terça-feira, 16 de outubro de 2018

Dia Mundial do Pão é celebrado por fãs do produto e por padarias tradicionais da cidade

BRASIL
No Dia Mundial do Pão, o padeiro Inaldo Alves afirma que espera aumento nas vendas do produto Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo
Francês, de forma, ciabatta, italiano, baguete ou australiano. Com manteiga, geleia, mortadela, ovo, queijo ou presunto. Fresquinho, esquentado na chapa, dormido ou industrializado. No café da manhã, lanche da tarde ou no sanduíche da madrugada. As variações são muitas, e um delicioso pão quentinho faz toda a diferença. Tanto que o alimento tem uma data só sua, celebrada mundialmente em 16 de outubro.
— Eu não sabia, achei muito legal. O pão é um alimento tão versátil, vai bem em todas as refeições. Vou comemorar com muitos pãezinhos frescos, sem medo da dieta — brinca a médica Mônica Mello, de 39 anos.
À frente da padaria Flor da Tijuca há quase 20 anos, na Rua Major Ávila, a empresária Fernanda Hipólito, de 48 anos, conta que lida com o alimento mais importante do mundo e um dos mais antigos que se tem conhecimento — produzido pela primeira vez há cerca de 6 mil anos. Segundo ela, a cidade do Rio tem hoje 1,8 mil padarias.
— O pão nunca vai sair de moda, não tem aditivos ou conservantes, é saudável. O conceito das padarias é oferecer sempe um produto fresco e de muita qualidade — afirma Fernanda, que é presidente do Sindicato de Indústrias de Panificação do Município do Rio de Janeiro.
Osvaldo Bonifácio diz que não abre mão do pãozinho francês
Osvaldo Bonifácio diz que não abre mão do pãozinho francês Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo
O segurança Osvaldo Bonifácio, de 51 anos, conta que não abre mão do pãozinho.
— Eu compro só do francês, não gosto de outras variações. Adoro com um cafezinho fresco. É imbatível — conta ele, após sair da padaria carregando o saco de pães feitos pelo padeiro Inaldo Alves, que trabalha na área há mais de 30 anos.
Segundo pesquisa do sindicato, o Rio arrecadou cerca de R$ 12,5 bilhões, em 2017, com a indústria de panificação, correspondendo a 11% de participação no Produto Interno Bruto (PIB) do estado. De acordo com a empresária, o modelo de negócio das padarias tem se reinventado ao longo dos anos, principalmente por conta da falsa ideia do pão como um dos grandes vilões contra a alimentação saudável.
— Hoje a gente tem que valorizar nosso produto, fazendo o melhor pão e desmistificando essa cultura errônea. Deve-se manter o consumidor, e as novidades são uma saída, com os pães de grãos e de fermentação natural.
Fernanda Hipolito é propietária de uma padaria na Tijuca e preside sindicato da categoria
Fernanda Hipolito é propietária de uma padaria na Tijuca e preside sindicato da categoria Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo
A coordenadora do curso de Nutrição do Centro Universitário Celso Lisboa, Juliana Pandini, reforça que o risco é a quantidade consumida:
— O que engorda é quando consumimos uma grande quantidade desses e de outros alimentos, principalmente sem atividade física. Além disso, precisamos ter cuidado com o que somamos: muita manteiga ou margarina, que são fontes de gordura, ou os frios, como mortadela, presunto e queijo, que têm gordura e muito sódio — diz.
Pão de forma reina entre os industrializadas
Estrela em grande parte das casas, o pão francês perdeu espaço em algumas mesas. Uma pesquisa encomendada pela Associação Brasileira de Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias, Pães & Bolos industrializados (Abimapi) mostra que, entre as versões industrializadas, os pães de forma representaram 81% do volume de vendas em 2017, superando as bisnagas, com 11,6%, e os pães para hambúrguer, com 1,9%.
— Os pães de forma facilitam a vida. Eu trabalho, estudo à noite, cuido da casa e tenho dois filhos. Não é sempre que vou à padaria, então deixo os pães na geladeira — conta a advogada Valéria Aires, de 34 anos.
Ainda de acordo com o levantamento, a Região Metropolitana do Rio responde por 13,3% do consumo de todos os pães industrializados comercializados no Brasil no ano passado, 57,7 entre as mais de 430 mil toneladas vendidas no país. Claudio Zanão, presidente-executivo da Abimapi, acredita que esse tipo representa uma opção prática e diversificada para a vida agitada das pessoas.
— Temos espaço ainda para buscar mercado. O pão de forma, muito versatil, inovou quando introduziu as versões integrais, que foram bem aceitas pela população — afirma Zanão, lembrando sobre as versões introduzidas no mercado: — Os especiais, integrais ou com grãos, foram os que mais atraíram novos compradores, com crescimento de 57,8% na comparação com 2016.
Juliana destaca também a qualidade nutricional do pão integral:
— O pão branco é feito de farinha refinada, processo que facilita a perda de nutrientes e fibras deste grão. O pão integral contém farinhas integrais, que apresentam pedaços de grãos. Isso faz com que estas farinhas tenham um teor de vitaminas e minerais mais elevados, já que estes nutrientes se encontram no farelo e no gérmen do trigo, partes que são retiradas durante a moagem da farinha branca. Veja o valor nutricional e escolha o pão que tem mais proteína, fibras e menos gordura e açúcar. Se ele contém gorduras trans, evite completamente.

O GLOBO

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