terça-feira, 16 de outubro de 2018

Menos de 40% da população do DF é vacinada contra tuberculose

SAÚDE DF
Na Bahia, a baixa imunização atinge sete enfermidades. Taxa mais alta de proteção é da pneumocócica, que não chega a 50%. Nova campanha do Ministério da Saúde busca atingir meta

Resultado de imagem para VACINAÇÃO DF
Foto: Divulgação




Se a tendência se confirmar, 2018 será o terceiro ano consecutivo de queda na cobertura vacinal de crianças menores de dois anos. Novos dados do Ministério da Saúde mostram que, entre janeiro e agosto, nenhuma das nove principais vacinas atingiu a meta de proteger 95% desse público. As médias alcançadas estão entre 50% e 70%. Na tentativa de alavancar os índices, as autoridades sanitárias lançaram uma campanha de vacinação.
Diferentemente de outros momentos, a capital federal está entre as unidades da Federação com números abaixo do preconizado pelas autoridades de saúde. A vacina BCG (contra a tuberculose) está com média de cobertura de 38,9% — a mais baixa do país. A média nacional é de 75,9%. A vacina que combate a poliomielite foi aplicada em 52,4% do público-alvo no DF.

Outro destaque é a Bahia. Lá estão os piores índices do país para sete vacinas. A cobertura da tetra viral, por exemplo, está em 36,7%. No estado, a mais alta taxa de proteção é da pneumocócica: 48,36%. O Pará tem a menor cobertura para a pentavalente (37,86%). No Brasil, a tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e catapora), por exemplo, está mais de 40 pontos percentuais abaixo do recomendado (veja quadro).

Essa tendência já era evidenciada desde 2016. A preocupação da pasta é que doenças já eliminadas ou erradicadas no país voltem a infectar. A desinformação provocada por fake news (notícias falsas) é apontada pelo Ministério da Saúde como uma das principais causas da queda na cobertura vacinal. A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues, faz um alerta. “Precisamos reverter esse cenário e não entrar no terceiro ano de baixas coberturas vacinais”, ressaltou, no lançamento da campanha.

Especialistas temem que, mesmo não sendo dados consolidados de todo ano, a queda se mantenha. “A relevância da vacina não pode ser diminuída. Há um movimento antivacina brutal. Eles pregam a barbárie. Suas mentiras se espalham pelas redes sociais e prejudicam a adesão. Há também desfalques na estrutura do serviço público, como falta de agentes. Vivemos um momento desfavorável para a imunização”, explica José David Urbaéz, diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia.

Juarez Cunha, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), é mais incisivo. “Sabemos que cientificamente não há problemas na aplicação de vacinas. Devemos vacinar, esclarecer e aplicar as doses. O sarampo era a principal causa de morte até iniciar a vacinação. Há doenças que quem não morre fica com sequelas”, conclui. Ele ressalta o investimento na imunização. “Na década de 1970, cinco vacinas eram disponibilizadas. Hoje, são mais de 15”, pondera.

Vigilância


A subsecretária de Vigilância à Saúde da Secretaria de Saúde do DF, Maria Beatriz Ruy, discorda dos dados do Ministério da Saúde e garante que somente três vacinas estão com cobertura abaixo de 80% — pentavalente, hepatite B e tetra viral. “Os números estão defasados, porque estamos enfrentando um problema técnicas para a migração dos dados. A nossa cobertura ainda não é a ideal de 95%, mas temos melhorado”, avalia.

A enfermeira Vânia Rebouças, da Coordenação Estadual de Imunização da Bahia, faz um apelo. “Temos assistido a uma queda drástica nas coberturas vacinais. Para melhorar os índices, estamos levando a vacina onde o público-alvo está. Temos que compartilhar a responsabilidade da avaliação da atualização do cartão de vacina. As doenças  têm uma representação de risco que aumenta se as pessoas não estão imunizadas”, ressalta.

Em risco


Veja a cobertura das principais vacinas
BCGBrasil: 75,97%
DF: 38,97%
Pior situação: DF

RotavírusBrasil: 64,18%
DF: 55,45%
Pior situação: Bahia

Meningocócica CBrasil: 64%
DF: 57,97%
Pior situação: Bahia

PneumocócicaBrasil: 67,35%
DF: 57,45%
Pior situação: Bahia

Poliomielite Brasil: 62,6%
DF: 52,48%
Pior situação: Bahia

PentavalenteBrasil: 59,64%
DF: 49,23%
Pior situação: Pará
Continua depois da publicidade

Hepatite ABrasil: 57,13%
DF: 48,28%
Pior situação: Bahia

Tríplice viralBrasil: 68,79%
DF: 53,45%
Pior situação: Bahia

Tetra viralBrasil: 53,52%
DF: 50,05%
Pior situação: Bahia

Fonte: Ministério da Saúde

Nenhum comentário:

Postar um comentário