segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Belém recebe representantes de órgãos federais para tratar do Índice de Funcionalidade Brasileiro

CAPACITAÇÃO



14/09/2018 19:45
A capital paraense foi uma das 14 cidades escolhidas para receber a capacitação da ficha de Índice de Funcionalidade Brasileiro (IFBR), um instrumento que pretende padronizar a identificação e classificação das pessoas com deficiência. A proposta é unificar os diferentes documentos que definem essas diretrizes em um só. A cidade foi escolhida por possuir um centro especializado de reabilitação e por seu trabalho ativo junto ao Ministério da Saúde.
A capacitação é encabeçada por representantes do Ministério da Saúde, Ministério de Direitos Humanos, através da Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, e da Universidade de Brasília (UnB), e realizada na Universidade do Estado do Pará (UEPA). Após a capacitação, os aplicadores vão a campo para, no primeiro momento, identificar pessoas com deficiência que já são atendidas, fazer a entrevista e aplicar o IFBR. As avaliações serão enviadas através da plataforma do Ministério da Saúde para que o instrumento da pesquisa possa ser validado. As avaliações serão aplicadas a partir do próximo mês.
O protocolo será utilizado em todos os órgãos para avaliar o grau de deficiência das pessoas. "Vai ser um padrão único, então não vai ter mais discordância entre os ministérios ou secretarias no momento de identificar essa pessoa com deficiência", explica Andrea Baker, coordenadora da Referência Técnica em Saúde da Pessoa com Deficiência da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma).
A aplicação do IFBR vai tornar mais simplificados e menos onerosos, tanto para o poder público quanto para o cidadão, processos como a concessão de direitos e o mapeamento das pessoas com deficiência, por exemplo. "Hoje, nós temos apenas o número de Belém do Censo de 2010, que foi realizado por profissionais não capacitados na identificação dessas deficiências. O número que temos é que são 24% da população de Belém com deficiência, mas será que é só isso mesmo? Será que esses 24% realmente têm alguma deficiência? Com o IFBR vai ser possível mensurar e ter o real número de pessoas com deficiência e que precisam de cuidados", avalia Andrea.
Foi criado um grupo de pesquisa composto por dez servidores da Sesma, dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) e da atenção básica, 20 professores e técnicos do Centro Especializado de Realibitação (CER) da UEPA, e um servidor da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), da Coordenadora Estadual da Pessoa com Deficiência, para que se tornem aplicadores desse Índice de Funcionalidade. "É pesquisa, então o resultado não vai ser visto de imediato. O instrumento vai ser validado para que possa ser usado", esclarece a coordenadora do CER da UEPA, Ana Irene Alves.
Para a coordenadora da pesquisa na UnB, Lívia Barbosa, está sendo criado um único conceito de deficiência para o Brasil inteiro. "Antes, as políticas tinham parâmetros diferentes para deficiência. Fora que as pessoas ficavam numa peregrinação para fazer avaliações em diferentes lugares. A ideia é pensar um modelo único de avaliação da pessoa com deficiência", completa Lívia.
Por Vanessa Pinheiro

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