta quinta-feira (3), depois de uma reunião a portas fechadas com os serviços de Inteligência de Seul.
"A missão do embaixador interino Jo Song-gil tinha de terminar no final de novembro passado, e ele fugiu do complexo diplomático no início de novembro" com sua esposa, disse Kim Min-ki à imprensa.
Esta reunião entre os serviços de Inteligência sul-coreanos e os deputados aconteceu depois que o jornal sul-coreano "JoongAng Ilbo" afirmou que Jo pediu asilo junto com sua família em um país ocidental. 

"Solicitou asilo no início do mês passado", afirmou uma fonte diplomática citada pelo jornal.

De acordo com esse veículo, o caso representa um quebra-cabeças para as autoridades italianas, as quais, apesar disso, "protegem-no em um lugar seguro". O governo italiano disse, por sua vez, não estar a par dessa situação.

"Não temos conhecimento" desse pedido de asilo, disse à AFP uma fonte do Ministério das Relações Exteriores, acrescentando que recebeu apenas um pedido de "substituição" desse diplomata norte-coreano no posto em Roma.

O último diplomata norte-coreano de alto escalão a desertar foi Thae Yong-ho, que abandonou seu posto de número dois da embaixada da Coreia do Norte em Londres, em 2016.

Jo, de 48 anos, cobria o posto de forma interina desde outubro de 2017. Nessa data, a Itália expulsou o então embaixador Mun Jong-nam em protesto pelo lançamento de mísseis e por um teste nuclear realizados por Pyongyang um mês antes, violando resoluções da ONU.

Acredita-se que Jo seja "filho, ou genro, de um dos funcionários de mais alto escalão do regime de Pyongyang", disse um especialista não identificado ao jornal "JoongAng".

À maioria dos diplomatas norte-coreanos que trabalham em outros países se pede que deixe seus familiares - em geral os filhos - na Coreia do Norte para evitar que desertem enquanto trabalham no exterior.

Jo chegou a Roma em maio de 2015 com mulher e filhos, o que sugere que possa ser de uma família com recursos, afirma o jornal "JoongAng", acrescentando que as razões para sua deserção ainda não estão claras.

Quando Thae desertou, justificou sua decisão, em parte, por seu desejo de oferecer um futuro melhor para os três filhos, depois de ser convocado para retornar para a Coreia do Norte.


FONTE: FRANCE PRESS / DESTAK // MUNDO

Nenhum comentário:

Postar um comentário