TURISMO
Entre o Atlântico e o Mediterrâneo, cidade segue envolvendo os turistas com suas cores e luzes que inspiraram Matisse e vários outros pintores
Paisagem em Tânger encantou pintores no início do século XX FOTO: REPRODUÇÃO Padronagem marca o típico estilo marroquino na entrada da medina de Tetouan FOTO: Reprodução
Foi olhando pela janela do quarto – hoje de número 35 – do Grand Hotel Villa de France que Henri Matisse pintou, em 1912, uma de suas mais belas obras: “Janela em Tânger”. Quando Matisse chegou à cidade, no norte do Marrocos, ele estava deprimido com a morte de seu pai e com a rejeição a suas telas por parte de um rico colecionador russo. A cidade foi uma espécie de oásis para o pintor, que recuperou o vigor e produziu outras vinte obras durante suas várias passagens pelo lugar. Matisse confessou ter sido envolvido pelas cores e luzes de Tânger, e as viagens converteram-se numa grande jornada interior, tornando-o um ser humano mais forte.
O azul do Mediterrâneo e do Atlântico, o branco das construções, a brisa que sopra na baía de Tânger, o burburinho dos bares e dos estreitos caminhos da Medina (a cidade antiga), que encantaram Matisse, atraíram outros pintores à cidade. Os também franceses Delacroix e Degas, além do anglo-irlandês Francis Bacon e do britânico George Apperley, viram em Tânger fonte de inspiração. E a cidade continua envolvendo e atraindo turistas de todo o mundo.
Como o continente europeu está a apenas 14 km de Tânger, muita gente que tem curiosidade pela cultura árabe costuma fazer um bate e volta. Para atravessar de um continente a outro a bordo dos catamarãs que saem de Tarifa, na Espanha, até o porto Tangier Ville, o preço é 35 euros, e a viagem dura pouco mais de meia hora.
Tânger mata essa curiosidade em um dia, com incontáveis mesquitas e seus minaretes espalhados pela cidade, mulheres envolvidas por burcas e sabores exóticos, como o do chá de menta e os temperos como o tagine spice – mix de coentro, páprica doce, canela, pimenta calabresa, cravo e cardamomo, usado para marinar carne de carneiro. No mesmo dia, é possível conhecer pontos turísticos disputados, como as Grutas de Hércules, um complexo de cavernas de formação calcária, carregado de histórias mitológicas, e o cabo Spartel, ponto de encontro entre o Mediterrâneo e o Atlântico. E ainda visitar a Medina, a cidade antiga.
No ano passado, o número de visitantes brasileiros ao Marrocos cresceu 35% (foram 28 mil turistas), segundo o órgão oficial de turismo do país
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