sexta-feira, 6 de julho de 2018

O que suas fezes dizem sobre sua saúde

SAÚDE
Não existe uma cara definida para o “cocô saudável”, mas é bom ficar atento a alguns sinais
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FOTO: REPRODUÇÃO 

Se não há um modelo único para o que se coloca no prato, o que se deposita na privada também não segue um rigor. Então, não existe uma cara definida para o “cocô saudável”. A regra básica, explica o gastroenterologista Guilherme Becker Sander, é o equilíbrio no trânsito intestinal. Se você volta e meia tem de sair em disparada ao banheiro ou se fica horas fazendo força para ir aos pés, precisa ficar mais atento à alimentação – podem estar faltando fontes de fibras na sua dieta ou há algum problema na microbiota
A coloração também não tem um tom específico que sugira mais ou menos saúde, mas os extremos devem motivar a busca por ajuda médica. Fezes muito claras, com uma coloração semelhante a massas de vidraceiros, podem indicar algum problema relacionado ao fígado. As muito escuras, pretas como piche, podem apontar doenças graves, como hemorragias gastrointestinais. 
– O intestino foi feito para trabalhar em silêncio. Sempre que há algum desconforto, merece uma avaliação – diz Sander.
Enfermeira estomaterapeuta e professora do curso de Medicina da PUC-SP, Gisele Regina de Azevedo explica que as fezes são excelentes fontes de informação sobre o quadro de saúde de um paciente. Há, inclusive, uma tabela que ajuda a classificar os excrementos (veja abaixo), criada por um coloproctologista inglês e cuja adaptação transcultural para o Brasil foi acompanhada por Gisele. É uma espécie de guia para que os pacientes possam descrever suas fezes de maneira mais fidedigna. 
– É uma classificação que mostra o quanto de água e fibra a pessoa está ingerindo. Mas as fezes refletem o que consumimos nas últimas 24 horas e também a saúde da nossa microbiota. Então, temos de ter um cuidado diário para que a evacuação seja sempre confortável – diz.
Gisele explica que temos um conjunto de bactérias da boca ao ânus que trabalha a nosso favor, mas que precisa ser “nutrido” adequadamente para que siga fazendo um bom trabalho e se reproduzindo. Isso passa por hábitos alimentares saudáveis e hidratação adequada. A professora alerta também para as “fórmulas mágicas” ou receitas caseiras com a proposta de regular o funcionamento do intestino. O que serve para um pode não ser bem digerido por outro ou até ter um efeito inverso.
– Há microbiotas diferentes e também as intolerâncias. Leite quente, por exemplo, pode ter um efeito para mim, e outro para você – explica.
Gisele acrescenta outras características das fezes que podem indicar problemas. A presença de sangue ou muco deve ser avaliada por um médico. E sabe quando um alimento passa por todo o processo digestivo ileso? Isso mesmo, quando dá para identificar o que você comeu após aliviar-se no banheiro.
– Fezes com pedaços de alimento inteiro pode ser mastigação deficiente ou má absorção. Não digerimos celulose, mas se mastigarmos bem, as nossas bactérias conseguem quebrá-la e digeri-la – esclarece a enfermeira.
A ingestão de frutas, legumes e gorduras de boa qualidade faz parte da dieta daqueles que têm um quadro intestinal saudável, assim como a pouca ingestão de alimentos processados, sal e açúcar. 


Gaúcha ZH

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