Prefeitura exibe documentário no Dia Mundial do Refugiado

18/06/2018 08:45:05

Foto: Reprodução / PMPA

Após a exibição será realizada uma roda de conversa

O dia 20 de junho é celebrado pelas Nações Unidas como Dia Mundial do Refugiado. Para marcar a data, a Prefeitura de Porto Alegre exibe nesta quarta-feira, 20, às 19h30 na Cinemateca Capitólio Petrobras, com entrada franca, o documentário brasileiro-alemão Zaatari - Memórias do Labirinto. O filme retrata a história, a trajetória e a memória de diferentes refugiados que vivem no Campo de Zaatari na Jordânia. Após a exibição será realizada uma roda de conversa sobre o tema. Número de participantes limitado à capacidade da sala, inscrições pelo e-mail: refugiados9474@asav.org.br

O evento é uma parceria da Secretaria de Desenvolvimento Social e Esporte (SMDSE), por meio da Diretoria dos Direitos Humanos, com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os refugiados (Acnur), a Associação Antônio Vieira (ASAV) e Secretaria Municipal da Cultura.

A secretária Denise Russo agradece a parceria e ressalta o significado do dia. “O trabalho da prefeitura é de acolher as pessoas e auxiliar na busca de condições dignas de vida, oportunizando um atendimento diferenciado, tanto com relação à inclusão no mercado de trabalho, que é um grande desafio, como no atendimento das necessidades sociais”, destaca.

O Acnur afirma que “a proteção dos refugiados tem muitos aspectos. Estes incluem a segurança de não serem devolvidos ao perigo, o acesso a procedimentos de refúgio justos e eficientes e medidas para garantir que seus direitos humanos básicos sejam respeitados enquanto garantem uma solução a longo prazo. O dia 20 de junho é uma oportunidade para celebrar a força, a coragem e a perseverança das pessoas que foram forçadas a deixar suas casas e seus países por causa de guerras, perseguições e violações de direitos humanos”.

Para a coordenadora do Programa Brasileiro de Reassentamento Solidário de Refugiados da Asav, Karin Wapechowski, o momento é de reforçar a mensagens das entidades que atuam junto aos refugiados. “Da mesma forma que acreditamos que o futebol por meio da Copa dos Refugiados tem a capacidade de unir, integrar e sensibilizar para o tema do refúgio, a produção de um documentário realizado dentro de um campo de refugiados, contendo os sujeitos de sua própria história, vem reforçar, de uma forma um pouco mais lúdica, a mensagem de que todos podemos ser tocados por essas realidades, e nos sentirmos também responsáveis por ajudarmos com soluções práticas e humanitárias a fim de diminuir um pouco o sofrimento dessas populações de deslocados ao redor do mundo", afirma.
Zaatari - Memórias do Labirinto- Em um cenário político de violência extrema, milhões de homens, mulheres e crianças vivem em fuga. Entre 2011 e 2018, a guerra civil na Síria já matou mais de 500 mil pessoas e exilou cinco milhões. Esta é a pior crise de migração na história da humanidade, desde a Segunda Guerra Mundial. No deserto de Mafrak, fronteira da Síria com a Jordânia, uma nova cartografia se desenha num dos maiores campos de refugiados do mundo. Milhares de Famílias se arriscam diariamente para chegar ao local, elas buscam abrigo no meio do caos.
Dirigido por Paschoal Samora, tem argumento de Ana Cláudia Streva e Ricardo Vargas. A produção ficou a cargo das produtoras brasileiras Grifa Filmes e NÓS, em parceria com a alemã Gebrueder Beetz Filmproduction e as empresas também brasileiras Globo Filmes, Globo News e Canal Brasil.
O documentário é focado no lado humano e busca entender como mais de 80 mil refugiados estão refazendo suas vidas e superando os traumas da guerra. “O filme propõe uma reflexão sobre exilio e liberdade no mundo contemporâneo a partir de uma matéria prima intangível. Afinal, como filmar as imagens da memória? Como falar de liberdade quando estamos privados dela? Encontrei pessoas de uma luz extraordinária, que se reinventam todos os dias e se opõem com coragem ao trauma da guerra. Eles despertam em mim o sentimento de uma resistência silenciosa que se instaura, em sua legítima luta por territorialidade”, afirma o diretor Paschoal Samora. Durante 30 dias ele testemunhou a vida de um punhado de famílias e personagens que vivem nesse limbo, sem poder retornar à terra natal ali tão próxima, nem ter vontade ou condições de prosseguir para outros destinos.

Dia Mundial do Refugiado – Em 2000 a ONU instituiu o 20 de junho como Dia Mundial do Refugiado, com o objetivo de conscientizar os governos e as populações para o problema grave dos refugiados. Um “refugiado” é uma pessoa que sofre perseguição pela sua raça, naturalidade, religião, grupo social ou opinião política e que se encontra fora do seu país, não podendo a ele retornar por força de perseguição.

Estima-se que existam mais de 45 milhões de pessoas espalhadas pelo mundo que foram forçadas a encontrar um novo local para viver. As regiões mundiais com mais refugiados são o Médio Oriente, o Sudeste Asiático, a África Oriental e o Nordeste Africano.

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Texto de: Maria Emilia Portella