Estado busca amenizar impactos dos agrotóxicos na saúde humana
- Aldenes Lima/Governo do Tocantins
Regularmente, capacitações para os profissionais de saúde são realizadas no Estado para que os casos de intoxicação sejam notificados e assim, elaboradas propostas de intervenções. Dentro dessa perspectiva, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) realizou um debate com a participação de órgãos ambientais, de controle social, sindicatos, acadêmicos, nutricionistas, psicólogos e engenheiros ambientais e de alimentos. O evento ocorreu na tarde dessa quinta-feira, 5, em Palmas.
A ideia, segundo a diretora de Vigilância Ambiental e Saúde do Trabalhador, Adriane Feitosa Cavalcante, “é levar a informação a todos e que todos trabalhem conscientes dessa problemática que é o agrotóxico e assim estejamos atentos com ações diferenciais e que tenham impactos positivos. Pretendemos dar visibilidade ao tema e para isso convidamos várias instituições relacionadas com a temática, não só do setor saúde, para buscarmos um planejamento de cada instituição, no sentido de amenizar os impactos”, afirmou.
A preocupação da diretoria se baseia nos dados relacionados ao Estado, com cerca de 200 casos notificados anualmente. “A maioria é de trabalhadores rurais que têm a exposição mais acentuada a estes produtos”, destacou Adriane.
Durante o evento, foi apresentado, pelo pesquisador e professor da Universidade Federal de Mato Grosso, Jadson Barbosa, um panorama dos impactos dos agrotóxicos e a preocupação com a população exposta. “Os dados são muito preocupantes e somente com a articulação de várias entidades será possível uma mobilização e conscientização sobre as outras formas de se ter alimentos seguros e saudáveis como agroecologia, produção orgânica, hortas comunitárias e hortas residenciais, para termos uma melhor qualidade de vida e não termos danos dos produtos atuais”, enfatizou o professor, acrescentando: “o Tocantins foi muito feliz com esta ideia de articulação e certamente com eventos como estes estamos plantando um futuro melhor para a população de todo o Brasil”.
Contaminação
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil ocupou, em 2008, a primeira posição no ranking mundial de países consumidores de agrotóxicos e vivencia o aumento de sua utilização nos meios urbano e rural. Essa situação coloca em risco boa parte da população, que pode ser exposta a partir das atividades laborais ou da contaminação do meio ambiente, da água e dos alimentos.
Pesquisa publicada em 2016, pela professora de Geografia Agrária da Universidade de São Paulo, Larissa Mies Bombardi, aponta que “o Brasil é campeão mundial no uso de agrotóxicos, posto roubado dos Estados Unidos na década passada e ao qual seguimos aferrados com unhas e dentes. A cada brasileiro cabe uma média de 5,2 litros de venenos por ano, o equivalente a duas garrafas e meia de refrigerante ou a 14 latas de cerveja”.
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