domingo, 8 de abril de 2018

Esporte Selo de qualidade? Campeões cariocas vêm bem no Brasileiro, mas teve até rebaixado

Selo de qualidade? Campeões cariocas vêm bem no Brasileiro, mas teve até rebaixado

Oito dos últimos 10 vencedores estaduais brigaram no alto da tabela: dois terminaram com o título e quatro, com vaga na Libertadores. Finalistas, Vasco e Botafogo, porém, não terão carimbo de favorito

Nenê e Seedorf, personagens dos últimos títulos cariocas de Vasco e Botafogo (Foto: Infoesporte)

Nenê e Seedorf, personagens dos últimos títulos cariocas de Vasco e Botafogo (Foto: Infoesporte)

Quem nunca ouviu que campeonato estadual não serve de parâmetro para o Brasileiro, que atire a primeira pedra. O Carioca, por exemplo, é um dos que mais sofre com esse "rótulo popular", digamos assim. Principalmente depois que o Vasco, dono do título em 2015, no mesmo ano terminou rebaixado para a Segunda Divisão nacional.
Mas os números recentes mostram que levantar o caneco da Ferj pode significar, sim, uma boa campanha na Série A. Dos últimos 10 campeões que disputaram o Brasileirão, oito brigaram no alto da tabela, sendo que seis conquistaram o título ou uma vaga na Libertadores. Veja a lista:
2007 - Flamengo: foi para a Libertadores
2008 - Flamengo: brigou pela Libertadores
2009 - Flamengo: foi campeão
2010 - Botafogo: brigou pela Libertadores
2011 - Flamengo: foi para a Libertadores
2012 - Fluminense: foi campeão
2013 - Botafogo: foi para a Libertadores
2014 - Flamengo: brigou por nada
2015 - Vasco: foi rebaixado
2017 - Flamengo: foi para a Libertadores
*Em 2016, o Vasco não disputou a Série A
Troféu do Carioca 2018 que será erguido por Vasco ou Botafogo no Maracanã (Foto: Úrsula Nery/FERJ)

Troféu do Carioca 2018 que será erguido por Vasco ou Botafogo no Maracanã (Foto: Úrsula Nery/FERJ)

Bom sinal para os finalistas Vasco e Botafogo, que decidem neste domingo, às 16h (de Brasília) no Maracanã, o campeão carioca de 2018? Isso só o futuro para dizer. Mas fato é que, quem quer que levante a taça, entrará no Brasileiro sem o carimbo de "favorito", como em anos anteriores, pelo que ambos apresentaram nestes primeiros meses de temporada. Times como Corinthians, Grêmio, Palmeiras e Cruzeiro chegam em patamares superiores em termos de desempenho e elenco.
Para manter o retrospecto dos últimos 10 campeões, o Cruz-Maltino de Zé Ricardo e o Alvinegro de Alberto Valentim, ambos da nova safra de treinadores, precisarão melhorar bastante. Terão a missão de se fortalecerem como equipes, seja com contratações ou aumentando o entrosamento, para espantar o rótulo de "azarões" e competir de igual para igual com adversários mais preparados. Do contrário, o Carioca pode ser a única chance de título dos rivais em 2018.
VASCO
O Vasco chegou até a decisão do Carioca com oito vitórias, dois empates e quatro derrotas. Uma campanha com alto e baixos que ganhou força na reta final com as viradas nos últimos minutos sobre o Fluminense e Botafogo. Embora o sentimento seja de otimismo com o trabalho de Zé Ricardo e com as demonstrações de comprometimento do time, a sensação é de que será preciso algo mais no Brasileiro.
Zé Ricardo está há oito meses no Vasco e já levou o time à Libertadores (Foto: Paulo Fernandes/Vasco.com.br)
Zé Ricardo está há oito meses no Vasco e já levou o time à Libertadores (Foto: Paulo Fernandes/Vasco.com.br)

Na última temporada, o time entrou completamente desacreditado no nacional, sem nenhum favoritismo, e acabou tendo um resultado considerado favorável, com a conquista da vaga na Libertadores, que classificou até o oitavo colocado. Mas passou longe da luta pelo título. A percepção é de que o estilo da equipe encaixe mais com as competições eliminatórias, como a Copa do Brasil, onde já entrará nas oitavas de final.
Na decisão deste domingo, Zé Ricardo sente na pele os efeitos de um elenco com carências para definir os substitutos de Paulinho, machucado, e Wellington, suspenso. O treinador sabe que no Brasileiro a exigência é em outro patamar, mas mantém a confiança. O empate por 0 a 0 com o Cruzeiro, no Mineirão, pela Libertadores, ajudou na autoestima.
– Acho que os estaduais não são os únicos parâmetros para o Brasileiro, mas o fato de atuarmos em tantos clássicos também nos dá uma medida. Ainda temos a Libertadores, que dá bons indicativos. Mas logicamente que no Brasileiro o nível é muito alto, diferente de qualquer estadual, independentemente de qual seja. Acredito que o Vasco também está no caminho para um bom Brasileiro – analisou o técnico Zé Ricardo.
BOTAFOGO
Valentim tem só dois meses de Botafogo e chegou à final do Carioca (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)
Valentim tem só dois meses de Botafogo e chegou à final do Carioca (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)

O caminho do Botafogo até o jogo final foi de mais oscilação do que o próprio rival: sete vitórias, quatro empates e cinco derrotas. Incluindo uma troca de técnico: Felipe Conceição foi demitido após sete jogos. Valentim assumiu e organizou a casa, mas o time ainda sofre nos clássicos, que são o maior parâmetro dos estaduais para o Brasileiro - venceu apenas dois em sete. A sensação é de que o elenco precisará ser reforçado após o Carioca.
Em 2017, o Botafogo dirigido por Jair Ventura não chegou às finais do estadual, mas por priorizar e fazer uma ótima campanha na Libertadores. O time, que tinha um jogo reativo, no erro do adversário, também rendeu no Brasileiro, mas perdeu fôlego nas últimas rodadas. Esse ano, a proposta é fazer com que a equipe passe a propor o jogo, mas ainda não achou a fórmula. Exposta, vem sofrendo muitos gols - só do Vasco foram oito em três partidas. O que é perigoso em competições mata-mata, como a Copa Sul-Americana, que será sua única paralela à Série A.
Valentim elogia o comprometimento de seus comandados, mas também sente o peso de um elenco jovem, enxuto e desfalcado. Perdeu João Paulo, que vinha sendo seu principal jogador, com uma grave lesão, e neste domingo não conta com o capitão, Lindoso, suspenso. Para o Brasileiro, o técnico terá a volta do meia Leandrinho, que vinha se recuperando de lesão desde o ano passado, e o atacante uruguaio Aguirre, emprestado pela Udinese, da Itália, e sinônimo de esperança.
Por Fred Huber e Thiago Lima, Rio de Janeiro
GLOBO ESPORTE 



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