Volante do Vasco está há mais de dois anos sem jogar por conta de uma grave lesão no joelho e mostra ressentimentos em relação ao atacante Jorge Henrique e a Alex Evangelista, ex-gerente científico do clube
Por Fernando Saraiva, Fred Huber e Ivan Raupp — Rio de Janeiro
Quem vê Marcelo Mattos hoje pode tomar um susto inicialmente. Primeiro por causa do joelho cheio de cicatrizes e ainda um pouco inchado devido às cinco cirurgias desde que o ligamento cruzado anterior foi rompido, em setembro de 2016. Mas o que mais chama atenção é o braço esquerdo, que carrega um dispositivo intravenoso por onde ele toma antibióticos há três meses e meio para combater uma bactéria que estava prejudicando sua recuperação.
Não está fácil o dia a dia do volante de 34 anos. Há dois anos e dois meses sem poder fazer o que mais gosta, ele acumula frustrações nesse processo para voltar a jogar futebol e tem de encontrar forças para se motivar constantemente. A mente forte não permitiu que ele desistisse.
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Marcelo Mattos e o PICC, sigla em inglês para cateter central de inserção periférica, por onde toma antibiótico — Foto: Ivan Raupp
"Meu sonho agora é estar no Maracanã cheio, com minha família toda na primeira fila. Será o meu sonho realizado completamente no futebol"
Ainda não é possível precisar quando Marcelo Mattos estará pronto para retornar aos gramados. A ideia do próprio é que seja no primeiro semestre de 2019. Praticamente sem dores e mergulhado de cabeça na fisioterapia, ele concedeu entrevista exclusiva ao Esporte Espetacular e mostrou muito carinho pelo Vasco. O contrato atual com o clube vence no fim deste ano.
- Quero muito contribuir com o Vasco, poder retribuir um pouco de tudo o que eles me deram. Seria uma forma de agradecimento. Dentro de campo, vestindo essa camisa, independentemente de dinheiro. Quero poder voltar a jogar e a vestir essa camisa. (...) Se o Vasco me der dois meses a mais...
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O joelho direito de Marcelo Mattos após uma das cirurgias em 2018; com e depois sem os pontos — Foto: Arquivo pessoal
Entenda as cinco cirurgias
O drama de Marcelo Mattos começou no dia 19 de setembro de 2016. Em uma disputa de bola com o atacante Jorge Henrique, acabou rompendo o ligamento cruzado anterior do joelho direito e passou pela primeira cirurgia. A estimativa de retorno era de seis a nove meses, mas três meses e meio depois ele já estava fazendo o primeiro treino, com bola, junto com os companheiros, durante a pré-temporada no Estados Unidos.
O volante começou a sentir dores, desta vez no tendão quadricipital, procurou um médico fora do clube, o Dr. Moisés Cohen, e, posteriormente, passou pela segunda cirurgia, para raspagem e reforço no local. Mattos se tratou ao longo de 2017, mas as dores continuaram. Sem sentir firmeza no joelho, procurou outro médico, o Dr. Renê Abdalla, e passou pela terceira cirurgia em janeiro de 2018, para nova raspagem.
Com dificuldade na cicatrização por conta do acúmulo de líquido fora da articulação do joelho (embaixo da pele), teve de se submeter à quarta cirurgia para a sutura das fístulas. Mas o líquido continuou acumulando por culpa de uma bactéria, a Staphylococcus caprae, que não se sabe quando foi adquirida. Por isso há três meses e meio ele passou pela quinta cirurgia, para limpar essas impurezas, e desde então vem tomando antibiótico na veia. O dispositivo foi adotado para que ele não precisasse ficar todo esse tempo no hospital.
Globo Esporte
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