ESPORTES
Além de “outro” Vitinho, mudança de posicionamento de Éverton Ribeiro oxigena ataque rubro-negro. Primeiro tempo tem resquícios de domínio, pouca efetividade e sustos
Melhores momentos: Corinthians 0 x 3 Flamengo pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro
Vencer o Corinthians por 3 a 0 dez dias depois de sair de Itaquera de cabeça baixa, em crise e com técnico por um fio era a notícia que muito rubro-negro não imaginava para a sexta-feira à noite na fria capital paulista. Mas o resultado – com dois gols de Lucas Paquetá e um de Renê – é a luz no fim do túnel para reviver o sonho do título brasileiro.
A um ponto do Palmeiras, que enfrenta o São Paulo neste sábado, no Morumbi, e do Internacional, que perdeu para o Sport, o Flamengo mostrou mais virtudes do que defeitos na Arena corintiana. Efeito do tal “fato novo”, pela troca de treinador, do jovem Mauricio Barbieri pelo rodado Dorival Junior? Sem dúvida que em alguns pontos sim, mas em outros não.
O Rubro-Negro não teve Diego, lesionado. Jogou com Éverton Ribeiro muito mais solto, por orientação de Dorival. E fez diferença, com boas jogadas e tabelas com Paquetá. Rondou a área do Corinthians como fez em boa parte da partida de ida e volta da Copa do Brasil e não fez gol igual, mas conseguiu infiltrar mais. Como disse Dorival, foi mais agressivo. Muito por causa de Ribeiro, mas também pela participação de... Vitinho.
Pela esquerda, Vitinho driblou, armou, chutou colocado, raspando a trave. Tudo que ele tentou fazer uma semana antes e não conseguiu contra o mesmo adversário. Descanso adequado, uma semana a mais de treinos, entrosamento... Vitinho precisa de tempo e confiança. Tende a crescer.
De César a Arão, Fla erra na saída de bola
Ainda assim, com méritos na ótima vitória por 3 a 0, o Flamengo só abriu vantagem no placar graças a dois escanteios cobrados por Vitinho. E poderia ter ido para o intervalo com derrota parcial, não fosse chance incrível desperdiçada por Mateus Vital na frente de César, que fez grande defesa. O erro de Arão por pouco não foi fatal.
Como fazia com Barbieri, o Flamengo tentava sair a bola pelo chão, tocando. Mas não conseguiu. Fora o “presente” de Arão para os corintianos, César, com muito menos intimidade com a bola do que o titular Diego Alves, errou passes mais longos e devolveu a bola aos paulistas. Em alguns momentos, o Corinthians também encontrou espaços para o contra-ataque.
Apesar dos ajustes de posicionamento, a organização tática do Flamengo segue bem semelhante à de Mauricio Barbieri. A maior diferença é em relação ao posicionamento de Éverton Ribeiro. Ele saiu da direita, confundiu a marcação do Corinthians e tabelou com Paquetá, entrando na área. Numa delas, Renê cruzou e ninguém completou. Em outra, Paquetá chutou para defesa de Cassio. Na última, falta que Vitinho bateu com perigo.
Dorival saiu com Renê como titular contra o Corinthians. O gol do lateral começou no melhor estilo Renê. O combate na frente da área como volante. Paquetá abriu lance para Rodinei, que entrou no fim da segunda etapa e serviu o companheiro.
Déjà vú? Pedrinho armou, chutou e... ufa
A 10 jogos do fim do Brasileiro e no fim da era Bandeira, o Fla tenta renascer com Dorival, com o sopro de fato novo natural de mudança de treinador, mas com ajustes que podem fazer o time evoluir. A vitória não deve servir para enganar. Como no Maracanã ou em Itaquera, o Corinthians foi um time que mais se defendeu do que atacou.
Dorival disse após a partida que orientação tática às vezes não adianta nada se não tiver postura, se não “quebrar a passividade”. E é verdade. Mas um pouco de sorte também não custa nada. Ou melhor... pode custar muito. Dois minutos depois de abrir 1 a 0, o Fla viu Pedrinho dominar, ajeitar e chutar no canto esquerdo do goleiro. Mas a bola saiu à esquerda de César.
Em lance semelhante, pelo duelo da Copa do Brasil, Diego Alves não pegou e tudo mudou em Itaquera. Agora imagina se aquele chute de Pará bate na trave e entra no fim da partida da Copa do Brasil? Pois é. Minutos depois desse lance de Pedrinho, Paquetá decidiu a partida e o Flamengo saiu de Itaquera com o sonho em dia.
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