quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Arthur Azevedo é homenageado com roda de diálogos promovida no Palácio dos Leões

Arthur Azevedo é homenageado com roda de diálogos promovida no Palácio dos Leões

Participantes durante visitação ao Palácio dos Leões. (Fotos: Divulgação)
O Palácio dos Leões abriu as portas para celebrar o nome do dramaturgo, jornalista, contista e poeta maranhense, Arthur Azevedo, que completou 110 anos de falecimento no dia 22 de outubro. O evento “Arte e Cidade – 110 anos de Arthur Azevedo” ’, foi promovido pelo Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Sectur) e desenvolvida pela Diretoria do Palácio dos Leões.
Entre os participantes, estudantes, pesquisadores e artistas. A Universidade Federal do Maranhão (UFMA), por meio do Departamento de Assuntos Culturais, foi parceira na realização do evento. Na programação, uma roda de diálogos conduzida pelo doutor em História da Arte pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) e professor da UFMA, Frederico Silva e dedicada ao saudoso Arthur Azevedo.
“A oportunidade desse encontro torna o momento ímpar, pois trouxemos os admiradores da arte para fazer uma comemoração e referenciar o nome do Arthur Azevedo. A ideia foi, além de trazer uma abordagem como homem do teatro e da dramaturgia, mostrarmos que Arthur Azevedo era um homem da cultura e que estava interessado no debate das artes, como pelo campo da fotografia e do cinema”, acrescenta o mediador do diálogo.
Para Frederico Silva, o encontro no Palácio dos Leões despertou ainda mais o interesse do público, após evidenciar diversos aspectos da vida de Arthur Azevedo. “Ele tinha um amplo interesse pelos assuntos sociais, como a questão da proposição da bicicleta como meio de transporte público, o que foi genial naquele momento! Outro ponto foi a utilização de sua própria arte como meio de debate para problemáticas como o preconceito racial. Era o meio de trazer a questão da modernidade, de um país que pleiteava a civilização”, destaca.
Diversidade intelectual
Os participantes descobriram a pluralidade do artista, como foi o caso do músico e estudante de artes, Davidson Dias, que se manifestou com orgulho da categoria artística. “A palestra foi muito construtiva, porque muita gente não conhece a fundo a vida de Arthur Azevedo”, afirmou. Para ele, o diálogo é importante para entender a diversidade intelectual de Arthur Azevedo. “Foi um grande artista e grande crítico. Ele falava com todas as artes e conversava com todos os artistas… Eram pintores, gravuristas, e por meio dessa nobre atitude, ele potencializava as artes”.
A artista Aricélia Cantanhende, de 32 anos, atenta às referências de Arthur Azevedo, apresentadas pelo mediador do diálogo e disse que, enquanto foi estudante acadêmica, não teve o hábito de fazer relação do escritor Arthur Azevedo com outros artistas. “Hoje, eu pude perceber o quanto ele contribuiu para dar visibilidade a esses outros artistas, inclusive dos negros que não tinham o trabalho valorizado. Além do lado escritor e jornalista, Arthur Azevedo mostrou-se um grande lado humanizado, pois ele ajudou muito na divulgação de trabalhos”, pontua.
A diretora do Palácio dos Leões e organizadora do evento, Anna Carolina Vieira, ressaltou a importância do fator educacional dentro do Museu. “Esse espaço chama a sociedade para participar de ações educativas que ultrapassam o simples passeio turístico dentro dos museus. A ideia é levar ao conhecimento dos visitantes todo o contexto histórico, cultural e intelectual sobre o nosso acervo. Inclusive, detemos a guarda de toda a coletânea de arte do Arthur Azevedo. Essa é a dinâmica dentro do nosso espaço”.
“Nós já trazemos os alunos para visitar o Palácio, mas não é só uma visita de fruição, mas de caráter pedagógico e educacional. Esse diálogo entre as universidades e as instituições culturais tem que existir. Temos que pensar os museus e as instituições culturais como locais de educação, além de ser um local de contemplação”, reitera a diretora.
Arthur Azevedo
Arthur Azevedo foi um dramaturgo, poeta, contista e jornalista brasileiro. Ao lado de seu irmão, o escritor Aluísio Azevedo, foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Escreveu milhares de artigos sobre eventos artísticos e teve sua obra encenada em mais de cem peças no Brasil e em Portugal. Foi um dos maiores defensores da criação do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Entre suas peças mais conhecidas estão A joia, A Capital Federal, A almanjarra e O Mambembe.
Durante seus 58 anos de vida, Arthur Azevedo colecionou mais de 10 mil pinturas e gravuras. Dentre elas produções de artistas, nacionais e internacionais, renomados como Victor Meirelles e Augusto Off. Grande parte dessas obras faz parte do acervo do Palácio dos Leões.

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