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![]() O técnico Luiz Felipe Scolari, o Felipão, em Palmeiras x Boca Juniors — Foto: Marcos Ribolli |
A eliminação do Palmeiras na semifinal da Libertadores fez o técnico Luiz Felipe Scolari, o Felipão, ser questionado em entrevista coletiva sobre o fato de o Verdão, ainda dirigido por Roger Machado, ter colaborado para a classificação do Boca Juniors para o mata-mata.
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Ainda em maio, os reservas do Palmeiras venceram o Junior Barranquilla e abriram caminho para o Boca avançar na segunda colocação do Grupo 8 - os argentinos venceram o Alianza Lima, na última rodada. Para Felipão, tudo certo na postura dos palmeirenses.
– Seria uma vergonha mundial. O time do Palmeiras, ou qualquer outro time, tem de jogar futebol e jogar para vencer, como o Palmeiras fez. Independente se era Boca, River, Grêmio... Venceu e classificou o Boca, mas também pela sua competência e qualidade. Jamais passaria pela cabeça de qualquer técnico de pensar fazer alguma coisa errada para o Boca sair fora. Não existe isso. Temos respeito na profissão. Temos de ficar felizes porque o Boca foi superior a nós. É do jogo. Palmas para eles – afirmou Felipão.
Depois de perder por 2 a 0 em Buenos Aires, o Palmeiras saiu em desvantagem na partida desta quarta-feira. Após virar para 2 a 1 na segunda etapa, e tentar pressionar os argentinos, o Verdão viu sua eliminação ser definida com um gol de Benedetto, de fora da área, que fechou o placar em 2 a 2 na arena palmeirense. Felipão elogiou a equipe comandada por Guillermo Schelotto e afirmou que a equipe argentina é a favorita para conquistar a Libertadores.– Fizemos até o gol com a jogada anulada. Estávamos bem. Quando sofremos o gol começa a pensar que são quatro. Fica na cabeça uma situação muito mais difícil. Fizemos o primeiro gol, o segundo, tivemos a chance do terceiro... Motiva. Mas o adversário é inteligente, tem boa equipe. Se eu tivesse que escolher, eu aposto no Boca. A gente começa a diminuir, eles também travam o jogo. É uma equipe altamente experiente. Não vou falar em catimba, não. Sabe administrar. Perdeu mais pelos últimos minutos (em Buenos Aires) – afirmou.
O Palmeiras volta a campo no próximo sábado para enfrentar o Santos, pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro. Eliminado da Libertadores, o Verdão agora foca todas atenções no torneio nacional, que lidera com quatro pontos de vantagem para o segundo colocado.
Veja como foi a entrevista coletiva de Felipão:
Pressão para ganhar o Brasileirão?
– Pressiona do jeito que você sabe, não preciso explicar. Equipe grande com bons jogadores, com tudo o que temos à nossa disposição é pressionada a ganhar títulos. Pecamos contra uma equipe como Boca, soube jogar, soube fazer a diferença no marcador porque até 38 minutos lá em Buenos Aires teve uma chance. É uma equipe qualificada na hora de matar, está bem organizada pelo Guillermo. Foram superiores. Agora é recuperar quem está com problema de lesão, organizar a equipe e continuar trabalhando.
Sentimento pós-eliminação
– Estou acostumado a ganhar e perder, meu amigo. Se não estou acostumado tenho de trabalhar em outra coisa. Não tem gosto especial. Uma equipe foi melhor que a outra, foram lá e não hoje. Não conseguimos fazer o resultado. Quando fizemos o 2 a 1 tivemos o chance do terceiro, eles tiveram num chute. Não estou preocupado com vitória, derrota, título... Tenho de trabalhar para ganhar, tenho experiência, sou bem calejado.
É justa a final entre Boca Juniors e River Plate?
– Eles ganharam. River ganhou ontem, nós empatamos e perdemos a classificação. Eles são os melhores. Muitas vezes tem um determinado lance que faz a diferença. Nós tomamos dois gols em quatro minutos em Buenos Aires. Se tivesse uma diferença de um gol seria um pouco diferente. São ajustes que temos de fazer agora para conseguirmos o objetivo, que é o Brasileiro. Gostei muito do trabalho da equipe do Boca, é um clássico argentino, vamos ver o que vai acontecer.
Deyverson ganhou vaga?
– Não existe isso. Vocês inventam umas coisas que não existem. Temos 28 jogadores, dependendo da condição física, dos cartões, de como os adversários se comportam... Não tinha equipe da Libertadores e do Brasileirão. São jogadores do Palmeiras que vamos adaptando para situações.
Sobre futebol argentino
– Eles foram melhores contra nós, brasileiros. Vejo que não existe essa superioridade. Existiu nos dois confrontos. Mas o futebol argentino e brasileiro têm mais ou menos igualdade de condições, não vejo um futebol melhor. É uma igualdade. Nesses dois confrontos, os clubes argentinos foram melhores.
Sobre o VAR
– Eu acho que tem de continuar, sim. Algumas adaptações deverão ser feitas. Quem é quem manda no VAR, afinal? É o lá de dentro, o árbitro que vai decidir? Algumas coisas que vão ser ajustadas. Não pode o de lá de dentro ser superior ao daqui. Eu acho isso. Tomou a decisão, depois corrigiu. Hoje tivemos um lance que pedimos o VAR, acho que não ia dar em nada. Alguém tem de mandar, ser o responsável, tem de assumir e não ficar escondido. Quem é o responsável? Fulano, mostro na televisão e para os torcedores. Senão tem muita coisa que vai ficar em dúvida.
Sobre não ter entregado o jogo para prejudicar o Boca na fase de grupos
– Seria uma vergonha mundial. O time do Palmeiras, ou qualquer outro time, tem de jogar futebol e jogar para vencer, como o Palmeiras fez. Independentemente se era Boca, River, Grêmio... Venceu e classificou o Boca, mas também pela sua competência e qualidade. Jamais passaria pela cabeça de qualquer técnico de pensar fazer alguma coisa errada para o Boca sair fora. Não existe isso. Temos respeito na profissão. Temos de ficar felizes porque o Boca foi superior a nós. É do jogo. Palmas a eles.
Sobre a preparação para o Brasileirão
– Vínhamos jogando e etapa por etapa. Fomos à semifinal da Copa do Brasil e Libertadores. Agora continuamos pelos outros sete jogos do Brasileiro. Sabíamos que poderíamos passar ou não. Vamos fazer alguns ajustes na parte física, tempo de recuperação que não tínhamos nas outras duas competições. Vamos ver se melhoramos algumas coisas. É o que temos de fazer nesse momento. Existe uma ferida, um sentido de não conseguir. É triste, mas sabemos que temos outras equipes qualificadas que não enfrentamos.
Faltou intensidade no primeiro tempo ou gol anulado atrapalhou?
– Fizemos até o gol com a jogada anulada, estávamos bem. Quando sofremos o gol começa a pensar que são quatro. Fica na cabeça uma situação muito mais difícil. Fizemos o primeiro gol, o segundo, tivemos a chance do terceiro... Motiva. Mas o adversário é inteligente, tem boa equipe. Se eu tivesse que escolher, eu aposto no Boca. A gente começa a diminuir, eles também travam o jogo. É uma equipe altamente experiente. Não vou falar em catimba, não. Sabe administrar. Perdeu mais pelos últimos minutos do que por hoje.
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