terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Racionamento na área central do DF completa 1 ano nesta terça

RACIONAMENTO DF


Com a chegada de água de outras fontes, reservatório do Santa Maria foi 'escanteado' para garantir abastecimento durante a seca.
Água na barragem de Santa Maria, no DF (Foto: Tony Winston/Agência Brasília)
Água na barragem de Santa Maria, no DF (Foto: Tony Winston/Agência Brasília)
O racionamento no reservatório de Santa Maria, que abastece a área central do Distrito Federal, completa um ano nesta terça-feira (27). Como ainda está "demorando a encher", ele deixou de ser prioridade na distribuição de água e está sendo poupado para enfrentar a seca prevista para chegar em maio. Segundo a Companhia de Saneamento do DF (Caesb), faz parte da estratégia de transformá-lo em um "reservatório de estiagem".
"A ideia é não acionar o Santa Maria enquanto tiver água suficiente no Torto, no Bananal e no [Lago] Paranoá. É como se fosse praticamente zerada a participação de Santa Maria", afirmou ao G1 o presidente da Caesb, Maurício Luduvice.
Na prática, significa que o Santa Maria fica de escanteio enquanto as outras captações conseguem garantir o abastecimento – pelo menos neste período em que as chuvas reforçam estes cursos de água.
Vazão dos cursos de água que abastecem o DF
Dados em litros por segundo
TortoSanta MariaBananalLago ParanoáDescobertoDez 2016Dez 2017Jan 201801k2k3k4k5k
Jan 2018
 Torto: 1.001,16
Fonte: Caesb
Desde o início da crise hídrica, a participação do Santa Maria encolheu. A captação por lá passou de 1.763 litros por segundo (em dezembro de 2016) para 38 litros por segundo (em janeiro deste ano). Ou seja, agora responde por apenas 1,86% da água que vai para a região central do DF. Em 2016, o reservatório era responsável por 60,96%.
Ainda assim, a Caesb diz que não descarta ter de voltar a bombear mais água do Santa Maria quando a seca vier. “Talvez a gente tenha que fazer uma complementação e ter que utilizar até 700 litros por segundo do Santa Maria. Mas é menos do que a gente já utilizava até pouco tempo, na época da seca”, continuou Luduvice.

E o Descoberto?

O principal reservatório do DF – onde o racionamento completou um ano em 16 de janeiro – também está sendo “menos demandado”. Por meio de obras de interligação, a água que sai, por exemplo, do Bananal consegue chegar a regiões que antes eram abastecidas apenas pelo Descoberto – como o Guará ou o Núcleo Bandeirante.
Isso possibilitou retirar do Descoberto um volume de água 26% menor do que era captado no começo da crise hídrica. Como um todo, a mudança fez com que o Descoberto deixasse de responder por 60% da água que abastece o DF, sendo agora é responsável por 52%. O que significa que 220 mil moradores pararam de depender exclusivamente do Descoberto.
Participação dos sistemas DEPOIS das obras de interligação
Torto/Santa Maria: 29Descoberto: 52São Sebastião, Fercal e Setores Habitacionais: 6Sobradinho: 5Planaltina: 7Brazlândia: 2
Fonte: Caesb
“Mesmo com a baixa quantidade de chuva, estamos conseguindo recuperar tanto o Descoberto quanto o Santa Maria. Isso mostra que estamos no caminho certo: reduzimos a dependência do Santa Maria, do Descoberto e também da chuva”, declarou o presidente da Caesb, que ainda assim não quis arriscar uma possível data para o fim do racionamento.Participação dos sistemas ANTES das obras de interligação

1 DFFONTE: GTorto/Santa Maria: 21Descoberto: 60São Sebastião, Fercal e Setores Habitacionais: 6Sobradinho: 5Planaltina: 7Brazlândia: 2
Descoberto
60
Fonte: Caesb

Nível dos reservatórios

Dados mais recentes, de segunda-feira:
  • Santa Maria: 41,5%
  • Descoberto: 55,9%



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